PROTOCOLOS DE TRATAMENTO PARA EPILEPSIA NA INFÂNCIA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10183363


Lucas Barros Fonseca1; Marcel Gomes Epaminondas da Silva2; Igor Henrique Pinheiro Pereira3; Arianan Maracaipe Rego4; Túlio Nunes Xavier5; Lucas Salvadego Moia6; Ana Clara Nóbrega Costa7; Thaynã Barbosa Lima8;Felipe Costa Marques Ninomiya9; Brunna Renata de Abreu Sá10; Edilane Henrique Leôncio11; Adriana Carvalho Araújo12; Alana Ilmara Pereira da Costa13; Nadja Karoline Alves Melo14; Jorgeana Tereza Martins de Oliveira Resende15; Rafael de Araújo Sampaio16


RESUMO

Introdução: No contexto dos protocolos de tratamento para epilepsia infantil, a medicação antiepiléptica desempenha um papel fundamental. A seleção criteriosa do medicamento adequado, considerando a eficácia no controle das crises e os potenciais efeitos colaterais, é essencial. Além disso, a aderência ao tratamento torna-se uma peça-chave no manejo da epilepsia na infância, demandando o engajamento ativo dos pais ou responsáveis no acompanhamento da terapia medicamentosa prescrita. Objetivo: Investigar a eficácia e a segurança dos protocolos de tratamento para epilepsia na infância, com foco na otimização da qualidade de vida e no controle das crises convulsivas. Metodologia: Foi realizada uma revisão integrativa, construída mediante um levantamento de dados nas bases científicas: LILACS e PUBMED. Resultados e Discussões: Constatou-se nesta pesquisa que diversos protocolos têm sido desenvolvidos ao longo dos anos, cada um com abordagens específicas, incluindo o uso de medicamentos antiepilépticos, cirurgia e terapias alternativas. Entre os protocolos mais utilizados, os medicamentos antiepilépticos são frequentemente a primeira linha de tratamento. Fármacos como carbamazepina, valproato e lamotrigina têm se mostrado eficazes em muitos casos, mas a resposta pode variar de paciente para paciente. Conclusão: A pesquisa sobre a eficácia e segurança desses protocolos destaca a necessidade de uma abordagem multidisciplinar e personalizada, reconhecendo a singularidade de cada criança e a variabilidade das manifestações da epilepsia. A utilização de medicamentos antiepilépticos, embora seja comum como primeira linha de tratamento, deve ser cuidadosamente monitorada para minimizar efeitos colaterais e otimizar a resposta terapêutica.

Palavras-Chaves: Epilepsia; Tratamento; Protocolos.

INTRODUÇÃO

A epilepsia na infância é uma condição neurológica complexa que demanda cuidados específicos e protocolos de tratamento bem delineados. Essa condição, caracterizada por convulsões recorrentes, pode afetar significativamente o desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças, tornando crucial a implementação de intervenções eficazes desde os primeiros sinais. Diante da diversidade de causas e manifestações da epilepsia infantil, a abordagem terapêutica necessita ser individualizada, considerando fatores como a idade da criança, o tipo de epilepsia, comorbidades e resposta aos tratamentos anteriores (Al-Najjar et al., 2023).

No contexto dos protocolos de tratamento para epilepsia infantil, a medicação antiepiléptica desempenha um papel fundamental. A seleção criteriosa do medicamento adequado, considerando a eficácia no controle das crises e os potenciais efeitos colaterais, é essencial. Além disso, a aderência ao tratamento torna-se uma peça-chave no manejo da epilepsia na infância, demandando o engajamento ativo dos pais ou responsáveis no acompanhamento da terapia medicamentosa prescrita (Ribeiro et al., 2023).

