PROLOTHERAPY AND VASCULAR OCCLUSION IN THE REHABILITATION OF PATELLAR TENDINOPATHY – CASE STUDY
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202505300935
Ana Carolina Leão França1, Yasmim Pereira Blau2, Warly Neves de Araujo3, Jacqueline Aparecida Philipino Takada4, Gabriel Augusto Rosa Luna5, Lisiene Dias da Costa Bernadelli6, Patrícia Bernadelli Leite7, Thaynara Francisca das Neves Morais8
RESUMO
A tendinopatia patelar é uma condição que afeta principalmente atletas de modalidades como corrida e salto, caracterizando-se por dor na região anterior do joelho e comprometimento da função motora. Sua ocorrência está relacionada a fatores como desequilíbrios musculares, sobrepeso e aumento da carga de treinamento, sendo especialmente prevalente em esportes de alto impacto. A pesquisa será de caráter observacional, descritivo e prospectivo. Diante disso, terapias inovadoras, como o treinamento com restrição do fluxo sanguíneo e a proloterapia com dextrose hipertônica, mostrar-se-ão promissoras na regeneração tecidual e na recuperação funcional. Este estudo terá como objetivo analisar a eficácia da combinação dessas abordagens na reabilitação de indivíduos com tendinopatia patelar. Será realizada com participantes diagnosticados clinicamente com tendinopatia patelar. A avaliação da funcionalidade dos membros inferiores ocorrerá por meio de testes cinético-funcionais, como o Hop Test (salto simples e unilateral máximo), Y Balance Test, teste da cadeira isométrica, teste de dorsiflexão e do VISA-P.
Palavras-chave: Proloterapia. Tendinopatia. Desempenho Físico Funcional. Circulação Sanguínea
ABSTRACT
Patellar tendinopathy is a condition that mainly affects athletes in sports such as running and jumping, characterized by pain in the anterior region of the knee and impaired motor function. Its occurrence is related to factors such as muscle imbalances, overweight and increased training load, and is especially prevalent in high-impact sports. The research will be observational, descriptive and prospective. Therefore, innovative therapies, such as blood flow restriction training and prolotherapy with hypertonic dextrose, will show promise in tissue regeneration and functional recovery. This study will aim to analyze the effectiveness of the combination of these approaches in the rehabilitation of individuals with patellar tendinopathy. It will be carried out with participants clinically diagnosed with patellar tendinopathy. The evaluation of lower limb functionality will occur through kinetic-functional tests, such as the Hop Test (maximum single and unilateral jump), Y Balance Test, isometric chair test, dorsiflexion test and VISA-P.
Keywords: Prolotherapy. Tendinopathy. Functional Physical Performance. Blood Circulation
1. INTRODUÇÃO
A Tendinopatia Patelar, popularmente conhecida como ‘joelho do saltador”, é uma condição que acomete principalmente atletas que praticam esportes que exigem corrida e saltos. Caracterizada por dor na parte frontal do joelho, essa disfunção do tendão patelar piora com a atividade física e pode limitar o desempenho esportivo, afetando tanto atletas amadores quanto profissionais1.
A tendinopatia patelar é multifatorial, sendo influenciada por diversos fatores. Desequilíbrios musculares, como fraqueza dos quadríceps e rigidez dos isquiotibiais, combinados com limitações na mobilidade do tornozelo e pés pronados, sobrecarregam o tendão patelar. Adicionalmente, fatores como sobrepeso, diferenças no comprimento das pernas, aumento excessivo do volume e intensidade do treinamento, especialmente em atividades que envolvem saltos, e maior volume de atividade física geral, contribuem para o desenvolvimento da condição. O treinamento em superfícies duras, como quadras e grama sintética, pode exacerbar o problema Radiograficamente, o espessamento do tendão patelar e alterações em sua borda posterior são achados comuns1.
