PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DA CANNABIS SATIVA NO TRATAMENTO DA ANSIEDADE

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202410311334


Gianny da Silva Rocha de Souza
Erida Lara Moreira de Mendonca
Arievelis Giovana Soares Bernaola
Vanessa da Silva Mendes
Coorientador: Dr. Fábio Carmona de Jesus Maués
Orientadora; MSc. Amanda Bezerra Carvalho


RESUMO

Introdução: Cannabis sativa L. é uma planta que tem ação farmacológica que se assemelha aos endocanabinóides humanos, influenciando o Sistema Nervoso Central, imunológico e cardiovascular, regulando dor, humor e apetite. Objetivos: avaliar os potenciais efeitos farmacológicos da Cannabis sativa no tratamento da ansiedade. Métodos: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura. A busca dos artigos foi realizada nas bases de dados PubMed e BVS. Os critérios para seleção dos artigos foram: ano de publicação de 2014 a 2024, com títulos relacionados aos descritores. Após aplicar os critérios de elegibilidade, 14 artigos foram selecionados para a discussão final. Resultados: Os componentes químicos da Cannabis sativa abrangem uma variedade de flavonóides, terpenos e canabinóides, entre os quais se destaca o canabidiol (CBD). Estudos apontam que o CBD possui propriedades ansiolíticas comprovadas e seguras para o tratamento da ansiedade, tornando-o uma opção terapêutica promissora. A via de administração oral tem sido identificada como a mais eficiente, especialmente quando o CBD é dissolvido em óleo vegetal. Esse método de administração otimiza a absorção do composto, proporcionando uma resposta mais rápida e eficaz no organismo, potencializando seus efeitos ansiolíticos. Conclusão: O tratamento com cannabis associado a terapias cognitivas demonstrou segurança e eficácia na redução da ansiedade e insônia, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. 

Palavras-chaves: Fitoterapia, Canabinóides, Fármacos Psicotrópicos, Eficácia Terapêutica.

ABSTRACT

Introduction: Cannabis sativa L. is a plant that has a pharmacological action that is similar to human endocannabinoids, influencing the Central Nervous, immune and cardiovascular systems, regulating pain, mood and appetite. Objectives: to evaluate the potential pharmacological effects of Cannabis sativa in the treatment of anxiety. Methods: This is a systematic review of the literature. The search for articles was carried out in the PubMed and VHL databases. The criteria for selecting articles were: year of publication from 2014 to 2024, with titles related to the descriptors. After applying the eligibility criteria, 14 articles were selected for the final discussion. Results: The chemical components of Cannabis sativa include a variety of flavonoids, terpenes and cannabinoids, among which cannabidiol (CBD) stands out. Studies indicate that CBD has proven and safe anxiolytic properties for treating anxiety, making it a promising therapeutic option. The oral route of administration has been identified as the most efficient, especially when CBD is dissolved in vegetable oil. This method of administration optimizes the absorption of the compound, providing a faster and more effective response in the body, enhancing its anxiolytic effects. Conclusion: Treatment with cannabis associated with cognitive therapies demonstrated safety and efficacy in reducing anxiety and insomnia, improving the quality of life of patients. 

Keywords: Phytotherapy, Cannabinoids, Psychotropic Drugs, Therapeutic Efficacy.

1         INTRODUÇÃO 

Cannabis sativa L. é uma planta arbustiva com flores, crescimento rápido, com 1 a 2 m de altura, pertencente ao gênero Cannabis e à família Cannabaceae. A C. sativa é uma planta herbácea reconhecida como uma das mais importantes do reino vegetal devido às suas propriedades químicas e botânicas, comumente conhecida como, cannabis ou cânhamo, é originária da Ásia Central e é amplamente distribuída em áreas temperadas e tropicais (Breijyeh et al., 2021; Bonini et al., 2018). 

