PROJETO ELÉTRICO RESIDENCIAL: CARACTERÍSTICAS, IMPORTÂNCIA E APLICAÇÃO

RESIDENTIAL ELECTRICAL PROJECT: FEATURES, IMPORTANCE AND APPLICATIONS 

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7242000


Autoria de:

Ed Wilhams Chaves Ribeiro1
José de Souza Pereira2
Patrick Endryw Rodrigues De Oliveira3
Chimene Kuhn Nobre4
Claudio Roberto de Oliveira Pereira5


RESUMO 

O presente trabalho tem como característica mostrar a importância que um projeto elétrico tem a uma residência, onde temos como referência uma residência localizada na cidade de Porto Velho/RO. Iremos apresentar benefícios de seguir as normatizações da NBR 5410/2004 – Norma Brasileira de Instalações Elétricas de Baixa Tensão, para termos um correto dimensionamento das instalações elétricas, a fim de que se promova segurança aos usuários do imóvel assim evitando possíveis riscos futuros. Esta pesquisa pode ser classificada como bibliográfica, por ter sido desenvolvida a partir de teorias desenvolvidas por outras fontes de estudo de forma detalhada, uma única unidade no caso uma residência para o desenvolvimento da pesquisa foi usada o método descritivo para a efetivação de resultado tais como, inspeção visual da residência e suas instalações elétricas, seguindo as normas para elaboração de projetos elétricos. 

Palavras-chave: Instalações elétricas. NBR 5410. Riscos elétricos.  

ABSTRACT 

The present work has the characteristic of showing the importance that an electrical project has to a residence, where we have as a reference a residence located in the city of Porto Velho – RO. Where we will present benefits of following the norms of NBR 5410/2004 – Brazilian Standard of Low Voltage Electrical Installations, in order to have a correct dimensioning of electrical installations, in order to promote safety to the users of the property, thus avoiding possible future risks. This research can be classified as bibliographic, as it was developed from theories developed by other sources of study in a detailed way, a single unit in the case of a residence for the development of the research was used the descriptive method for the realization of results such as, visual inspection of the residence and its electrical installations, following the norms for the elaboration of electrical projects. 

Keywords: Electrical installations. NBR 5410. Electrical hazards.

1. INTRODUÇÃO

O projeto elétrico é fundamental nas obras de residências. É ele tão importante quanto o projeto das estruturas e o arquitetônico, de forma que se traduz na concepção das futuras instalações elétricas que a residência terá. 

Resumidamente, o projeto elétrico compreende o dimensionamento do quantitativo de materiais e a determinação da lógica de instalação e funcionamento deles na residência. Ou seja, é um projeto que especifica a distribuição elétrica geral. 

As instalações elétricas estão inseridas em uma das modalidades da engenharia. Este departamento é responsável pela ocorrência de acidentes de origem elétrica, os quais são mais frequentes do que se possa imaginar, os riscos estão espalhados por toda parte, seja em uma manutenção de uma rede de distribuição de energia elétrica ou em uma simples instalação dentro de casa (MARTINHO, 2015). 

O projeto elétrico deve ser elaborado por profissional devidamente habilitado para tal, de forma que sejam seguidos os procedimentos legais, de confiabilidade e segurança, para que proporcione segurança às instalações, às pessoas e aos animais, economicidade de recursos, dimensionamento compatível com as necessidades dos moradores e melhor rendimento no consumo de energia elétrica. 

Na elaboração do projeto elétrico, o profissional habilitado deve se nortear, a priori, na normatização exposta na ABNT NBR 5410:2014, que define os preceitos que as instalações elétricas devem satisfazer, visando a garantia da segurança das pessoas e animais, o adequado funcionamento da instalação e a estabilidade dos bens. Possíveis lacunas nessa norma devem ser preenchidas com as disposições complementares constantes em outros dispositivos, de forma a alinhar todo o projeto elétrico ao mínimo exigível.  

Este trabalho caracterizará os fundamentos, dados, aplicações e simulações básicos necessários à elaboração de projetos elétricos residenciais, nos moldes da NBR 5410/2004 e com vistas a expor vantagens, desvantagens e possíveis ganhos de eficiência que os projetos podem trazer aos moradores e à coletividade. 

