PSICOTERAPIA E ANSIEDADE INFANTIL: UMA REVISÃO DE LITERATURA

PSYCHOTHERAPY AND CHILDHOOD ANXIETY: A LITERATURE REVIEW

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10048590


Maria Lúcia Nogueira de Sousa¹
Maria Taiane Lêda de Sousa¹
Profº. André Benassuly Arruda²


RESUMO

O objetivo deste estudo foi identificar e analisar algumas terapias em psicologia para o tratamento psicoterapêutico infantil. Para a realização deste estudo foi feita uma revisão de literatura. Este tipo de estudo é importante pois permite, através da revisão e interpretação dos dados, expandir os conhecimentos teóricos, além de auxiliar e orientar investigações futuras sobre o tema explorado.  A busca dos artigos foi realizada nas bases de dados eletrônica Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE via PubMed).  Para a busca, foram realizadas duas pesquisas, com diferentes combinações. Na primeira, foram utilizadas as palavras-chave “ansiedade”, “crianças” e “psicoterapia” ou “anxiety”, “children” e “psychotherapy”.  Já na segunda pesquisa, foi usada a combinação: “ansiedade”, “crianças” e “tratamento” ou “anxiety”, “children” e “treatment”.  Em ambas as pesquisas, as palavras-chave foramunidas pelo agente booleano AND, no modo avançado de busca. Os critérios de inclusão foram estudos publicados na íntegra, de 2007 a 2023, em português ou inglês.  Foram excluídas revisões de literatura, estudos incompletos, escritos em outras línguas e que não abordassem especificamente a temática buscada. As referências utilizadas são caracterizadas como   70% de pesquisa quantitativa, com 70% utilizando questionário. E 30% de pesquisa qualitativa, sendo que 30% utilizaram os dois tipos de pesquisa. 70% são da região Sul e 30% de outras regiões. Com o resultado da pesquisa foi possível concluir que é importante reconhecer, diagnosticar e tratar precocemente os transtornos de ansiedade em crianças e adolescentes, destacando a eficácia de diferentes abordagens terapêuticas. Além disso, importante enfatizar o papel dos pais e dos profissionais de saúde na promoção da saúde mental infantil e no enfrentamento dos desafios relacionados à ansiedade nessa faixa etária.

Palavras-chave: Ansiedade. Psicoterapia. Enfrentamento.

ABSTRACT

The objective of this study was to identify and analyze some psychological therapies for child psychotherapeutic treatment. A literature review was conducted to achieve this goal. This type of study is important as it allows, through the review and interpretation of data, the expansion of theoretical knowledge, as well as assisting and guiding future investigations on the explored topic. The search for articles was carried out in the Scientific Electronic Library Online (SciELO) and Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE via PubMed) electronic databases. Two searches were conducted with different keyword combinations. In the first, the keywords “anxiety,” “children,” and “psychotherapy” or “anxiety,” “children,” and “psychotherapy” were used. In the second search, the combination was “anxiety,” “children,” and “treatment” or “anxiety,” “children,” and “treatment.” In both searches, the keywords were combined using the boolean operator AND, in advanced search mode. Inclusion criteria were studies published in full, from 2007 to 2023, in Portuguese or English. Literature reviews, incomplete studies, writings in other languages, and those that did not specifically address the sought theme were excluded. The references used are characterized as 70% quantitative research, with 70% using a questionnaire, and 30% qualitative research, with 30% using both types of research. 70% are from the Southern region, and 30% are from other regions. With the research results, it was possible to conclude that it is important to recognize, diagnose, and treat anxiety disorders in children and adolescents early on, highlighting the effectiveness of different therapeutic approaches. Additionally, it is important to emphasize the role of parents and healthcare professionals in promoting child mental health and addressing challenges related to anxiety in this age group.

Keywords: Anxiety; Child Psychotherapy; Coping.

1 INTRODUÇÃO

Na atualidade, a ansiedade é definida como um estado que promove manifestações psicológicas subjetivas, incluindo sentimentos de medo ou terror, fobias, preocupações demasiadas, ruminações obsessivas, experiências irreais ou despersonalização, entre outras. Estas manifestações, geralmente, ocorrem em associação a sintomas físicos e somáticos, como palpitações, tremores, hiperventilação, sudorese, hipotonia muscular e outros (OLIVEIRA et al., 2015).

As estimativas de prevalência da ansiedade ao longo da vida variam de 6% a 12%, e a idade típica de início ocorre na infância e adolescência, ou seja, antes dos 18 anos (BROWN et al., 2017). Isso significa que tais estados anteriormente mencionados podem ocorrer já em crianças. Nos últimos anos, muitos estudos objetivaram identificar e compreender melhor as características de sintomas relacionados à ansiedade na população pediátrica. Assim, nesse grupo, a expressão de sintomas foi relacionada à mudança da ansiedade de acordo com as fases do desenvolvimento infantil, o que muitas vezes pode dificultar a identificação da condição (OLIVEIRA et al., 2015).

