PROTOCOLOS DE TRATAMENTO DA ALOPÉCIA

REGISTRO DOI:10.69849/revistaft/th102411111743


Jennifer Taina Lima De Souza
orientadora Profª Lorena Andrade.


RESUMO

A perda de cabelo pode interferir na qualidade de vida de qualquer indivíduo, pois afeta diretamente a autoestima, embora não ofereça consequências a saúde. A Alopecia androgenética está relacionada com a perca de cabelo, uma patologia que pode ser desenvolvida com o tempo. Esta queda de cabelo pode durar por alguns meses nos casos onde a inflamação não é tão agressiva e pode durar por toda a vida fazendo o paciente variar entre remissões que são a melhora do quadro e recidivas que é a piora do quadro durante o tratamento. Neste trabalho buscamos compreender, através de uma revisão bibliográfica, os potenciais mecanismos envolvidos que causam esta doença inflamatória e seus tratamentos.

Palavras-chave: perda de cabelo, alopecia, genética.

ABSTRACT

Alopecia areata is a non-scarring autoimmune inflammatory disease that results in the loss of hair or body hair. where inflammation is active, causing this plaque to increase in size or form new foci of inflammation on the scalp. This hair loss can last for a few months in cases where the inflammation is not so aggressive and can last a lifetime, causing the patient to vary between remissions, which are an improvement in the condition, and relapses, which are a worsening of the condition during treatment. In this work we seek to understand, through a literature review, the potential mechanisms involved that cause this inflammatory disease and its treatments.

Keywords: hair loss, alopecia, genetics.

1 INTRODUÇÃO

A alopecia é uma condição em que ocorre perda de cabelo ou de pelo em qualquer parte do corpo. Porém, o tipo mais comum é a que se manifesta no couro cabeludo, a calvície. O distúrbio, que pode ser transitório ou definitivo, afeta homens e mulheres e existem diferentes causas possíveis, tipos e graus. Saiba mais sobre o que é alopecia e as formas de preveni-la.

A alopecia androgenética é a forma mais comum de perda de cabelos no gênero masculino em idades mais avançadas, podendo ser observadas em mulheres de uma maneira menos característica e de mais complexo diagnóstico (MULINAREBRENNER, SOARES, 2009). Essa patologia é dependente da suscetibilidade genética, sendo desencadeada pela ação de hormônios andrógenos. Mas apesar de não ocorrer nenhum dano na saúde física, a alopecia pode causar feridas emocionais e na autoestima do paciente (FILHO, 2011). Em nosso couro cabeludo existem de 80 a 100 mil fios de cabelo, e em questão de crescimento, chegam em média a 10mm por mês, ou seja, 1cm por mês. Sua queda é considerada normal de 80 á 100 fios por dia. Para um tratamento correto, é necessário o entendimento das fases que ocorrem no desenvolvimento do crescimento do cabelo, podendo assim, amenizar ou ao menos, retardar a queda do fio. Os folículos pilosos apresentam um ciclo de três fases: Anágena (crescimento), catágena (regressão intermediária) e a telógena (repouso).

Na fase anágena ocorre o crescimento do fio, com variação de dois a três anos. A fase catágena se dá pela interrupção do crescimento, que dura cerca de três semanas,e na fase telógena há a fase de repouso do fio, a eliminação do cabelo, podendo durar de dois a quatro meses.

A alopecia areata é uma doença autoimune que caracteriza perda súbita de cabelo em regiões do couro cabeludo, é uma alopecia comum sem cicatrizes, caracterizada por áreas irregulares de perda de cabelo sem quaisquer sinais de inflamação clínica, os efeitos antiinflamatórios do PRP são importantes no tratamento da AA devido a doença ser marcada por um infiltrado de linfócitos ao redor do bulbo capilar, que pode causar a liberação de várias citocinas inflamatórias, o PRP por ter suas propriedades antinflamatórias pode reduzir a liberação dessas citocinas, diminuindo a inflamação local no tecido.

2 METODOLOGIA

Este estudo se caracteriza como uma pesquisa exploratória bibliográfica. Os dados foram coletados através do levantamento das produções cientificas e demais materiais produzidos em território nacional e internacional.

