PROJETO DE UMA ALAVANCA PARA O MERCADO AUTOMOBILÍSTICO NO ASSENTO FRONTAL PARA AS CRIANÇAS

PROJECT OF A HANDLER FOR THE AUTOMOTIVE MARKET IN THE FRONT SEAT FOR CHILDREN

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.8047809


Rayanne Soares de Andrade1
Bruno de Souza Toledo2


Resumo: O artigo tem como objetivo o projeto de uma alavanca para o mercado automobilístico no assento frontal com a funcionalidade no dia a dia familiar de pessoas que possuem crianças menores de 10 anos, que de acordo com a lei de trânsito são obrigadas a estarem em cadeirinhas de transporte ou assentos específicos de acordo com altura e peso da criança. A metodologia utilizada foi a pesquisa exploratória com abordagem qualitativa por meio de entrevistas feitas, em que o principal resultado foi analisado de acordo com o estudo de caso e verificando as necessidades dos usuários das cadeirinhas com a conclusão de que o produto é relevante no cotidiano dessas famílias.

Palavras-chave: Projeto. Cadeirinha de Transporte. Alavanca. Assento frontal.

Abstract: The objective of the article is to design for a project a handle for the automobile Market in the front seat with functionality in the daily life of people who have kids under 10 yers old, according to the traffic law, are obliged to used in height and weight. The methodology used was exploratory research with a qualitative approach through interviews, in which the main result was analyzed according to the case study and verified the needs of car seat users with the conclusion that the product is relevant in the daily lives of these children families. 

Keywords: Project. Transport Seat. Handler. Front Seat. 

1 INTRODUÇÃO 

A Engenharia de Produção proporciona uma visão bem abrangente das áreas de atuação no mercado de trabalho e assim, pode-se usar dos conhecimentos adquiridos diante das aprendizagens desenvolvidas e pontuadas tanto no processo produtivo quanto no desenvolvimento criativo de um produto novo no mercado, a minimização do custo de produção e otimização de processos. O planejamento para a introdução de um produto novo no mercado exige que haja um estudo intensificado em ferramentas de desenvolvimento, como o uso do Failure Mode and Effects Analysis (FMEA), que é uma ferramenta muito utilizada em empresas para identificar problemas e dar a devida importância a ele, pois podem ser encontrados ao longo do processo criativo e consequentemente no processo de produção.

Com o intuito de utilização desse processo de criação e desenvolvimento, esse estudo visa entender a dificuldade de famílias que tenham crianças, e os percalços na introdução das crianças nos meios de locomoção como carros de aplicativo e carros particulares de passeio, objetivando solucionar o problema com a introdução de um novo produto no mercado em que apresenta a possibilidade solucionar as necessidades desses usuários. 

Ao analisar historicamente o processo do uso das cadeirinhas de forma obrigatória, há uma séria avaliação de que para além da lei de trânsito que as obriga, ela se trata da mais eficaz e segura forma de se transportar as crianças e/ou pessoas com necessidades dessa utilização. Conforme os dados estatísticos informados pelo Ministério da Saúde, há um prognóstico preocupante (BRASIL, 2015). O trânsito é a principal causa de morte acidental entre crianças de zero a 14 anos no Brasil (FONSECA, 2022). 

Com a relevância desse dado, tem-se o problema de pesquisa: Qual a melhora da segurança para a criança menor de 10 anos ou com o tamanho de acordo com a lei 14.071/2020, a partir da colocação desse dispositivo embaixo do banco do passageiro? É evidente que em casos de uso da cadeirinha obrigatória nos veículos de transporte, um aspecto a ser resolvido é a questão da colocação desses objetos em questão, pois há uma vulnerabilidade entre o momento de colocar o objeto, ajustá-lo e adequar o distanciamento do banco do passageiro situado à frente da cadeirinha, principalmente quando os pais e/ou responsáveis por esses estão sozinhos, sem o auxílio de alguém para observar a criança, porque entre a colocação e o momento de ajuste a criança fica sozinha, em possível situação de risco. Atualmente a legislação do trânsito determina o bebê-conforto, a cadeirinha e o assento de elevação, como equipamentos obrigatórios no transporte de crianças (MACHADO, 2020).

De acordo com as observações realizadas ao longo do processo de estudo sobre as dificuldades do processo de introdução dessas cadeirinhas obrigatórias, em consonância com essas análises o trabalho visa a implementação de um produto novo no mercado, podendo assim facilitar o processo aos pais e/ou responsáveis e consequentemente mais segurança a todos.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 

Para o início dos estudos uma fundamentação teórica foi realizada com base em autores da área para melhor compreensão sobre gestão de projetos e suas necessidades de processos para o desenvolvimento de estudo de implementação de um produto novo no mercado. 

