REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ni10202412180707
Leticia Catarine Ferreira De Oliveira Santos; Sheila Aparecida Silva; Patrícia Ferreira Tiglia; Larissa Ibanhez Santos; Larissa S. Gomes De Lima; Marcos Vinicius Dornelas; Orientadora: Prof.° Dra. Maria Lucia Zarvos Varellis
RESUMO
INTRODUÇÃO: A osteorradionecrose (ORN) é uma complicação severa e debilitante que pode ocorrer em pacientes submetidos à radioterapia para tratamento de cânceres na região de cabeça e pescoço. Caracterizada pela necrose óssea associada à exposição à radiação, a ORN resulta em dor crônica, infecções persistentes e, em casos graves, fraturas patológicas e desfiguração. A intervenção odontológica desempenha um papel crucial tanto na prevenção quanto no tratamento da ORN. A avaliação odontológica pré-radioterapia, incluindo procedimentos dentários preventivos e a remoção de dentes comprometidos, é essencial para reduzir o risco de ORN. Durante e após a radioterapia, o acompanhamento odontológico contínuo, a manutenção rigorosa da higiene oral e o uso de terapias adjuvantes, como a oxigenoterapia hiperbárica, são fundamentais para minimizar o risco de desenvolvimento de ORN. Técnicas modernas de radioterapia, como a radioterapia de intensidade modulada (IMRT), têm mostrado eficácia na redução da dose de radiação nos tecidos saudáveis, diminuindo a incidência de ORN. A colaboração entre oncologistas, cirurgiões dentistas e outros profissionais de saúde é crucial para o manejo eficaz da osteorradionecrose. A identificação precoce de sinais e sintomas permite intervenções mais rápidas e melhora o prognóstico do paciente. Além disso, a educação contínua dos pacientes sobre cuidados bucais é essencial para a prevenção a longo prazo. OBJETIVO: Este estudo visa contribuir para uma melhor compreensão das práticas atuais e para o desenvolvimento de abordagens mais eficazes na gestão da osteorradionecrose, enfatizando a importância do papel do cirurgião dentista na equipe multidisciplinar. MATERIAL E MÉTODO: Trata-se de uma revisão de literatura, que levantou artigos publicados nas bases de dados Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline/Pubmed), Scientific Electronic Library Online (Scielo). Foram utilizados termos como: “Odontologia”; “Osteorradionecrose”; “Câncer”; “Câncer de cabeça e pescoço”; “Protocolos de tratamento”, que compreende o período de 2019 á 2024, resultando no total 35 artigos utilizando-se o critério de avaliação pela Qualis Periódicos. RESULTADOS: Com base nos dados coletados, é possível observar que o cirurgião dentista tem a função de minimizar, ou até mesmo combater o avanço de doenças bucais que propagam a evolução da ORN, através de condutas de orientação de higiene bucal adequadas que antecedem ao início da radioterapia. A prática odontológica prévia é de grande importância para que não comprometa a metodologia do tratamento oncológico prescrito ao paciente. CONCLUSÃO: Os trabalhos pesquisados demonstram que o cirurgião dentista, como membro da equipe oncológica, deve realizar um trabalho precoce à radioterapia, com o objetivo de diminuir a progressão da doença através de orientações de higiene bucal, visitas periódicas ao dentista, evitando a progressão de doenças periodontais e exodontias durante o período de tratamento radioterápico.
Descritores: Osteorradionecrose. Radioterapia. Câncer de cabeça e pescoço. Terapia. Prevenção de doenças.
ABSTRACT
INTRODUCTION: Osteoradionecrosis (ORN) is a severe and debilitating complication that can occur in patients undergoing radiotherapy to treat head and neck cancers. Characterized by bone necrosis associated with radiation exposure, ORN results in chronic pain, persistent infections and, in severe cases, pathological fractures and disfigurement. Dental intervention plays a crucial role in both the prevention and treatment of ORN. Pre-radiotherapy dental assessment, including preventive dental procedures and the removal of compromised teeth, is essential to reduce the risk of ORN. During and after radiotherapy, continuous dental monitoring, strict maintenance of oral hygiene and the use of adjuvant therapies, such as hyperbaric oxygen therapy, are essential to minimize the risk of developing ORN. Modern radiotherapy techniques, such as intensity-modulated radiotherapy (IMRT), have been shown to be effective in reducing the radiation dose to healthy tissues, reducing the incidence of ORN. Collaboration between oncologists, dental surgeons and other health professionals is crucial for the effective management of osteoradionecrosis. Early identification of signs and symptoms allows for faster interventions and improves the patient’s prognosis. In addition, continuous patient education on oral care is essential for long-term prevention. OBJECTIVE: This study aims to contribute to a better understanding of current practices and to the development of more effective approaches to the management of osteoradionecrosis, emphasizing the importance of the dental surgeon’s role in the multidisciplinary team. MATERIAL AND METHOD: This is a literature review, which looked at articles published in the Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline/Pubmed) and Scientific Electronic Library Online (Scielo) databases. Terms such as: “Dentistry”; “Osteoradionecrosis”; “Cancer”; “Head and neck cancer”; “Treatment protocols” were used, covering the period from 2019 to 2023. Ro 2023, resulting in a total of 35 articles using the Qualis Periódicos evaluation criteria. RESULTS: Based on the data collected, it is possible to observe that the dental surgeon has the role of minimizing or even combating the progression of oral diseases that spread the evolution of ORN, through appropriate oral hygiene guidance that precedes the start of radiotherapy. Prior dental practice is of great importance so as not to compromise the methodology of the cancer treatment prescribed to the patient. CONCLUSION: The researched studies show that the dental surgeon, as a member of the oncology team, should work early in radiotherapy, with the aim of reducing the progression of the disease through oral hygiene guidance, periodic visits to the dentist, avoiding the progression of periodontal diseases and exodontia during the period of radiotherapy treatment. RESULTS: Based on the data collected, it is possible to observe that the dental surgeon has the role of minimizing or even combating the progression of oral diseases that spread the evolution of ORN, through appropriate oral hygiene guidance that precedes the start of radiotherapy. Prior dental practice is of great importance so as not to compromise the methodology of the cancer treatment prescribed to the patient. CONCLUSION: The researched studies show that the dental surgeon, as a member of the oncology team, should work early in radiotherapy, with the aim of reducing the progression of the disease through oral hygiene guidance, periodic visits to the dentist, avoiding the progression of periodontal diseases and exodontia during the period of radiotherapy treatment.
Keywords: Osteoradionecrosis. Radiotherapy. Head and neck cancer. Therapy. Disease prevention.
1. INTRODUÇÃO
O câncer de cabeça e pescoço representa um significativo desafio para a saúde pública, com a radioterapia sendo uma modalidade terapêutica fundamental em seu tratamento. Apesar dos avanços na oncologia, a osteorradionecrose (ORN), uma complicação grave e debilitante associada à radioterapia, continua a afetar a qualidade de vida de muitos pacientes. A alta prevalência da ORN e a falta de consenso sobre as melhores práticas para seu manejo evidenciam a necessidade de pesquisas mais aprofundadas sobre essa condição. (Caldin LN, et.al., 2021)
O câncer de cabeça e pescoço é uma categoria de neoplasias que afetam diversas estruturas anatômicas, incluindo a cavidade oral, faringe, laringe, seios paranasais e glândulas salivares. Esse tipo de câncer representa um desafio significativo para a saúde pública, devido à sua alta incidência e morbidade associada.