O presente artigo teve como problemática analisar as consequências a curto e longo prazo que a ausência de um projeto elétrico pode ocasionar em uma residência, bem como, oferecer as características ideais para a realização de um projeto elétrico residencial eficientemente sustentável. 

O objetivo da pesquisa é caracterizar os fundamentos, dados, aplicações e simulações necessários à elaboração de projetos elétricos residenciais nos moldes da NBR 5410/2004. 

A escolha deste tema teve o intuito de mostrar que o projeto elétrico residencial tem uma grande importância, no sentido de evitar danos às residências, às pessoas e à comunidade, podendo desfrutar com segurança do seu sistema elétrico sem ter preocupação com possíveis sobrecargas no circuito ou até mesmo curtos-circuitos. 

Através do projeto elétrico bem dimensionado e executado de forma correta com materiais de boa qualidade e profissionais que entendam da área, o proprietário terá resultados positivos um deles é a economia que irá ter, pois serão dimensionados o sistema e os materiais de acordo com a necessidade, evitando dessa forma, sobras e desperdícios. Além disso, um condutor elétrico de tamanho não adequado pode esquentar mais que o necessário, provocando possíveis perdas de energia.  

Em virtude do aumento do consumo de energia elétrica, os riscos de acidentes originários da eletricidade está cada vez mais ativo. Movido pelo avanço tecnológico, a procura por eletrodomésticos modernos é inevitável, contudo, os proprietários das instalações não se atentam em fazer vistorias no sistema elétrico já existente antes da modificação de carga elétrica que os novos equipamentos comprados irão consumir, gerando uma sobrecarga no sistema elétrico, provocando incêndios decorrentes do superaquecimento dos cabos (MAMEDE FILHO, 2010). 

Ademais, o tópico de instalações elétricas abrange grande parte dos conhecimentos adquiridos durante o curso de engenharia elétrica, como cálculo, circuitos elétricos, transformadores, máquinas elétricas etc., e, com o título de engenheiro eletricista, é um dever prezar pela conformidade com as normas técnicas, assim, garantindo a qualidade na entrega de energia e a segurança da população (SAUCEDO, 2019). 

2. MATERIAL E MÉTODOS 

O trabalho foi elaborado inicialmente através de pesquisas bibliográficas com a base de dados levantados, através do google acadêmico, artigos científicos, normas, livros, requisitos fundamentais da NBR 5410 para instalações de baixa tensão. Essa etapa coletou os fundamentos básicos, técnicas, normas e analisar os estudos já realizados na temática em estudo. Dessa forma, espera-se adquirir todos os conhecimentos necessários à elaboração de um projeto elétrico residencial em baixa tensão.  

Na segunda etapa foi realizado um estudo de caso de uma residência localizada em Porto Velho/RO. Essa etapa visou aplicar os conhecimentos adquiridos na pesquisa bibliográfica em um projeto elétrico residencial. Para isso, foi elaborado um projeto elétrico para uma residência, e a partir dele foi analisada a instalação elétrica da residência, comparando o dimensionamento existente com aquele encontrado no projeto e, a partir disso, foram propostas metodologias para tornar a instalação mais segura, mais econômica e eficientemente sustentável. Essa etapa foi dividida da seguinte forma: 

  • Inspeção da residência referência para o estudo; 
  • Elaboração da planta baixa da residência; 
  • Análise da planta baixa; 
  • Previsão de cargas, de acordo com a NBR 5410; 
  • Dimensionamento do fornecimento pela concessionária; 
  • Determinação dos circuitos elétricos e da corrente elétrica de cada circuito; 
  • Dimensionar os condutores, eletrodutos, quadro de distribuição e os dispositivos de proteção;  
  • Planta de locação de pontos elétricos; 
  • Diagrama unifilar da instalação;  
  • Comparação entre a situação existente na instalação e as perspectivas a partir do projeto elétrico. 

O estudo se caracteriza como uma pesquisa descritiva, uma vez que objetiva gerar conhecimentos práticos direcionado a aplicabilidade dos requisitos da NBR 5410/2004, promovendo soluções de problemas específicos de uma residência unifilar, visando o conhecimento dos fenômenos existentes nas instalações. A pesquisa é de caráter descritivo, pois objetiva a observação, registrando análises de fenômenos, sem a manipulação, buscando encontrar a frequência, característica e condicionantes, relacionados à interação com outros fenômenos (GIL, 2002). 

