PROTEÇÃO DE COMBATE A INCÊNDIO EM SISTEMA DE ENERGIA

SOLAR FIRE PROTECTION IN SOLAR ENERGY SYSTEM

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10681594


Grasiela Aparecida Coura Querobino Alvarenga¹;
Hugo Gomes de Sousa²;
Wander do Prado Almeida³.


Resumo

Devido a utilização crescente de sistemas de energia solar, tem destacado a necessidade de abordagens eficientes e seguras para a proteção contra incêndios nesse contexto. No qual, a preservação da integridade desses sistemas é crucial para garantir a segurança das instalações e minimizar potenciais danos ambientais. Diante de tais informações este  estudo tem como objetivo abordar sobre a proteção de combate a incêndio em sistemas de energia solar, buscando mitigar riscos, preservar ativos e assegurar a continuidade operacional dessas instalações. Para alcançar o objetivo do estudo, a metodologia adotada compreende uma revisão de literatura, abrangendo estudos científicos e normas técnicas relacionados à proteção contra incêndios em sistemas de energia solar. Como resultados obtidos a partir da revisão de literatura revelam uma lacuna significativa no entendimento e na implementação de medidas específicas de combate a incêndios em sistemas de energia solar. Identificam-se, também, diversas práticas e tecnologias promissoras que podem ser aplicadas para fortalecer a segurança desses sistemas, incluindo a integração de sistemas de detecção avançados, o desenvolvimento de materiais mais resistentes ao fogo e a implementação de protocolos de evacuação eficazes. Concluiu-se que, a proteção contra incêndios em sistemas de energia solar é uma área que merece atenção especial, dada a sua crescente importância na matriz energética global. A revisão de literatura destaca a necessidade urgente de pesquisas mais aprofundadas e da implementação de normativas específicas para garantir a segurança dessas instalações. A utilização de tecnologias inovadoras e a conscientização dos profissionais envolvidos são aspectos cruciais para mitigar os riscos associados a incêndios em sistemas de energia solar, promovendo assim um desenvolvimento sustentável e seguro dessa fonte de energia renovável.

Palavras-chave: Energia Solar. Sistemas fotovoltaicos. Proteção Contra Incêndios. Segurança em Eletricidade.

1 INTRODUÇÃO

De início se faz primordial explicar que, a energia fotovoltaica é uma forma sustentável de geração de eletricidade que utiliza células solares para converter a luz solar em eletricidade. Essas células, geralmente feitas de silício, geram corrente elétrica quando expostas à luz solar. Os painéis solares, compostos por várias células interligadas, capturam a energia do sol e a transformam em eletricidade, sem a emissão de poluentes. Essa fonte renovável desempenha um papel crucial na transição para uma matriz energética mais limpa e sustentável, contribuindo para a redução das emissões de carbono e promovendo a independência energética. A tecnologia fotovoltaica continua a evoluir, tornando-se uma solução cada vez mais viável e acessível para a geração de energia limpa (BIERHALS; BRAZIL, 2021; BRITO; LIMA; BATISTA, 2023). 

Assim, a proteção de combate a incêndio em sistemas de energia solar é um tema de crescente relevância diante do aumento da adoção dessa fonte de energia renovável. Com a expansão das instalações solares, torna-se crucial abordar estratégias eficazes para prevenção, detecção e controle de incêndios nesse contexto específico. A complexidade dos sistemas fotovoltaicos e térmicos demanda medidas de segurança adequadas para preservar a integridade das instalações, proteger o meio ambiente e assegurar a segurança das comunidades circunvizinhas. Este estudo busca explorar e analisar as principais considerações relacionadas à proteção contra incêndios em sistemas de energia solar, visando contribuir para o desenvolvimento seguro e sustentável dessa importante fonte de energia renovável (GRANT, 2010; CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS, 2023).

O desenvolvimento da presente pesquisa se concentra na proteção de combate a incêndio em sistemas de energia solar, buscando desenvolver estratégias eficientes para prevenção, detecção e controle de incêndios em instalações fotovoltaicas e térmicas. Explorando normativas, tecnologias e práticas inovadoras, o estudo visa aprimorar a segurança desses sistemas, promovendo uma transição mais segura e sustentável para a energia solar.