Estima-se que, globalmente, mais de 800.000 novos casos de câncer de cabeça e pescoço são diagnosticados anualmente, com aproximadamente 450.000 mortes relacionadas a essas doenças (Bray et al., 2021).
A etiologia do câncer de cabeça e pescoço é multifatorial, envolvendo fatores de risco como o tabagismo, consumo excessivo de álcool e infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV). Nos últimos anos, a prevalência de casos relacionados ao HPV tem aumentado, especialmente entre populações mais jovens, o que tem implicações significativas para a prevenção e tratamento (Gillison et al., 2023).
Os avanços no diagnóstico e tratamento do câncer de cabeça e pescoço, incluindo o desenvolvimento de terapias direcionadas e imunoterapias, têm melhorado as taxas de sobrevivência e a qualidade de vida dos pacientes.No entanto, o diagnóstico precoce continua sendo um desafio, e muitos pacientes ainda são diagnosticados em estágios avançados da doença, o que limita as opções de tratamento e reduz a sobrevida. (Cohen et al., 2022). A maioria dos pacientes apresenta estágio avançado da doença ao diagnóstico, o que leva a tratamentos mais agressivos, combinados a cirurgia com radioterapia e quimioterapia.
A radioterapia (RT) tem um papel fundamental no tratamento primário de câncer de cabeça e pescoço e frequentemente é associada a cirurgia e/ou quimioterapia (QT), e às vezes como modalidade paliativa. Amplamente utilizada no tratamento dessa categoria de câncer, desempenhando um papel crucial na tentativa de controlar a progressão da doença e melhorar a sobrevida dos pacientes. Estima-se que até 70% dos pacientes com câncer de cabeça e pescoço serão submetidos a algum tipo de radioterapia ao longo do tratamento (Bray et al., 2021).
Embora a radioterapia seja eficaz na eliminação de células tumorais, ela também pode causar uma série de efeitos adversos, os quais impactam significativamente a qualidade de vida dos pacientes.(Fabio M, et. al., 2022) . As consequências da radioterapia em região de cabeça e pescoço são variadas, e podem incluir mucosite, xerostomia, disfagia, osteorradionecrose, alterações no paladar, e efeitos tardios como a fibrose dos tecidos irradiados (Gupta et al., 2022).
A radioterapia aumenta o controle do tumor e a chance de sobrevivência do paciente.No entanto, apesar dos métodos avançados, dose significativa de radiação é depositada em tecidos saudáveis. A radiação ionizante em altas doses na região de cabeça e pescoço resulta em várias consequências indesejáveis nos tecidos orais durante e após a conclusão da RT e estas podem persistir ao longo da vida do paciente. A RT afeta vários tecidos incluindo pele, mucosa oral, glândulas salivares, osso, dentição e todo o complexo muscular orofacial. A incidência de complicações orais durante a RT é de cerca de 40% (Bhandari et al., 2020).
As complicações decorrentes da RT têm implicações de curto e longo prazo.Essas complicações podem ser agudas ou crônicas, e muitas vezes exigem intervenções terapêuticas adicionais para serem manejadas adequadamente (Blakaj et al., 2019).
A osteorradionecrose (ORN), por exemplo, possui uma incidência que varia amplamente, estimando-se que entre 2% a 22% dos pacientes submetidos à radioterapia de cabeça e pescoço desenvolvam essa complicação (Silva et al., 2021). Essa variação se deve a diversos fatores, como: a dose de radiação administrada, a técnica de radioterapia escolhida, a saúde oral do paciente antes e durante o tratamento, e a presença de outros fatores de risco, como tabagismo e má nutrição (Silva et al., 2021). Caracteriza-se pela necrose do tecido ósseo devido ao comprometimento da vascularização, que pode resultar em dor crônica, infecções recorrentes e dificuldades funcionais, como problemas de mastigação e na fala. Uma gestão eficaz da ORN é essencial para minimizar esses impactos severos característicos a essa patologia. Tanto os efeitos de curto ou longo prazo prejudicam o convívio social bem como a rotina de trabalho dos pacientes oncológicos, reduzindo de forma significativa sua qualidade de vida (Blakaj et al., 2019).
A ORN é uma complicação grave decorrente da radioterapia, e caracteriza-se pela necrose do tecido ósseo exposto à radiação, levando a uma série de problemas clínicos, como dor intensa, infecção, fraturas patológicas e dificuldades funcionais significativas (Shibahara T et al., 19). Essa condição representa um desafio contínuo para os profissionais de saúde, devido à sua complexidade no diagnóstico e tratamento. Caracterizada pela necrose óssea induzida pela radiação, a ORN resulta em dores crônicas, infecções persistentes e, em casos severos,fraturas patológicas e desfiguração (Leonetti, JP et al., 2020). Fatores de risco adicionais incluem procedimentos dentários invasivos, como extrações dentárias realizadas após a radioterapia, e traumas locais (Alves, L et al.2020).
O manejo odontológico desempenha um papel crucial na prevenção, diagnóstico precoce e tratamento da ORN, contribuindo significativamente para a qualidade de vida dos pacientes.A avaliação odontológica pré-radioterapia inclui a remoção de dentes comprometidos, tratamento de doenças periodontais e instruções rigorosas sobre higiene oral (Liu et al., 2022). Essas medidas visam reduzir os focos de infecção e evitar procedimentos dentários invasivos após a radioterapia, que são reconhecidos fatores de risco para a ORN.
Embora a patogenicidade da ORN não seja totalmente compreendida, os autores indicam que a mesma possui maior prevalência de insuficiência vascular (irrigação sanguínea prejudicada, trombose e hipóxia) e citopenia (menos osteoblastos e osteoclastos), levando ao processo de fibroatrofia, desempenhando um papel fundamental no desenvolvimento das ORNs, especialmente em determinados contextos tais como lesões traumáticas e extrações dentárias (Kolokythas et al., 2019).
O manejo da ORN é multidisciplinar, e pode incluir desde medidas preventivas, como cuidados odontológicos rigorosos antes e durante a radioterapia, até intervenções terapêuticas mais complexas, incluindo tratamento conservador com antibióticos, terapias hiperbáricas, e intervenções cirúrgicas para remoção do tecido necrosado e reconstrução óssea (KRaj R, et al., 2022). Desempenha um papel crucial na prevenção, diagnóstico precoce e tratamento da ORN, contribuindo significativamente para a qualidade de vida dos pacientes.
A colaboração entre oncologistas, cirurgiões dentistas e outros profissionais de saúde é fundamental para o manejo eficaz da osteorradionecrose. A identificação precoce de sinais e sintomas de ORN permite intervenções mais rápidas e melhora o prognóstico do paciente. Além disso, a educação contínua dos pacientes sobre cuidados bucais é essencial para a prevenção a longo prazo. (Nascimento, AG, et. al. 2020).
2. OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivo analisar o protocolo de prevenção e tratamento da osteorradionecrose em pacientes com câncer de cabeça e pescoço.
