PSICOPATIA E DESENVOLVIMENTO INFANTIL: TRAÇOS E INTERVENÇÕES POSSÍVEIS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7596315


Daniel Dias Machado


1. Introdução

O termo psicopatia mesmo para uma sociedade em que a palavra é usada de forma recorrente, ainda gera desconforto em muitos indivíduos, principalmente quando se entrelaça a uma figura em fase infanto. A psicologia tem como proposta contribuir na construção de um perfil com relação a psique de um indivíduo, analisando os comportamentos, reações e investigando minuciosamente os modos operantes da qual a mente desse indivíduo funciona em situações diversas. O termo psicopatia que pode ser significado como doença da mente ou doença mental quando identificado em uma criança gera aversão e controversas.

Desse modo se faz necessário o diálogo com relação a constatação de que a persona, mesmo em fase de desenvolvimento devido ao período de criança, pode sim, apresentar as trações pontuais de ser o portador de uma psicopatia. Esse artigo tem como proposta discutir sobre o desenvolvimento infantil e a possível identificação dos traços psicopáticos que uma criança pode apresentar, assim como quais seriam as possíveis interversões que os responsáveis e profissionais da área tem ao alcance.

Além dessa proposta nos disponibilizamos a refletir sobre os motivos que acabam por dificultar um diagnóstico preciso, tendo em vista a fase de desenvolvimento assim como a não aceitação dos pais de que sua prole pode ser uma individuo portador de um déficit significativo que o isola em uma determinada categoria da qual os pais não podem intervir, nos propomos a refletir também sobre a aversão da sociedade em conduzir estudo direcionados e psicopatia infantil.

2. A persona psicopata e suas trações

A patologia em muitas áreas tem seu modo de atingir e se fazer perceber nos indevidos, um resfriado tem suas características físicas comuns e de fácil identificação, inflamação na garganta, dores musculares, corrimento nasal, dentre outros. Contudo a psicopatia tem características não tão explicitas, uma vez que a doença se faz presente em um campo mental e não palpável. Seja uma questão comportamental ou circunstancial, a doença mental está fora do campo de visão dos indivíduos, ela se revela de formas sutil e ocasional, até ser perceptiva devido a sua constância.

O DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais que é um material que tem a finalidade de classificar os transtornos mental para melhor o processo de diagnóstico, descreve de forma pontual o que podemos chamar de psicopatia:

Um transtorno mental é uma síndrome caracterizada por perturbação clinicamente significativa na cognição, na regulação emocional ou no comportamento de um indivíduo que reflete uma disfunção nos processos psicológicos, biológicos ou de desenvolvimento subjacentes ao funcionamento mental. (2014; p.20)

Essa perspectiva do que seria a definição de psicopatia nos ajuda a ficar alerta sobre padrões de comportamentos, infelizmente a definição não é definitiva, visto que a ciência está em processo de aperfeiçoamento constante e a muito a ser descoberto sobre as psicopatias e seus diagnósticos. Contudo voltando ao tema principal, o déficit na regulação emocional e nas funções cognitivas ficam difíceis de determinar como sendo uma psicopatia quando o indivíduo é criança.

Tendo em vista que a criança tem um processo de aprendizado e aperfeiçoamento particular, que denota tempo e se faz necessário uma investigação no amago da convivência familiar e social dessa criança. A primeira infância que é de 0 a 6 anos de idade de uma criança, é a fase mais delicada para a criança, uma vez que o seu desenvolvimento primário é imprescindível para seu desenvolvimento como ser humano, uma acidente, trauma, negligência podem afetar esse indivíduo de modo irreversível, ocasionando numa possível semente das possíveis psicopatias que podem se desenvolver ou não.

3. Traços de patias em crianças como identificar

As psicopatias como vimos anteriormente tem características de comportamentais e cognitivas diferenciadas ou inexistentes, contudo como diagnóstica uma criança como sendo portadora dessa deficiência. No Brasil o diagnóstico das psicopatias só pode ser feito com uma relevante autonomia quando o paciente estiver com 18 anos, contudo os psicopatas e portadores de psicopatias, na fase infanto já expõe de forma explícita suas inclinações pouco comuns ou esperadas.

Todavia é difícil constar pontualmente que essa criança é um psicopata ou uma vítima de outra psicopatia. A criança normalmente é ensinada/ orientada pelos país a se portar com relação aos desafios que o mundo exterior apresentam para ela. Pais que se demonstram atentos as respostas que essa criança dão sobre as situações do cotidiano, podem constatar com facilidade essa diferença. A frase criança nunca mente até o encerramento da fase da primeira infância é verdadeira, porém após os 6 anos a criança desenvolve já uma noção crítica sobre o certo é errado.