De acordo com a Norma Técnica 44/2023 se faz necessário implementar as medidas de segurança contra incêndio e pânico em edificações ou áreas de risco que abrigam sistemas de energia solar fotovoltaica, em conformidade com as diretrizes estabelecidas para essa finalidade (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS, 2023; BRASIL, 2022; 2023).

Com base nestas informações, a presente pesquisa pretende responder ao seguinte questionamento: como garantir a eficácia e a segurança das estratégias de proteção de combate a incêndio em sistemas de energia solar, considerando a complexidade dessas instalações e os riscos associados à propagação de chamas em componentes fotovoltaicos e térmicos?

A justificativa para a pesquisa em proteção de combate a incêndio em sistemas de energia solar reside na necessidade crítica de mitigar riscos crescentes associados à expansão dessas instalações. Diante do aumento da adoção de energia solar, a compreensão e implementação eficaz de medidas de prevenção e controle de incêndios são fundamentais para garantir a segurança operacional, a proteção ambiental e a confiabilidade dessa importante fonte de energia renovável. Este estudo busca preencher lacunas existentes e contribuir para a evolução das práticas de segurança nesse contexto.

Diante de tais informações, este  estudo tem como objetivo abordar sobre a proteção de combate a incêndio em sistemas de energia solar, buscando mitigar riscos, preservar ativos e assegurar a continuidade operacional dessas instalações. E como objetivos específicos discorrer sobre alguns cuidados na proteção de combate a incêndio; identificar, adicionalmente, diversas práticas e tecnologias promissoras passíveis de aplicação para reforçar a segurança desses sistemas; e identificar e avaliar as vulnerabilidades específicas de sistemas de energia solar que podem contribuir para o surgimento e propagação de incêndios.

2 PROTEÇÃO DE COMBATE A INCÊNDIO EM SISTEMA DE ENERGIA SOLAR 

A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) destaca a relevante contribuição da energia solar na matriz elétrica brasileira, que totaliza 221.992 MW. A energia solar fotovoltaica ocupa o segundo lugar, atingindo 35.739 MW, correspondendo a 16,1% do total. Essa posição é superada apenas pela energia hídrica, que representa 109.909 MW (49,5%) (BRITO; LIMA; BATISTA, 2023). O crescimento expressivo da energia solar evidencia o papel crescente das fontes renováveis na diversificação e sustentabilidade do setor elétrico nacional (NASCIMENTO et al., 2019; BRITO; LIMA; BATISTA, 2023)

Assim, de acordo com Bierhals e Brazil (2021) em um sistema de energia solar é preciso ter alguns cuidados, no que se refere a proteção de combate a incêndio, como: 

a) detecção de incêndios, com o desenvolvimento e aplicação de sistemas de detecção de incêndios específicos para instalações de energia solar. Bem como, o uso de sensores avançados para identificação precoce de potenciais pontos de ignição; 

b) uso de materiais resistentes ao fogo, por meio de pesquisa e inovação em materiais de construção e componentes resistentes ao fogo. E ainda, proceder com a avaliação de revestimentos e barreiras térmicas para proteção contra propagação de chamas.

c) atender as normas e regulamentações existentes, realizando a análise e atualização das normas e regulamentações existentes relacionadas à segurança em sistemas de energia solar. Bem como, existe a necessidade de desenvolvimento de normativas específicas para a prevenção e combate a incêndios nesse contexto.

d) investir em um sistemas de supressão de incêndios, por meio da investigação de tecnologias e métodos de supressão de incêndios adaptados a sistemas fotovoltaicos e térmicos. Também é relevante a avaliação de agentes extintores e sistemas de sprinklers adequados para instalações solares.

e) sempre implementar treinamento e conscientização, por meio do desenvolvimento de programas de treinamento para profissionais envolvidos na instalação e manutenção de sistemas de energia solar, com foco em procedimentos de segurança contra incêndios. E também focar na questão da conscientização da comunidade e dos usuários sobre práticas seguras e ações de evacuação em caso de incêndio.

f) proceder com a integração de tecnologias inteligentes, fazendo a aplicação de tecnologias de Internet das Coisas para monitoramento em tempo real e resposta rápida a eventos de incêndio. E ainda atuar na implementação de sistemas de controle automatizado para isolamento de áreas afetadas.

g) sempre trabalhar com o processo de avaliação de riscos e análise de falhas, pois, se faz necessário o desenvolvimento de metodologias para avaliação de riscos específicos associados a sistemas de energia solar. É válido também sempre realizar a análise de falhas em componentes críticos e estudo de suas implicações na segurança contra incêndios.

h) ter atenção as medidas de proteção ambiental, por meio de estratégias para minimizar impactos ambientais decorrentes de incêndios em instalações solares, incluindo o manejo adequado de resíduos resultantes.

i) ter sempre projetos de evacuação e resposta a emergências, com o desenvolvimento de protocolos de evacuação eficientes e prontidão para a resposta a emergências. Bem como, ter ainda a integração de sistemas de comunicação de emergência em instalações solares. 