As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. Uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática (GIL, 2002). 

A abordagem empregada neste estudo é de cunho qualitativa, pois possui enfoque em análises de fenômenos, o qual condiz com a observação de situações e interpretações dos fatos ocorridos na residência. A pesquisa qualitativa possui em sua estrutura a condição de qualificar fenômenos particulares, isolados, opiniões da situação do caso em estudo (CASTRO, 2018). 

Tendo em vista que para elaboração de projetos elétricos, teremos seus componentes das instalações elétricas. 

  • Condutores elétricos; 
  • Dispositivos de proteção; 
  • Disjuntor termomagnético; 
  • Dispositivo diferencial residual; 
  • Dispositivos de proteção contra surtos – DPS; 
  • Circuitos de tomadas; 
  • Circuitos de iluminação; 
  • Quadro de distribuição – QD; 
  • Aterramento elétrico; 

3. PROJETO ELÉTRICO RESIDÊNCIAL E SUA IMPORTÂNCIA 

Projetar uma instalação elétrica para qualquer tipo de prédio ou local consiste essencialmente em, de maneira racional, selecionar, dimensionar e localizar os equipamentos e outros componentes necessários para proporcionar, de modo seguro e efetivo, a transferência de energia elétrica de uma fonte até os pontos de utilização (COTRIM, 2009, p.125a) 

O projeto de instalação elétrica não se resume em um simples trabalho mecânico de consultas a tabela e de aplicação de formas e fórmulas padronizadas. Muito pelo contrário, o projeto e dinâmico e diretamente ligado aos avanços tecnológicos (COTRIM, 2009, p.125b) 

O projeto elétrico deve ser eficiente, adaptável, dinâmico e conter todas as condições mínimas para o bom funcionamento da instalação, pois este proporciona a previsão detalhada de cargas que serão usadas, além de trazer soluções e melhorias, buscando satisfazer os objetivos ao qual se designa (LIMA FILHO, 2011). Conforme Martinho (2015), para o bom funcionamento do projeto elétrico, este precisa conter algumas especificações mediante a necessidade de cada edificação, sendo estas: quantidade de tomadas e localização destas nos locais apropriados de cada uso, interruptores suficientes para atender as necessidades dos usuários, dimensionamento correto dos disjuntores e sistemas de aterramento, o qual deve proporcionar a otimização das instalações localizadas, com o intuito de ativar o interrompimento automático da alimentação da rede elétrica, caso haja a presença de tensões de contato perigosa. 

Convém lembrar que o projeto de instalação elétricas e apenas um dos vários projetos necessários para a construção de um prédio até mesmo residência assim, sua elaboração deve ser conduzida em perfeito harmonia com os demais projetos como arquitetura, estrutura e tubulações. (COTRIM, 2009 p.125). 

Segundo Creder (2016), é a previsão escrita da instalação, com todos os seus detalhes, a localização dos pontos de utilização da energia elétrica, os comandos, os trajetos dos condutores, a divisão em circuitos, a seção dos condutores, os dispositivos de manobra, a carga de cada circuito, a carga total. De um modo geral, o projeto compreende quatro partes: 

  • Memória – onde o projetista justifica e descreve a sua solução. 
  • Conjunto de plantas, esquemas e detalhes – onde deverão constar todos os elementos necessários à perfeita execução do projeto. 
  • Especificações – onde se descreve as características técnicas do material a ser usado e as normas aplicáveis. 
  • Orçamento – onde são levantadas a quantidade e o custo do material e a mão de obra. 

O projeto é, em essência, uma antecipação detalhada de uma solução que será implementada para satisfazer determinado objetivo. Por esta razão, o projetista deve preocupar-se com a sua viabilidade, tanto do ponto de vista técnico quanto do ponto de vista econômico (LIMA FILHO, 2011). 

Para a execução do projeto de instalações, o projetista necessita de plantas e cortes de arquitetura, além de saber o fim a que se destina a instalação, os recursos disponíveis, a localização da rede mais próxima e quais as características elétricas da rede, aérea ou subterrânea, tensão entre fases ou fase – neutro (CREDER, 2016). 