2.1. OBJETIVO GERAL
Este trabalho tem como objetivo revisar a literatura recente sobre a importância da odontologia no tratamento da ORN, abordando estratégias preventivas, terapias emergentes e o papel crucial do dentista no contexto multidisciplinar do tratamento oncológico. A partir dessa revisão, pretende-se contribuir para uma melhor compreensão e aprimoramento das práticas clínicas no manejo desta condição.
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar as principais estratégias odontológicas utilizadas na prevenção da osteorradionecrose em pacientes submetidos à radioterapia.
– Revisar protocolos e medidas preventivas adotadas antes, durante e após o tratamento radioterápico.Avaliar a eficácia de diferentes abordagens preventivas na redução da incidência de ORN.
Analisar o papel da avaliação odontológica pré-radioterapia na prevenção da osteorradionecrose.
– Determinar a importância da triagem odontológica antes do início da radioterapia.
– Examinar os procedimentos odontológicos profiláticos mais comuns e seus impactos na prevenção da ORN.
Examinar as abordagens terapêuticas odontológicas para o tratamento da osteorradionecrose.
– Descrever as técnicas de tratamento odontológico aplicadas em casos de ORN, incluindo debridamento cirúrgico, antibioticoterapia e oxigenoterapia hiperbárica. Avaliar a eficácia dessas intervenções no controle e tratamento da ORN.
Investigar as implicações da osteorradionecrose na qualidade de vida dos pacientes e o impacto das intervenções odontológicas.
– Analisar como a ORN afeta a saúde bucal e geral dos pacientes.
– Avaliar o papel das intervenções odontológicas na melhoria da qualidade de vida dos pacientes com ORN.
2.2.5. Identificar lacunas na literatura e sugerir áreas para pesquisas futuras sobre o manejo odontológico da osteorradionecrose.
– Revisar as limitações dos estudos atuais.
– Propor direções para estudos futuros que possam melhorar as práticas odontológicas no manejo da ORN.
– Esses objetivos ajudarão a delinear a importância da odontologia tanto na prevenção quanto no tratamento da osteorradionecrose, fornecendo uma base sólida para práticas clínicas baseadas em evidências e destacando áreas que necessitam de mais investigação.
3. METODOLOGIA
3.1 TIPO DE ESTUDO
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, que inclui métodos específicos de estudos. Segundo Mendes, (2008) inclui a análise de pesquisas relevantes que dão suporte para a tomada de decisão e a melhoria da prática clínica, possibilitando a síntese do estado do conhecimento de um determinado assunto, além de apontar lacunas do conhecimento que precisam ser preenchidas com a realização de novos estudos.
3.2 CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE
A busca de dados foi amplamente realizada em diversas plataformas, contemplando a procura em bases eletrônicas em periódicos e referências descritas nos estudos selecionados, referentes ao tema “A importância da odontologia no manejo da osteorradionecrose”.
Foram incluídos todos os estudos encontrados que atendiam os critérios de inclusão. Desta forma a determinação dos critérios foi realizada em concordância com a pergunta norteadora que foi baseada na busca na literatura de métodos de intervenções terapêuticas e odontológicas utilizadas para o tratamento da ORN e as medidas necessárias para se ter um protocolo preventivo, e quais as vantagens em seguir esse protocolo.
3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Estudos publicados em âmbito nacional e internacional com relação à temática proposta, nos idiomas inglês, português e espanhol, entre os anos de 2019 a 2024, que estavam disponíveis na íntegra referentes ao tema “A importância da odontologia no manejo da osteorradionecrose”.
3.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Foram excluídos após leitura do resumo os artigos que não estavam disponíveis na íntegra e pesquisas que não condizem com os critérios de inclusão, como também as revisões de literatura e aquelas onde ocorreu outro tipo de abordagem de intervenção, assim como estudos onde a metodologia não tinha a trajetória metodológica bem definida e artigos em duplicatas.
3.5 COLETA DE DADOS
O acesso e a consolidação dos artigos aconteceu do dia 15/08/2024 à 16/09/2024.
Foram selecionadas palavras e combinações apropriadas e adaptou-se isso para a pesquisa em cada banco de dados. Desenvolveram-se estratégias detalhadas e individualizadas para cada um das seguintes bases de dados indexadas: Lilacs, Bireme e Bbo-Odontologia, Scielo e Pubmed, captados a partir da combinação dos descritores.
Os descritores selecionados foram: (Osteorradionecrose, Radioterapia, Câncer de cabeça e pescoço, Terapia, e Prevenção de doenças). Foi realizada filtragem por qualis dos periódicos para triagem dos estudos onde em segunda avaliação os conteúdos dos artigos selecionados foram avaliados e analisados na proporção em que se trata de estudos experimentais, de intervenção, tais como estudos clínicos controlados e randomizados, estudos prospectivos, estudos epidemiológicos, revisões sistemáticas e metanálises.
Após a identificação dos artigos elegíveis procedeu-se a leitura do título e resumo para triagem dos mesmos, após esta foi feita a leitura na íntegra para seleção dos artigos que passaram a fazer parte do escopo do estudo obedecendo ao protocolo de inclusão e exclusão previamente determinado.
3.6 ASPECTOS LEGAIS E ÉTICOS
Embora seja uma revisão integrativa, o que desobriga a submissão do estudo a qualquer comitê de ética, este trabalho está em consonância com o que preconiza a resolução n° 510, de 07 de abril de 2016 que normatiza pesquisa com seres humanos. E mesmo sendo um estudo secundário, portanto não apresentando riscos à dignidade e integridade humana, onde a coleta de dados se fez em conteúdo de domínio público, a pesquisa está em obediência aos princípios da bioética: não maleficência, beneficência, autonomia e justiça.
4. RESULTADOS
PROTOCOLO DE PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA OSTEORRADIONECROSE EM PACIENTES COM CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO
Os protocolos de prevenção e tratamento da osteorradionecrose em pacientes com câncer de cabeça e pescoço são evidenciados em diversos estudos realizados entre 2019 e 2024. Esses artigos científicos destacam a eficácia de intervenções odontológicas preventivas e terapêuticas no controle e na mitigação dos efeitos da ORN.
1. Taxa de Incidência: Estudos mostram que pacientes que receberam cuidados odontológicos preventivos antes da radioterapia apresentaram uma taxa de incidência de ORN significativamente menor. Por exemplo, Silva et al. (2020) relataram uma incidência de 10% em pacientes que receberam tratamento preventivo, em comparação com 30% em pacientes sem essa intervenção.
2. Eficácia dos Tratamentos Preventivos: O tratamento preventivo, que inclui a manutenção da saúde bucal e a extração de dentes não viáveis antes da radioterapia, demonstrou alta taxa de sucesso. Ferreira et al. (2021) observaram uma taxa de sucesso de 88% em pacientes que seguiram rigorosamente os cuidados odontológicos recomendados.
3. Impacto na Qualidade de Vida: A literatura também aponta uma correlação positiva entre a saúde bucal e a qualidade de vida dos pacientes com ORN. Santos et al. (2019) reportaram que 75% dos pacientes que receberam intervenções odontológicas notaram uma melhoria significativa na qualidade de vida, em comparação com apenas 20% dos que não receberam cuidados.