2.1 Natureza de um Projeto

A utilização da PMI (Project Management Institute) veio da antiguidade, momento em que os projetos de grandes escalas eram mostrados como força e poder por muitos, e ao longo das décadas, foi se mostrando que o processo de produção de um produto novo é preciso de elaboração sendo ela de grande ou pequeno porte. A gestão de projetos é uma área da administração de empresas que parte de um objetivo para definir conhecimentos, habilidades e recursos necessários para a sua concretização. Para tanto, acrescenta nessa equação questões relacionadas ao custo que ela envolve e ao tempo de duração (JUNIOR; PLONSKI, 2011). De acordo com Branco e Keeling (2012) projetos de médio ou longo prazo, por outro lado, podem representar empreendimentos ambiciosos que chegam a se estender por anos. Eles requerem grandes recursos financeiros e materiais, altos níveis de habilidade técnica e científica e estruturas de administração complexas.
Independente do porte dos projetos realizados, todos terão em comum algumas características: São empreendimento independentes; possuem proposto e objetivo específico; tem duração limitada (início e fim bem definidos); entregam um resultado único; recursos próprios (incluindo financeiros e humanos); e administração e estrutura administrativa próprias (BRANCO; KEELING, 2012).
Durante o processo criativo de um projeto são necessárias as pessoas de interesse ou stakeholders, que são quem serão os potenciais ajudantes diretos, ou interessados a financiar o projeto para que ele tenha um desenvolvimento mais rápido e em maior escala. Além disso, os autores afirmam que um projeto bem-sucedido alcança suas metas e atende às expectativas das partes interessadas. Desta forma, o gerenciamento das expectativas das partes interessadas e identificadas se tornam de alta relevância para o sucesso do projeto.

2.1 Gerenciamento de Projeto

  A grande função do gerenciamento é colocar em prática todos os processos que são necessários para a realização do projeto, isso inclui a administração do tempo e funções dos parceiros de trabalho. De acordo com Silveira, Ribeiro e Paula (2012), o gerenciamento de projetos é um conjunto de práticas utilizadas para fazer o planejamento, execução, monitoramento e controle dos projetos em uma organização. Ainda de acordo com Kerzner (2016), a gestão de projetos hoje é vista tanto como um processo de gestão de projetos quanto como um processo de negócios.
Espera-se que os gerentes de projetos tomem decisões de negócios, além de decisões de projeto. A necessidade de alcançar a excelência na gestão de projetos hoje é muito evidente em quase todos os negócios. A gestão de projetos é o processo de desempenho das realizações dos trabalhos ao longo do processo de execução do projeto. A gestão de projetos é também uma ferramenta que permite alcançar os objetivos com mais qualidade, reduzindo imprevistos e lidando melhor com os riscos (JUNIOR; PLONSKI, 2011). 

  Dentro dessa gestão obtêm-se os gestores, responsáveis pela organização de planejamento da melhor forma possível e visam o sucesso do projeto. A função de um gestor de projetos é de grande responsabilidade, tendo em vista os problemas que ao longo do processo podem aparecer. Toda gestão de projetos tem a necessidade de obter características denominadas de qualidade, que de acordo com Branco e Keeling (2012) na Tabela 1, são:

Tabela 1 – Características e benefícios da gestão de projetos

Simplicidade de propósitoO projeto possui metas e objetivos facilmente entendidos.
Clareza de propósito e escopoO projeto pode ser descrito claramente em poucos termos: seus objetivos, escopo, limitações recursos, administração, qualidade de resultados e assim por diante
Controle independenteO projeto pode ser protegido no mercado, do ambiente interno ou outras flutuações que afetam operações rotineiras.
Flexibilidade de mediçãoO andamento do projeto pode ser medido por meio de sua comparação com metas e padrões definidos de desempenho.
Flexibilidade de empregoA Administração do projeto pode empregar ou cooptar especialistas e peritos de alto padrão por períodos limitados, sem prejudicar os arranjos de longo prazo na lotação de cargos.
Conduz à motivação e moral da equipeA novidade e o interesse específico do trabalho do projeto é atraente às pessoas e leva à formação de equipes entusiásticas e automotivadas 
Sensibilidade a estilo de administração e liderançaEmbora às vezes capaz de autogestão, as equipes de especialistas automotivados reagem criticamente a certos estilos de liderança
Útil ao desenvolvimento individualTrabalhar com uma equipe de projeto eficiente favorecendo o desenvolvimento acelerado e a capacitação pessoal
Favorece a discrição e a segurançaOs projetos podem ser protegidos de ação hostil ou atividade de informação para defesa, pesquisa, desenvolvimento de produto ou segurança de produtos sensíveis ao mercado ou de alto valor
MobilidadeComo entidades independentes, os projetos podem ser executados em locais remotos, países estrangeiros e assim por diante
Facilidade de distribuiçãoA administração ou a condução de um projeto inteiro pode ficar livre de contrato, como, por exemplo, em um acordo BOT de construção, operação e transferência 