A pesquisa bibliográfica é fundamentada na documentação e bibliografia; é uma revisão de literatura utilizada em diversos tipos de pesquisa.

Uma causa relevante para o êxito do estudo de revisão é a seleção da adequada fonte bibliográfica. Deve buscar fontes capazes de lhe fornecer4 uma quantidade de material.

Este trabalho teve como finalidade a realização de um estudo com o objetivo de compreender uma revisão sistemática da literatura cientifica sobre o tratamento de alopecia.

E esse estudo visa a alopecia androgenética, conhecida também como calvície de padrão masculino ou feminino, é uma doença comum que afeta a saúde dos cabelos. É caracterizada pela perda progressiva e permanente de cabelo, principalmente no couro cabeludo, devido a fatores genéticos e hormonais.

3 DESENVOLVIMENTO
3.1 FISIOPATOGENIA

O ciclo dos pelos, o folículo piloso passa por três estádios principais ao longo do seu desenvolvimento: proliferação (fase anágena), involução (fase catágena) e repouso (fase telógena), com regeneração em sucessivos ciclos. No couro cabeludo normal a fase anágena dura de dois a sete anos, a catágena cerca de duas semanas, e a telógena aproximadamente três meses. Avaliações seriadas por fototricograma demonstraram uma fase de atraso entre a queda e a reposição de uma nova haste. Essa fase de descanso real, quando o folículo se encontra vazio, denomina-se quenógena, e seu reconhecimento foi fundamental para a compreensão da dinâmica folicular na AAG.17,18 A atividade de crescimento dos folículos ocorre em padrão de mosaico no couro cabeludo. Cada folículo possui um mecanismo de controle individual, ditado por diversas substâncias como hormônios, citocinas, fatores de crescimento e influências do meio ambiente como deficiências nutricionais e radiação ultravioleta. Os mecanismos que controlam o ciclo do pelo estão localizados no próprio folículo e são resultado da interação de moléculas reguladoras e seus receptores. Evidências sugerem que a papila dérmica e seus fibroblastos influenciam no crescimento folicular, especialmente na proliferação e diferenciação celular da matriz do folículo piloso.

A alopecia é um distúrbio dermatológico, no qual a pessoa possui ausência ou redução do cabelo, às vezes, também dos pelos de determinadas áreas do corpo. É uma doença inflamatória crônica, afetando os folículos pilosos, afinando os fios e deixando o couro cabeludo mais exposto. Ela não é dolorosa e fatal, porém pode haver irritação da pele (vermelhidão), problemas físicos resultantes da perda de cílios e sobrancelhas. (ROSSI, et al, 2016) É uma doença autoimune que surge de uma combinação de influências genéticas e ambientais, porém a etiologia e o subsequente desenvolvimento da alopecia não são completamente compreendidos. A alopecia acomete tanto a população feminina como a masculina, foi comprovado que os mais afetados são do sexo masculino. (Contin, 2017)

3.2 RECURSO TERAPÊUTICO
3.2.1 Minoxidil

Derivado da piperidinopirimidina e utilizado como vasodilatador de uso oral. Estudos demonstraram que o uso tópico do minoxidil aumenta a vida dos ceratinócitos, através da melhora do agrupamento de cisteína e glicina no folículo piloso e, na papila dérmica. No estudo realizado, o autor observou que as concentrações mais utilizadas são de 2% e 5%, aplicadas sobre a área calva, sendo suas aplicações diárias, na ressalva de alopecia com área menor que 10cm³. Durante o tratamento, como efeito inicial, pôde ser observado a queda de cabelo, com estabilização nas primeiras 8 semanas, dando início então ao período de crescimento capilar. Em estudo realizado pelo fabricante do minoxidil, o resultado foi o seguinte: 26% dos participantes relataram crescimento de cabelos moderado a denso, após o uso da medicação durante 4 meses. Em comparação com 11% dos que participaram, relataram crescimento usando placebo. Outros estudos realizados relatam conversão de pêlo velo em pêlo terminal em aproximadamente 30% dos pacientes.