2.1 Detecção de incêndios 

A detecção de incêndios em instalações de energia solar é de extrema importância para garantir a segurança nos sistemas instalações, prevenir danos materiais e proteger o meio ambiente. Desenvolver e aplicar sistemas de detecção de incêndios específicos para essas instalações é crucial para lidar com os desafios únicos que podem surgir nesse ambiente (GRANT, 2010; CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS, 2023).

Existem algumas estratégias e tecnologias que podem ser consideradas para a detecção de incêndios em instalações de energia solar, incluindo o uso de sensores avançados: a) instalação de sensores térmicos para monitorar a temperatura em tempo real. Variações anormais de temperatura podem indicar potenciais pontos de ignição; b) utilização de sensores de fumaça para detectar partículas no ar, indicando a presença de fumaça, que é um sinal precoce de um incêndio; c) implementação de câmeras de vigilância equipadas com software de análise de imagem para identificar padrões de fumaça ou sinais visuais de incêndios em estágios iniciais; d) implementação de sistemas de monitoramento remoto que permitam o acompanhamento em tempo real das condições da instalação, possibilitando a identificação precoce de problemas; e) integração de sistemas de alarme automáticos que são acionados quando são detectados sinais de incêndio. Esses sistemas podem alertar automaticamente os responsáveis pela segurança e acionar procedimentos de emergência; f) uso de sensores de gás para identificar a presença de gases inflamáveis, que podem indicar vazamentos ou outros riscos de incêndio; g) integração dos sistemas de detecção de incêndios com os sistemas de gestão de energia da instalação para desligamento automático de partes específicas em caso de detecção de incêndio; h) realização de treinamentos regulares para a equipe de operação da instalação, incluindo simulações de incêndio, para garantir uma resposta eficiente em caso de emergência (BRASIL, 2022; GALDINO, 2023; CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS, 2023; BRASIL, 2023).

Ao desenvolver e implementar sistemas de detecção de incêndios específicos para instalações de energia solar, é fundamental considerar as condições ambientais específicas e os desafios associados a essas instalações. A manutenção regular e a atualização dos sistemas também são cruciais para garantir a eficácia contínua da detecção de incêndios (GRANT, 2010).

2.2 Uso de materiais resistentes ao fogo 

A utilização de materiais resistentes ao fogo em instalações de energia solar desempenha um papel vital na prevenção e mitigação de danos causados por incêndios. A pesquisa e inovação em materiais de construção e componentes resistentes ao fogo são fundamentais para melhorar a segurança dessas instalações. Além disso, a avaliação de revestimentos e barreiras térmicas desempenha um papel importante na proteção contra a propagação de chamas (NAMIKAWA et al., 2017). 

Algumas estratégias e áreas de pesquisa relevantes são o desenvolvimento de materiais de construção resistentes ao fogo, como revestimentos ignífugos, isolamentos térmicos resistentes a altas temperaturas e estruturas metálicas com propriedades retardantes de chamas, de acordo com as informações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2019).

Se tem também a necessidade de investimentos voltados para a pesquisa em nanoestruturas, com a exploração de nanotecnologias para criar materiais com propriedades específicas de resistência ao fogo, como nanocompósitos que resistem a altas temperaturas e proporcionam uma barreira mais eficaz contra chamas (FECHINE, 2020).

Precisa-se voltar a atenção para o uso de revestimentos ignífugos (retardantes de fogo), ou seja, proceder com a avaliação de revestimentos ignífugos para aplicação em superfícies expostas, painéis solares e estruturas críticas, proporcionando uma camada protetora contra a propagação de chamas (BRITO, LIMA; BATISTA, 2023).

Deve-se pensar ainda, no desenvolvimento de barreiras térmicas eficazes para limitar a transferência de calor entre componentes e áreas críticas das instalações, ajudando a conter o impacto térmico em caso de incêndio (FECHINE, 2020).