Além dos medicamentos, terapias não farmacológicas têm se destacado como complemento importante nos protocolos de tratamento. A terapia cognitivo-comportamental, por exemplo, pode ser valiosa para crianças com epilepsia, ajudando-as a lidar com o estigma, ansiedade e desafios emocionais associados à condição. Da mesma forma, a fisioterapia e a terapia ocupacional podem contribuir para melhorar a qualidade de vida, promovendo a independência e a funcionalidade das crianças afetadas (Leite et al., 2023)

Outro aspecto crucial na gestão da epilepsia infantil é o monitoramento regular da condição. Exames de imagem, como a ressonância magnética, eletroencefalograma (EEG) e outros testes laboratoriais são ferramentas importantes para avaliar a evolução da doença e ajustar o tratamento conforme necessário. A colaboração estreita entre uma equipe multidisciplinar, composta por neurologistas pediátricos, enfermeiros especializados e profissionais de saúde mental, é essencial para garantir uma abordagem abrangente e integrada (Leite et al., 2023).

Em síntese, os protocolos de tratamento para epilepsia na infância demandam uma abordagem holística, considerando tanto os aspectos medicamentosos quanto os não farmacológicos. A individualização do tratamento, aliada ao monitoramento constante e à colaboração entre profissionais de saúde, representa a chave para proporcionar uma qualidade de vida ótima para as crianças que enfrentam essa condição desafiadora (Al-Najjar et al., 2023).

OBJETIVO

Investigar a eficácia e a segurança dos protocolos de tratamento para epilepsia na infância, com foco na otimização da qualidade de vida e no controle das crises convulsivas.

METODOLOGIA

Para conduzir este estudo, foi realizada uma revisão integrativa da literatura, que envolveu a busca de artigos e estudos publicados sobre o tema em questão em bases científicas e acadêmicas. A pergunta orientadora para embasar os resultados foi reformulada da seguinte maneira: Qual a eficácia e a segurança dos protocolos de tratamento para epilepsia na infância, com foco na otimização da qualidade de vida e no controle das crises convulsivas?

O levantamento  de    dados  foi   realizado     nas   bases   científicas    Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), utilizando os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): (Epilepsia) AND (Tratamento ) AND (Protocolos) Na base de dados   National Library        of     Medicine     (PUBMED),   as     combinações   utilizadas    foram: (Epilepsia) AND (tratamiento ) AND (protocols).

Os critérios de inclusão adotados foram: artigos originais, com texto completo, publicados em português, inglês e espanhol, indexados nas bases de dados consultadas e que abordassem o tema em questão. Por outro lado, foram excluídos artigos de revisão, teses, dissertações, reportagens, notícias e aqueles que não estavam alinhados com o objeto de estudo. Os artigos duplicados foram considerados apenas uma vez.

Através desse processo, foram identificados 725 estudos na literatura, aplicando os filtros dos últimos 5 anos. Após a análise dos títulos e resumos, foram selecionados 48 trabalhos, e após a leitura na íntegra, 4 deles foram escolhidos para compor os resultados da amostra final.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os estudos selecionados foram organizados no quadro 1, sob as principais informações referentes à amostra selecionada.

Quadro 1: Estudos selecionados para amostra.

TítuloAutor/AnoObjetivoPeriódicoIdioma
1Consenso    de especialistas brasileiros sobre o tratamento da síndrome dos espasmos infantis em lactentes.Sampaio et al.,2023Avaliar o tratamento da IESS e fornecer orientações práticas para um sistema de saúde com recursos limitados.Arquivos deNeuro-PsiquiatriaPortuguês
2Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas do uso de” Cannabis”medicinal para epilepsia de difícil controle empacientes infanto-juvenis.Leite et al., 2023Investigar    os protocolos        eficientes para o tratamento de epilepsia.Arquivos deNeuro-PsiquiatriaPortuguês
3Sleep-E: um protocolo para um ensaio clínico randomizadocomparando             umaintervenção comportamental on-line do sono com o tratamento padrão em crianças com epilepsia Rolandic.Al-Najjar et al.,2023Personalizar tratamento crianças epilepsia.um para comBMJ abertoPortuguês
4Manejo emergencial de crises epilépticas: uma declaração de consenso.García et al., 2020Investigar  o tratamento de emergência das crises epilépticas.Revista de laSociedad Espanola de Medicina deEmergenciasPortuguês

Fonte: Autores, 2023.

Constatou-se nesta pesquisa que diversos protocolos têm sido desenvolvidos ao longo dos anos, cada um com abordagens específicas, incluindo o uso de medicamentos antiepilépticos, cirurgia e terapias alternativas. Entre os protocolos mais utilizados, os medicamentos antiepilépticos são frequentemente a primeira linha de tratamento. Fármacos como carbamazepina, valproato e lamotrigina têm se mostrado eficazes em muitos casos, mas a resposta pode variar de paciente para paciente (García et al., 2020).