Fonte: Branco e Keeling (2012).

2.2 Desenvolvimento do projeto

  As fases principais de um projeto são a forma em que ela precisa ser desenvolvida e quais são os processos que o gestor do projeto irá executar tal questão.  Segundo Silveira, Ribeiro e Paula (2012), a etapa de organização e preparação envolve a definição de uma metodologia de gestão de projetos a ser utilizada. Na prática, isso significa escolher as melhores estratégias tendo em vista os recursos mobilizados e os objetivos que devem ser perseguidos. Pode-se perceber que é um bom momento para identificar todas as partes interessadas do projeto e estabelecer um plano de comunicação que apresente a informação necessária e também o método de entrega a ser usado para manter informados estes interessados no projeto para o desenvolvimento.

  Um dos grandes passos para o sucesso do projeto é a realização da viabilidade do mesmo, de acordo com Kelling e Branco (2012) o estudo de viabilidade investigará a exequibilidade, modos de alcançar objetivos, opções de estratégia e metodologia e preverá os prováveis resultados, riscos e consequências. Em conjunto com esse processo o gerenciamento de riscos de projeto ou do produto é de extrema importância, pois os riscos são eventos incertos que podem ocorrer ou não e, seguramente, vão atingir os objetivos do projeto e não se tem certeza se vão ocorrer ou não, além de não saber em que grau eles vão ocorrer (SALLES JR et al., 2010).

3. METODOLOGIA 

  De acordo com Yin (2014) a metodologia científica é um conjunto de procedimentos de um trabalho acadêmico. A partir da metodologia, a pesquisa ganha autenticidade, confiabilidade e valor científico. Sendo assim, a abordagem escolhida para a realização desse artigo é a qualitativa que pode ser caracterizada como a tentativa de uma compreensão detalhada dos significados e características situacionais apresentadas pelos entrevistados, em lugar da produção de medidas quantitativas de características ou comportamentos, conforme a entrevista aplicada neste artigo. Com isso, tem-se uma pesquisa exploratória com o objetivo de proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito. 

  O procedimento utilizado foi o de estudo de caso, em que Marconi e Lakatos (2017) mostram que tradicionalmente, a abordagem qualitativa identifica-se com o estudo de caso. Ele reúne grande número de informações detalhadas, valendo-se de diferentes técnicas de pesquisa. Seu objetivo é apreender determinada situação e descrever a complexidade de um fato.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO


  Este projeto foi idealizado e desenvolvido com o objetivo de averiguar o problema encontrado em famílias que tenham crianças com a necessidade de utilização das cadeirinhas de transporte em veículos de passeio ou de viagem.  

  O problema identificado encontra-se na colocação da cadeirinha, pois há uma vulnerabilidade entre o momento de colocar o objeto, ajustá-lo e adequar o distanciamento do banco do passageiro ou do motorista situado à frente da cadeirinha, principalmente quando os pais e/ou responsáveis por esses estão sozinhos, sem o auxílio de alguém para observar a criança, porque entre a colocação e o momento de ajuste a criança fica sozinha, em possível situação de risco no momento em que o responsável se locomove até a parte frontal do banco com a intenção de movê-lo para o ajuste adequado.

  O produto desenvolvido visa organizar o processo e fornecer maior padrão de segurança para os usuários, não permitindo que fiquem sem a supervisão do responsável durante o processo de ajuste e colocação dentro do automóvel.

4.1 Estudo de Caso

O estudo de caso é organizado a partir da verificação da necessidade familiar desse ajuste e as determinações de segurança, sendo utilizado o método de entrevista, com o intuído de ouvir, analisar as dificuldades e entender o processo do cotidiano das famílias, no momento de colocar e tirar as crianças do veículo, quando se tratava das posições dos assentos dianteiros, conforme o Roteiro de Entrevista, Quadro 1.

