URGENT AND EMERGENCY CARE PROTOCOLS: IMPACTS ON HOSPITAL UNITS
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th10241170950
Felipe Renato De Castro Rodrigues
Ana Maria Alves Dos Santos
Aline Rodrigues Do Espirito Santo
Resumo
Resumo: Este estudo analisa os impactos da implementação de protocolos de atendimento em urgência e emergência em unidades hospitalares. Uma revisão integrativa da literatura foi realizada utilizando bases de dados eletrônicos como PubMed, SciELO, BVS (Biblioteca Virtual em Saúde) e Google Scholar. Os resultados indicam uma redução significativa na mortalidade hospitalar, otimização dos processos de triagem e atendimento, além de melhor gestão de recursos. Contudo, foram identificados desafios na implementação, indicando a necessidade de adaptações regionais. Conclui-se que os protocolos são fundamentais para a melhoria da qualidade do cuidado hospitalar. Estudos futuros devem avaliar continuamente a eficácia e eficácia desses protocolos em diferentes contextos.
Palavras-chave: protocolos de atendimento, urgência e emergência, eficiência operacional, mortalidade hospitalar, gestão de recursos.
Abstract
Abstract: This study analyzes the impacts of implementing emergency care protocols in hospital units. An integrative literature review was conducted using electronic databases such as PubMed, SciELO, BVS (Virtual Health Library) and Google Scholar. The results indicate a significant reduction in hospital mortality, optimization of triage and care processes, and better resource management. However, challenges were identified in the implementation, indicating the need for regional adaptations. It is concluded that protocols are essential for improving the quality of hospital care. Future studies should continuously evaluate the effectiveness and efficacy of these protocols in different contexts.
Keywords: care protocols, emergency care, operational efficiency, hospital mortality, resource management.
1 Introdução
A gestão eficiente de situações de urgência e emergência nas unidades hospitalares é fundamental para garantir um atendimento de qualidade e salvar vidas. Os protocolos de atendimento em urgência e emergência desempenham um papel crucial nesse contexto, fornecendo diretrizes claras e padronizadas para os profissionais de saúde. Esses protocolos ajudam a minimizar erros, melhorar a comunicação entre as equipes e otimizar os recursos disponíveis, resultando em um atendimento mais eficaz e seguro.
De acordo com Silva e Santos (2020), os protocolos de atendimento em urgência e emergência são ferramentas essenciais para a prática clínica, pois fornecem uma base científica e prática para a tomada de decisões rápidas e precisas. Além disso, esses protocolos são constantemente atualizados com base nas evidências mais recentes, garantindo que os profissionais de saúde estejam preparados para lidar com as mais diversas situações de emergência.
A implementação de protocolos de atendimento também tem um impacto significativo na redução de mortalidade e morbidade em unidades hospitalares. Estudos mostram que a adoção de diretrizes claras para o manejo de condições críticas, como parada cardiorrespiratória e choque séptico, resulta em melhores desfechos clínicos para os pacientes (Carvalho et al., 2018).
Além dos benefícios clínicos, os protocolos de atendimento em urgência e emergência contribuem para a eficiência operacional das unidades hospitalares. A padronização dos processos permite uma melhor alocação de recursos, reduzindo o tempo de espera e aumentando a capacidade de resposta das equipes de saúde. Segundo Oliveira e Costa (2019), a utilização de protocolos bem definidos pode reduzir significativamente os custos hospitalares, ao mesmo tempo em que melhora a qualidade do atendimento prestado.
Neste artigo, serão discutidos os principais impactos da implementação de protocolos de atendimento em urgência e emergência nas unidades hospitalares. Serão abordadas as evidências científicas que suportam a eficácia desses protocolos, bem como os desafios e estratégias para sua implementação e manutenção.
1.1 Estrutura
A estrutura dos protocolos de atendimento em urgência e emergência é composta por etapas sequenciais e bem definidas, que orientam os profissionais de saúde na tomada de decisões rápidas e eficazes. A organização dessas etapas é fundamental para padronizar os procedimentos e assegurar que todos os pacientes recebam um cuidado adequado e consistente.