Em uma população adulta de clínica geral, os membros inferiores com presença de tendinopatias tiveram taxa de prevalência de 10,5 por 1.000 pessoas-ano, com uma incidência de tendinopatia patelar de 1,6 por 1.000 pessoas-ano. Lesões na patela e no tendão patelar é responsável por quase 30% das lesões na estrutura do joelho entre atletas do ensino médio em uma variedade de esportes, incluindo futebol, corrida, vôlei, basquete e gelo hóquei. A tendinopatia patelar atinge proporções de incidência de 32% e 45% no basquete e voleibol de atletas elite, respetivamente. Aqueles que sofrem de tendinopatia patelar são frequentemente mais jovens (<20 anos de idade) e têm um índice de massa corporal maior do que aqueles sem a doença2.
O treinamento com restrição do fluxo sanguíneo (RFS) foi desenvolvido por Yoshiaki Sato no Japão, no final da década de 60, e é denominado de KAATSU TRAINING. O RFS é uma nova área de pesquisa dentro do mundo da força e do condicionamento. Um manguito pressurizado é aplicado proximamente ao músculo treinado e é inflado para ocluir parcialmente o fluxo sanguíneo arterial, mas ocluir totalmente o retorno venoso. Este método de treinamento mostra resultados semelhantes ao treinamento de resistência de alta intensidade padrão tanto em hipertrofia quanto em força em intensidades de exercício muito mais baixas3. A restrição do fluxo sanguíneo durante exercícios de baixa intensidade desencadeia uma série de reações no organismo. A acumulação de substâncias como lactato e íons de hidrogênio (H+) estimula o crescimento muscular, ativando mecanismos de reparo e fortalecimento. Essa resposta é possível mesmo com o uso de cargas leves, pois a oclusão sanguínea força o recrutamento de fibras musculares mais rápidas e com maior potencial de crescimento. Ao restringir o fluxo sanguíneo, o corpo é forçado a adaptar-se, levando à ativação de vias metabólicas e hormonais que favorecem a hipertrofia muscular. Essa técnica permite otimizar os resultados do treinamento, mesmo em indivíduos com limitações físicas4.
A proloterapia é uma técnica terapêutica que consiste na aplicação de injeção de dextrose hipertônica, é uma abordagem terapêutica eficaz e de baixo custo para o tratamento de disfunções articulares, ligamentos ou tendões com o objetivo de aliviar a dor crônica. Ao induzir uma resposta inflamatória local controlada, a dextrose estimula a migração de fibroblastos para a área injuriada. Esses fibroblastos são responsáveis pela produção de novas fibras de colágeno, que promovem a regeneração e fortalecimento das inserções tendíneas e ligamentares (5).
A inflamação desencadeada pela injeção de dextrose na proloterapia é fundamental para o processo de reparo tecidual. Essa resposta inflamatória estimula a produção de fatores de crescimento que, por sua vez, ativam os fibroblastos. Essas células são responsáveis por gerar novas fibras de tecido conjuntivo, que atuam na reparação das lesões, proporcionando estabilidade à região, restaurando a função e reduzindo a dor. A cascata inflamatória induzida pela proloterapia é, portanto, um mecanismo chave para a proliferação e remodelação tecidual, promovendo a cicatrização e regeneração dos tecidos6.
Consequentemente, a combinação de novas abordagens terapêuticas, como o treinamento com oclusão vascular e a proloterapia com injeção de dextrose hipertônica, tem mostrado resultados promissores na recuperação de lesões. Essas técnicas promovem a regeneração tecidual, estimulam o crescimento muscular e fortalecem as estruturas tendíneas. A combinação dessas duas terapias gera uma perspectiva de que elas podem ser soluções inovadoras e eficazes para o tratamento e reabilitação de pacientes com tendinopatia patelar, favorecendo uma recuperação mais rápida e eficiente.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Realizou-se um estudo de caso clínico, com caráter observacional, descritivo e prospectivo, com o objetivo de analisar a eficácia de duas terapias combinadas, oclusão vascular e proloterapia no tratamento da tendinopatia patelar. A pesquisa foi conduzida na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade de Gurupi (UnirG), Campus II, situada na Rua Deputado José de Assis, nº 169-53, Setor Central, Gurupi–TO. O estudo ocorreu entre os meses de março e abril de 2025, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Gurupi (UnirG).