Entretanto esse movimento de reconhecimento do certo e errado, não pode ser considerado com sendo um atestado de não psicopatia, se faz necessidade após a fase de análise da estrutura adquirida na primeira infância, também promover a investigação da próxima fase que essa criança irá enfrentar, no desenvolvimento emoções, suas memórias afetivas, o contato cotidiano com ambientes sociais diversos e de que forma eles vão ter que lhe dar com todas essas novas informações. Os adultos psicopatas, declaram que suas experiências com relação a possíveis práticas psicopatas, foram na infância com maltrato de animais.

O relato dessa prática que muitos adultos hoje psicopatas diagnosticados de que suas primeiras vítimas foram animais desperta um alerta efetivo. A criança pode maltratar um animal e não ser psicopata porém todos os psicopatas quando criança maltrataram animais quando crianças. Essa hipótese compromete de fato o diagnóstico, a criança tem um desenvolvimento gradual e o resultado desse desenvolvimento vai refletir na vida desse indivíduo por muito tempo. O stigma do processo de crescer e aprender a sobreviver na sociedade.

A criança que é vítima de uma psicopatia moderada ou leve, que muitas vezes pode ter sido imposta a ela devido a um trauma, negligência no processo de criação, situações que são em sua grande maioria elementos externos, podem deixar marcas e sementes da psicopatias ocasional, podem ser reversível ou até mesmo amenizados, através de tratamento medicamentosos, acompanhamento com um profissional da psicologia. São as medidas paleativas para os indivíduos que podem ser de grande ajuda para esse indivíduo.

O mesmo não pode ser dito da criança portadora de uma psicopatia grave, visto que essa psicopatia muitas vezes são provocadas por um fator interno, má formação cerebral, falta de ar nos primeiros momentos de vida (hipóxia), que danidicam o tecido cerebral. Dessa forma o déficit é mais pontual e pouco remediavel. O acompanhamento psicológico e medicamentoso, podem ser uma opção com o intuito de amenizar as pulsões desse indivíduo.

Identificar os traços da psicopatia nesse indivíduo em uma fase tão volúvel é muito delicado, pois a criança está muito sensível ao seu ambiente e a sua estrutura família, diagnósticar num primeiro momento essa criança, pode ser um erro grave, podem acarretar num trauma por negligência médica. Além de os país não querem admitir que seus filhos poder ser portadores de psicopatias o que os diferente dos demais de seu meio social.

Conclusão

Conforme nossa reflexão sobre esse tema , podemos observar que o diagnóstico de psicopatias em crianças é um desafio por várias problemáticas, uma pela legislação que impede o profissional de diagnóstico ao paciente antes dos 18 anos, um outro desafio é ser investigado quando ao desenvolvimento gradual dessa criança no seu cotidiano. Crianças são moldáveis e sensíveis ao menos sinal de que algo está fora do seu eixo natural, essa mudanças geram traumas psicológico e físico que por sua vez provocam o stigma da psicopatia.

Essas mudanças exteriores podem afetar o interior dessas crianças, contudo tem a questão que está fora do processo de investigação, que são as complicações internas que comprometeram o bom desenvolvimento desse indivíduo que por uma questão fisiologica (hipóxia) acabam por adquirir a psicopatia de modo congênito. Essa congenitura se desenvolve de forma grave e irreversível.

A psicopatia leve, média e grave são as que comprometem a aquisição de um diagnóstico, seja ele qual for, pois só é possível analisar os efeitos que essa psicopatia tem na vida desse indivíduo quando seus cérebro e corpo estiverem formados, o ser humano é um ser em desenvolvimento constante e mesmo que para o processo de tratamento seja necessário categorizar o paciente em um dos possível métodos e dinâmicas que melhor resultem numa cura total ou amenizadora dos sintomas, é sempre um desafio.

Tendo em vista que uma metodologia de tratamento pode fazer efeito em um paciente e no outro os resultados serem totalmente opostos. Como diagnóstica uma criança quando essa estána fase primária de todo o processo de descobrimento, a descoberta da dor, fã felicidade, da maldade, do certo e do errado. As descobertas mil podem sim ser interpretadas de forma várias, o que pode afastar ou aproximar a possibilidade da constatação de que a psicopatia faz parte da vida desse pequeno indivíduo.

Referências Bibliográficas

American Psychiatric Association. (2014). DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Artmed Editora.