A psicopatologia na infância deve ser diferenciada de comportamentos esperados e clínicos, pois muitos comportamentos podem estar relacionados às etapas do desenvolvimento infantil, fatores genéticos e ambientais, como também identificar fatores de risco e proteção para que possa ocorrer um transtorno mental. Assim, a avaliação dos transtornos mentais infantis deve levar em conta tais fatores para que possa haver um diagnóstico correto e um encaminhamento/tratamento adequado para cada criança (DE LUCCA et al, 2018).

Com isso, se mostra necessário criar e utilizar instrumentos de avaliação da qualidade de vida da criança, que valorizem a perspectiva desta e do adolescente, que sejam adequados à sua fase de desenvolvimento. A avaliação da qualidade de vida deve ser incorporada a avaliação clínica, uma vez que a doença crônica repercute nas diversas dimensões da vida dos mesmos (SOARES et al, 2007).

Desta forma, o estudo se justifica, visto que as crianças, frequentemente, têm dificuldade em expressar seus sentimentos e pensamentos de maneira verbal, o que torna crucial que os terapeutas estejam aptos a utilizar técnicas e métodos adequados para estabelecer uma conexão eficaz, que pode envolver o uso de jogos, atividades lúdicas, desenhos e outras estratégias para permitir que a criança se expresse de maneira mais natural.

Assim, a problemática existente neste tema se deve ao fato de que a psicoterapia infantil é um campo complexo da psicologia que lida com a avaliação e tratamento de problemas emocionais e comportamentais em crianças, e envolve desafios significativos devido à natureza única das crianças como pacientes, o que exige uma compreensão aprofundada de seu desenvolvimento e uma abordagem cuidadosa e sensível por parte dos terapeutas. Assim, o problema a ser investigado com este estudo é: como pode ser feita a escolha da abordagem terapêutica adequada para cada criança?

A terapia precisa ser adaptada de acordo com a faixa etária, levando em consideração o desenvolvimento cognitivo e emocional típico de cada fase, assim como, a escolha da abordagem terapêutica adequada. Existem diversas teorias e técnicas de psicoterapia infantil, como a terapia cognitivo-comportamental, a terapia psicodinâmica e a terapia de jogo, cada uma com seus próprios princípios e métodos, e a escolha dependerá das necessidades específicas de cada criança e do contexto envolvido.

Com isso, o estudo da psicoterapia infantil deverá levar em conta a comunicação, a inclusão da família, a adaptação à idade da criança, a escolha da abordagem terapêutica e a ética, para que seja possível entender a importância da psicoterapia infantil, levando informações relevantes para a área acadêmica, assim como para pais e sociedade como um todo.

As referências a serem utilizadas são formatadas de 70% de pesquisa quantitativa, com 70% utilizando questionário. E 30% de pesquisa qualitativa, sendo que 30% utilizaram os dois tipos de pesquisa. 70% são da região Sul e 30% de outras regiões.

Desta forma, o objetivo deste estudo é avaliar a melhor terapêutica para o tratamento psicoterapêutico infantil.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA

A ansiedade é um dos problemas de saúde mental mais prevalentes na juventude. Em uma amostra representativa de 1.420 crianças de 9 a 13 anos de idade, foi descoberto que 4,6% das crianças de 9 a 10 anos sofrem de transtorno de ansiedade. Além de causar sofrimento psicológico significativo, a ansiedade está associada a dificuldades de adaptação na escola, bem como a relações familiares e de pares problemáticas (POIRIER et al., 2016).

Mohammadi et al. (2020) mostraram uma taxa significativa de transtorno de ansiedade generalizada ao longo da vida de um indivíduo, com alguns preditores significativos, incluindo idade, sexo, história materna de hospitalização psiquiátrica, educação da mãe e residência. Os participantes com esses fatores de risco tinham entre 0,23-2,91 vezes mais probabilidade de apresentar transtorno de ansiedade generalizada. Os autores discutem que o conhecimento dos preditores e da comorbidade de transtorno de ansiedade generalizada pode ser usado na prevenção desta condição em crianças e adolescentes.

Já Lindberg et al. (2020) mostraram que a obesidade, independentemente de outros fatores de risco, está associada ao risco de ansiedade e depressão em crianças e adolescentes. Ainda, os pesquisadores encontraram taxas aumentadas de fatores de risco bem estabelecidos para ansiedade e depressão, como distúrbios neuropsiquiátricos e baixo nível socioeconômico, em crianças com obesidade. No entanto, o risco de ansiedade e depressão permaneceu significativamente aumentado em crianças e adolescentes com obesidade, mesmo após levar esses fatores em consideração.