Foram considerados como critérios de inclusão indivíduos maiores de 18 anos, de ambos os sexos, com diagnóstico médico de tendinopatia patelar, residentes no município de Gurupi–TO e com disponibilidade para comparecer às sessões nas datas e horários estabelecidos. O participante incluído no estudo foi identificado pelas iniciais M.T.A.S., do sexo masculino, com 27 anos de idade, e teve o diagnóstico confirmado por meio de exame de ultrassonografia do joelho direito, o qual revelou espessamento do tendão patelar em seu terço médio e distal, medindo até 5 mm, com presença de hipoecogenicidade local e ausência de rupturas.
O paciente foi submetido inicialmente à avaliação fisioterapêutica com ficha elaborada pelas pesquisadoras, contendo informações pessoais, queixas álgicas e hábitos funcionais. Para mensuração do impacto funcional da tendinopatia, foi aplicado o questionário VISA-P, validado por Wageck (2013). O protocolo terapêutico teve duração total de cinco semanas, com realização de dez sessões, com frequência de duas vezes por semana e duração média de quarenta minutos por sessão. Durante as sessões de oclusão vascular, foram utilizados esfigmomanômetro manual e oxímetro digital, com a pressão sendo ajustada de forma individualizada conforme a circunferência da coxa do paciente. Os exercícios padronizados envolveram principalmente agachamentos, como o afundo, e exercícios isométricos.
A técnica de proloterapia consistiu na infiltração peritendínea de uma solução composta por 1,5 ml de glicose hipertônica a 75% e 1,5 ml de lidocaína a 2%. Para esse procedimento, foram utilizados materiais descartáveis, incluindo luvas (Descarpack®), máscaras (Medix®), seringas de 3 ml (Descarpack®) e agulhas 13×3 (30G ½) (Medix®). Todas as etapas foram realizadas com rigoroso controle asséptico.
As variáveis avaliadas ao longo do estudo incluíram intensidade da dor por meio da Escala Visual Analógica (EVA) e algometria por meio do algômetro de pressão (Med.dor®), o desempenho funcional pelo questionário VISA-P, dados antropométricos e clínicos, além de testes funcionais específicos. Foram aplicados o Hop Test simples e unilateral máximo, para avaliação de força, potência e simetria entre os membros inferiores; o Y Balance Test, para análise do equilíbrio dinâmico e estabilidade do joelho; a cadeira isométrica, para mensuração da força de quadríceps e isquiotibiais; o teste de dorsiflexão com carga, para verificação da mobilidade funcional do tornozelo; e o teste de rotação medial de quadril. Todos os testes foram realizados em ambiente supervisionado.
Os riscos envolvidos na aplicação do protocolo foram considerados moderados e incluíram possibilidade de hipoxemia local, desconforto muscular, hematomas e edema. O participante foi monitorado durante todas as sessões, e não foi necessária qualquer intervenção por evento adverso. Ao término da intervenção, os dados foram organizados e analisados em planilhas eletrônicas, utilizando-se o software Microsoft Excel® 2019, e apresentados em formato tabular para melhor visualização dos resultados obtidos.
3. RESULTADOS
O paciente foi submetido a acompanhamento fisioterapêutico composto por 10 sessões, realizadas com frequência de duas vezes por semana. Conforme apresentado na Tabela 1, o protocolo terapêutico consistiu na intercalação de duas técnicas fisioterapêuticas, aplicadas uma vez por semana cada: proloterapia, uma terapia regenerativa injetável com o objetivo de estimular o reparo tecidual, e oclusão vascular com exercícios resistidos, técnica utilizada para potencializar a hipertrofia muscular com menor carga mecânica, especialmente indicada em casos de dor ou limitação funcional.