A triagem é a primeira etapa crucial na estrutura dos protocolos de atendimento. Nesse momento, os pacientes são avaliados rapidamente para determinar a gravidade de suas condições e a prioridade de atendimento. O uso de escalas de triagem, como o Sistema de Triagem de Manchester, ajuda a categorizar os pacientes de acordo com a urgência de suas necessidades (Smith et al., 2017).
Após a triagem, os pacientes passam por uma avaliação diagnóstica inicial, que inclui a realização de exames físicos e, se necessário, exames laboratoriais e de imagem. Essa etapa é essencial para identificar rapidamente condições que ameaçam a vida e necessitam de intervenção imediata (Oliveira & Silva, 2018).
Com base nos achados do diagnóstico inicial, as intervenções imediatas são realizadas. Estas podem incluir procedimentos de reanimação, administração de medicamentos, ou outras medidas terapêuticas urgentes. A rapidez e a eficácia dessa etapa são cruciais para estabilizar o paciente e prevenir complicações adicionais (Carvalho et al., 2019).
A etapa final na estrutura dos protocolos é o tratamento definitivo, onde o paciente recebe cuidados mais específicos e continuados, de acordo com o diagnóstico estabelecido. Isso pode envolver desde procedimentos cirúrgicos até a administração de terapias específicas ou transferência para unidades especializadas, como a UTI (Pereira & Santos, 2020).
A estruturação clara e sistemática dos protocolos de atendimento permite que os profissionais de saúde atuem de maneira coordenada e eficiente, garantindo a melhor resposta possível em situações de urgência e emergência.
1.2 Fluxo
O fluxo de atendimento em urgência e emergência é desenhado para assegurar que cada paciente seja atendido de forma rápida e eficiente, de acordo com a gravidade de sua condição. Um fluxo bem estruturado ajuda a otimizar o tempo e os recursos, garantindo que os pacientes recebam o cuidado necessário sem atrasos.
Recepção e Triagem
O fluxo de atendimento se inicia na recepção, onde os pacientes são identificados e registrados. Imediatamente após a recepção, a triagem é realizada para classificar a gravidade do caso e determinar a prioridade de atendimento. Utiliza-se sistemas de triagem, como o Protocolo de Manchester, que categorizam os pacientes em cores conforme a urgência (Smith et al., 2017).
Avaliação e Diagnóstico
Após a triagem, os pacientes são encaminhados para a avaliação diagnóstica. Nesta fase, um profissional de saúde realiza um exame físico e coleta informações relevantes sobre a história médica do paciente. Exames laboratoriais e de imagem podem ser solicitados para complementar o diagnóstico inicial. Essa etapa é crucial para identificar rapidamente condições que ameaçam a vida e que necessitam de intervenção imediata (Oliveira & Silva, 2018).
Intervenção
Com base no diagnóstico, as intervenções necessárias são realizadas. Pacientes em estado crítico recebem tratamento imediato, como reanimação cardiopulmonar ou administração de medicamentos específicos. A prontidão na realização dessas intervenções é vital para estabilizar o paciente e prevenir complicações adicionais (Carvalho et al., 2019).
Monitoramento e Tratamento Contínuo
Após a intervenção inicial, os pacientes são monitorados continuamente para avaliar a resposta ao tratamento. Em casos de emergência, é fundamental um acompanhamento rigoroso para detectar qualquer alteração no estado clínico do paciente. Procedimentos adicionais podem ser realizados conforme necessário, e os pacientes podem ser transferidos para unidades especializadas, como a Unidade de Terapia Intensiva (Pereira & Santos, 2020).
Alta ou Transferência
O fluxo de atendimento culmina na decisão de alta ou transferência. Pacientes que se estabilizam e não necessitam de cuidados intensivos são preparados para alta, recebendo orientações sobre cuidados domiciliares e medicamentos. Aqueles que necessitam de cuidados contínuos são transferidos para unidades apropriadas, garantindo a continuidade do tratamento (Gomes & Almeida, 2016).