A ligação entre obesidade e ansiedade e depressão pode ocorrer devido a fatores ambientais, fisiológicos e/ou genéticos compartilhados. A obesidade está associada a uma inflamação subclínica sistêmica e estresse oxidativo, implicados como importantes fatores etiológicos da depressão (BERK et al., 2013). Além disso, alguns genótipos do gene FTO (um gene associado à massa gorda e à obesidade) foram associados ao risco de obesidade e depressão. Outro fator a levar em consideração é o efeito sobre o peso corporal de potenciais tratamentos farmacológicos para ansiedade e depressão. A prescrição de ansiolíticos e antidepressivos para crianças e adolescentes aumentou rapidamente na última década. Alguns desses medicamentos têm sido associados ao risco de perda e ganho de peso, com grande variação entre os indivíduos (REEKIE et al., 2015).

Por fim, Liu, He e Zhang (2021) encontraram 29 genes específicos associados ao transtorno de ansiedade. Notavelmente, os resultados indicam que os neurônios serotonérgicos estão significativamente associados a genes relacionados ao transtorno de ansiedade e à terapia cognitivo-comportamental, apesar dos dois conjuntos de genes não apresentarem sobreposição. Essas observações fornecem evidências de que os neurônios serotonérgicos estão envolvidos na etiologia e na terapia genética dos transtornos de ansiedade. Além disso, os resultados também mostraram que os neurônios serotonérgicos estão associados a genes específicos da ansiedade, fornecendo um achado complementar que se opõe a estudos anteriores que não encontraram evidências para a associação entre neurônios serotonérgicos e transtornos psiquiátricos por meio da mesma estratégia. Em resumo, este estudo descobriu que os neurônios serotonérgicos estão envolvidos na etiologia e na terapia genética da ansiedade, fornecendo informações sobre sua base genética e celular.

A compreensão da base biológica desses genes relacionados a doenças pode auxiliar no desenvolvimento de terapêuticas adequadas. Estudos recentes revelaram que tipos de células específicos em tecidos cerebrais estão associados a doenças neurológicas (BRYOIS, et al., 2020), incluindo transtorno depressivo maior, transtorno bipolar, neuroticismo, transtornos do espectro autista, esquizofrenia, doença de Alzheimer e Mal de Parkinson. Esses estudos não apenas destacaram o envolvimento de tipos de células cerebrais em doenças neurológicas, mas também forneceram um método empírico denominado enriquecimento de tipo celular de expressão, para investigar a base celular de genes relacionados a doenças neurológicas em transcriptomas unicelulares de camundongos cérebros. Assim, incentiva-se a realização de mais estudos que avaliam as bases biológicas dos transtornos de ansiedade.

3 METODOLOGIA  

Para a realização deste estudo foi feita uma revisão de literatura. Este tipo de estudo é importante pois permite, através da revisão e interpretação dos dados, expandir os conhecimentos teóricos, além de auxiliar e orientar investigações futuras sobre o tema explorado.  Noronha e Ferreira (2000, p. 191) informam que as revisões de literatura são estudos “que analisam a produção bibliográfica em determinada área temática, dentro de um recorte de tempo, fornecendo uma visão geral ou um relatório do estado-da-arte sobre um tópico específico”.

A busca dos artigos foi realizada nas bases de dados eletrônica Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE via PubMed). Para a busca, foram realizadas duas pesquisas, com diferentes combinações. Na primeira, foram utilizadas as palavras-chave “ansiedade”, “crianças” e “psicoterapia” ou “anxiety”, “children” e “psychotherapy”. Já na segunda pesquisa, foi usada a combinação: “ansiedade”, “crianças” e “tratamento” ou “anxiety”, “children” e “treatment”. Em ambas as pesquisas, as palavras-chave foramunidas pelo agente booleano AND, no modo avançado de busca. Os critérios de inclusão foram artigos publicados na íntegra, de 2007 a 2023, em português ou inglês.

Foram excluídas revisões de literatura, estudos incompletos, escritos em outras línguas e que não abordassem especificamente a temática buscada.

Foram excluídas revisões de literatura, estudos incompletos, escritos em outras línguas e que não abordassem especificamente a temática buscada.

Na primeira etapa foi realizada a leitura de títulos e a retirada dos artigos duplicados. Assim, do total de 50 artigos, foram selecionados 30. Na segunda etapa, procedeu-se à leitura dos títulos e resumos dos 30 artigos, à luz dos critérios de inclusão. Assim, foram selecionados 21 artigos. Na terceira etapa realizou-se a leitura na integra desses 20 artigos, que atendiam aos nossos critérios.