Durante a avaliação inicial, foi realizada palpação da região acometida, na qual o paciente referiu dois pontos álgicos principais (Imagem 1), sendo um localizado anteriormente e outro lateralmente ao tendão patelar. A intensidade da dor foi mensurada de forma objetiva, por meio da algometria com uso de algômetro de pressão, e de forma subjetiva, por meio da Escala Visual Analógica (EVA). Os dados obtidos com o algômetro, apresentados na Tabela 1, demonstram a evolução da sensibilidade à pressão nos pontos dolorosos ao longo das sessões de tratamento. A EVA, por sua vez, forneceu uma medida da intensidade da dor percebida pelo paciente em cada encontro clínico.
Ambos os pontos dolorosos foram reavaliados sistematicamente a cada sessão, utilizando os mesmos instrumentos e metodologia, com o objetivo de monitorar a evolução da dor e a resposta ao tratamento adotado. Esse acompanhamento sistemático possibilitou um controle rigoroso da progressão clínica do quadro doloroso, contribuindo para a análise da eficácia das intervenções aplicadas.
Tabela 1- Algometria digital e Escala Visual Analógica.

Legenda: EVA (Escala Visual Analógica), Kg (quilogramas).
Imagem 1 – Pontos Álgicos do paciente

Legenda: 1: Ponto doloroso anterior, 2: Ponto doloroso lateral
Fontes: Autores (2025)
De acordo com os dados apresentados na Tabela 1, observa-se uma melhora significativa a partir da quinta sessão do protocolo terapêutico. A partir desse momento, o paciente passou a relatar Escala Visual Analógica (EVA) igual a 0, indicando ausência de dor percebida. Paralelamente, os dados de algometria evidenciaram redução da sensibilidade dolorosa nos pontos previamente identificados, com progressivo aumento da tolerância à pressão aplicada.
No ponto álgico anterior, o paciente tolerou inicialmente 2,300 kg de pressão e, na última avaliação, alcançou 3,875 kg, representando um aumento de 1,575 kg na tolerância à pressão. No ponto lateral, os valores evoluíram de 2,110 kg na avaliação inicial para 4,125 kg na avaliação final, evidenciando uma diferença de 2,015 kg, o que demonstra uma melhora ainda mais expressiva neste ponto. Esses resultados indicam aumento da resistência tecidual e redução da hipersensibilidade local, reforçando a eficácia da intervenção combinada no controle da dor e na resposta ao estímulo mecânico.
Tabela 2 – Testes Funcionais e Escala funcional.

Legenda: VISA-P (Victorian Institute of Sport Assessment – Patella), MMII (membros inferiores), s (segundos), m (minutos), ms (milissegundo). Fontes: Autores (2025)
Com base nos testes funcionais e clínicos realizados antes e após o tratamento fisioterapêutico, o paciente M.T., diagnosticado com tendinopatia patelar, apresentou evoluções significativas em diversos parâmetros avaliados.
O Hop Test com salto simples, utilizado para mensurar força explosiva, equilíbrio e capacidade de absorção de impacto durante o salto e a aterrissagem, revelou avanços notáveis. Valores de assimetria superiores a 10% são considerados clinicamente relevantes e associados a maior risco de lesões musculoesqueléticas. De acordo com os dados da Tabela 2, na primeira avaliação, o paciente apresentou assimetria de 20,03%, reduzida para 10,07% na última avaliação, indicando melhora da capacidade funcional e do controle unipodal. Apesar da evolução positiva, o percentual final ainda se mantém dentro de uma faixa considerada potencialmente lesiva para os membros inferiores.
Ainda conforme a Tabela 2, no Hop Test unipodal máximo, a assimetria funcional passou de 4,66% para 3,12%, o que reforça o ganho de equilíbrio e força entre os membros inferiores. Assimetrias inferiores a 5% são classificadas como normais, refletindo boa recuperação da simetria funcional.
O Y Balance Test, responsável por avaliar o controle postural dinâmico e a estabilidade em três direções (anterior, póstero-lateral e póstero-medial), também demonstrou melhora expressiva. A assimetria anterior reduziu de 4,27% para 2,4%; a póstero-lateral, de 9,67% para 3,84%; e a póstero-medial, de 15,23% para 2,36% (Tabela 2). Segundo a literatura, assimetrias superiores a 4 centímetros ou acima de 4% entre os membros são consideradas indicativas de risco elevado para lesões e desempenho funcional comprometido. Assim, os resultados obtidos demonstram regressão para níveis normativos, com menor índice de risco de lesões em membros inferiores.