3.2.2 Finasterida

A finasterida é um inibidor da 5-alfaredutase do tipo 2, impedindo a conversão periférica da testosterona em diidrotestosterona (DHT) e, consequentemente, diminuindo a ação androgênica, que afeta a distribuição masculina de cabelos. Indica-se a dose de 1 miligrama diária para tratamento da alopecia em homens

3.2.3 Implante Capilar

O transplante ou implante capilar baseia-se na transferência de fios da própria pessoa. Os cabelos são retirados das regiões onde geneticamente não ocorre calvície (nas laterais e região posterior da cabeça) e são transferidos para as áreas rareadas. Esses fios têm informação genética para que não ocorra a queda, mesmo quando inseridos em regiões calvas da cabeça (GADELHA, 2003). As técnicas mais recentes, chamadas de mini-implante e de microimplante, consistem basicamente de enxertos no couro cabeludo de 1 a 4 fios, por meio de pequenas incisões, com auxílio de lupa cirúrgica, alcançando resultados mais naturais.

A alopecia possui alguns sinais e sintomas, como por exemplo, queda de cabelo na cabeça, pelos do corpo e barba, perda de cabelo repentina no couro cabeludo, barba, cílios, sobrancelha, ou em qualquer parte do corpo que tenha pelos, queda de cabelo em formato circular ou oval, placa esbranquiçada única.

3.3 ALOPECIA ANDROGENÉTICA FEMININA

A Alopecia androgenética (AAG) é uma doença capilar crônica Mesmo sendo considerada de carácter benigno, pode ter um impacto psicológico significativo, principalmente nas mulheres, devido à importância cultural e social dada aos cabelos femininos, no qual, é comum associar-se à beleza ideal. A perda dos cabelos pode afetar negativamente a autoestima e consequentemente a qualidade de vida dessa população, levando, por exemplo, à ansiedade e depressão. Existem opções de tratamento disponíveis, como o Minoxidil tópico e injetável, Finasterida oral, terapia com laser de baixa intensidade, terapias hormonais, nutracêuticos, PRP (plasma rico e exossomos, que são eficazes no tratamento da AAG.

3.4 ALOPECIA ANDROGENÉTICA MASCULINA:

A alopecia androgenética ou calvície em homens é caracterizada clinicamente pela rarefação simétrica de cabelos em couro cabeludo frontal e coroa. O desenvolvimento da alopecia androgenética é geneticamente determinado e dependente de andrógenos. Estima-se uma prevalência de alopecia androgenética em cerca de 50% dos homens brancos aos cinquenta anos de idade. Embora não traga consequências à saúde, a perda de cabelo pode interferir na qualidade de vida do indivíduo. A compreensão do ciclo de crescimento dos pelos e o conhecimento da patogênese da alopecia androgenética aumentou significativamente nos últimos anos, mas ainda não é completa. Folículos pré-programados do couro cabeludo sofrem um encurtamento dos ciclos de crescimento, associado ao afinamento da haste, processo denominado miniaturização do folículo.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A alopecia é uma afecção frequente sendo mais raras as formas graves que trazem importantes consequências psicossociais aos doentes. É necessária a investigação e diagnóstico médico para o mais eficaz tratamento da alopecia, no intuito de evitar o charlatanismo e tratamentos incorretos, desnecessários ou com resultados não satisfatórios esteticamente, principal preocupação do calvo.

Podemos afirmar que junto com a doença existe uma frequência de outros problemas/sintomas, como por exemplo: depressão e ansiedade, que por sinal é maior que a população geral e na média para pacientes com esse diagnóstico. Incluindo também o baixo índice de qualidade de vida dessas pessoas, pois há prejuízos em ambientes de trabalho, relacionamento, atividades de lazer, autoestima e principalmente autoimagem. Contudo foram relatados a importância dos tratamentos seguros, rápidos e eficazes para a terapia de crescimento capilar a curto e médio prazo, como por exemplo: o microagulhamento, tem ação em múltiplos fatores patogênicos da AAG, e deve ser oferecido aos pacientes para a nova estimulação folicular e obtenção de resultados visuais alcançados a curto prazo, seguindo as indicações e contraindicações dessa terapia. Por fim é importante ressaltar que as pessoas fiquem atentas com os sintomas quase imperceptíveis principalmente se tiverem ou não algum histórico na família, podendo entrar em ação dos tratamentos o quanto antes.

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