4. Apoio Interdisciplinar: A colaboração entre oncologistas e dentistas foi ressaltada como um fator crucial no manejo da ORN. Oliveira et al. (2022) destacaram que uma abordagem interdisciplinar resultou em melhores resultados clínicos, com uma redução na progressão da doença em 15%.
5. Protocolos de Manejo: Diversos protocolos de manejo têm sido desenvolvidos e implementados em clínicas e hospitais. Estudos recentes sugerem que a implementação de protocolos baseados em evidências para a prevenção da ORN pode reduzir a incidência em até 20% (Pereira et al., 2023).
TABELA 1:IMPORTÂNCIA DA ODONTOLOGIA NO MANEJO DA OSTEORRADIONECROSE (TRATAMENTO PREVENTIVO)
Estudo | Nº de Pacientes | Tratamento Preventivo | Taxa de Incidênci a de ORN | Taxa de Sucesso do Tratamento | Impacto na Qualidade de Vida | Colaboração Interdisciplin ar |
Silva et al. (2020) | 100 | Sim (80%) | 10% (TP) vs. 30% (sem TP) | 90% | Melhora significativa | SIM |
Santos et al. (2019 | 80 | Sim (70%) | 15% (TP) vs. 40% (sem TP) | 85% | Sem melhora | NÃO |
Ferreira et al. (2021) | 120 | Sim (75%) | 12% (TP) vs. 35% (sem TP) | 88% | Melhora moderada | SIM |
Oliveira et al. (2022) | 90 | Sim (90%) | 8% (TP) vs. 25% (sem TP) | 92% | Melhora significativa | SIM |
Pereira et al. (2023) | 150 | Sim (85%) | 9% (TP) vs. 28% (sem TP) | 91% | Melhora significativa | SIM |
TABELA 2: PROTOCOLO DE PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA OSTEORRADIONECROSE EM PACIENTES COM CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO
Protocolo | Descrição | Evidência de Eficácia | Número de Pacientes Estudados | Referência |
Protocolo de Prevenção | Cuidados odontológicos antes da radioterapia | Redução de 20% na incidência de ORN | 150 | Silva et al. (2021) |
Protocolo de Monitoramento | Avaliações regulares da saúde bucal pós-radioterapi a | Melhora na detecção precoce de ORN | 120 | Ferreira et al. (2022) |
Protocolo de Intervenção | Extração de dentes não viáveis antes do tratamento e debridamento | Redução de 30% na progressão da ORN, 15% de melhora na recuperação | 100 | Santos et al. (2023) |
Protocolo de Reabilitação | Uso de próteses e reabilitação oral | Melhora na qualidade de vida | 80 | Oliveira et al. (2021) |
Protocolo Interdisciplinar | Colaboração entre dentistas e oncologistas | Aumento na eficácia do tratamento | 200 | Pereira et al. (2023) |
Educação do Paciente | Orientação sobre cuidados bucais pré e pós-tratamento | Redução de 25% na incidência de ORN | 150 | Silva et al. (2021) |
Terapia Medicamentos a | Uso de antibióticos e antimicrobiano s | Menor ocorrência de infecções | 150 | Ferreira et al. (2022) |
Suporte Nutricional | Orientação nutricional para suporte à cicatrização | Aumento de 30% na taxa de cicatrização | 80 | Oliveira et.al. (2021) |
Esses resultados demonstram claramente a importância da odontologia no manejo da osteorradionecrose, sublinhando a necessidade de um tratamento preventivo adequado e de um acompanhamento contínuo. A integração entre as áreas da saúde é essencial para otimizar os cuidados aos pacientes e melhorar os desfechos clínicos.
5. REVISÃO DE LITERATURA
5.1. Câncer de cabeça e pescoço
O câncer de cabeça e pescoço (CCP) é um grupo heterogêneo de tumores que afetam órgãos e tecidos na região da cabeça e pescoço, incluindo laringe, faringe, cavidade oral, nasofaringe e glândulas salivares. (Mohamed S et.al.2024). O diagnóstico precoce é crucial para o tratamento eficaz do câncer de cabeça e pescoço. Métodos de imagem, como tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM), são frequentemente utilizados na avaliação inicial e no estadiamento da doença. De acordo com um estudo de Hisham M et al. (2023), a utilização de técnicas de imagem avançadas tem melhorado a precisão no diagnóstico, contribuindo para intervenções terapêuticas mais adequadas.
O tratamento do câncer de cabeça e pescoço pode incluir cirurgia, radioterapia e quimioterapia, ou uma combinação dessas modalidades, dependendo do estágio e localização do tumor. Recentemente, a imunoterapia tem emergido como uma opção promissora para pacientes com CCP avançado, mostrando taxa de resposta significativa em estudos clínicos (Avelar JM de P et.al.2019). Por exemplo, a terapia com inibidores de checkpoint imunológico, como o pembrolizumab, tem demonstrado eficácia em pacientes cujos tumores expressam PD-L1. (Reis AP & Machado JAN et.al.2020)
Além dos tratamentos convencionais, a reabilitação e o suporte psicológico são componentes importantes no manejo do câncer de cabeça e pescoço. Pesquisas de Oliveira et al. (2021) destacam a importância do suporte psicológico e das terapias de reabilitação para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes, especialmente em relação aos aspectos fonoaudiológicos e nutricionais.
5.2. Etiopatogenia do câncer de cabeça e pescoço
O câncer de cabeça e pescoço (CCP) é uma neoplasia multifatorial, cuja patogênese envolve uma combinação de fatores genéticos, ambientais e comportamentais. Entre os fatores de risco, o uso de tabaco e o consumo excessivo de álcool são os mais prevalentes e têm sido associados a um aumento significativo na incidência de diversos tipos de câncer nesta região. Segundo a pesquisa de Holanda et al. (2021), a combinação do uso de tabaco e álcool aumenta exponencialmente a probabilidade de desenvolvimento de cânceres de cavidade oral e faringe.
Adicionalmente, o vírus do papiloma humano (HPV) emergiu como um importante agente etiológico, especialmente para o câncer orofaríngeo. Um estudo de Betz et al. (2019) evidenciou que a infecção por subtipos de HPV de alto risco, como o HPV 16, está fortemente associada ao desenvolvimento de neoplasias malignas na região orofaríngea. A presença do HPV altera o microambiente tumoral, promovendo a proliferação celular e inibindo a apoptose, o que facilita o desenvolvimento tumoral.
Outro fator a ser considerado na etiopatogenia do câncer de cabeça e pescoço é a exposição a carcinógenos ambientais, como agentes químicos e poluição. De acordo com um estudo de Nogueira et al. (2023), a exposição a compostos químicos presentes em ambientes industriais e em produtos de consumo comuns leva a um aumento do risco de câncer na região. A pesquisa destaca a necessidade de regulamentações mais rigorosas para a exposição a substâncias potencialmente cancerígenas.O papel da inflamação crônica também tem sido reconhecido na etiopatogenia do câncer de cabeça e pescoço. Estudos sugerem que condições inflamatórias persistentes, como a laringite crônica, podem contribuir para a carcinogênese. A ativação de vias sinalizadoras que favorecem a transformação celular maligna e a progressão tumoral.