O escore composto do Y Balance Test no membro inferior direito manteve-se estável (73,81% para 73,35%), enquanto no membro inferior esquerdo houve leve redução (80,72% para 76,22%). Ambos os valores, no entanto, permanecem acima do ponto de corte geralmente aceito como satisfatório, que é superior a 70% da distância do comprimento do membro testado, indicando estabilidade funcional preservada (Tabela 2).
Na cadeira isométrica, observou-se aumento significativo no tempo de resistência, que passou de 19 segundos e 410 milissegundos para 1 minuto (Tabela 2). Esse resultado evidencia um ganho relevante de força e tolerância à carga no músculo quadríceps, essencial na absorção de impacto e na função biomecânica do joelho. Tempos superiores a 45 segundos são considerados bons indicadores de resistência muscular, sendo o desempenho final do paciente considerado satisfatório.
A amplitude de dorsiflexão do tornozelo, avaliada em cadeia cinética fechada, também apresentou melhora. No membro inferior direito, a amplitude aumentou de 15° para 21°, enquanto no esquerdo passou de 22° para 24,3° (Tabela 2). A dorsiflexão adequada é fundamental para a execução correta de movimentos funcionais, e sua limitação está relacionada à sobrecarga em estruturas como o tendão patelar. Valores inferiores a 20° são considerados restritos e associados a maior risco de lesões nos membros inferiores, de modo que o aumento observado no lado direito representa uma evolução clínica positiva.
Por fim, a pontuação na escala VISA-P, instrumento validado para avaliação de dor, função e desempenho esportivo em casos de tendinopatia patelar, evoluiu de 62% para 90% (Tabela 2). Escores acima de 80% indicam bom estado funcional, enquanto valores abaixo de 70% apontam para disfunção significativa. Dessa forma, o resultado final reflete uma recuperação funcional muito positiva, compatível com os objetivos terapêuticos propostos.
Em conjunto, esses resultados indicam que o protocolo de tratamento adotado, envolvendo proloterapia, oclusão vascular e exercícios terapêuticos, foi eficaz em promover a recuperação funcional, reduzir a dor e restaurar a performance do membro inferior acometido, consolidando-se como uma abordagem promissora para a reabilitação da tendinopatia patelar.
4. DISCUSSÃO
Com base nos resultados obtidos neste estudo e nas evidências disponíveis na literatura, observa-se que a combinação entre proloterapia com dextrose hipertônica e oclusão vascular com exercícios terapêuticos apresentou efeitos clínicos relevantes na reabilitação da tendinopatia patelar, especialmente no alívio da dor, melhora funcional e redução de assimetrias em testes funcionais.
O uso da oclusão vascular com exercícios resistidos de baixa carga é uma alternativa eficaz para melhorar força e hipertrofia muscular sem sobrecarregar estruturas lesionadas, o que é especialmente benéfico em quadros como a tendinopatia patelar3,4. No presente estudo, o uso da restrição de fluxo contribuiu para o aumento da resistência isométrica do quadríceps e melhora da simetria funcional, conforme observado nos testes aplicados.
Por meio de uma meta-análise, apontaram que a proloterapia com dextrose tem eficácia significativa na regeneração tecidual, por estimular a inflamação controlada e, consequentemente, o reparo do tecido colagenoso em tendões e ligamentos6. Essa evidência sustenta o uso da dextrose hipertônica neste estudo, que resultou em melhora clínica e funcional do tendão patelar tratado.
A proloterapia com dextrose também é eficaz na redução da dor em patologias crônicas, sugerindo efeitos analgésicos e anti-inflamatórios sustentados5. Tais propriedades podem explicar a melhora da dor relatada pelo paciente neste estudo, bem como a progressiva redução da sensibilidade nos pontos dolorosos durante as sessões.