4  RESULTADOS

Os sintomas de transtornos de ansiedade geralmente se originam na infância, quando a propensão à ansiedade se manifesta como inibição comportamental, um traço de temperamento marcado por angústia ou evitação em situações desconhecidas. A inibição comportamental durante a primeira infância está associada a transtornos de ansiedade mais tarde na vida. Assim, intervir na primeira infância tem o potencial de minimizar o sofrimento individual e tensão econômica associados à psicopatologia de longo prazo (BAYER et al., 2011).

No estudo feito por Santana e Santos (2014), que teve o objetivo de avaliar os níveis de ansiedade de criança e adolescente, conhecer suas relações com o clima familiar e escolar que estavam inseridos, foi constatado que nas escalas de percepção dos climas escolar/família, foram encontrados altos médios para clima familiar e para o clima escolar. Assim, contrariando a expectativa do estudo, não houve relação estatística entre clima familiar e ansiedade dos sujeitos

O trabalho com crianças é denso, requer vários recursos e uma disponibilidade muito grande de estar, brincar com elas (ISSE, 2013).

Em crianças, os transtornos de ansiedade são comuns, sendo o transtorno de ansiedade de separação, transtorno de ansiedade generalizada, fobias específicas e fobia social os mais frequentes. A prevalência desses transtornos varia, mas a ansiedade é um dos problemas psiquiátricos mais comuns tanto em crianças quanto em adultos. Fatores genéticos e ambientais contribuem para o desenvolvimento desses transtornos, e o curso costuma ser crônico, se não tratado. O tratamento dos transtornos de ansiedade em crianças é abordado de maneira multimodal e inclui orientação aos pais e à criança, terapia cognitivo-comportamental, psicoterapia dinâmica, uso de medicamentos psicotrópicos e intervenções familiares. A avaliação do início dos sintomas, fatores desencadeantes, como eventos de vida significativos, o temperamento da criança, o tipo de apego e o estilo de cuidados parentais são fundamentais na avaliação e no planejamento terapêutico (CASTILLO et al, 2000).

A Gestalt-terapia (GT) é uma abordagem que se baseia em princípios holísticos, organísmicos e existenciais. Essa abordagem considera o campo organismo/ambiente como uma unidade inseparável para entender comportamentos, personalidades e distúrbios psicológicos. Ao trabalhar com crianças, a GT enfatiza a importância de considerar o contexto completo da criança, incluindo sua história social, cultural, familiar e escolar, bem como suas relações e experiências subjetivas. Os princípios gestálticos destacam que se está constantemente inserido em um campo e envolvidos em relações de intersubjetividade. Busca satisfazer as necessidades, solucionar problemas, alcançar objetivos e realizar desejos, com o objetivo primordial de autorrealização existencial. Cada vez que se enfrenta frustrações ou bloqueios na busca por crescimento e independência, é possível experimentar insatisfação, e uma “gestalt” (um todo ou figura) fica aberta, criando as bases para o desenvolvimento de distúrbios psicológicos (ANTHONY, 2009).

O autor complementa que o campo experiencial está em constante mudança, seguindo uma dinâmica figura-fundo, onde o que é mais relevante no momento emerge como a figura-necessidade, enquanto o restante do contexto se torna o fundo. Quando uma criança está consciente de suas necessidades mais importantes em um dado contexto, seu processo de autorregulação funciona de forma saudável. Ela se orienta em direção aos objetos e relações que podem restaurar a harmonia entre suas experiências internas e externas. No entanto, se a criança não tem clareza sobre suas necessidades e emoções, seu comportamento pode ser infrutífero, improdutivo e até destrutivo. A Gestalt-terapia enfoca a relação entre a criança e seu ambiente, reconhecendo que ambos exercem influência mútua. Essa abordagem não separa os fenômenos internos dos eventos externos. Quando uma criança apresenta medo ou fobia, não é apenas um problema individual; isso também reflete dinâmicas familiares disfuncionais que, por sua vez, estão enraizadas em questões sociais mais amplas. Portanto, a criança emocionalmente perturbada reflete uma família com dificuldades em suas relações, e uma família disfuncional é um produto de uma sociedade que influencia valores, crenças, comportamentos e interações. Assim, a abordagem da Gestalt-terapia na infância considera o todo, enfatiza a consciência das necessidades e emoções, e reconhece que problemas individuais têm raízes mais profundas nas relações familiares e na sociedade em geral. O tratamento, portanto, busca restaurar a harmonia entre o organismo da criança e seu ambiente, promovendo o crescimento saudável e a autorrealização (ANTHONY, 2009).