Os profissionais devem voltar as suas atenções para a condução de testes rigorosos para avaliar a resistência ao fogo de materiais e componentes específicos, garantindo que atendam aos padrões de segurança exigidos para instalações de energia solar (ABNT, 2004; BRITO, LIMA; BATISTA, 2023). Bem como, se deve trabalhar com a incorporação de sensores de temperatura diretamente nos materiais ou nas proximidades, para monitoramento em tempo real e detecção precoce de condições que possam levar a incêndios (GRANT, 2010).

De acordo com as informações de Moreno et al. (2011) é preciso aos profissionais ter a participação em desenvolvimento de padrões e regulamentações específicos para a segurança contra incêndios em instalações de energia solar, considerando as características únicas desses ambientes.

Ainda se faz primordial, a realização de estudos detalhados sobre o comportamento do fogo em instalações de energia solar, considerando fatores como vento, radiação solar intensa e características do terreno. Desse modo, a pesquisa contínua nessas áreas pode resultar em avanços significativos na segurança contra incêndios em instalações de energia solar, garantindo que os materiais e componentes utilizados sejam capazes de resistir a condições extremas e minimizar o risco de propagação de chamas. Essa abordagem integrada de pesquisa, inovação e avaliação é essencial para promover a sustentabilidade e a segurança das instalações de energia solar (BRASIL, 2022; 2023). 

2.3 Normas e regulamentações 

Para garantir a segurança em sistemas de energia solar, é fundamental atender às normas e regulamentações existentes e, quando necessário, realizar análise e atualização dessas normas para refletir as características específicas desses sistemas (BRASIL, 2022). 

Para seguir as normas e regulamentações são necessários alguns passos que podem ser seguidos nesse processo, como é o caso da identificação das Normas Atuais por parte dos profissionais. É relevante sempre realizar uma revisão completa das normas e regulamentações existentes relacionadas à segurança em sistemas de energia solar. Identifique aquelas que se aplicam diretamente às instalações fotovoltaicas e sistemas de armazenamento de energia (MORENO et al., 2011; ZILLES et al., 2012).

Segundo Grant (2010) é precioso atuar na avaliação da aplicabilidade das normas existentes às características específicas de instalações de energia solar, considerando fatores como a presença de painéis solares, inversores, sistemas de armazenamento, entre outros. Para Fachine (2020) se deve mantenha uma comunicação constante com órgãos reguladores relevantes para garantir que as instalações de energia solar estejam em conformidade com as normas e regulamentações estabelecidas.

Ainda participar de comissões técnicas e grupos de trabalho que estão envolvidos na elaboração, revisão e atualização de normas relacionadas à segurança em sistemas de energia solar (ABNT, 2014). Se deve ter o habito de Realizar uma análise detalhada para identificar eventuais lacunas nas normas existentes em relação à segurança em instalações de energia solar. Considere aspectos como detecção de incêndios, materiais resistentes ao fogo, procedimentos de emergência, entre outros (GRANT, 2010).

Em continuidade, se faz necessário atualizar as normas para incorporar avanços tecnológicos e inovações em materiais e sistemas de detecção de incêndios, garantindo que as normas estejam alinhadas com as práticas mais recentes de segurança (GRANT, 2010). E sempre considerar os desafios específicos associados a instalações de energia solar, como o risco de incêndios, e adapte as normas para abordar essas preocupações de forma eficaz (BRASIL, 2023).

Segundo a ABNT (2019) se deve garantir que os profissionais envolvidos na instalação, operação e manutenção de sistemas de energia solar sejam informados sobre as atualizações nas normas. Realize treinamentos regulares para garantir o entendimento e a implementação adequada das diretrizes de segurança. Como complementou Moreno (2019) é preciso estabelecer um processo contínuo de avaliação das normas, considerando feedbacks da indústria, resultados de incidentes e avanços tecnológicos, garantindo que as normas estejam sempre atualizadas e eficazes.

No que se refere a questão da documentação e da conformidade, se faz relevante sempre certificar que todas as instalações de energia solar documentem a conformidade com as normas de segurança aplicáveis. Isso é crucial para auditorias e inspeções regulatórias. Pois, a análise e atualização contínua das normas e regulamentações relacionadas à segurança em sistemas de energia solar são essenciais para garantir que as instalações permaneçam seguras e estejam em conformidade com os padrões mais recentes da indústria e requisitos regulatórios (MORENO et al., 2011). 