A C. sativa foi utilizada para fins medicinais pela primeira vez pelo imperador chinês Sheng Nung, em torno de 2700 anos a.C. No Brasil, esta planta foi introduzida durante a fase colonial através das caravelas que transportavam portugueses e navios que traziam negros, e logo em seguida os indígenas iniciaram o cultivo, assim disseminando pelo país inteiro (Gurgel et al., 2019; Grosso, 2020).

A ação farmacológica da planta C. sativa é semelhante à dos endocanabinóides do organismo humano que está ligado ao Sistema Nervoso Central (SNC), sistema imunológico, sistema cardiovascular e outras funções fisiológicas no corpo. É composto por receptores CB1 e CB2 e regula processos como dor, humor, apetite e resposta imunológica, refletindo a importância desse sistema na manutenção da homeostase (Ferber et al., 2020). 

O tetrahidrocanabinol (THC), um dos principais psicoativos da C. sativa, é um agonista parcial de alta afinidade dos receptores CB1 e CB2 e induz a confusão, paranoia, entre outros. O canabidiol (CBD) principal ativo terapêutico, exerce um efeito farmacológico de amplo espectro em diversas condições, tendo absorção no intestino onde rapidamente é distribuído e atravessa a barreira hematoencefálica para o SNC, seu mecanismo de ação acontece em cerca de 56 alvos moleculares diferentes, incluindo enzimas, receptores metabotrópicos, canais iônicos envolvidos em condições neurológicas, que exercem um efeito farmacológico em diferentes condições, como tratamento de epilepsia, ansiedade entre outros (Chayasirisobhon, 2020; Lazarini-Lopes et al., 2020).

Os efeitos farmacológicos da Cannabis se dão pela associação dessas duas substâncias ativas, o CBD e o THC, em concentração predominante de CBD e não mais que 0,2% de THC. Estudos afirmam o CBD tem efeitos de ação anticonvulsivante, ansiolítica, antipsicótica, anti-inflamatória, imunomoduladora, antioxidante, indutora de sono, analgésica e relaxante; já o THC, por sua vez, tem a capacidade de modular estes efeitos, causando euforia, sintomas psicóticos, ansiolíticos e cardiovasculares (Brasil, 2022; Hasbi; Madras; George, 2023).

A biodisponibilidade do CBD é baixa quando administrado por via oral (6– 19%), desse modo, a administração de 10mg de CBD alcança a concentração máxima no plasma de aproximadamente 3 μg/L em 2,8 h. Estudos afirmam que, a administração constante de doses diárias variando de 10 a 400mg durante um mês não induziu nenhuma anormalidade significativa em exames neurológicos, psiquiátricos ou clínicos, demonstrando que o CBD tem um perfil de segurança esperada (Castillo-Arellano; Canseco-Alba; Cutler, 2023). 

A ansiedade é uma reação natural do corpo, como resposta a um perigo ou ameaça, os efeitos somáticos podem causar um transtorno à vida, impedindo a pessoa de realizar tarefas normais e afetando seu conforto emocional, caracterizado por sintomas desagradáveis de tensão, apreensão, medo e preocupação excessiva. Estudos clínicos evidenciam que a Cannabis e derivados podem apresentar benefícios no tratamento no alívio da ansiedade com administração de dose única de 600mg de CBD, sendo observado uma redução desta e do comprometimento cognitivo e melhora na performance da fala a nível clínico (Blessing, et al 2015; Carvalho et al., 2021).

A partir do que foi apresentado, este trabalho teve como objetivo avaliar os potenciais efeitos farmacológicos da Cannabis sativa no tratamento da ansiedade, por meio de uma revisão sistemática. Neste estudo, pretendemos verificar a composição química mais frequentemente citada na literatura, descrever a eficácia dos tratamentos relatados nas pesquisada e sua utilização, e descrever os métodos de administração mais utilizados nas indicações terapêuticas para o tratamento da ansiedade.