Quadro 1 – Roteiro de Entrevista

1. Idade
2. Você tem filho(a) com necessidade de uso de assento móvel de segurança?
3. Você possui dificuldades para instalar um assento móvel de segurança (exemplo: cadeirinha de bebê) no veículo?
4. Quando tem a necessidade de colocar a criança no assento móvel de segurança você tem dificuldades? Se sim, quais?
5. Ao colocar a criança no carro, você tem a necessidade de deixá-la sozinha por instantes? Discorra sobre o momento.
6. Ao colocar a criança no carro, o banco do passageiro atrapalha? Se sim, como?
7. Caso existisse um produto no mercado que ajudasse na movimentação dos bancos dianteiros para facilitar a colocação da criança no carro, você compraria?
8. Na sua visão quais os benefícios em um veículo que tivesse uma alavanca de movimentação dos bancos dianteiros com acesso pela parte de trás.

Fonte: Elaborado pelo autor (2023).

4.2 Apresentação dos Resultados

  O estudo foi realizado com dezessete responsáveis de crianças menores de 10 anos e usuários contínuos dos assentos para crianças.  As questões do formulário de pesquisa foram elaboradas com a intenção de verificar os desafios encontrados pelas famílias durante o dia a dia no processo de colocação e ajuste da cadeirinha. Assim como observar dados qualitativos referente aos veículos com mais tempo de uso e que, portanto, não se ajustam a produtos novos no mercado.

  Na análise inicial foi possível identificar a faixa etária dos pesquisados para ter a base central de pessoas que têm filhos, e possuem um automóvel. Obtendo a porcentagem de que 35,3% são usuários com faixa etária de 35 a 40 anos e que mais de 50% estão entre a faixa etária de 30 a 40 anos, Gráficos 1 e 2.

Gráfico 1 – Faixa Etária

                      Fonte: Elaborado pelo autor (2023).

Gráfico 2 – Composição familiar

                         Fonte: Elaborado pelo autor (2023).

  Para a segunda questão, foi colocado na entrevista quantos dos entrevistados tinham filhos que necessitavam de cadeirinha de uso obrigatório até 10 anos que precisam de ajuda para serem colocados dentro do meio de transporte. Entre dezessete respostas, obteve-se o dado de que mais de 70% dos entrevistados se encaixavam no perfil de pessoas que usam a cadeirinha obrigatória. Após o levantamento dos dados estatísticos apresentados, as análises foram elaboradas de acordo com as questões abertas apresentadas no formulário de pesquisa. 

Primeiramente, com o objetivo de entender as dificuldades encontradas pelos entrevistados ao longo do processo de instalação das cadeirinhas obrigatórias no automóvel, pediu-se para que eles respondessem se existiam essa dificuldade ou não. Com o resultado, nove pessoas responderam que não têm dificuldades, cinco entrevistados relataram que “às vezes” e três pontuaram ter dificuldades.

  Resposta como “Não. Depois de certa prática”, “Não, hoje usamos a cadeirinha de forma fixa”, percebe-se a zona de conforto apresentada pelos usuários com prática do dia a dia, porém não se estabelece um pensamento crítico diante a segurança. As demais respostas demonstram que as pessoas têm dificuldades no momento de instalar a cadeirinha no veículo, como:  “Tenho um carro de 2013 que não possui isoflix, não pretendo me desfazer do carro e é mais complicado instalar usando o cinto”, “Quando pequena , deixava a cadeirinha fixa, pois era um transtorno tirar e por ela e o bebê conforto”, “Sim, dependendo do modelo da cadeirinha, não fica claro a forma que deve ser colocada no assento”, em que conclui-se que além da dificuldade com a instalação da cadeirinha, a família percebe a vulnerabilidade do produto e a segurança estipulada para a criança.

  O objetivo do produto é auxiliar no processo de colocar e tirar a criança com necessidade de utilização das cadeirinhas obrigatórias para auxiliar na entrada e saída do automóvel, e garantir um processo mais seguro para os usuários e para maior percepção desse processo foi necessário realizar o questionamento sobre as dificuldades que são encontradas ao longo desse processo aos entrevistados. Obtendo-se assim oito respostas “não”, já as demais respostas mostravam que “sim”, e pontuaram algumas das dificuldades que são encontradas durante o processo, como: “Sim, principalmente para colocar a mochila dele na parte inferior do banco”, “Sim, o fecho é bipartido e às vezes dá um pouco de trabalho para colocar quando a criança está agitada”, “Sim, às vezes precisamos ser mais rápidos e leva um tempo até colocar o bebê da maneira correta na cadeirinha e afivelar os cintos”.