Há uma associação entre a separação dos pais e problemas clínicos nas crianças, com foco em sintomas de comportamento. A manifestação desses sintomas pode ocorrer de diversas maneiras e se enquadra em duas categorias principais: externalizantes e internalizantes. Os sintomas externalizantes estão relacionados a comportamentos agressivos, condutas opositoras ou desafiantes, comportamentos antissociais, como mentir e roubar, e comportamentos de risco, como o uso de substâncias psicoativas. Esses sintomas podem surgir em crianças que enfrentam dificuldades devido à separação de seus pais. Por outro lado, os sintomas internalizantes são mais difíceis de identificar e podem incluir depressão, isolamento social, ansiedade e fobia social. Os autores destacam que muitas vezes esses sintomas não são percebidos pelas pessoas que convivem com a criança, tornando essencial a capacitação de profissionais para identificar e lidar com eles. O estudo também observou que alguns sintomas estavam relacionados ao Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), um motivo comum para a busca de atendimento em saúde mental na infância. Outro sintoma predominante foi o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), que se caracteriza pela exposição a eventos traumáticos repetidos e inclui sintomas intrusivos, evitação e alterações na cognição e no humor. Os resultados destacaram a necessidade de identificação precoce desses sintomas em crianças e cuidadores que buscam tratamento psicológico. A pesquisa também ressaltou a importância de estudos adicionais para entender melhor a correlação entre os sintomas apresentados por crianças e seus cuidadores. Embora o estudo tenha uma amostra limitada e não tenha controlado outras variáveis associadas à psicopatologia infantil, ele contribui para a discussão e reflexão sobre o tema, incentivando pesquisas futuras na área (DE LUCA et al, 2018).

A psicoterapia infantil desempenha um papel crucial no desenvolvimento das crianças, uma vez que os conflitos e tensões inerentes a essa fase da vida podem se manifestar em sintomas físicos e psicológicos. Muitas dessas tensões podem se resolver naturalmente à medida que a criança amadurece, mas em alguns casos persistem e podem prejudicar o crescimento saudável. Nesses casos, a intervenção de profissionais especializados em psicoterapia se torna essencial para ajudar a criança a superar esses obstáculos. É importante entender que transtornos e psicopatologias que afetam a vida adulta frequentemente têm suas raízes na infância. Portanto, a avaliação e o tratamento psicológico de crianças têm um caráter preventivo em termos de saúde mental. A avaliação deve levar em consideração o desenvolvimento futuro da criança e usar os dados coletados para beneficiar o paciente, promovendo a compreensão de suas necessidades e a indicação adequada de tratamento. A eficácia da psicoterapia infantil não deve ser avaliada apenas com base na presença ou ausência de sintomas. O contexto do paciente, incluindo sua fase de desenvolvimento, relacionamentos familiares e desempenho escolar, deve ser considerado ao analisar os resultados da intervenção terapêutica. A terapia pode influenciar a qualidade das relações afetivas da criança, ajudando no controle da ansiedade e no desenvolvimento de suas capacidades egóicas (DIAN, 2007).

A autora ainda complementa, discorrendo que no estudo apresentado por ela, três casos clínicos foram discutidos para demonstrar o impacto da psicoterapia nas crianças que receberam tratamento. As histórias de vida dessas crianças eram marcadas por dificuldades familiares, perdas, separações e ameaças de abandono, e apresentavam sintomas de depressão. A avaliação por meio de testes psicológicos permitiu medir o progresso do tratamento e discutir a eficácia da psicoterapia psicanalítica nas crianças. Os resultados demonstraram melhorias na qualidade das relações afetivas das crianças, bem como no controle da ansiedade. No entanto, também se observou que, devido à dependência das crianças de seus cuidadores e às influências do ambiente, eventos significativos ainda podem causar regressões, apesar da intervenção terapêutica. A combinação de abordagem clínica e pesquisa é essencial para compreender o impacto da psicoterapia infantil e fornecer respostas objetivas à percepção clínica. Os resultados dos testes psicológicos oferecem indicadores objetivos do progresso da criança e são valiosos para guiar o tratamento e a pesquisa no campo da psicologia clínica infantil (DIAN, 2007).