2         METODOLOGIA 

O presente estudo trata-se de uma revisão sistemática da literatura, de aspecto qualitativo, organizado de acordo com os critérios da Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Metaanalyses (PRISMA), por meio de busca ativa nas bases de dados descritos: Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos (PUBMED) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS).

Os descritores (DECs) utilizados para filtrar os trabalhos na plataforma foram:

Cannabis sativa”, “canabinoides”, “mecanismo de ação”, “ansiedade”, “tratamento” e “formas farmacêuticas”. Realizou-se o mesmo cruzamento com os respectivos termos em inglês: “Cannabis sativa”, “cannabinoids”, “mechanism of action”, “anxiety”, “treatment” e “pharmaceutical forms”.

Foram utilizados como critérios de inclusão os artigos científicos prospectivos e retrospectivos, publicado entre os anos de 2014 e 2024, com títulos relacionados aos descritores. E como critérios de exclusão foram artigos de revisões, artigos de opinião, artigos publicados com mais de 10 anos, e textos em idiomas diferentes do inglês e português. 

Ao final da busca, foram selecionados os artigos científicos que atendam aos requisitos propostos. Os resultados da pesquisa foram discutidos em tópicos de forma a responder os objetivos específicos dispostos neste trabalho.

3         RESULTADOS E DISCUSSÃO

Obteve-se 173 trabalhos nas bases de dados, sendo 123 (PUBMED) e 50 (BVS), levando em consideração as palavras-chaves mencionadas. Após eliminar os artigos duplicados, restaram 145 estudos para análise de títulos e resumos, onde 52 foram excluídos por estarem fora do tema e dos objetivos do trabalho. Sobrando 93 artigos para aplicação dos critérios de elegibilidade, sendo 19 excluídos por estarem fora do idioma desejado e 13 por serem artigos de opinião e 47 por serem artigos de outras revisões sistemáticas, resultando em 14 artigos para constar na discussão deste trabalho. O fluxograma na Figura 1 resume como a metodologia escolhida levou aos 14 trabalhos selecionados.