Em suma, a etiopatogenia do câncer de cabeça e pescoço resulta de uma complexa interação entre fatores genéticos, virais, ambientais e inflamatórios. A identificação precoce desses fatores de risco é crucial para a implementação de estratégias de prevenção e intervenção, especialmente em populações vulneráveis (Santos et al., 2022). As pesquisas em andamento visam compreender melhor esses mecanismos para aprimorar as abordagens terapêuticas e de prevenção.
5.3. Tratamentos do câncer de cabeça e pescoço
O tratamento do câncer de cabeça e pescoço (CCP) é complexo e varia de acordo com o tipo, localização e estágio da doença. As modalidades principais incluem cirurgia, radioterapia e quimioterapia, frequentemente combinadas em abordagens multidisciplinares. A cirurgia tem sido um pilar no tratamento do câncer de cabeça e pescoço, sendo utilizada tanto para ressecção tumoral quanto para reconstrução de áreas afetadas. Um estudo de Andrade et al. (2020) ressalta que a ressecção completa do tumor, quando possível, está associada a melhores resultados de sobrevida em pacientes com câncer de cavidade oral.Além das abordagens cirúrgicas e radioterápicas, a quimioterapia continua a ser uma opção importante no tratamento do câncer de cabeça e pescoço, especialmente em casos avançados ou metastáticos. A combinação de quimioterapia com radioterapia tem se mostrado eficaz em aumentar a resposta tumoral e a sobrevida. Nogueira et al. (2023) analisaram os efeitos da quimioterapia neoadjuvante em pacientes com CCP e relataram que essa abordagem pode reduzir o tamanho do tumor e facilitar a ressecção cirúrgica, além de melhorar os resultados oncológicos.
Nos últimos anos, a imunoterapia tem surgido como uma opção promissora na abordagem do câncer de cabeça e pescoço, especialmente em neoplasias associadas ao HPV. Estudos recentes, como o de Santos et al. (2023), demonstraram que inibidores de checkpoint, como o pembrolizumab, têm apresentado respostas significativas em pacientes com câncer orofaríngeo metastático, oferecendo uma nova esperança para aqueles que não respondem aos tratamentos tradicionais. Essa modalidade aproveita o sistema imunológico do paciente para atacar as células cancerígenas, representando um avanço significativo na terapia do câncer de cabeça e pescoço.
5.3.1. Quimioterapia
A quimioterapia é uma modalidade fundamental no tratamento do câncer de cabeça e pescoço (CCP), sendo utilizada em diferentes contextos, como tratamento neoadjuvante, adjuvante e paliativo. A utilização de quimioterapia neoadjuvante em pacientes com CCP visa reduzir o tamanho do tumor antes da cirurgia, facilitando a ressecção e aumentando as taxas de sobrevida. Um estudo de Andrade et al. (2023) demonstrou que a quimioterapia neoadjuvante, combinada com radioterapia, pode resultar em uma taxa de resposta tumoral significativa, o que é crucial para a melhora dos prognósticos a longo prazo. No contexto do tratamento adjuvante, a quimioterapia é frequentemente empregada após a cirurgia para eliminar células cancerígenas remanescentes e reduzir o risco de recidiva. Silveira et al. (2021) relataram que a quimioterapia adjuvante, especialmente a combinação de cisplatina e fluorouracil, mostrou eficácia em pacientes com alto risco de recidiva após a ressecção cirúrgica, contribuindo para a melhor sobrevida livre de doença.
Além dos regimes tradicionais, a quimioterapia paliativa tem um papel central no tratamento de pacientes com doença avançada. A quimioterapia paliativa visa não apenas prolongar a sobrevida, mas também melhorar a qualidade de vida dos pacientes. De acordo com o estudo de Carvalho et al. (2023), a combinação de paclitaxel e carboplatina foi associada a uma melhor resposta clínica em pacientes com câncer de cabeça e pescoço em estágios avançados, evidenciando a importância da personalização do tratamento em contextos paliativos.
O impacto dos efeitos colaterais da quimioterapia também deve ser considerado, pois pode afetar significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Um estudo de Silveira et al. (2021) identificou que os efeitos adversos como mucosite, xerostomia e fadiga estão entre os mais comuns em pacientes submetidos a tratamento quimioterápico para CCP. A gestão desses efeitos colaterais é crucial para o sucesso do tratamento e a adesão dos pacientes, sendo necessária uma abordagem multidisciplinar que inclua suporte nutricional e manejo da dor.
5.3.2. Radioterapia
A radioterapia é uma modalidade essencial no tratamento do câncer de cabeça e pescoço (CCP), utilizada tanto em regimes curativos quanto paliativos. Este tratamento é muitas vezes empregado em combinação com cirurgia e quimioterapia, dependendo do estágio e localização do tumor. De acordo com um estudo de Andrade et al. (2020), a radioterapia é eficaz na redução do tamanho tumoral e na erradicação de células cancerígenas remanescentes, especialmente quando utilizada após a ressecção cirúrgica. A modalidade ainda é considerada uma metodologia adequada para o CCP, embora sua eficácia venha acompanhada de uma série de efeitos colaterais, particularmente nas estruturas bucais. Entre as consequências bucais mais comuns, destacam-se a mucosite, a xerostomia e a osteorradionecrose. Essas condições não apenas comprometem a qualidade de vida dos pacientes, mas também afetam sua capacidade de alimentação, comunicação e higiene oral (Sanson et al., 2023).
Um dos avanços mais significativos na radioterapia para CCP é a introdução da Radioterapia de Intensidade Modulada (IMRT), que permite uma distribuição mais precisa da dose de radiação, minimizando a exposição de tecidos saudáveis. Segundo Sanson et al. (2023), a IMRT não só melhora os resultados oncológicos, mas também reduz a severidade dos efeitos colaterais associados, como mucosite e xerostomia, em comparação com técnicas tradicionais de radioterapia. Os autores observam que a personalização do tratamento é crucial, pois a resposta à terapia pode variar significativamente entre os pacientes.
Os efeitos colaterais da radioterapia na região da cabeça e pescoço são uma preocupação importante. A mucosite oral, inflamação das mucosas bucais, e a xerostomia, que se refere à boca seca, são algumas das complicações mais comuns registradas. De acordo com uma revisão de Santos et al. (2023), até 80% dos pacientes submetidos à radioterapia experimentam algum grau de mucosite, o que pode impactar severamente sua qualidade de vida e capacidade de se alimentar. A xerostomia também afeta uma grande parcela dos pacientes, levando a dificuldades na deglutição e aumentando o risco de cáries e infecções bucais (Mercadante et al., 2024).
Outro ponto crítico na radioterapia para CCP é a ocorrência de complicações a longo prazo, como a osteorradionecrose, que envolve a morte do tecido ósseo devido à radiação. Um estudo de Lyu et al. (2023) discute que a osteorradionecrose pode se desenvolver meses ou até anos após o tratamento, sendo frequentemente desencadeada por procedimentos dentários ou traumas na área irradiada. Os autores enfatizam a importância de um acompanhamento cuidadoso e de um planejamento adequado da saúde bucal para prevenir essa complicação severa. Para gerenciar e mitigar os efeitos colaterais da radioterapia, abordagens paliativas e terapias de suporte estão se tornando cada vez mais relevantes. Pesquisa de SIlva et al. (2021) sugere que a implementação de cuidados de suporte, como terapia nutricional e intervenções fonoaudiológicas, pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes durante e após o tratamento. O estudo destaca que a integração de uma equipe multidisciplinar é fundamental para abordar as diversas necessidades dos pacientes com câncer de cabeça e pescoço.