2.4 Sistemas de supressão de incêndios 

Investir em sistemas de supressão de incêndios adaptados a sistemas fotovoltaicos e térmicos é crucial para a segurança de instalações solares. A pesquisa deve focar em tecnologias específicas, como sistemas de supressão com agentes químicos adequados para abordar riscos específicos associados a equipamentos solares. A avaliação de agentes extintores, considerando características como eficácia e impacto ambiental, é essencial (ABNT, 2004; BRASIL, 2022; 2023). 

Além disso, a investigação de sistemas de sprinklers adaptados às necessidades das instalações solares é relevante, buscando métodos que minimizem danos aos componentes fotovoltaicos. Essa abordagem proativa na pesquisa e implementação de sistemas de supressão de incêndios contribui significativamente para a mitigação de riscos e a proteção eficaz de investimentos em energia solar (MORENO et al., 2011; BRASIL, 2022; 2023).

2.5 Treinamento e conscientização 

É imperativo sempre implementar programas de treinamento para profissionais que lidam com a instalação e manutenção de sistemas de energia solar, com ênfase nos procedimentos de segurança contra incêndios. Estes programas devem abranger aspectos como identificação de riscos, uso correto de equipamentos de combate a incêndios e protocolos de evacuação. A constante atualização desses treinamentos para incorporar as últimas práticas de segurança é essencial (PATIL et al., 2018).

Além disso, é crucial focar na conscientização da comunidade e dos usuários sobre práticas seguras em instalações solares. Campanhas educativas podem informar sobre os riscos associados, a importância da prevenção e as medidas a serem tomadas em caso de incêndio. Incluindo a elaboração de planos de evacuação e pontos de encontro específicos. Essa abordagem holística, combinando treinamento profissional e conscientização da comunidade, contribui significativamente para a promoção de um ambiente seguro e a mitigação eficaz de riscos em sistemas de energia solar (MORENO et al., 2011; BRASIL, 2022; 2023).

2.6 Integração de tecnologias inteligentes 

A integração de tecnologias inteligentes, como a aplicação da Internet das Coisas, desempenha um papel fundamental na melhoria da segurança em instalações de energia solar, particularmente em relação à detecção e resposta a eventos de incêndio. Ao implementar sensores inteligentes é possível realizar um monitoramento em tempo real das condições ambientais e do desempenho dos sistemas solares. Esses sensores podem identificar variações anormais de temperatura, níveis de fumaça ou outros indicadores precoces de incêndios (GRANT, 2010; KALOGIROU; SENC, 2012).

Além disso, a adoção de sistemas de controle automatizado permite uma resposta rápida a eventos críticos. Em caso de detecção de incêndio, esses sistemas podem acionar automaticamente protocolos de emergência, como o isolamento de áreas afetadas, desligamento de equipamentos e alertas automáticos para equipes de resposta. A automação proporciona uma resposta mais eficiente e reduz o tempo de reação, minimizando potenciais danos (KALOGIROU; SENC, 2012; BRITO; LIMA; BATISTA, 2023). 

Integrar tecnologias inteligentes não apenas fortalece a capacidade de detecção e resposta, mas também possibilita a coleta de dados para análises pós-evento, contribuindo para melhorias contínuas nos sistemas de segurança. Essa abordagem inovadora não só protege as instalações de energia solar, mas também representa um avanço significativo na gestão proativa de riscos e na promoção da sustentabilidade e segurança na indústria de energia renovável (KALOGIROU; SENC, 2012; BRASIL, 2022; BRITO; LIMA; BATISTA, 2023; BRASIL, 2023).

2.7 Avaliação de riscos e análise de falhas 

A abordagem proativa de avaliação de riscos e análise de falhas desempenha um papel crucial na garantia da segurança em sistemas de energia solar. O desenvolvimento de metodologias específicas para a avaliação de riscos associados a esses sistemas é essencial, considerando fatores como exposição solar intensa, presença de materiais inflamáveis e complexidade dos componentes elétricos (GALDINO, 2023).

De acordo com a Patil et al. (2018) e ABNT (2019), a constante análise de falhas em componentes críticos é igualmente importante. Identificar possíveis pontos de falha, compreender suas causas e estudar as implicações na segurança contra incêndios possibilita a implementação de medidas preventivas e corretivas eficazes. Esta abordagem proativa não apenas fortalece a resiliência dos sistemas solares, mas também contribui para a identificação de melhorias contínuas em projeto, instalação e manutenção.