Tabela 1. Resumo dos principais artigos avaliados para esta revisão sistemática

Autor e AnoTituloTipo deEstudoObjetivo de EstudoResultados Obtidos
Pellati  et al., 2018New Methods for the Comprehensive Analysis of Bioactive Compounds in Cannabis sativa L. (hemp)EstudoqualitativoIdentificação de canabinóides e flavonoides não psicoativos em extratosde cânhamo O desenvolvimento e a aplicação de métodos analíticos forneceram uma análise abrangente e confiável dos compostos bioativos nas inflorescências de cânhamo. Este método permitiu a identificação e quantificação precisa dos canabinóides não psicoativospresentes nas inflorescências e permitiu uma análise detalhada dos compostos voláteis presentes. 
Knaub et al., 2019A Novel Self-EmulsifyingDrug Delivery System(SEDDS) Based onVESIsorb® FormulationTechnology Improving the Oral Bioavailability ofCannabidiol in Healthy SubjectsDelineamento randomizadoO objetivo do estudo foi avaliar o perfil farmacocinético do SEDDS-CBD em um delineamento randomizado, duplo-cego e cruzado em 16 voluntários saudáveis em condições de jejum. Como formulação de referência, o mesmo Hemp-Extract diluído com triglicerídeos de cadeia média (MCT-CBD) foi usado.A análise de subgrupo demonstrou uma biodisponibilidade maior em mulheres em comparação com homens. Essa diferença foi observada para MCT-CBD, enquanto SEDDS-CBD atenuou esse efeito de gênero. No geral, SEDDS-CBD mostrou uma melhora significativa para todos os parâmetros farmacocinéticos determinados. Nenhuma preocupação de segurança foi observada após qualquer administração.
Agy et al.,  (2019)Chemical characterization ofleaves, male and female flowers fromspontaneous Cannabis(Cannabis sativa L.) growing in HungaryEstudoqualitativoRelata uma caracterização fitoquímica abrangente de folhas, inflorescênciasmasculinas e femininas de C. sativa crescendo selvagens na Hungria.Os resultados mostraram que o óleo essencial da inflorescência feminina apresenta altas concentrações dos agonistas CB2, como (E)-cariofileno (28,3%) e canabidiol (CBD; 24,9%), enquanto folhas e inflorescências masculinas contêm menores quantidades. A análise HPLC/MS quantificou o canabidiol e o ácido canabidiólico nos extratos de acetato de etila, com variações entre 0,2% e0,9%. Além disso, os flavonoides identificados foram C-glicosídeos e ácidos glucurônicos de kaempferol e apigenina, com teores totais variando de 3,8 a 7,8 mg/g nos extratos metanólicos.
Kayser  et al., 2020Acute effects of cannabinoids onsymptoms ofobsessive‐compulsivedisorder: A human laboratory studyEstudo clínicoEsse estudo em laboratório humano recrutou 14 adultos para comparar os efeitos e sintomas da cannabis sativa em concentrações variadas do THC e CBD. Analisando mudanças agudas em sintomas de TOC, ansiedade do estado, medidas cardiovasculares e efeitos relacionados a medicamentos.O estudo obteve resultados em que o THC aumentou a frequência cardíaca, a pressão arterial e a intoxicação em comparação com o CBD e o placebo. Os sintomas de TOC e ansiedade auto-relatadas diminuíram ao longo do tempo em todas as três condições. Ainda que o TOC não tenha modificado em função da variedade de cannabis, a ansiedade foi significativamente menor após a administração do placebo em relação ao THC e ao CBD.
Dei Cas  et al., 2020PhytocannabinoidsProfile in MedicinalCannabis Oils: TheImpact of Plant Varieties and Preparation MethodsEstudo qualitativoDestacar possíveis relações entre variedades de cannabis, os efeitos do método de extração e o perfil de canabinoides para entender melhor a atividade farmacológica dos óleos de cannabis em ensaios clínicos. Este estudo teve como resultado a implementação correta dos procedimentos nas preparações farmacêuticas, sendo um ponto de partida na qualidade dos extratos. 
Crippa  et al., 2021Effect of two oral formulations ofcannabidiol on responses to emotional stimuli in healthy human volunteers: pharmaceutical vehiclemattersDelineamento randomizadoComparar as concentrações plasmáticas de canabidiol(CBD) após administração oral de duas formulações do medicamento (pó e dissolvido em óleo) e avaliar os efeitos dessas formulações distintas nas respostas a estímulos emocionais em voluntários humanos saudáveis.Não houve diferenças significativas entre os grupos nas medidas subjetivas e fisiológicas, nem na tarefa de reconhecimento de emoções faciais. No entanto, os grupos que receberam o medicamento mostraram diferenças estatisticamente significativas nas medidas basais de CBD plasmático, com uma diferença da formulação de óleo. 