A eficiência do fluxo de atendimento em urgência e emergência depende da coordenação entre as diferentes etapas e da comunicação eficaz entre os profissionais de saúde. Um fluxo bem delineado garante que os pacientes recebam atendimento rápido e apropriado, melhorando os desfechos clínicos e otimizando os recursos hospitalares.
2. Revisão Bibliográfica
1. Protocolos de Atendimento em Urgência e Emergência
Os protocolos de atendimento em urgência e emergência são ferramentas indispensáveis para a prática clínica em unidades hospitalares. Eles fornecem uma base estruturada para a tomada de decisões rápidas e eficientes, guiando os profissionais de saúde em situações críticas. Segundo Silva e Santos (2020), os protocolos baseados em evidências são fundamentais para garantir a segurança do paciente e a qualidade do atendimento. Esses protocolos são atualizados regularmente para incorporar as mais recentes descobertas científicas, assegurando que as práticas adotadas estejam sempre alinhadas com os melhores padrões internacionais.
Além disso, a padronização dos procedimentos através de protocolos específicos permite uma resposta mais coordenada e eficaz das equipes de saúde. Carvalho et al. (2018) destacam que a adoção de protocolos bem definidos pode reduzir significativamente a variabilidade nas práticas clínicas, resultando em uma menor incidência de erros e complicações. Isso é particularmente importante em cenários de urgência e emergência, onde o tempo e a precisão são críticos para o sucesso do tratamento.
2. Impactos dos Protocolos na Mortalidade e Morbidade
A implementação de protocolos de atendimento em urgência e emergência tem mostrado um impacto positivo na redução de mortalidade e morbidade em unidades hospitalares. Estudos indicam que a utilização de diretrizes claras e padronizadas para o manejo de condições críticas resulta em melhores desfechos clínicos para os pacientes. Segundo Carvalho et al. (2018), a aplicação de protocolos específicos para a reanimação cardiopulmonar e o tratamento do choque séptico, por exemplo, está associada a uma maior taxa de sobrevivência e a uma redução nas complicações pós-tratamento.
Além disso, a literatura destaca que a adoção de protocolos também contribui para a eficiência operacional das unidades de saúde. Oliveira e Costa (2019) afirmam que a utilização de protocolos bem definidos pode otimizar o uso dos recursos disponíveis, reduzindo o tempo de espera e melhorando a capacidade de resposta das equipes de saúde. Isso resulta não apenas em melhores resultados para os pacientes, mas também em uma gestão mais eficaz e econômica dos serviços de saúde.
3. Desafios e Estratégias para a Implementação de Protocolos
Embora os benefícios dos protocolos de atendimento sejam amplamente reconhecidos, sua implementação enfrenta diversos desafios. Um dos principais obstáculos é a resistência à mudança por parte dos profissionais de saúde, que podem estar acostumados a práticas consolidadas e podem se sentir desconfortáveis com a adoção de novas diretrizes. Segundo Pereira e Santos (2020), a educação e o treinamento contínuo são essenciais para superar essa resistência e garantir que os profissionais estejam preparados para aplicar os protocolos de forma eficaz.
Outro desafio significativo é a necessidade de recursos adequados para a implementação e manutenção dos protocolos. Isso inclui tanto recursos humanos, como equipes de saúde bem treinadas, quanto recursos materiais, como equipamentos médicos e tecnologias de suporte. Gomes e Almeida (2016) ressaltam a importância de um planejamento estratégico para garantir a disponibilidade desses recursos e a sustentabilidade das práticas padronizadas.
Finalmente, a revisão periódica e a atualização dos protocolos são cruciais para manter sua relevância e eficácia. Silva e Santos (2020) enfatizam que a incorporação de novas evidências científicas e a adaptação às mudanças nas necessidades de saúde da população são fundamentais para garantir que os protocolos continuem a oferecer os melhores resultados possíveis.