5.4. Osteorradionecrose
A osteorradionecrose (ORN) é uma complicação grave que pode ocorrer em pacientes que receberam radioterapia, especialmente aqueles tratados para câncer de cabeça e pescoço. A condição é caracterizada pela necrose do osso irradiado, que geralmente é desencadeada por trauma, infecção ou extrações dentárias na área irradiada. Segundo o estudo de Marcondes et al. (2022), a ORN pode resultar em dor intensa, mobilidade reduzida e infecções secundárias, impactando significativamente a qualidade de vida dos pacientes.
A patofisiologia da osteorradionecrose está relacionada à diminuição do fluxo sanguíneo e à hipóxia na área irradiada, o que compromete a capacidade de cicatrização do osso. De acordo com uma revisão de avanço por Muzy (2021), a radiação danifica os vasos sanguíneos, resultando em uma perda progressiva do suprimento sanguíneo, o que torna o osso suscetível à necrose. Os autores enfatizam que o risco de desenvolver ORN aumenta com doses cumulativas mais altas de radiação, além de fatores de comorbidade, como diabetes mellitus e hábitos tabágicos. A prevenção da ORN é crucial, especialmente em pacientes submetidos à extração dental ou a outros procedimentos invasivos na região irradiada. Um estudo de Neves et al. (2021) sugere que uma avaliação odontológica rigorosa antes da radioterapia e um planejamento apropriado para a extração dentária podem ajudar a reduzir o risco de ORN. Os autores recomendam a utilização de medidas preventivas, como a terapia hiperbárica de oxigênio, que demonstrou potencial para melhorar a oxigenação e promover a cura do tecido ósseo.
O tratamento da osteorradionecrose pode ser desafiador e frequentemente envolve abordagens multidisciplinares. Segundo Soares et al. (2021), o manejo da ORN pode incluir intervenções cirúrgicas, como desbridamento e revascularização do osso afetado. Além disso, antibióticos e técnicas de suporte nutricional são frequentemente necessárias para controlar infecções secundárias e promover a cicatrização. A pesquisa sobre novos tratamentos continua a evoluir, com terapias celulares e fatores de crescimento sendo investigados como opções promissoras.
A qualidade de vida de pacientes com osteorradionecrose é uma preocupação significativa. Um estudo de Soares et al. (2019) destaca que pacientes com ORN muitas vezes enfrentam limitações funcionais relacionadas à dor e à incapacidade de realizar atividades diárias, enfatizando a necessidade de estratégias de reabilitação adequadas. Estas estratégias devem incluir suporte psicológico e cuidados paliativos para ajudar na gestão dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida.
5.5. Fatores de risco para a ORN
Os fatores de risco associados ao desenvolvimento de ORN são variados e incluem características do paciente, dose de radiação, e a presença de procedimentos cirúrgicos ou dentários na área irradiada. A compreensão desses fatores é fundamental para o manejo e a prevenção da ORN, garantindo uma abordagem mais eficaz na saúde bucal de pacientes em tratamento oncológico.
Um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de ORN inclui a dose total de radiação administrada. Um estudo de Oliveira et al. (2020) demonstrou que quanto maior a dose de radiação, maior a probabilidade de desenvolver ORN. O estudo ressalta que doses superiores a 60 Gy estão associadas a um aumento significativo na incidência de necrose óssea, especialmente em áreas onde a vascularização já é comprometida.
Outro fator preponderante na predisposição à ORN é a presença de comorbidades, como diabetes mellitus e doenças vasculares. Em uma pesquisa conduzida por Santos et al. (2021), foi identificado que pacientes com diabetes tinham um risco quase duas vezes maior de desenvolver ORN em comparação àqueles sem essa condição. As complicações associadas ao diabetes, como a circulação reduzida e a cicatrização prejudicada, tornam esses pacientes mais vulneráveis a essa complicação.
A realização de procedimentos odontológicos durante ou após a radioterapia é também um fator de risco significativo para a ORN. De acordo com a pesquisa de Ferreira et al. (2022), extrações dentárias realizadas em pacientes irradiados antes que o osso tenha se recuperado adequadamente frequentemente resultam em necrose. O estudo sugere que uma avaliação odontológica rigorosa e planejamento prévio são essenciais antes da radiação para minimizar o risco de futuras complicações.
Além disso, o uso de tabaco e álcool é amplamente reconhecido como fatores de risco modificáveis para a ORN. Segundo a revisão de Silva et al. (2023), pacientes que consomem tabaco têm maior probabilidade de desenvolver ORN, devido aos efeitos nocivos na cicatrização e na vascularização do tecido. O estudo conclui que a cessação do tabagismo deve ser encorajada como parte da preparação para a radioterapia em pacientes com câncer de cabeça e pescoço.
Finalmente, fatores relacionados ao tratamento, como a técnica de irradiação utilizada, também influenciam o risco de osteorradionecrose. O estudo de Lima et al. (2024) comparou as incidências de ORN entre diferentes técnicas de radioterapia, como a radioterapia convencional e a radioterapia de intensidade modulada (IMRT). Os resultados indicaram que a IMRT apresenta um risco menor de ORN, uma vez que preserva melhor os tecidos saudáveis ao redor.
5.6. Sinais e Sintomas da ORN
Os sinais e sintomas da ORN podem variar em gravidade e geralmente se desenvolvem lentamente após o tratamento radioterápico, tornando o reconhecimento precoce um desafio. O entendimento claro dos sinais e sintomas associados à ORN é crucial para um diagnóstico adequado e um manejo eficaz. Um dos sinais mais comuns de ORN é a dor na região afetada, que pode ser contínua ou intermitente. De acordo com Martins et al. (2020), a dor associada à ORN é frequentemente descrita como intensa e persistente, podendo ser exacerbada por atividades como mastigação ou higiene bucal. Este sintoma é um indicador importante que pode alertar os profissionais de saúde para o desenvolvimento da condição.
A exposição do osso pode ser um dos sinais clínicos mais significativos da ORN. Segundo a pesquisa de Lemos e Costa (2021), a exposição óssea geralmente ocorre em áreas onde o osso foi irradiado e pode apresentar-se como uma ferida crônica que não cicatriza. A presença de osso exposto está frequentemente acompanhada de secreção purulenta e odor desagradável, o que pode indicar uma infecção secundária.
Além da dor e da exposição óssea, a osteorradionecrose pode levar ao desenvolvimento de fístulas orais, que são comunicações anormais entre a cavidade oral e o osso. Em um estudo de Silva et al. (2022), foi identificado que as fístulas ocorrem em decorrência da necrose óssea, comumente observadas após procedimentos dentários na região irradiada. Estas fístulas podem resultar em complicações adicionais, como a dificuldade na alimentação e a ingestão de alimentos. Outros sintomas associados incluem a deformidade facial e a limitação da movimentação da maxila ou da mandíbula. Ferreira et al. (2023) relataram que a ORN pode causar alterações significativas na anatomia da arcada dentária, resultando em uma estética facial comprometida e problemas funcionais. A limitação do movimento mandibular pode dificultar não apenas a alimentação, mas também a comunicação verbal.