Spinella  et al., 2021Evaluating cannabidiol(CBD) expectancy effects on acute stress andanxiety in healthy adults:a randomized crossoverstudyEstudo cruzado randomizadoAvaliar se a expectativa do CBD por si só poderia influenciar o estresse, a ansiedade e o humor, e até que ponto as crenças sobre os efeitos do CBD previram essas respostas.No geral, não houve mudanças sistemáticas da ansiedade, portanto, os participantes que acreditaram na prioridade de que o CBD tem propriedades ansiolíticas, relataram que a ansiedade diminuiu significativamente. 
Mazzara et al., 2022A ComprehensivePhytochemical Analysis of Terpenes, Polyphenolsand Cannabinoids, and MicromorphologicalCharacterization of 9Commercial Varieties of Cannabis sativa L.Estudo qualitativoFoi uma abordagem de estudo micromorfológico e histoquímico abrangente de pelos glandulares e não glandulares, sendo realizadas na tentativa de correlacionar as características fitoquímicas e morfológicas dessas variedades comerciais com o morfotipo, abundância, distribuição e secretores dos tricomas.Este estudo focou na caracterização fitoquímica de nove cultivares comerciais de cânhamo. Foram empregadas para determinação quali-quantitativa de canabinóides no material desterpenado em comparação com o não submetido à hidrodestilação, sendo considerada uma fonte de canabinóides neutros.
Hutten  et al., 2022Cannabis containing equivalent concentrations of delta-9-tetrahydrocannabinol(THC) and cannabidiol(CBD) induces less state anxiety than THC-dominant cannabis Estudo randomizadoExaminar a ansiedade após doses únicas de THC/CBD e THC, CBD.Através deste estudo foi comprovado que a cannabis equivalente a THC/CBD provoca menos ansiedade do que a cannabis que predomina THC
Barbalace  et al., 2023Identification of Anti-NeuroinflammatoryBioactive Compounds inEssential Oils andAqueous DistillationResidues Obtained from Commercial Varieties of Cannabis sativa L.Estudo qualitativoAvaliar óleos essenciais e resíduos de destilação aquosa das inflorescências de três diferentes variedades de cânhamo quanto à sua atividade antineuroinflamatória em células microgliais BV-2.Esse estudo teve como resultado nas amostras dos óleos essenciais de C. sativa características de altos níveis de sesquiterpenos podendo ser candidatos promissores na prevenção/contra-ação da neuroinflamações.
Rios, Ruiz e  Dumani. 2023Cannabidiol as a personalized treatmentfor anxiety: clinical casesin MexicoCaso clínicoAvaliar a segurança e a eficácia do cannabidiol isolado em pacientes com transtornos da ansiedadeAtravés dos casos clínicos observados, concluiu-se que a prescrição de CBD é uma opção de tratamento para ansiedade, combinada com terapias cognitivas. O CBD não teve efeito adverso.
Faraj  et al., 2023Effects of TwoCannabidiol Oil Products on Self-Reported Stress Relief: A QuasiExperimental StudyEstudo  quase experimentalComparar efeitos de produtos de tintura de CBD sem THC, óleo de CBD de amplo espectro e um óleo de CBD isolado no controle do estresse, analisando os efeitos através de autoavaliações dos participantes.De acordo com as análises dos participantes, os dois produtos foram considerados eficazes para o controle do estresse
Zhekova et al., 2024The impact of cannabidiol placebo on responses to an acutestressor: A replication and proof of concept studyEnsaio controlado randomizadoAnalisar efeitos placebos do CBD na reatividade ao estresse e ansiedadeA expectativa pelo CBD tem impactos significativos e relevantes no contexto laboratorial
Binkowska  et al., 2024Cannabidiol usage, efficacy, and side effects:analyzing the impact of health conditions,medications, andcannabis use in a crosssectionalonline pilot studyEstudo piloto transversal onlineEste estudo examinou o impacto de variáveis do CDB na vida das pessoasEste estudo examinou o impacto de várias variáveis do uso de CBD em condições de saúde específicas, onde os indivíduos com transtornos psiquiátricos são os mais propensos a usar CBD para aliviar o estresse e a ansiedade.