Para a elaboração de um projeto de instalação elétrica é necessário o projeto arquitetônico contendo plantas baixas, cortes e fachadas, bem como as alturas de pé direito dos ambientes para que seja possível extrair as dimensões para a correta distribuição dos pontos de iluminação e das tomadas. Também se faz necessária a planta de localização, para que seja possível visualizar os acessos da edificação, tal como a rede de energia elétrica da concessionária local, a fim de verificar o tipo de fornecimento e possíveis pontos de derivação para o atendimento. O projeto elétrico precisa atender os critérios de acessibilidade, uma vez que os pontos de utilização projetados e os dispositivos de proteção necessitam estar em locais de fácil acesso, para que seja possível efetuar eventuais manutenções do sistema elétrico (LIMA FILHO, 2011). 

4. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 

Instalação elétrica é uma associação de componentes, coordenados entre si, para fornecer luz, calor, movimento ou transmissão de sinais. Esses componentes são as linhas elétricas e os equipamentos. 

Linhas elétricas – condutores (fios e cabos); elementos de fixação (abraçadeiras, eletrodutos). 

Equipamentos – alimentadores da instalação (gerador, transformador); de comando e proteção (disjuntor, interruptor); utilizadores da instalação (geladeira, TV, chuveiro, lâmpada etc. (LARA, 2012). 

Para D’Ávila (2007), as instalações elétricas é uma estrutura física formada por elementos condutores, de proteção, de seccionamento e de comando. 

As instalações elétricas são classificadas através da sua tensão nominal (Volt), empregadas para caracterizar a instalação, das quais os circuitos elétricos são mantidos por correntes alternadas e corrente contínua. É considerada uma instalação elétrica de baixa tensão aquela que possui características de tensão nominal, com frequência de corrente elétrica alternada menor ou igual a 1000 V e menor ou igual a 1500 V com corrente contínua. São as instalações frequentemente usadas em edificações residenciais, estabelecimentos de uso público e instituições, trailers e instalações associadas a esse gênero, assim como canteiros de obras, feiras e outras instalações de ordem temporárias (NBR 5410, 2004). 

Nesse contexto, Borges e Gomes (2019, p. 3) conceituam a divisão das instalações elétricas e o percurso da energia elétrica ao longo do sistema elétrico de Potência. 

As instalações elétricas são divididas em três tipos: industriais, prediais e comerciais. A principal distinção entre esses departamentos é o grau da distribuição da potência elétrica atribuída a cada um deles. A energia elétrica que chega até o local de consumo vem distribuída através de três fase distintas, sendo está a forma trifásica, intercalada com frequência estipulada de 60 ciclo/segundos em todo o território nacional. A energia elétrica sai das subestações e percorre um processo de distribuição, passando por transformadores localizados em áreas específicas, para que, deste modo, possa chegar até as residências as tensões nominais de 127 e 220 V, usadas para caracterizar os circuitos elétricos no ponto de consumo. 

A fim de visualizarmos melhor onde se encontra a nossa instalação dentro de um sistema elétrico, conhecemos os componentes do mesmo, desde a estação geradora até os consumidores de baixa tensão. Desse modo compreendemos facilmente as diferentes transformações de tensão, desde o gerador até nossa residência (CREDER, 2016). 

As normas das concessionárias estabelecem, inicialmente, as terminologias e de definições que permitem uma compreensão mais detalhada dos termos técnicos utilizados para o fornecimento de energia elétrica às instalações de consumidores por meio de redes áreas, a fim de se tornarem conhecidas por todos aqueles que trabalham com instalações elétricas (CAVALIN, 2002). 

Vieira (2011) enfatiza que a instalação elétrica deve funcionar sob dois estados (normal e defeito), em que o normal tem um funcionamento por tempo indeterminado sem prejuízos da vida útil dos componentes. A corrente que circula quando sob funcionamento normal é a corrente nominal. E o estado de defeito a interrupção do funcionamento em um tempo que garanta a proteção dos componentes sem danificar, em que esses defeitos podem ser de três espécies (sobrecarga, curtocircuito, corrente de fuga). 