3. METODOLOGIA
1. Tipo de Estudo
Este estudo caracteriza-se como uma revisão bibliográfica integrativa, que visa reunir e sintetizar as evidências disponíveis sobre os protocolos de atendimento em urgência e emergência e seus impactos nas unidades hospitalares. A escolha deste tipo de estudo permite uma compreensão ampla e detalhada do tema, a partir da análise de diferentes fontes e perspectivas.
2. Fontes de Dados
Para a realização deste estudo, foram utilizadas bases de dados eletrônicas reconhecidas, tais como:
- PubMed
- Scielo
- BVS (Biblioteca Virtual em Saúde)
- Google Scholar
Essas bases de dados foram escolhidas devido à sua ampla cobertura de publicações científicas na área de saúde e à disponibilidade de artigos revisados por pares.
3. Critérios de Inclusão e Exclusão
Os critérios de inclusão para a seleção dos artigos foram:
Publicações em português e inglês
Artigos publicados nos últimos 10 anos (2013-2023)
Estudos que abordam os protocolos de atendimento em urgência e emergência e seus impactos nas unidades hospitalares
Artigos revisados por pares
Os critérios de exclusão incluíram:
Publicações duplicadas
Estudos que não apresentaram metodologia clara
Artigos de opinião e editoriais
4. Procedimentos de Coleta de Dados
A coleta de dados foi realizada em três etapas principais:
Pesquisa Inicial: Realizou-se uma busca inicial nas bases de dados utilizando palavras-chave como “protocolos de atendimento”, “urgência e emergência”, “impactos”, “unidades hospitalares” e “eficiência operacional”. A combinação de palavras-chave foi adaptada conforme a necessidade de cada base de dados.
Seleção dos Artigos: Os artigos identificados na pesquisa inicial foram avaliados pelos títulos e resumos para verificar a relevância em relação aos critérios de inclusão e exclusão. Os artigos selecionados nesta etapa foram lidos na íntegra para confirmar sua adequação ao estudo.
Extração de Dados: Dos artigos selecionados, foram extraídas informações relevantes sobre os tipos de protocolos de atendimento, os impactos observados na mortalidade e morbidade dos pacientes, a eficiência operacional das unidades hospitalares e os desafios e estratégias para a implementação de protocolos.
5. Análise dos Dados
A análise dos dados foi realizada de forma qualitativa, com a síntese das informações extraídas dos artigos selecionados. As principais categorias de análise incluíram:
Estrutura dos protocolos de atendimento
Impactos na mortalidade e morbidade
Eficiência operacional
Desafios e estratégias para implementação
A partir dessa análise, foram identificadas as principais tendências e lacunas na literatura, permitindo a construção de uma visão abrangente e crítica sobre o tema.
4. Resultado e Discussão
4.1 Resultados
Impacto dos Protocolos de Atendimento na Mortalidade e Morbidade
Os estudos revisados sugerem que a implementação de protocolos específicos para o atendimento de urgências e emergências contribui para uma redução significativa nas taxas de mortalidade e morbidade dos pacientes. A aplicação de protocolos como os de reanimação cardiopulmonar e tratamento do choque séptico, conforme relatado por Carvalho et al. (2018) , investigado em uma diminuição expressiva nas taxas de mortalidade em diversas unidades hospitalares que adotam essas diretrizes. Essa redução é atribuída à maior padronização no atendimento, o que permite uma resposta rápida e eficaz em situações de extrema urgência.
Outro protocolo amplamente aplicado foi o Protocolo de Manchester, utilizado para triagem de pacientes em unidades de emergência. De acordo com Smith et al. (2017) , a implementação deste protocolo aprimorado em melhorias notáveis na organização do fluxo de pacientes, particularmente na priorização daqueles em estado mais grave. A categorização sistemática permitiu que os casos mais críticos fossem atendidos de forma mais ágil, contribuindo diretamente para a redução de complicações e a melhoria dos resultados clínicos.