3.1.     Componentes químicos relatados na Cannabis sativa 

Em conformidade com Agy et al., (2019), apresenta uma caracterização fitoquímica de folhas de C. sativa de origem da Hungria. A análise, realizada por meio de técnicas como Cromatografia Gasosa acoplada à Espectrometria de Massas, Ressonância Magnética Nuclear e Cromatografia Líquida acoplada a Detector de Diodo de Arranjo e Espectrometria de Massas, revelou que o óleo essencial possui altos níveis de agonistas CB2, como (E)-cariofileno (28,3%) e canabidiol (CBD; 24,9%). Além disso, quantificações de Cromatografia Líquida de Alta Eficiência acoplada à Espectrometria de Massas mostraram que o conteúdo de CDM e ácido canabidiólico nos extratos variou entre as partes da planta. Os flavonoides identificados incluíram C-glicosídeos de kaempferol e apigenina, sugerindo que esta variedade de cânhamo pode ser uma fonte valiosa de compostos bioativos para aplicações em nutracêuticos e cosméticos.

A pesquisa de Pellati et al. (2018) analisou os compostos bioativos nas inflorescências de cânhamo, incluindo canabinóides não psicoativos, flavonóides e compostos voláteis. O perfil qualitativo e quantitativo dos canabinóides foi obtido por meio de cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) com detecção UV/DAD e espectrometria de massas. Um novo método para a análise de flavonóides específicos foi desenvolvido, e a caracterização da fração volátil foi realizada com uma técnica otimizada de microextração em fase sólida acoplada a cromatografia gasosa. O ácido canabidiólico (CBDA) e o CBD foram identificados como os canabinóides mais abundantes, enquanto a canaflavina A foi o principal flavonóide encontrado. Os métodos desenvolvidos são adequados para garantir a qualidade, eficácia e segurança de produtos à base de cânhamo.

Este estudo de Mazzara et al., (2022), com finalidade na caracterização fitoquímica de C. sativa L, utilizando hidrodestilação para coletar óleos essenciais, água residual e biomassa desterpenada. A análise revelou três quimiotipos principais e identificou que o óleo essencial e a água residual eram ricos em hidrocarbonetos monoterpênicos, sesquiterpênicos e glicosídeos de flavonóis. A pesquisa também destacou a determinação quali-quantitativa de canabinóides no material desterpenado, sugerindo uma correlação entre características fitoquímicas e morfológicas.

A partir dos estudos de Barbalace et al., (2023), foi possível investigar os constituintes químicos de óleos essenciais e resíduos de destilação aquosa provenientes das inflorescências de três variedades de C. sativa L., sendo elas White Shark, Gorilla Glue e Lemon Conti Kush New. Os perfis químicos dos óleos essenciais e das águas residuais de C. sativa revelaram que o óleo de White Shark (WS) apresentou monoterpenos como mirceno (20,3%) e α-pineno (8,5%), enquanto o de Lemon Conti Kush New destacou-se pela presença de terpinoleno (30,5%) e mirceno (11,1%). Em contrapartida, o óleo essencial de Gorilla Glue demonstrou níveis mais elevados de sesquiterpenos, incluindo (E)-cariofileno (18,9%), óxido de cariofileno (6,6%) e α-humuleno (4,9%).

3.2.     Efeitos farmacológicos e eficácia dos tratamentos com C. sativa no manejo da ansiedade

De acordo com Kayser et al. (2020), em sua pesquisa recrutou 14 adultos com cannabis para avaliar os efeitos de diferentes concentrações de THC e CBD em comparação com um placebo. Os participantes fumaram três variedades de cannabis em sessões de laboratório: placebo, THC e CBD, e as mudanças nos sintomas de TOC, ansiedade, medidas cardiovasculares e efeitos relacionados à droga foram analisadas. Ao final, apenas 12 participantes completaram o estudo, revelando que o THC aumentou a frequência cardíaca, a pressão arterial e a intoxicação em comparação com o CBD e o placebo. Embora os sintomas de TOC não tenham variado entre as variedades, a ansiedade foi menor após a administração do placebo. Os resultados indicam que a cannabis, independentemente do conteúdo de THC ou CBD, tem pouco impacto agudo nos sintomas de TOC e oferece reduções menores na ansiedade em comparação ao placebo.

Zhekova et al. (2024) buscaram evidenciar os efeitos do placebo relacionados ao CBD na reatividade ao estresse e na ansiedade. Para isso, foi realizada uma pesquisa com 48 adultos que foram aleatoriamente informados de que ingeriram óleo contendo CBD ou um óleo sem CBD, embora todos recebessem o mesmo produto. Após a administração, os participantes enfrentaram um estressor de laboratório e foram levados a acreditar que enfrentariam uma segunda tarefa mais difícil. Os resultados demonstraram que o estresse subjetivo e a ansiedade aumentaram significativamente após o estressor. A expectativa de CBD foi associada a um aumento da sedação subjetiva e à redução do estresse e da ansiedade, indicando que a expectativa em relação ao CBD pode influenciar as respostas ao estresse e à ansiedade.