4.1. Critérios para elaboração do projeto de instalações elétricas 

Segundo Lima Filho (2011), na concepção do projeto de instalações elétricas prediais, o projetista deve estar atento a pelo menos três critérios, no que se refere à utilização das instalações projetadas:  

  • Acessibilidade: todos os pontos de utilização projetados, bem como os dispositivos de manobra e proteção, devem estar em locais perfeitamente acessíveis, que permitam manobra adequada e eventuais manutenções. 
  • Flexibilidade e Reserva de Carga: a instalação deve ser projetada de forma a permitir uma certa reserva para acréscimos de cargas futuras e alguma flexibilidade para pequenas alterações. 
  • Confiabilidade: as instalações devem ser projetadas em estreito atendimento às normas técnicas, visando garantir o perfeito funcionamento dos componentes do sistema, a integridade física dos seus usuários e a preservação das condições locais e ambientais. 

4.1.1 Fornecimento de energia  

De acordo com Lara (2012) Quem fornece energia as edificações é a concessionaria, disponibilizando tensão elétrica através de ligações que podem ser classificadas, basicamente, como: 

  • Provisórias ligações que serão substituídas posteriormente por ligações definitivas. São ligações para obras que estão em fase inicial de construção. 
  • Definitivas ligações de caráter permanente. Podem ser em tensão secundaria(residencial) ou tensão primaria (industrial/residencial, predial/comercial). 

Para se obter ligação definitiva, é necessário conhecer os regulamentos das concessionárias antes da execução dos serviços, pois, se em desacordo com suas prescrições normativas, elas podem não atender ao pedido de ligação. 

A ligação se dará por um ramal de ligação que compreende, basicamente, duas partes: uma externa, nos limites públicos (da rede na rua, até a entrada da propriedade); outra interna, nos limites privados, (dentro da propriedade, até o equipamento de medição). Ambas podem ser aéreas ou subterrâneas em função da estética ou conveniência da edificação ou da rede. (LARA,2012). (ver Figura 1) 

Figura 1: Linha de Transmissão de baixa tensão. 

Fonte: CTISM, adaptado de CEMIG/ND-5.1, 2009, p. 8-1 

5. FUNCIONAMENTO DE UMA INSTALAÇÃO ELÉTRICA 

Uma instalação elétrica deve funcionar sob dois estados: normal e defeito. 

No estado normal, o funcionamento por tempo indeterminado sem prejuízo da vida útil dos componentes. A corrente que circula quando sob funcionamento normal é a corrente nominal. 

Já no estado de defeito, a interrupção do funcionamento em um tempo que garanta a proteção dos componentes (sem danificação). 

Os defeitos podem ser de três espécies: sobrecarga, curto-circuito e corrente de fuga. 

– Em sobrecarga: acréscimo da corrente nominal até valores da ordem de 10xIn (possui, portanto, efeito térmico lento); 

– Curto-circuito: acréscimo da corrente nominal até valores da ordem de mais de 10x In (exige, portanto, interrupção imediata); 

– É corrente de fuga: desvios de corrente da ordem de 30mA até aproximadamente 500mA ocasiona choques, desperdício de energia, em alguns casos incêndio etc. (VIEIRA JUNIO, 2011, p.43-44). 

5.1. Critérios para dimensionar condutores  

O dimensionamento de um condutor deve ser procedido de uma análise detalhada das condições de sua instalação e da carga a ser suprida. Um condutor mal dimensionado, além de implicar a operação inadequada da carga, representa em elevado risco de incêndio para o patrimônio, principalmente quando está associado a um projeto de proteção deficiente, fatores básicos que envolvem o dimensionamento de um condutor são: 

  • Tensão nominal 
  • Frequência nominal 
  • Potência ou corrente da carga a ser suprida  
  • Fator de potência da carga  
  • Tipo de sistema: monofásico, bifásico, trifásico: 
  • Método de instalação dos condutores  
  • Natureza de carga: iluminação, motores, capacitores, retificadores. 
  • Distância da carga ao ponto de suprimento 
  • Corrente de curto-circuito. 

Para que um condutor esteja adequadamente dimensionado e necessário projetar os elementos de proteção a ele associado de maneira que as sobrecargas presumidas do sistema não afetem a sua isolação (MAMEDE FILHO, 2007, p.115) 

5.1.1 Divisão das instalações 

De acordo com Creder (2016) toda a instalação deve ser dividida em vários circuitos, de modo a: 

  • Limitar as consequências de uma falta, a qual provocará apenas seccionamento do circuito defeituoso; 
  • Facilitar as verificações, os ensaios e a manutenção; 
  • Possibilitar o uso de condutores de pequena bitola (área de seção circular). 
  • Chama-se circuito o conjunto de pontos de consumo, alimentados pelos mesmo condutores e ligados ao mesmo dispositivo de proteção. 
  • Nos sistemas polifásicos, os circuitos devem ser distribuídos de modo a assegurar o melhor equilíbrio de cargas entre as fases. 