O artigo de Soares et al (2011) se propôs a analisar as produções científicas nacionais relacionadas à qualidade de vida no contexto da saúde de crianças e adolescentes. Para atingir esse objetivo, foram consultadas as bases de dados SciELO e Bireme, resultando na seleção de 30 artigos publicados entre 1990 e 2008. A análise revelou alguns padrões interessantes no que diz respeito à abordagem e ao enfoque dos estudos. A predominância dos artigos analisados adotou uma abordagem quantitativa, representando 70% das pesquisas, enquanto a abordagem qualitativa foi menos frequente. Além disso, um alto percentual dos estudos (66,7%) utilizou instrumentos de avaliação de qualidade de vida relacionados à saúde, e 28,6% empregaram instrumentos genéricos para esse fim. O conceito de qualidade de vida foi abordado sob duas vertentes nos artigos: como um tema de pesquisa científica em si e como um resultado desejado das práticas assistenciais e políticas públicas voltadas para crianças e adolescentes. Esse conceito foi analisado a partir de uma perspectiva multidimensional, considerando, no mínimo, as dimensões física, psicológica e social, e de uma perspectiva subjetiva, na qual se pressupõe que a própria pessoa (no caso, crianças e adolescentes) deve avaliar sua própria qualidade de vida. Uma tendência observada foi o movimento de valorização da perspectiva da criança e do adolescente como protagonistas de suas próprias experiências de vida. Isso sugere uma maior preocupação em ouvir as vozes das crianças e adolescentes, permitindo que eles expressem sua própria avaliação de qualidade de vida. O estudo conclui ressaltando a necessidade de desenvolver e utilizar instrumentos de avaliação de qualidade de vida que sejam sensíveis às perspectivas das crianças e adolescentes e adequados ao seu estágio de desenvolvimento. Além disso, enfatiza que a avaliação da qualidade de vida deve ser incorporada à avaliação clínica, uma vez que as doenças crônicas afetam diversas dimensões da vida desses jovens. Essa abordagem multidimensional e inclusiva pode contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas e práticas assistenciais mais eficazes no que se refere à promoção da qualidade de vida de crianças e adolescentes.

Estudos prospectivos envolvendo crianças e retrospectivo em população adulta sugerem a possibilidade do quadro clínico dos Transtornos de Ansiedade Social (TAS)– uma vez presente na infância, persistirem por muitos anos e associarem-se a psicopatologias comorbidas. Uma pesquisa revelou que 59,5 dos sujeitos em tratamento para transtorno de pânico apresentavam histórias de ansiedade infantil com considerável prevalência de Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG). Os autores concluíram que, apesar da alta prevalência e da substantiva morbidade associada, os transtornos de ansiedade infanto-juvenil ainda se encontram subdiagnosticados. No Brasil ainda existem poucos estudos sobre o tema ansiedade em criança e adolescente (VIANA, Campos & Fernandes, 2009).

O objetivo do estudo feito por DeakinI & Nunes (2008) foi realizar uma revisão bibliográfica sobre as pesquisas mais recentes em psicoterapia com crianças, com ênfase na psicoterapia psicanalítica infantil. Os resultados demonstraram que, apesar dos avanços alcançados, ainda existe uma escassez de pesquisas na área, principalmente no que diz respeito às pesquisas que comprovem a efetividade das psicoterapias de orientação psicanalítica com crianças. Conclui-se que existe uma necessidade de desenvolver estudos com metodologias mais sofisticadas para avaliar os resultados de psicoterapia com crianças.

Silva & Alarcon (2017) fizeram um estudo com o objetivo de identificar as contribuições da terapia cognitiva no tratamento psicológico de crianças com idade entre 06 e 12 anos. Os resultados apresentados demonstraram que em 100% das pesquisas analisadas o resultado das intervenções baseadas na terapia cognitivo comportamental foi satisfatório, demonstrando que esta abordagem apresenta evidências da sua efetividade no tratamento de crianças e adolescentes, dados que vão ao encontro dos achados da literatura. Os estudos demostraram que a intervenção em grupo é uma estratégia eficiente de intervenção, as pesquisas compararam grupos de intervenção com abordagem na terapia cognitiva com grupos de espera ou tratamento convencional e evidenciaram que as intervenções cognitivas possibilitaram melhora significativa dos sintomas.

De acordo com os estudos de kleinsschmitt et al (2022), que teve o objetivo de descrever as estratégias utilizadas em cinco atendimentos de psicoterapia breve focal, com base na terapia cognitiva comportamental, mostrou que nos casos estudados, os sintomas de ansiedade social se manifestam no ambiente terapêutico dificultando a interação com o paciente e o avanço da psicoterapia.

No estudo feito por Luzia (2022), que teve o objetivo de compreender momentos desafiadores para as crianças em que elas possam gerar um transtorno de ansiedade em determinada situação, teve como resultados a identificação de que o primeiro passo é conhecer com mais profundidade o problema da violência, e para isso, é importante o diálogo sobre o assunto com colegas de trabalho, buscando informações em diversas publicações disponíveis. A experiência clínica junto com a leitura de textos sobre o tema oferece diversas pistas para identificação de maus-tratos. Assim, concluiu-se que a terapia infantil é uma ferramenta imprescindível na hora de compreender o que se passa com a criança em um momento conturbado. Cuidar da saúde mental das crianças é essencial.

Por fim, no estudo feito por Dreyer & Kohn (2017), teve o objetivo de especificar quais os principais causadores da ansiedade infantil e como a psicologia da saúde pode auxiliar no processo terapêutico destas crianças, obteve como resultados que, mesmo em diferentes níveis e formas, estes pais acabam sofrendo pela convivência com a criança ansiosa, principalmente em decorrência da dependência que a ansiedade pode gerar e da imensa preocupação que a criança pode apresentar. Assim, concluiu-se que é necessário um acompanhamento mais atento dos pais para com essas crianças. Podendo também ser necessário o acompanhamento de um profissional de saúde, psicólogo para que possam ser realizadas estratégias minimizando os prejuízos sofridos e evitado maiores complicações futuras em decorrência da ansiedade.