A literatura tem destacado a importância de intervenções combinadas e progressivas, com avaliação criteriosa de parâmetros funcionais e uso de escalas padronizadas, como o VISA-P, para monitorar a evolução clínica2. A utilização desses mesmos instrumentos neste estudo reforça a relevância do protocolo aplicado e demonstra adesão às boas práticas da reabilitação baseada em evidências.
A tendinopatia patelar deve ser abordada por meio de estratégias que associem controle da dor e reabilitação progressiva da função mecânica do tendão, com foco em exercícios excêntricos e técnicas que promovam modulação tecidual1. Esses achados estão em consonância com os resultados do presente estudo, no qual foi observada melhora significativa na escala VISA-P (de 62% para 90%), aumento do tempo de resistência na cadeira isométrica e normalização da assimetria em testes como Hop Test e Y Balance Test.
Portanto, os achados deste estudo corroboram os resultados apresentados na literatura científica, evidenciando que a integração entre proloterapia e oclusão vascular com exercícios terapêuticos promove efeitos sinérgicos positivos na recuperação funcional de pacientes com tendinopatia patelar, reforçando a aplicabilidade clínica e a eficácia do protocolo adotado.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados deste estudo demonstraram que a associação entre a oclusão vascular e a proloterapia com dextrose hipertônica promoveu benefícios significativos na reabilitação de um paciente com tendinopatia patelar. Ao longo das cinco semanas de intervenção, observou-se uma redução consistente do quadro álgico, melhora da função do tendão patelar e aumento da capacidade muscular, evidenciados por meio de instrumentos de avaliação padronizados e validados, como o questionário VISA-P, Hop Test, Y Balance Test, Teste da Cadeira Isométrica e Teste de Dorsiflexão do tornozelo.
A aplicação conjunta dessas técnicas terapêuticas favoreceu a modulação da dor, o estímulo à regeneração tecidual e a progressiva recuperação da estabilidade funcional e da força dos membros inferiores. Além disso, a avaliação periódica dos parâmetros clínicos permitiu acompanhar a evolução do paciente com maior precisão, possibilitando ajustes personalizados no protocolo terapêutico conforme a resposta apresentada.
Com base nos dados obtidos, concluiu-se que o tratamento proposto foi eficaz e seguro, representando uma alternativa viável e promissora para a fisioterapia musculoesquelética no contexto da tendinopatia patelar. A experiência relatada contribuiu para ampliar o conhecimento clínico e científico sobre o tema e ofereceu subsídios para futuras intervenções terapêuticas.
[1] Graduanda em Fisioterapia pela Universidade de Gurupi – TO, UNIRG, Brasil.
REFERÊNCIAS
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6. Zhang T, Wang Y, Ding L, Ma C, Xu X, Liu H. Efficacy of hypertonic dextrose prolotherapy in the treatment of rotator cuff lesions: a meta-analysis. J Orthop Surg Res. 2024;19(1):297. doi:10.1186/s13018-024-04754-4.
1Graduanda em Fisioterapia pela Universidade de Gurupi – TO, UNIRG, Brasil.
E-mail: anacarolfranca@live.com
2Graduanda em Fisioterapia pela Universidade de Gurupi – TO, UNIRG, Brasil.
E-mail: yasmimpb7@hotmail.com
3Fisioterapeuta especialista em Fisioterapia TraumatoOrtopédica e Desportiva, Universidade de Gurupi, UnirG, Brasil.
Email:warlynevesaraujo@gmail .com
4Fisioterapeuta pós graduada em Bases Neuromecânicas do Movimento Humano, Graduação UNICLAR Batatais – SP
5Graduanda em Fisioterapia pela Universidade de Gurupi – TO, UNIRG, Brasil.
6Fisioterapeuta pós graduada em Dermatologia, Universidade de Gurupi – TO, UNIRG, Brasil.
7Fisioterapeuta pós graduada em Geriatria, Universidade de Gurupi – TO, UNIRG, Brasil.
8Graduanda em Fisioterapia pela Universidade de Gurupi – TO, UNIRG, Brasil