Além dos medicamentos, a cirurgia é outra opção explorada em casos mais graves e refratários aos tratamentos convencionais. Procedimentos como a ressecção do foco epiléptico têm sido eficazes em alguns pacientes, oferecendo uma perspectiva de controle mais duradouro das crises convulsivas. No entanto, a cirurgia traz consigo riscos associados, e a seleção criteriosa dos candidatos é essencial para maximizar os benefícios e minimizar as complicações (Sampaio et al., 2023).

A terapia não farmacológica também desempenha um papel importante nos protocolos de tratamento para a epilepsia. Técnicas como a estimulação do nervo vago (VNS) e a dieta cetogênica têm ganhado destaque. A VNS, por exemplo, envolve a implantação de um dispositivo que estimula eletricamente o nervo vago, mostrando-se promissora em casos de resistência aos medicamentos. Da mesma forma, a dieta cetogênica, que é rica em gorduras e pobre em carboidratos, tem demonstrado eficácia em alguns pacientes, embora sua aplicação prática possa ser desafiadora (Leite et al., 2023).

Contudo, é crucial destacar que a resposta aos diferentes protocolos de tratamento pode variar amplamente entre os pacientes, evidenciando a necessidade de uma abordagem personalizada. Além disso, a pesquisa contínua é fundamental para identificar novos protocolos e aprimorar os existentes, garantindo maior eficácia e segurança no manejo da epilepsia. O acompanhamento de longo prazo dos pacientes e a coleta de dados sobre a eficácia e possíveis efeitos colaterais são essenciais para a evolução constante das estratégias terapêuticas (Al-Najjar et al., 2023).

Nesse desfecho, a investigação da eficácia e segurança dos protocolos de tratamento para epilepsia é um campo dinâmico e em evolução constante. Com a diversidade de opções disponíveis, desde medicamentos convencionais até abordagens cirúrgicas e terapias não farmacológicas, a busca por estratégias mais eficazes e personalizadas é fundamental. A compreensão aprofundada desses protocolos e seu impacto na vida dos pacientes é crucial para otimizar o manejo da epilepsia, proporcionando uma melhor qualidade de vida para aqueles que convivem com essa condição neurológica (Al-Najjar et al., 2023).

CONCLUSÃO

A abordagem aos protocolos de tratamento para epilepsia na infância é um desafio complexo, mas crucial para garantir a saúde e o desenvolvimento adequado das crianças afetadas por essa condição neurológica. A pesquisa sobre a eficácia e segurança desses protocolos destaca a necessidade de uma abordagem multidisciplinar e personalizada, reconhecendo a singularidade de cada criança e a variabilidade das manifestações da epilepsia. A utilização de medicamentos antiepilépticos, embora seja comum como primeira linha de tratamento, deve ser cuidadosamente monitorada para minimizar efeitos colaterais e otimizar a resposta terapêutica.

Além disso, intervenções não farmacológicas, como a dieta cetogênica e a estimulação do nervo vago, oferecem opções promissoras, exigindo uma avaliação contínua de sua eficácia e segurança em contextos pediátricos. A cirurgia, embora mais invasiva, pode ser uma alternativa viável em casos selecionados, proporcionando benefícios duradouros. No entanto, a seleção criteriosa dos pacientes, a avaliação de riscos e a consideração dos impactos no desenvolvimento infantil são aspectos fundamentais a serem abordados. A pesquisa contínua e o desenvolvimento de novos protocolos são imperativos para enfrentar as lacunas de conhecimento existentes e aprimorar as opções terapêuticas disponíveis.

REFERÊNCIAS

AL-NAJJAR, Nadia et al. Changing Agendas on Sleep, Treatment and Learning in Epilepsy (CASTLE) Sleep-E: um protocolo para um ensaio clínico randomizado comparando uma intervenção comportamental on-line do sono com o tratamento padrão em crianças com epilepsia Rolandic. BMJ aberto , v. 3, pág. e065769, 2023.