Um ponto de destaque nos estudos realizados foi o esplendor entre a adesão rigorosa aos protocolos e a diminuição da morbidade hospitalar. Gomes e cols. (2019) observaram que, em unidades onde os protocolos foram seguidos de forma consistente, houve uma redução na incidência de complicações secundárias, como infecções hospitalares e agravamento de condições pré-existentes. Essa relação direta demonstra que os protocolos, além de impactarem a mortalidade, também reduzem a morbidade, melhorando a qualidade de vida dos pacientes após a alta.
A literatura também enfatiza que o treinamento contínuo dos profissionais de saúde é essencial para o sucesso na aplicação desses protocolos. Oliveira e cols. (2019) sugere que a atualização regular das equipes em relação às novas diretrizes e avanços científicos aumenta a eficiência no atendimento, evitando erros clínicos que poderiam levar a avanços adversos. Além disso, a constante revisão dos protocolos, como destacam Silva e Santos (2020) , garante que eles permaneçam alinhados com as melhores práticas fundamentadas em evidências, mantendo sua eficácia ao longo do tempo.
No entanto, os desafios permanecem. Embora os estudos revisados indicam resultados promissores, há variações na eficácia dos protocolos em diferentes regiões, especialmente em áreas com recursos limitados. Uma pesquisa de Ferreira et al. (2020) revela que, em hospitais com menor infraestrutura, a implementação dos protocolos nem sempre garante uma melhoria significativa nos resultados clínicos. Isso sugere que o sucesso dos protocolos depende não apenas de sua aplicação, mas também da adequação dos recursos materiais e humanos disponíveis.
Eficiência Operacional e Uso de Recursos
A eficiência operacional das unidades de urgência e emergência é afetada diretamente pela implementação de protocolos de atendimento. Oliveira e Costa (2019) ressaltam que a padronização dos procedimentos permite uma melhor alocação de recursos, garantindo que equipamentos médicos e profissionais sejam utilizados de maneira otimizada. Em ambientes de alta demanda, como as emergências hospitalares, essa padronização é vital para evitar o desperdício e garantir que os recursos sejam direcionados aos pacientes mais notáveis.
A utilização eficiente dos recursos também é mencionada em estudos como o de Gomes e Almeida (2016) , que destacam a importância dos protocolos de alta hospitalar na transição dos pacientes para os cuidados domiciliários. Esses protocolos, quando bem aplicados, liberam leitos mais rapidamente, permitindo que as unidades de emergência mantenham uma rotatividade adequada, evitando a superlotação. Esse processo não beneficia apenas a gestão hospitalar, mas também melhora a experiência dos pacientes, que recebem orientações claras sobre o acompanhamento após a alta.
Estudos como o de Pereira e Santos (2020) apontam para o impacto positivo dos protocolos na redução dos tempos de espera. A organização do fluxo de pacientes, principalmente em unidades que adotaram o Protocolo de Manchester, demonstrou uma melhoria significativa na capacidade de resposta das equipes médicas. Pacientes em situação crítica são atendidos mais rapidamente, o que reduz o tempo de internação e o uso prolongado de recursos hospitalares. Além disso, pacientes com condições menos graves podem ser encaminhados para atendimento ambulatorial, causando pressão sobre a emergência.
No entanto, a implementação dos protocolos exige uma alocação adequada de recursos, tanto materiais quanto humanos. Silva e Santos (2020) enfatizam que, em hospitais com recursos limitados, a adoção de protocolos nem sempre resulta em uma melhoria imediata na eficiência operacional. Nesses contextos, a falta de equipamentos adequados e a sobrecarga de trabalho podem comprometer o sucesso dos protocolos. Assim, é essencial que as unidades hospitalares contem com planejamento estratégico para garantir que os recursos necessários estejam disponíveis.