Para Binkowska et al. (2024), uma investigação realizada com 267 usuários de CBD analisou o impacto de variáveis como estado de saúde, uso de medicamentos, supervisão médica, gênero, idade e uso de cannabis nos padrões de consumo desses canabinóides. Os principais motivos para o uso de CBD foram alívio do estresse (65,3%) e redução da ansiedade (40,9%), entende-se que o uso de medicamentos psicotrópicos foi associado a uma maior propensão para utilizar CBD no manejo do estresse e da ansiedade. Aproximadamente 70% dos participantes consideraram os produtos de CBD eficazes e a via de administração sublingual foi a mais escolhida por não usuários de cannabis, enquanto aqueles que utilizavam cannabis preferiram fumar ou vaporizar.

De acordo com Rios, Ruiz e Dumani (2023), o estudo envolveu quatro pacientes com idades entre 24 e 54 anos, diagnosticados com transtornos de ansiedade e insônia que não apresentaram resposta satisfatória ao tratamento convencional. Nesse contexto, foi introduzido ao tratamento um CBD em uma fórmula personalizada, com doses ajustadas entre 20 e 80 mg/dia, demonstrando eficácia e segurança na redução da ansiedade e da insônia secundária. A pesquisa enfatiza a importância de uma estratégia integrativa, que combine o uso de CBD com terapias cognitivas para alcançar melhores resultados. Não foram registrados efeitos adversos relevantes, e alguns pacientes mostraram melhorias em condições concomitantes. Os resultados reforçam a segurança do uso de CBD em pacientes com ansiedade refratária, indicando sua viabilidade como opção de tratamento.

O estudo de Spinella et al. (2021) avaliou como a expectativa em relação ao CBD poderia influenciar estresse, ansiedade e humor em 43 adultos que autoadministraram óleo de semente de cânhamo sem CBD, sendo informados incorretamente de que continha CBD. Os resultados indicaram que a expectativa de CBD estava associada ao aumento da sedação e a alterações na variabilidade da frequência cardíaca, sem mudanças significativas no estresse subjetivo ou na ansiedade. No entanto, participantes que acreditavam nas propriedades ansiolíticas do CBD relataram redução da ansiedade. Em suma, a expectativa em relação ao CBD impactou respostas subjetivas e fisiológicas, destacando a necessidade de controlar as expectativas em pesquisas clínicas sobre o canabinóides.

Na pesquisa de Hutten et al. (2022), teve como finalidade examinar 26 usuários saudáveis de cannabis recreativa se a ansiedade após doses únicas de THC, CBD e THC/CBD vaporizados poderia ser explicada pelos níveis iniciais de ansiedade de estado e traço. Os resultados demonstraram que tanto o THC quanto o THC/CBD aumentaram a ansiedade auto-avaliada em comparação ao placebo, sendo que a ansiedade induzida pelo THC foi independente dos níveis basais de ansiedade. O CBD conseguiu neutralizar a ansiedade induzida pelo THC em casos de baixa ansiedade inicial, mas não teve esse efeito quando a ansiedade base era alta. Dessa forma, a cannabis com equilíbrio entre THC e CBD induziu menos ansiedade do que a cannabis predominantemente THC.