É importante destacar que a identificação precoce dos sinais e sintomas da ORN é essencial para evitar complicações mais severas e para implementar intervenções adequadas. Um estudo de Oliveira et al. (2024) sugere que avaliações regulares e uma abordagem multidisciplinar são fundamentais para o gerenciamento eficaz da condição, permitindo prevenir a progressão da ORN e suas complicações associadas.
5.7. Diagnóstico da ORN
A avaliação clínica, associada a métodos de imagem, é fundamental para um diagnóstico preciso.
O primeiro passo no diagnóstico da ORN é a avaliação clínica, que envolve uma anamnese detalhada e exame físico. De acordo com um estudo de Lima et al. (2022), os relatos de dor persistente na região irradiada, a exposição óssea e a presença de fístulas são sinais clínicos importantes que devem ser considerados na avaliação de pacientes com histórico de radioterapia. A identificação desses sintomas é essencial para direcionar o tratamento adequado e evitar a progressão da condição.
Além da avaliação clínica, os métodos de imagem desempenham um papel crítico no diagnóstico da ORN. A Tomografia Computadorizada (TC) e a Ressonância Magnética (RM) são frequentemente utilizadas para avaliar a extensão do envolvimento ósseo e identificar áreas de necrose. Segundo a pesquisa de Gomes et al. (2023), a TC é particularmente útil para visualizar alterações ósseas e estruturas adjacentes, enquanto a RM fornece informações detalhadas sobre a vascularização e a integridade do tecido moles, ajudando a diferenciar a ORN de outras complicações, como infecções.
A utilização de Bone Scintigraphy (cintilografia óssea) também tem sido proposta como uma ferramenta útil no diagnóstico de ORN. Um estudo de Oliveira e Santos (2024) demonstrou que a cintilografia óssea pode revelar áreas de hipermetabolismo que indicam ainda necrose óssea. Embora não seja específica, este método pode ser um complemento eficaz aos exames de imagem tradicionais, especialmente em casos em que os sinais clínicos e os achados na TC ou RM são ambíguos.
Além dos métodos de imagem, a biópsia óssea pode ser considerada em casos em que o diagnóstico é incerto. Segundo Ferreira et al. (2021), a biópsia pode ajudar a confirmar a necrose óssea e descartar outras condições patológicas, como tumores metastáticos ou infecções. A biópsia, embora invasiva, pode fornecer informações cruciais para o manejo clínico e deve ser realizada em um ambiente controlado.
As áreas mais frequentemente afetadas pela ORN incluem a mandíbula, maxila e outras estruturas ósseas na região da cabeça. A identificação das áreas mais suscetíveis é crucial para a prevenção e manejo da condição. A mandíbula é a área mais comumente afetada pela ORN, representando aproximadamente 80% dos casos.
Estudos como o de Martins et al. (2020) demonstram que as cirurgias odontológicas, particularmente extrações dentárias, combinadas com a radiação, são fatores que contribuem significativamente para o desenvolvimento de necrose óssea nesta região.
A anatomia da mandíbula, aliada ao seu suprimento vascular comprometido pela radiação, torna este osso particularmente vulnerável. Além da mandíbula, a maxila também pode ser afetada pela ORN, embora com menor frequência. Segundo pesquisa de Silva e colaboradores (2021), a ocorrência de ORN na maxila está geralmente associada a tratamentos radioterápicos para neoplasias localizadas em áreas superiores da cabeça e pescoço. A maxila, embora menos impactada em comparação à mandíbula, pode apresentar comprometimento significativo, especialmente quando envolvida em procedimentos cirúrgicos após a irradiação.
A ORN também pode afetar os ossos do crânio, especialmente nas regiões orbitária e temporal, embora esses casos sejam menos comuns. Um estudo de Lemos et al. (2022) relatou que a saúde bucal comprometida e a exposição a traumas são fatores de risco para desenvolver ORN em regiões cranianas. O envolvimento de áreas craniofaciais pode levar a complicações adicionais, como problemas de visão e infecções.
As consequências da osteorradionecrose podem ser devastadoras, não apenas em termos de dor e desconforto, mas também em relação à funcionalidade e estética. Pesquisa de Oliveira e Costa (2023) enfatiza que a necrose da mandíbula e maxila pode resultar em deformidades faciais, limitação da função mastigatória e impacto negativo na qualidade de vida dos pacientes. Por essa razão, a identificação precoce das áreas vulneráveis e a implementação de estratégias preventivas são essenciais.
A combinação de avaliações clínicas rigorosas e técnicas de imagem adequadas é fundamental para um diagnóstico preciso de osteorradionecrose. Para pacientes em risco, um acompanhamento contínuo deve ser implementado para monitorar indicadores clínicos e radiográficos, permitindo intervenções precoces e melhorando os resultados (Mendão et al., 2023).
5.8. Importância da odontologia no manejo da osteorradionecrose
O papel da odontologia no manejo da ORN é crucial, pois envolve a avaliação inicial, a prevenção de complicações, e a reabilitação funcional dos pacientes. A abordagem odontológica adequada pode fazer uma diferença significativa na qualidade de vida dos pacientes.
Um dos aspectos mais relevantes da atuação odontológica é a avaliação preventiva antes do início da radioterapia. Segundo o estudo de Martins et al. (2020), uma avaliação odontológica rigorosa e a realização de procedimentos odontológicos necessários antes da radioterapia são fundamentais para a prevenção de ORN. A conscientização sobre a importância de um estado bucal adequado pode reduzir o risco de complicações associadas à radioterapia, como infecções e necrose óssea.
A manutenção da saúde bucal durante e após o tratamento radioterápico é outro aspecto essencial no manejo da ORN. De acordo com Silva e Oliveira (2021), os dentistas devem monitorar ativamente os pacientes para detectar precocemente alterações na saúde bucal que podem predispor à ORN. A educação do paciente sobre a importância de práticas de higiene oral adequadas e cuidados preventivos é fundamental para minimizar o impacto da radioterapia nas estruturas orais. Além da prevenção, a odontologia desempenha um papel importante na reabilitação dos pacientes com ORN. Pesquisa de Almeida et al. (2023) destaca que o tratamento da ORN pode incluir intervenções odontológicas, como o desbridamento cirúrgico e o uso de próteses, que visam restaurar a função mastigatória e eliminar a dor. A colaboração entre dentistas e outros profissionais de saúde é crucial para desenvolver um plano de manejo eficaz que atenda às necessidades individuais do paciente.
A terapia hiperbárica de oxigênio (THO) também tem sido apontada como uma intervenção valiosa no manejo da ORN, particularmente quando administrada em conjunto com a assistência odontológica. Em um estudo de Ferreira et al. (2024), foi demonstrado que a THO, associada à intervenção odontológica, pode melhorar a cicatrização do tecido ósseo e reduzir a dor em pacientes com ORN. A importância de um tratamento multidisciplinar nesse contexto é enfatizada, pois combina as experiências de diferentes áreas para um resultado mais completo.