A incorporação contínua de feedbacks provenientes de avaliações de riscos e análises de falhas cria uma base sólida para o aprimoramento das práticas de segurança. Essa abordagem, aliada a outras estratégias como treinamento, tecnologias inteligentes e conformidade com normas vigentes, forma um sistema robusto de gestão de riscos, promovendo a segurança e confiabilidade a longo prazo nas instalações de energia solar (KALOGIROU; SENC, 2012; MORENO, 2019; BRASIL, 2022; 2023).

2.8 Medidas de proteção ambiental 

Ao considerar medidas de proteção ambiental em instalações solares, é imperativo desenvolver estratégias específicas para minimizar os impactos decorrentes de incêndios. O manejo adequado dos resíduos gerados é uma parte essencial dessa abordagem. É ainda, crucial implementar protocolos para a segregação de resíduos provenientes de incêndios, priorizando a identificação e tratamento de materiais tóxicos ou perigosos. A utilização de técnicas de remediação ambiental, como a remoção segura de materiais contaminados, contribui para evitar a dispersão de substâncias prejudiciais ao meio ambiente (FECHINE, 2020).

Além disso, a adoção de tecnologias de supressão de incêndios que minimizem a liberação de agentes químicos nocivos é fundamental. Isso inclui a escolha de agentes extintores com menor impacto ambiental, priorizando substâncias de baixa toxicidade e que não comprometam a qualidade do solo e da água (LIAO et al., 2014; MORENO et al., 2011).

Promover práticas sustentáveis na reconstrução pós-incêndio é igualmente importante. Utilizar materiais de construção ecoeficientes e implementar estratégias de reciclagem dos resíduos pode contribuir para a redução do impacto ambiental global (BRITO; LIMA; BATISTA, 2023). 

Além disso, o desenvolvimento de planos de emergência e procedimentos operacionais para situações pós-incêndio, com foco na minimização de danos ambientais, é crucial. Isso pode incluir a implementação de barreiras de contenção e estratégias para evitar a contaminação de recursos hídricos próximos (GRANT, 2010; AYRÃO, 2021).

Em síntese, uma abordagem holística que considere a minimização de impactos ambientais desde o planejamento até as fases pós-incêndio é essencial para assegurar que as instalações solares sejam ambientalmente sustentáveis, mesmo em situações adversas (MORENO, 2019; BRITO; LIMA; BATISTA, 2023).

2.9 Projetos de evacuação e resposta a emergências 

A implementação de projetos de evacuação e resposta a emergências é crucial para garantir a segurança em instalações solares. O desenvolvimento de protocolos de evacuação eficientes é essencial para orientar ocupantes e equipes em situações críticas, considerando as particularidades desses ambientes. Isso inclui a designação de rotas seguras, pontos de encontro e treinamentos regulares para familiarizar todos os envolvidos com os procedimentos (GRANT, 2010).

A prontidão para resposta a emergências é um componente chave, envolvendo a formação de equipes de resposta treinadas para lidar com incidentes como incêndios. A integração de sistemas de comunicação de emergência é fundamental, garantindo uma coordenação eficaz entre equipes, serviços de emergência e ocupantes durante eventos críticos (BIERHALS; BRAZIL, 2021).

A utilização de tecnologias como sistemas de megafones, alarmes audíveis e sistemas de notificação em tempo real contribui para uma resposta rápida e organizada. A inclusão de dispositivos de comunicação de emergência, como intercomunicadores e sistemas de alerta visual, assegura que as informações sejam transmitidas de maneira clara e eficiente, mesmo em situações adversas (KALOGIROU; SENC, 2012).

Além disso, a revisão regular e atualização dos protocolos de evacuação e resposta a emergências é fundamental para manter a eficácia desses procedimentos ao longo do tempo. A realização de simulações periódicas também é uma prática essencial para testar a prontidão das equipes e ocupantes, identificando áreas de melhoria (GRANT, 2010; AYRÃO, 2021).

Entende-se que, a implementação de projetos de evacuação e resposta a emergências, aliada à integração de sistemas de comunicação eficazes, é essencial para garantir a segurança contínua em instalações solares. Essas medidas não apenas protegem vidas, mas também minimizam danos materiais e ambientais em caso de incidentes críticos (PATIL et al., 2018; BRITO; LIMA; BATISTA, 2023). 