3.3.     Métodos de administração e formas farmacêuticas utilizadas nas indicações terapêuticas

Na pesquisa de Knaub et al. (2019), o objetivo foi avaliar o perfil farmacocinético em 16 voluntários saudáveis em jejum, usando o Hemp-Extract diluído com triglicerídeos de cadeia média (MCT-CBD) como referência, com uma dose padronizada de 25 mg de CBD. Os resultados indicaram que a administração oral do novo sistema de administração de fármacos autoemulsionante (SEDDS) de CBD resultou em um tempo máximo 4,4 vezes maior e uma AUC 0–8h/AUC 0–24h de 2,85/1,70 em comparação com a formulação de referência. O tempo máximo foi significativamente menor para SEDDS-CBD (1,0 h) em relação ao MCT-CBD (3,0 h). O SEDDS-CBD demonstrou uma melhora geral em todos os parâmetros farmacocinéticos, com aumento nos valores plasmáticos de CBD e maior biodisponibilidade, além de uma absorção mais rápida. Não foram observadas preocupações de segurança após a administração do produto.

De acordo com Crippa et al. (2021), estudo com 45 voluntários do sexo masculino foram divididos em três grupos, recebendo 150 mg de pó de CBD, 150 mg de CBD dissolvido em óleo de milho ou placebo. Amostras de sangue foram coletadas em diferentes momentos após a administração, e os participantes realizaram uma tarefa de reconhecimento de emoções faciais após 150 minutos. O CBD dissolvido em óleo vegetal mostrou ser a forma mais eficaz para alcançar níveis plasmáticos elevados, apresentando um pico mais rápido e aproximadamente quatro vezes mais biodisponibilidade em comparação com a formulação em pó. A baixa solubilidade do CBD em soluções aquosas e seu perfil lipofílico favorecem a absorção em veículos oleosos. Ambas as formulações foram bem toleradas, sem relatos de efeitos adversos, confirmando o perfil de segurança do CBD.

O estudo de Faraj et al. (2023) analisou os efeitos de dois produtos à base de CBD sem THC: um óleo de CBD isolado e um óleo de CBD de amplo espectro, focando na eficácia percebida e no controle do estresse. No estudo participaram 374 indivíduos que utilizaram o produto isolado por 30 ou 60 dias, seguido do produto de amplo espectro. Ambos os produtos foram considerados altamente eficazes, com o óleo de amplo espectro demonstrando uma redução do estresse significativamente maior. No entanto, os participantes mostraram preferência pelo sabor do produto isolado e relataram uma impressão geral mais positiva sobre ele durante o regime de 30 dias. Esses achados destacam as diferenças na aceitação e eficácia dos produtos à base de CBD entre os usuários.

Na pesquisa de Dei Cas et al. (2020), realizaram um estudo com 8.201 amostras para analisar o conteúdo de canabinóides. Após aplicar critérios de exclusão, 4.774 óleos de cannabis padronizados foram selecionados, provenientes de diversas variedades e métodos de extração. A análise revelou que as variações mais significativas estavam ligadas às variedades de cannabis, e não aos protocolos de extração. A composição final em THCA e THC são cruciais, com a atividade do THCA sendo geralmente menos eficaz. O estudo identificou variedades como Bedrocan, Bedrolite, Bediol e FM2, permitindo escolhas mais informadas para farmacêuticos e médicos, além de destacar que métodos de descarboxilação resultaram em óleos mais ricos em formas ativas.

4         CONCLUSÃO

Diante das informações abordadas, esta revisão sistemática pode constatar que o tratamento com cannabis combinada com terapias cognitivas, teve resultados com ampla gama de segurança e eficácia, podendo auxiliar na redução da ansiedade e seus sintomas relacionados (como insônia), ajudando a melhorar a qualidade de vida dos pacientes e permitindo que eles interajam melhor com seus ambientes.

Portanto, é cada vez mais necessária a realização de estudos sobre o potencial terapêutico do CBD e do THC para a criação de novas fórmulas farmacêuticas, com ensaios clínicos randomizados e controlados, com o objetivo de aprimorar a eficácia farmacológica da associação entre CBD e THC em pacientes com diferentes diagnósticos de transtornos de ansiedade, tratando de questões relacionadas à segurança, à efetividade e à dosagem ideal.

5         REFERÊNCIAS 

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