Em instalações de alto padrão técnico, deve haver circuitos normais e circuitos de segurança. Os circuitos normais estão ligados apenas a uma fonte, em geral, à concessionária local. Em caso de falha da rede, haverá interrupção no abastecimento. Esses circuitos são, muitas vezes, chamados de “não essenciais”. 

Os circuitos de segurança são aqueles que garantirão o abastecimento, mesmo quando houver falha da concessionária. Como exemplo de circuitos de segurança, podem-se citar os circuitos de alarme e de proteção contra incêndio, abastecidos simultaneamente pela concessionária ou por fonte própria (baterias, geradores de emergência etc.). Os circuitos de segurança são, muitas vezes, chamados de “essenciais”. 

5.1.2 Etapas do projeto elétrico 

Através da NBR 5410:2004, é possível apontar as etapas básicas do projeto elétrico, a saber:  

  • Informações Preliminares; 
  • Quantificação do Sistema; 
  • Determinação do Padrão de Atendimento; 
  • Desenho das Plantas; 
  • Dimensionamento; 
  • Quadros de Distribuição e Diagrama; 
  • Elaboração dos Detalhes Construtivos; 
  • Memorial Descritivo; 
  • Memorial de Cálculo; 
  • Elaboração das Especificações Técnica; 
  • Elaboração da Lista de Materiais; 
  • Anotação de Responsabilidade Técnica ART; 
  • Primeira Análise da Concessionária; 
  • Aprovação da Concessionária. 

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO 

Com a elaboração do projeto elétrico e possível prever cargas elétricas para utilizar eletrodomésticos sem danos, assim tendo as atribuição e distribuição das cargas equivalente com a quantidade de usuários e equipamentos existentes. E com o projeto elétrico pode realizar levantamento de materiais, sendo assim, trazendo economia energética, segurança aos moradores do imóvel.  

Levando em consideração que a instalação elétrica tem um aparato de componentes, coordenados entre si, para fornecer energia luz. Tendo como componentes linhas elétricas onde nessas linhas tem fios e cabos e elementos de fixação e outros componentes tais como: gerador, transformador, disjuntor entre outros. 

Projetar não quer dizer uma coisa simples, mas sim, desenvolver e apresentar solução afim de ser adicionada a uma problemática a ser solucionada tendo como resultado desejado. Assim, evitando danos e gastos desnecessários, fazendo com que o circuito funcione da melhor forma possível. Sendo assim, as informações necessárias como tipo de tomada, pontos de iluminação entre outras, estarão descritas no projeto residencial. 

O projeto elétrico e a execução caminham juntos, pois para executar atividade o profissional deverá conhecer as normas técnicas, afim de realizar atividade dentro de um proposito, conhecer as normas e garantir com qualidade e eficiência de uma instalação residencial elétrica, onde por sua vês é de suma importância, trabalhar dentro nas normas técnicas, evitando assim constrangimento como curto-circuito, queda de tensão, iluminação inadequada evitando assim até mesmo um possível incêndio como anos atrás ocorreu, e temos exemplo como o edifício Joelma em 1974. apontada como uma das maiores tragédias desse tipo no Brasil. Além do elevado número de vítimas (188 mortos e 345 feridos) e da extensão do incêndio, que se espalhou rapidamente pelos 25 andares do prédio, essa tragédia também chamou a atenção pelo fato dessa construção de ter sido recentemente erguida (em geral, incêndios em apartamentos estão associados a prédios antigos), neste caso, era uma construção erguida há apenas 3 anos. Como naquela época não havia preparação para um evento dessa magnitude, o prédio não possuía dispositivos de combate ao incêndio e o próprio corpo de bombeiros não estava preparado para enfrentar algo de tamanha proporção. Investigações posteriores revelaram que a causa do incêndio foi um curto-circuito em um ar condicionado. Pela precariedade da instalação, a justiça considerou incêndio criminoso processando um engenheiro, gerente de uma empresa de ar condicionado e três eletricistas por omissão, negligência e imperícia. (Figura 2) (MEMÓRIA GLOBO, 2021). 