3 METODOLOGIA 

No âmbito da pesquisa, optou-se por realizar uma revisão de literatura, conforme delineado por Gil (2023). Este tipo de investigação implica na busca, seleção e análise de fontes de informação escritas, como livros, artigos e documentos, visando reunir e sintetizar o conhecimento existente sobre um tema específico. Essa abordagem proporciona uma base teórica sólida para estudos subsequentes.

A pesquisa envolveu uma análise de dados provenientes de diversas fontes de informação acadêmico-científica, incluindo o Portal da CAPES, SciELO e Google Scholar, com um foco específico nos últimos 20 anos de publicação (2004-2024). O escopo da busca abrangeu artigos que abordassem os temas relacionados a Energia Solar, Sistemas Fotovoltaicos, Proteção Contra Incêndios e Segurança em Eletricidade.

A seleção dos artigos científicos foi conduzida com base em critérios que consideraram a relevância, disponibilidade na íntegra, ano de publicação e aplicabilidade ao estudo em desenvolvimento. Subsequentemente, uma análise qualitativa foi realizada, envolvendo a associação de conceitos, comparação de informações e o desenvolvimento de um referencial teórico para embasar o trabalho em questão. Com base nessas considerações, o objetivo da pesquisa foi consolidar o conhecimento disponível sobre o assunto, resultando na exclusão de materiais que não atendiam a essas condições.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A crescente adoção de sistemas de energia solar impulsiona a necessidade de estratégias eficazes de proteção contra incêndios, conforme destacado por Bierhals e Brazil (2021). Cada aspecto mencionado, desde a detecção precoce até a integração de tecnologias inteligentes, desempenha um papel crucial na garantia da segurança dessas instalações (KALOGIROU; SENC, 2012; CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS, 2023). 

De acordo com as informações de Liciotti et al. (2014) as etapas de concepção de sistemas fotovoltaicos concentram-se em elementos de eficiência e confiabilidade, com essas atenções os profissionais envolvidos têm buscado otimizar a quantidade de energia solar convertida em energia elétrica. No entanto não se pode deixar de atentar para as questões de segurança, especialmente, no que se refere a relevância de ter um sistema de proteção de combate a incêndio em sistema de energia solar.

Isso relevante, porque, segundo a ABNT (2019) e Moreno (2019) diferentemente de produtos elétricos convencionais, os módulos fotovoltaicos e seus cabos não possuem uma cobertura para conter arcos elétricos e incêndios decorrentes de falhas nos componentes ou no sistema. Vários sistemas fotovoltaicos operam com tensões em corrente contínua que têm a capacidade de sustentar arcos elétricos nesse modo de operação. 

Como reforçaram Liao et al. (2014) no contexto das instalações fotovoltaicas, a presença de uma extensa área de incêndio nos painéis solares implica em impactos significativos na segurança, destacando-se a relevância do tema. Esse cenário é especialmente crítico para edifícios com instalações fotovoltaicas de grande escala, fixadas em suas fachadas e telhados. Em situações em que o fogo se propaga verticalmente, a inflamabilidade dos painéis fotovoltaicos pode acarretar danos consideráveis à segurança estrutural do edifício, enfatizando a importância de abordagens preventivas e medidas efetivas de combate a incêndios.

Desse modo, se faz necessário reforçar que é preciso sempre nas instalações se ater ao desenvolvimento de sistemas de detecção específicos e o uso de sensores avançados são fundamentais para identificar potenciais pontos de ignição. Pois, a rápida detecção permite uma resposta precoce, minimizando danos e aumentando a eficácia dos procedimentos de combate a incêndios (GRANT, 2010).

Assim, se faz necessário desenvolver pesquisas e inovação em materiais resistentes ao fogo, associadas à avaliação de revestimentos e barreiras térmicas, que são consideradas como estratégias vitais. Isso não apenas protege os componentes fotovoltaicos e térmicos, mas também contribui para a prevenção da propagação de chamas, mitigando o impacto dos incêndios. De acordo com Brasil (2022) os equipamentos devem ser fabricados de maneira a garantir a segurança dos usuários e das instalações em relação aos perigos elétricos, mecânicos e de incêndios.