5 DISCUSSÕES

Foram excluídas revisões de literatura, estudos incompletos, escritos em outras línguas e que não abordassem especificamente a temática buscada. As referências utilizadas são caracterizadas como 70% de pesquisa quantitativa, com 70% utilizando questionário. E 30% de pesquisa qualitativa, sendo que 30% utilizaram os dois tipos de pesquisa. 70% são da região Sul e 30% de outras regiões.

Com isso, entendeu-se que Oliveira et al (2015) enxerga a ansiedade, nos dias de hoje, como um estado que desencadeia manifestações psicológicas subjetivas, englobando sentimentos de medo, terror, fobias, preocupações excessivas, ruminações obsessivas, experiências irreais ou despersonalização, entre outros. Cartillo et al (2000) concorda que tais manifestações costumam estar associadas a sintomas físicos e somáticos, como palpitações, tremores, hiperventilação, sudorese, hipotonia muscular e outros.

Na opinião de Brown et al (2017), estimativas de prevalência da ansiedade ao longo da vida variam de 6% a 12%, e o início típico ocorre na infância e adolescência, ou seja, antes dos 18 anos. Portanto, Santana e Santos (2014) informam que esses estados mencionados podem surgir já em crianças.

Nos últimos anos, Oliveira et al (2015) discorrem que inúmeros estudos se dedicaram a identificar e compreender melhor as características dos sintomas relacionados à ansiedade na população pediátrica. Nesse contexto, Reekie et al (2015) observam que a expressão de sintomas de ansiedade varia de acordo com as fases do desenvolvimento infantil, o que às vezes dificulta a identificação da condição.

De Lucca et al (0281) acreditam ser crucial distinguir entre comportamentos esperados e clínicos, uma vez que muitos comportamentos podem estar relacionados ao desenvolvimento típico da criança, bem como a fatores genéticos e ambientais. É fundamental também identificar fatores de risco e proteção para determinar o risco de desenvolvimento de transtornos mentais. Isse (2013) concorda que a avaliação de transtornos mentais em crianças deve considerar esses fatores para garantir um diagnóstico preciso e encaminhamento ou tratamento apropriados para cada criança.

A revisão de literatura aborda diversas questões relacionadas à ansiedade e ao seu impacto na saúde mental de crianças e adolescentes, como a de Liu, He e Zhang (2021) e Mohammadi et al (2020). Tais autores destacam a prevalência desse transtorno nesse grupo etário, com uma amostra representativa demonstrando que 4,6% das crianças entre 9 e 10 anos sofrem de transtorno de ansiedade.

Dian (2007) também examina as influências do ambiente, especialmente a importância das relações de amizade na manifestação de problemas de ansiedade. Bryois et al (2020) acreditam existir uma correlação gene-ambiente, sugerindo que crianças com uma predisposição genética à ansiedade têm maior probabilidade de ter amigos ansiosos. Além disso, crianças com amigos ansiosos apresentaram níveis mais altos de sintomas de ansiedade.

Outro estudo mencionado, como o de Lindberg et al (2020) relaciona a ansiedade com a obesidade, destacando que a obesidade, independentemente de outros fatores de risco, está associada ao risco de ansiedade e depressão em crianças e adolescentes. Mohammadi et al (2020) acreditam que fatores ambientais, fisiológicos e genéticos compartilhados são apontados como possíveis causas dessa ligação.

Poirier et al (2016) também discute a identificação de genes associados ao transtorno de ansiedade, com ênfase nos neurônios serotonérgicos. Santana e Santos (2014) concordam, informando que essa descoberta pode fornecer informações úteis sobre a base genética e celular da ansiedade, permitindo o desenvolvimento de tratamentos mais direcionados.

Teodoro, Reis e Barbeiro (2022) destacam a importância da psicoterapia infantil no tratamento de transtornos de ansiedade em crianças. Varella (2007) concorda, enfatizando que a avaliação e o tratamento psicológico têm um caráter preventivo em termos de saúde mental, uma vez que muitos dos transtornos na vida adulta têm origem na infância.

Para Anthony (2009), A Gestalt-terapia é apresentada como uma abordagem eficaz na compreensão dos problemas emocionais de crianças, enfatizando a importância de considerar o contexto completo do paciente e De Luca et al (2018) analisam o impacto da separação dos pais nas crianças, evidenciando sintomas de comportamento e as complexas relações entre eventos familiares e psicopatologia infantil. O estudo reforça a necessidade de identificação precoce e intervenção terapêutica.