Figura 2: Edifício Joelma 

Fonte: GloboNews, 2018 

O crescimento do consumo de energia elétrica favorece o risco de incêndio ativado por eletricidade, pois, frequentemente o proprietário da instalação não se preocupa em fazer uma revisão do sistema elétrico, causando sobrecarga e, consequentemente, incêndios. O incêndio não tem causa, e sim, fator de ativação, por ser um evento aleatório, mas esperado em uma edificação, o que se torna necessário que as investigações busquem os fatores de ativação do incêndio (SILVA, 2011). 

 Um projeto elétrico é de fato de grande importância, nas instalações elétricas prediais, industriais, seguindo normas e sempre acompanhando as evoluções do sistemas de proteção residencial como Dispositivo Diferencial Residual (DR), Dispositivo de Proteção Contra Surtos Atmosféricos (DPS), disjuntores de uso específicos e uso geral, um sistemas de aterramento, calculando os cabos elétricos que vão ser utilizados todos sendo instalados seguindo as normas técnicas de um projeto elétrico da ABNT e NBR-5410 que por sua vês nos qualifica em uma boa instalação Predial com eficiência, segurança e qualidade no serviço, garantindo assim proteção para com familiares, nossos bens e uma boa qualidade de vida e melhor execução nós serviços elétricos Prediais. Diante de todas as formas de energia, a eletricidade é a mais usada para suprir as necessidades domésticas, comerciais e industriais da sociedade. Tem fácil transporte de locais de geração para os de consumo, a energia elétrica é convertida em outros tipos de energia, como térmica, mecânica e luminosa. Todavia, ao mesmo tempo em que é largamente empregada, a eletricidade é perigosa e precisa-se ter cuidados especiais, exige a adoção de medidas de controle do risco elétrico para que a segurança dos trabalhadores seja preservada, (SANTOS, 2012). 

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Sabendo que no setor da construção civil e comum a existência de instalações elétricas e uma grande parte dessas instalações e feita de forma irregular a falta de informação na execução de obras e sem a existência de um projeto elétrico, e acompanhamento de um engenheiro ou profissional técnico. Sendo que uma grande parte dessas instalações irregulares e feita pelo simples fato de o proprietário da residência não ter os recursos econômicos necessário, sendo assim essas instalações com o passar nos anos sujeito a uma série de problemas, riscos de choques elétricos até mesmo incêndios. 

Visto que grande parte das residências não possuírem, os serviços são executados por profissionais sem formação técnica na área e desrespeitando os critérios existentes em norma, ou seja, ignorando a importância da NBR 5410 no planejamento e execução de instalações elétricas. Onde por sua vez o projeto elétrico abrange diversas normas  

O engenheiro eletricista tem que seguir critérios para a elaboração de projetos de instalações elétricas, e uma delas e de acessibilidade para a realização de manutenções futuras.

REFERÊNCIAS 

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: Instalações elétricas de baixa tensão. 2 ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. 

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CASTRO, A. Introdução ao Método de Pesquisa Fenomenológica Existencial de Georgi. Revista Pesquisa Qualitativa, São Paulo, v.6, n.11, p. 136-144, 2018. 

CAVALIN, Geraldo; CERVELIN, Severino. Instalações Elétricas Prediais. 7. ed. São Paulo: Érica, 2002. 

COTRIM, Ademaro A.M.B Instalações elétricas. 5 ed. São Paulo, 2009 p.125. 

CREDER, H. Instalações elétricas. Rio de Janeiro: LTC, 2016. 

CUNHA, L. ROBERTO.; CÉSPEDES, L.; NICOLETTI, JULIANA. Segurança e medicina do trabalho. 13 ed. 2014. 

D’AVILA, R. S. Análise de perdas em instalações elétricas residenciais. 2007. 97 

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GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 

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1, 2, 3Acadêmicos de Engenharia Elétrica. Artigo apresentado a Faculdade de Educação de Porto Velho-UNIRON, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Elétrica Porto Velho, 2022. 

4, 5Professores orientadores do curso de Engenharia Elétrica da Faculdade de Educação de Porto Velho-UNIRON.