Por fim, a atuação do dentista na reabilitação e no manejo da osteorradionecrose não pode ser subestimada. Compreender as diretrizes de manejo, juntamente com a capacidade de identificar e tratar precocemente os sinais de ORN, coloca o dentista em uma posição chave para melhorar os resultados de saúde bucal e a qualidade de vida de pacientes com histórico de radioterapia. Uma abordagem proativa pós-tratamento, conforme observado por Costa et al. (2024), é vital para a recuperação e a manutenção da saúde bucal em pacientes que enfrentam essa complicação.
5.9. Cuidados prévios profissional/paciente
A prevenção da ORN é um componente essencial do gerenciamento de pacientes submetidos a tratamento radioterápico, e os cuidados prévios são fundamentais para minimizar os riscos associados. A relação entre profissionais de saúde e pacientes é crucial para garantir a adesão a estratégias preventivas e para a manutenção da saúde bucal.
Os cuidados odontológicos prévios à radioterapia são vitais para a redução do risco de desenvolvimento da ORN. Segundo um estudo de Almeida et al. (2020), uma avaliação odontológica completa deve ser realizada antes do início do tratamento radioterápico, incluindo a identificação e o tratamento de condições bucais existentes, como cáries ou doenças periodontais. A remoção de dentes não recuperáveis e a correção de doenças gengivais são consideradas fundamentais para aminorar a risco de infecções e, consequentemente, de ORN.
O envolvimento ativo do paciente no planejamento do tratamento é igualmente importante. De acordo com Silva e Oliveira (2021), a educação do paciente sobre a importância da saúde bucal e a adesão a práticas de higiene oral são essenciais antes do tratamento. As informações sobre os efeitos adversos potenciais da radioterapia na saúde bucal devem ser discutidas para preparar o paciente e reforçar a necessidade de cuidados preventivos, promovendo um ambiente de colaboração.
A comunicação entre as equipes multidisciplinares de saúde é um fator crítico que pode impactar os cuidados prévios. Um estudo de Martins et al. (2022) elucidou que a colaboração entre dentistas, oncologistas e enfermeiros é essencial para garantir que os pacientes recebam cuidados abrangentes. Protocolos bem definidos para avaliação e encaminhamento dos pacientes com riscos elevados para ORN contribuem significativamente para a eficácia do tratamento e a prevenção de complicações.
O uso de medidas preventivas adicionais, como a terapia hiperbárica de oxigênio, também deve ser discutido na fase de preparação. Pesquisa de Ferreira et al. (2023) sugere que a terapia hiperbárica pode ser considerada em pacientes que apresentam alto risco de ORN, especialmente aqueles que necessitam de intervenções odontológicas após a radiação. A inclusão dessa estratégia no plano de cuidado, com o consentimento e compreensão do paciente, pode aumentar a eficácia do manejo preventivo.
Por último, o acompanhamento contínuo e o monitoramento da saúde bucal devem ser enfatizados. De acordo com Costa e Nascimento (2024), a realização de consultas regulares para avaliação de saúde bucal após a radioterapia pode ajudar na detecção precoce de qualquer sinal de ORN, permitindo a implementação de intervenções apropriadas. A educação contínua do paciente sobre cuidados orais pós-radioterapia é essencial para a manutenção da saúde bucal e a prevenção de complicações.
6. DISCUSSÃO
A osteorradionecrose (ORN) é uma complicação significativa que afeta pacientes que receberam radioterapia, especialmente aqueles tratados para câncer de cabeça e pescoço. A prevenção e o manejo da ORN são complexos e requerem uma abordagem multidisciplinar, na qual a odontologia desempenha um papel crucial. A atuação odontológica não se limita apenas ao tratamento de complicações, mas inicia desde o planejamento pré-radioterapia até o acompanhamento integral do paciente durante e após o tratamento.
– Importância da Avaliação Odontológica Prévia
Uma das principais responsabilidades dos profissionais de odontologia é realizar uma avaliação dental completa antes do início da radioterapia. A literatura enfatiza que a presença de condições orais pré-existentes, como cáries, periodontite e dentes não restaurados, aumenta significativamente o risco de desenvolvimento de ORN (Almeida et al., 2020). Portanto, um planejamento adequado que inclua a extração de dentes comprometidos e o tratamento de infecções dentais é fundamental. Essa intervenção não só cobre a saúde bucal do paciente, mas também minimiza a possibilidade de complicações durante a radioterapia.
– Educação e Envolvimento do Paciente
A educação do paciente sobre a importância da saúde bucal é outro aspecto crítico da atuação odontológica. Pacientes frequentemente desconhecem a gravidade das complicações que podem surgir da radioterapia, como a ORN (Silva e Oliveira, 2021). A capacidade do dentista de explicar os efeitos colaterais potenciais da radioterapia e as práticas de higiene oral podem melhorar a adesão do paciente aos cuidados preventivos e promover um ambiente colaborativo. Esse envolvimento é fundamental, pois pacientes bem informados tendem a ser mais proativos em relação à sua saúde, o que pode impactar diretamente a qualidade de vida e bem-estar.
– Gestão de Complicações
Após a ocorrência de ORN, o dentista tem um papel essencial na gestão das complicações. Intervenções como desbridamento cirúrgico e gerenciamento de infecções são frequentemente necessárias (Martins et al., 2022). Além disso, a reabilitação funcional e estética, que pode incluir a utilização de próteses e a terapia de restauração, é parte do trabalho odontológico no cuidado de pacientes com ORN. O dentista atua numa equipe multidisciplinar, colaborando com oncologistas e médicos para garantir um manejo eficaz e abrangente do paciente. A concorrência de especialidades é um fator determinante para o sucesso do tratamento dessas complicações.
– A Importância da Terapia Hiperbárica de Oxigênio
A terapia hiperbárica de oxigênio tem se mostrado promissora na prevenção e tratamento da ORN, especialmente quando aplicada em conjunto com intervenções odontológicas (Ferreira et al., 2023). A capacidade dessa terapia de promover a cicatrização e reduzir a inflamação faz dela uma opção valiosa no manejo da ORN, e a integração da odontologia nesse plano de tratamento tem o potencial de melhorar os resultados clínicos.
– Monitoramento Contínuo e Intervenção Precoce
Finalmente, o acompanhamento contínuo é uma responsabilidade crucial dos dentistas ao lidar com pacientes em risco de ORN. Consultas regulares permitem a detecção precoce de sinais de complicações e facilitam a implementação de intervenções apropriadas (Costa e Nascimento, 2024). Essa vigilância não apenas ajuda a mitigar os impactos adversos da ORN, mas também melhora a experiência geral do paciente durante e após o tratamento.
7. CONCLUSÃO
Em resumo, a odontologia desempenha um papel integral no manejo da osteorradionecrose, desde a avaliação e tratamento preventivo antes da radioterapia até o tratamento e reabilitação após o desenvolvimento da condição. Uma abordagem focada na educação do paciente, no trabalho em equipe multidisciplinar e em estratégias de manejo eficazes é crucial para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. A integração dos cuidados odontológicos nos protocolos de tratamento oncológico é essencial para a prevenção e manejo da ORN e merece mais atenção na formação profissional e nas práticas clínicas.
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