Por fim, Dian (2007) e Reekie et al (2015) destacam casos clínicos que ilustram o impacto da psicoterapia infantil na melhoria das relações afetivas das crianças e no controle da ansiedade.

Assim, Teodoro, Reis e Barbeiro (2022) ressaltam a importância de abordagens holísticas, genéticas, ambientais e psicológicas para entender e tratar os transtornos de ansiedade em crianças e adolescentes. Além disso, também enfatizam a importância de considerar a experiência emocional dos terapeutas no contexto da psicoterapia com crianças, destacando a necessidade de supervisão e apoio emocional para profissionais que trabalham com essa população.

Portanto, o tratamento dos transtornos de ansiedade na infância envolve uma abordagem integrada que considera diversos aspectos do desenvolvimento da criança e as necessidades de intervenção terapêutica específicas

Os estudos revisados, como os de Cartillo et al (2000) abordam diversas questões relacionadas aos transtornos de ansiedade em crianças e adolescentes, evidenciando a persistência desses transtornos ao longo do tempo e suas associações com outras psicopatologias. Foi destacado que, uma vez presentes na infância, os transtornos de ansiedade têm a capacidade de persistir por muitos anos, muitas vezes associando-se a comorbidades psiquiátricas. E o estudo de De Luca et al (2018) revela uma alta prevalência de histórias de ansiedade infantil em adultos em tratamento para transtorno de pânico, enfatizando que os transtornos de ansiedade na infância ainda estão subdiagnosticados.

A pesquisa de Dian (2007) também abordou a eficácia da psicoterapia, incluindo a psicoterapia psicanalítica infantil e a terapia cognitivo-comportamental, no tratamento de transtornos de ansiedade em crianças. Embora tenha sido observada uma falta de pesquisas que comprovem a efetividade das terapias de orientação psicanalítica, a terapia cognitivo-comportamental demonstrou resultados satisfatórios em 100% dos casos analisados. Além disso, a intervenção em grupo baseada na terapia cognitiva comportamental mostrou ser eficaz no tratamento de sintomas de ansiedade.

Houve também ênfase nos desafios enfrentados por terapeutas ao tratar crianças com transtornos de ansiedade, evidenciado nos estudos de Isse (2013), Anthony (2009) e Soares et al (2007), especialmente quando os sintomas se manifestam no ambiente terapêutico, afetando a interação e o progresso da psicoterapia. Outros estudos investigaram as causas da ansiedade infantil, destacando a influência dos pais e da convivência com crianças ansiosas.

Desta forma, os resultados enfatizaram a necessidade de um acompanhamento mais atento dos pais e até mesmo a intervenção de profissionais de saúde, como psicólogos, para auxiliar na minimização dos prejuízos e na prevenção de complicações futuras decorrentes da ansiedade

6 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste estudo foi avaliar a melhor terapêutica para o tratamento psicoterapêutico infantil. O objetivo foi alcançado, pois entendeu-se que o processo envolve uma análise profunda das necessidades e características individuais da criança, incluindo considerações sobre seu ambiente familiar, social e emocional. Por meio da avaliação, os profissionais de saúde mental podem determinar as abordagens terapêuticas mais adequadas, levando em conta a idade da criança, sua capacidade de compreensão, as questões emocionais subjacentes e quaisquer desafios comportamentais ou traumas vivenciados. A terapia infantil pode envolver uma variedade de métodos, como terapia cognitivo-comportamental, terapia de jogo, terapia familiar ou outras abordagens adaptadas às necessidades específicas da criança. A escolha da melhor terapia para cada criança geralmente depende da natureza e gravidade de suas dificuldades emocionais, bem como da interação positiva entre a abordagem terapêutica e a personalidade da criança.

Assim, conclui-se que esses estudos ressaltam a importância de reconhecer, diagnosticar e tratar precocemente os transtornos de ansiedade em crianças e adolescentes, destacando a eficácia de diferentes abordagens terapêuticas. Além disso, enfatizam o papel dos pais e dos profissionais de saúde na promoção da saúde mental infantil e no enfrentamento dos desafios relacionados à ansiedade nessa faixa etária.

Com isso, entende-se que este estudo teve uma grande relevância, pois integrou dados que estavam dispersos e diferentes revistas nas bibliografias apontadas, alcançando o objetivo da pesquisa.

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¹Discente do Curso Superior de Psicologia da Faculdade dos Carajás LTDA Campos Marabá/PA.
E-mail: cesma_lucinha@hotmail.com
E-mail: tatileda2@hotmail.com

²Docente do Curso Superior de Psicologia da Faculdade dos Carajás LTDA Marabá/PA. Mestre em Psicologia Social UFPA 2013.
E-mail: arruda.belem@gmail.com