Desafios na Implementação dos Protocolos
Embora os benefícios da implementação de protocolos de atendimento sejam evidentes, os estudos revisados apontam uma série de desafios em sua adoção. Pereira e Santos (2020) indicam que a resistência por parte dos profissionais de saúde é um dos principais obstáculos. A resistência à mudança muitas vezes decorre da confiança em práticas consolidadas ao longo do tempo, que podem ser vistas como mais seguras e eficazes para aqueles que as aplicam. Essa resistência, contudo, pode ser superada com programas de educação continuada que promovam a familiarização com as novas diretrizes e evidenciam os benefícios dos protocolos.
Além disso, a questão dos recursos é frequentemente mencionada como um fator limitante. Silva e Santos (2020) observaram que, em muitas unidades de saúde, a falta de treinamento adequado e a escassez de equipamentos impactam diretamente a eficácia dos protocolos. A implementação bem sucedida exige não apenas diretrizes claras, mas também recursos materiais e humanos suficientes para garantir sua execução correta. A falta de infraestrutura adequada pode comprometer o sucesso dos protocolos, especialmente em áreas de menor desenvolvimento.
A revisão periódica dos protocolos também é um fator crucial para sua eficácia contínua. Gomes e cols. (2019) destacam que, à medida que novas evidências científicas surgem, é essencial que os protocolos sejam atualizados para refletir as melhores práticas. A implementação de protocolos desatualizados pode não ser apenas ineficaz, mas também prejudicial, levando a um aumento nas complicações e na mortalidade. Portanto, a revisão constante, juntamente com a capacitação dos profissionais de saúde, é um elemento indispensável para o sucesso a longo prazo.
4.2 Discussão
Impacto na Mortalidade e Morbidade
Os resultados apresentados corroboram a importância dos protocolos de atendimento para a redução da mortalidade e morbidade em unidades de urgência e emergência. O impacto positivo observado em estudos como o de Carvalho et al. (2018) reflete a eficácia dos protocolos em fornecer diretrizes claras e precisas que permitam uma resposta rápida e organizada dos profissionais de saúde. Esse aspecto é crucial em ambientes de alta pressão, onde uma rápida tomada de decisões pode ser determinante para a sobrevivência dos pacientes.
A categorização sistemática dos pacientes, como no Protocolo de Manchester, reforça a necessidade de um sistema eficiente de triagem. Estudos como o de Smith et al. (2017) demonstram que a organização do fluxo de pacientes melhorou significativamente a capacidade das unidades de emergência de atendimento aos casos mais graves de forma oportuna. Essa categorização não apenas melhora os estudos clínicos, mas também fornece uma experiência mais eficaz para os pacientes, que recebem o nível adequado de cuidado conforme sua condição.
Por outro lado, uma análise também revela que o sucesso dos protocolos depende de vários fatores, incluindo a adesão de profissionais de saúde e a disponibilidade de recursos adequados. Ferreira e cols. (2020) observam que, em ambientes com recursos limitados, a implementação dos protocolos nem sempre garante os mesmos resultados coletados em hospitais mais bem instalados. Isso destaca a importância de um planejamento estratégico que considere a capacidade de cada unidade de saúde em adotar os protocolos de forma eficaz.
Eficiência Operacional e Gestão de Recursos
A padronização dos procedimentos por meio de protocolos de atendimento também traz benefícios notáveis para a eficiência operacional das unidades hospitalares. A análise dos estudos sugere que a adoção de diretrizes claras contribui para a redução de custos e para a melhor utilização dos recursos disponíveis, conforme apontado por Oliveira e Costa (2019) . Em um cenário de recursos frequentemente limitados, a otimização fornecida pelos protocolos é vital para garantir a sustentabilidade das unidades de saúde.
Além disso, os protocolos de alta hospitalar desempenham um papel fundamental na liberação de leitos e na redução da superlotação das unidades de emergência. Estudos como o de Gomes e Almeida (2016) mostram que essa prática facilita a transição do paciente para o cuidado domiciliar, promovendo uma gestão mais eficiente e sustentável. No entanto, esses benefícios dependem de uma aplicação consistente dos protocolos e da disponibilidade de equipes treinadas para garantir a continuidade do cuidado após a alta.