GARCÍA, I., F A, et al., Emergency management of epileptic seizures: a consensus statement. Documento de consenso para el tratamiento del paciente con crisis epiléptica urgente. Emergencias : revista de la Sociedad Espanola de Medicina de Emergencias. 2020.

LEITE, Sílvia Raimunda Costa et al. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas do uso de” Cannabis” medicinal para epilepsia de difícil controle em pacientes infanto-juvenis. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, 2023.

RIBEIRO, João Vitor Rosa; PIANA, Andreia Regina; ESTEVES, Robeto Zonato. Formação acadêmica de professores para o suporte básico de vida: revisão de escopo. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, v. 27, n. 9, p. 5191-5208, 2023.

SAMPAIO, Letícia Pereira de Brito et al. Consenso de especialistas brasileiros sobre o tratamento da síndrome dos espasmos infantis em lactentes. Arquivos de Neuro-Psiquiatria , v. 81, p. 844-856, 2023.


1 Médico pela UFMA, São Luís, Maranhão
E-mail: fonseca03lucas@gmail.com
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0071-5378
2 Médico, UNIC, Cuiabá, Mato Grosso
E-mail: marcel.epaminondas@gmail.com
ORCID: https://orcid.org/0009-0000-0793-0524
3 Médico pela Universidade de Buenos Aires; Revalidação de Diploma pela Universidade de Brasília, Cuiabá MT.
E-mail: ihpp775@gmail.com
ORCID: https://orcid.org/0009-0007-7851-2574
4 Medicina pela Universidade Católica de Brasília, Brasília, Distrito Federal
E-mail: ari.rego2020@gmail.com
ORCID: https://orcid.org/0009-0002-8336-6296
5 Medicina pela UNIVAG, Cuiabá, Mato Grosso
E-mail: tulioxavier@hotmail.com
ORCID: https://orcid.org/0009-0002-9702-9936
6 Lucas Salvadego Moia
Medicina pela UNIC – Universidade de Cuiabá, Cuiabá – Mato Grosso
E-mail: lucassalvadegomoia1@gmail.com
ORCID: https://orcid.org/0009-0006-3050-6960
7 Médica, Universidade Ceuma, São Luís, Maranhão
E-mail: anaclaranobregacosta@hotmail.com
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4148-2379
8 Médico pela UDABOL – Universidade de Aquino Bolívia; Revalidação de Diploma pela Universidade Federal Do Mato Grosso – UFMT.
E-mail: thaynanbandeira@gmail.com
ORCID: https://orcid.org/0009-0004-2192-3952
9 Médico, UNIVAG, Cuiabá, Mato Grosso
E-mail: felipeninomiya@hotmail.com
ORCID: https://orcid.org/0009-0008-8650-7705
10 Médica, Universidade Ceuma, São Luís, Maranhão
E-mail: brunnarenata2011@gmail.com
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9879-9559
11 Bacharelado em Enfermagem, Centro Universitário Uninovafapi, Teresina, Piauí
E-mail: edilanehl@hotmail.com
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4696-963X
12 Bacharelado em Enfermagem, Centro Universitário Uninovafapi, Teresina, Piauí; Pós-graduada em Centro Cirúrgico e Material de Esterilização; Pós-graduada em UTI pediátrica e Neonatal
E-mail: vincularconsultoria5@gmail.com
ORCID: https://orcid.org/0009-0003-0758-2250
13 Bacharelado em Enfermagem pela Universidade do Estado do Pará, Belém, Pará
E-mail: alanailmara@hotmail.com
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9909-1835
14 Bacharelado em Enfermagem, Centro Universitário Uninovafapi, Teresina, Piauí
E-mail: nadjakarol@hotmail.com
ORCID: https://orcid.org/0009-0002-6548-4141
15 Bacharelado em Enfermagem, Universidade Federal de Sergipe, Campus Lagarto, Sergipe
E-mail: jorgeana.resende@ebserh.gov.br
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9435-4955
16 Bacharelado em Enfermagem, Centro Universitário de Brasília, Brasília, Distrito Federal
E-mail: rafaelsampaiodf@hotmail.com
ORCID: https://orcid.org/0009-0000-8350-149XSa