A conformidade com normas existentes e a atualização constante são essenciais. Além disso, o desenvolvimento de normativas específicas para a prevenção e combate a incêndios em sistemas solares reforça o compromisso com a segurança e contribui para o avanço regulatório nesse campo emergente (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS, 2023; GALDINO, 2023).

A investigação de tecnologias de supressão adaptadas a sistemas fotovoltaicos e térmicos, juntamente com a avaliação de agentes extintores e sistemas de sprinklers, é uma abordagem proativa. Isso assegura que as medidas de combate a incêndios sejam específicas e eficazes para as complexidades dessas instalações (ABNT, 2004; GRANT, 2010; MORENO et al., 2011; PATIL et al., 2018).

Como concordaram Grant (2010) e Bierhals e Brazil (2021), os programas de treinamento para profissionais e a conscientização da comunidade são pilares fundamentais. A ênfase em procedimentos de segurança, aliada à educação sobre práticas seguras e ações de evacuação, aumenta a prontidão e a eficácia da resposta a emergências.

A aplicação de internet das coisas para monitoramento em tempo real e resposta rápida, juntamente com sistemas de controle automatizado e inteligência artificial, representa a convergência da inovação e eficiência. Essa integração oferece uma abordagem proativa, minimizando o tempo de resposta e isolando áreas afetadas automaticamente (GRANT, 2010; KALOGIROU; SENC, 2012; AYRÃO, 2021; BIERHALS; BRAZIL, 2021; BRITO; LIMA; BATISTA, 2023).

A constante avaliação de riscos e análise de falhas em componentes críticos são essenciais. Desenvolver metodologias específicas para avaliação de riscos garante uma compreensão abrangente das ameaças, permitindo a implementação de medidas preventivas (ABNT, 2019; MORENO, 2019).

A atenção às medidas de proteção ambiental é crucial para minimizar impactos decorrentes de incêndios. Estratégias para o manejo adequado de resíduos resultantes reforçam o compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental (ABNT, 2004; GRANT, 2010; ABNT, 2014; AYRÃO, 2021).

No que se refere aos projetos de evacuação e resposta a emergências com comunicação integrada, a elaboração de protocolos de evacuação eficientes e prontidão para resposta a emergências, juntamente com a integração de sistemas de comunicação, assegura uma resposta coordenada e eficaz em situações críticas (ABNT, 2004; GRANT, 2010; MORENO et al., 2011).

Entende-se em síntese, a implementação integrada dessas estratégias é crucial para garantir a eficácia e a segurança das operações em sistemas de energia solar, considerando a complexidade inerente e os riscos associados à propagação de incêndios. Essas abordagens não apenas protegem os investimentos nessa fonte de energia renovável, mas também contribuem para o avanço sustentável e seguro dessa tecnologia inovadora (ZILLES et al., 2012; BRITO; LIMA; BATISTA, 2023; CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS, 2023).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em conclusão, para assegurar a eficácia e a segurança das estratégias de proteção contra incêndios em sistemas de energia solar, é imperativo adotar uma abordagem integrada e contínua. A constante atualização e adaptação das tecnologias de detecção e supressão, considerando a evolução das instalações solares, são consideradas como medidas cruciais. A realização de avaliações de riscos específicos e análises de falhas em componentes fotovoltaicos e térmicos proporciona insights valiosos para melhorar as práticas de segurança. 

A integração de tecnologias inteligentes, como a internet das coisas, sistemas de automação inteligência artificial, contribui para o monitoramento em tempo real e respostas rápidas. Treinamentos regulares, protocolos de evacuação robustos e a conscientização contínua são fundamentais para a preparação e a atuação eficaz em situações críticas. Em última análise, o compromisso com a inovação, a conformidade com normas rigorosas e a atenção às particularidades das instalações solares são essenciais para garantir um ambiente cada vez mais seguro e confiável para os usuários desse sistema.

REFERÊNCIAS

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¹Docente do Curso Superior de pós-graduação em Segurança do Trabalho do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG) Campus de Governador Valadares. Mestre em Gestão Integrada do Território pela Universidade Vale do Rio Doce. e-mail: possegurancadotrabalho.ifmggv@ifmg.edu.br 
²Discente do Curso Superior de pós-graduação em Segurança do Trabalho do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG) campus de Governador Valadares. E-mail: hugogomesdesousa2017@gmail.com
³Discente do Curso Superior de pós-graduação em Segurança do Trabalho do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG) campus de Governador Valadares. E-mail: wanderalmeidagv@gmail.com