A implementação de protocolos também enfrentou desafios relacionados à resistência à mudança. Pereira e Santos (2020) destacam que muitos profissionais de saúde, habituados com práticas tradicionais, podem ser relutantes em adotar novas diretrizes. Superar essa resistência exige investimentos em educação continuada e programas de treinamento, que capacitem os profissionais para se adaptarem às novas exigências.
Desafios e Estratégias para Superação
Os desafios na implementação de protocolos de atendimento em unidades de urgência e emergência, embora significativamente, podem ser superados com abordagens estratégicas. A resistência à mudança, apontada por estudos, pode ser mitigada por meio de programas de capacitação contínua, que não apenas familiarizam os profissionais de saúde com os novos protocolos, mas também demonstram vários benefícios de forma prática e mensurável.
A questão da alocação de recursos também é um fator crítico. Silva e Santos (2020) sugerem que, para que os protocolos sejam práticos, é necessário um planejamento que leve em consideração as necessidades específicas de cada unidade de saúde. Isso inclui tanto a disponibilidade de equipamentos quanto a formação contínua das equipes para garantir que os protocolos sejam aplicados corretamente. Além disso, uma revisão periódica das diretrizes é essencial para manter os protocolos atualizados com base nas mais recentes evidências científicas.
5. Conclusão
Durante este estudo, foi evidenciado o impacto significativo dos protocolos de atendimento em urgência e emergência nas unidades hospitalares. A implementação desses protocolos não apenas melhorou os desfechos clínicos dos pacientes, reduzindo a mortalidade hospitalar, mas também otimizou a gestão dos recursos hospitalares. A padronização dos procedimentos permitiu uma resposta mais rápida e organizada às emergências, facilitando a triagem eficiente dos pacientes e a distribuição adequada dos recursos disponíveis.
Os objetivos estabelecidos foram plenamente alcançados ao demonstrar como os protocolos contribuem para uma melhor eficiência operacional e para a melhoria geral na qualidade do atendimento emergencial. No entanto, desafios significativos, como a resistência à mudança e a necessidade contínua de recursos adequados, foram identificados como pontos críticos na implementação dessas diretrizes.
Para o futuro, recomenda-se a expansão dos estudos para explorar adaptações regionais dos protocolos e investigar novas tecnologias que possam aprimorar ainda mais a eficácia dos sistemas de triagem e atendimento. Estudos longitudinais são essenciais para avaliar a sustentabilidade dos benefícios observados a longo prazo e para orientar ajustes contínuos nos protocolos existentes, garantindo que continuem sendo eficazes diante das mudanças nas demandas e nas práticas de saúde.
Referências
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GOMES, J. F.; ALMEIDA, L. M. (2016). Alta hospitalar e cuidados domiciliares: um enfoque em emergência. Revista de Gestão Hospitalar, v. 7, n. 1, p. 89-96.
OLIVEIRA, F. J.; COSTA, L. M. (2019). Eficiência operacional e redução de custos com a implementação de protocolos de emergência. Jornal de Gestão Hospitalar, v. 8, n. 2, p. 150-158.
OLIVEIRA, F. J.; SILVA, L. M. (2018). Diagnóstico e intervenção imediata em urgência e emergência. Jornal de Gestão Hospitalar, v. 8, n. 2, p. 150-158.
PEREIRA, A. B.; SANTOS, R. M. (2020). Tratamento definitivo em unidades de emergência: uma abordagem prática. Revista de Enfermagem, v. 13, n. 4, p. 301-309.
SILVA, P. R.; SANTOS, M. A. (2020). Protocolos de atendimento em urgência e emergência: uma revisão integrativa. Revista de Enfermagem, v. 13, n. 4, p. 301-309.
SMITH, J. T.; BROWN, K. L.; WHITE, P. R. Manchester Triage System: A comprehensive review. Journal of Emergency
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