  Assim, como para analisar o processo de colocar a cadeirinha de automóveis ou de retirá-la é necessário que ela esteja vazia para facilitar o processo, e para isso seria necessário deixar a criança sozinha por algum tempo, com o intuito de saber se isso ocorria com os entrevistados, fez-se o questionamento sobre o assunto, e sete pessoas responderam “Não”, as demais pessoas discorreram sobre o assunto, e os motivos pelos quais eles deixavam a criança sozinha por instantes: “Sim, como as vagas no prédio, são vagas presas e não há manobrista, é necessário deixar o bebê na cadeirinha, para manobrar o carro”, “Às vezes, quando estou sozinha com o bebê e o deixo sozinho, até dar a volta no carro e me sentar no banco do motorista”, “Apenas para me direcionar até o meu assento no motorista ou vice-versa”.

  De acordo com o objetivo do produto, há a necessidade de compreensão de todas as dificuldades que podem ser encontrada nos processos de colocar e retirar as crianças que necessitam dessa ajuda, e para isso, nota-se no questionário de pesquisa  que com a convivência diária com o processo, os pais e ou responsáveis evidenciam que o assentos frontais do veículo podem atrapalhar o uso, por essa razão outra questão foi desenvolvida, foi indagado para os entrevistados se realmente existe uma limitação com relação do assento estar todo para trás, e sete respostas informaram que  não, e as demais explicaram que muitas vezes não para colocar e tirar as crianças com necessidade, mas sim para outros momentos, como: “Para colocar a criança não, mas para colocar a bolsa dificulta na parte de baixo, pois, às vezes, é necessário movimentar o banco”, “Não atrapalha a colocação da criança, porém vale comentar que atrapalha bastante a fixação da cadeirinha com isoflix”, “Sim. Fica apertado para estar instalado a cadeirinha”, “Sim, falta espaço para ajustar o bebe corretamente”, “Sim. O espaço é pequeno e tenho que colocar o banco para a frente”. Portanto, é notório, conforme os dados, que existe um grande inconveniente na limitação do espaço pela parte detrás do banco.

  Para o possível desenvolvimento do produto, fazia-se necessário entender se os entrevistados tinham a intenção de adquirir o equipamento que poderia auxiliar nos processos que trazem dificuldades a eles, e apenas 5,9% optam por não comprar o produto, logo 47,1% diagnosticam a importância, assim como na mesma proporção as pessoas indicam que talvez adquiram o produto, conforme Gráfico 3.

Gráfico 3 – Pesquisa de interesse

                          Fonte: Elaborado pelo autor (2023).

  Para a finalização do questionário, foi solicitado que eles informassem quais seriam as vantagens de se obter uma alavanca de acesso aos bancos traseiros que possibilita o acionamento da movimentação do banco frontal, e vê-se, diante das respostas, que o produto faz-se viável no mercado, conforme respostas apresentadas: “Menos tempo para instalação”, “Facilitaria para movimentar o banco no transporte de criança, visto que é preciso colocá-lo na cadeirinha e colocar a bolsa na parte inferior do banco”, “Com certeza ter mais espaço para colocar a cadeirinha do bebê ou por a criança de idade pré-escolar no carro ajudaria muito, especialmente no tempo chuvoso, no frio ou qualquer situação de emergência”, “Seria muito mais fácil o ajuste do bebê na cadeirinha, visto que pouco espaço hoje delimita a nossa visão da frente da cadeirinha para verificar a posição do bebê”, “Facilitaria, com relação ao espaço para entrar e colocar a criança”, “Ajudaria não só no transporte de bebês, mas eventualmente quando transportamos algum item nos pés do banco de trás seria útil”.

4.3 Discussão dos Resultados

   Após realizar toda a análise das respostas obtidas nas entrevistas realizadas, pode-se observar que em boa parte dos entrevistados com as dificuldades citadas, se não todas, ao menos duas de todas as situações pontuadas, no questionário, chegando-se assim à conclusão de que o produto seja necessário a partir dos benefícios mecânicos do objeto projetado.

  Observa-se também que além executar o seu principal objetivo, em auxiliar na colocação de crianças com necessidade de utilização de ajuda ou cadeirinhas obrigatórias, para crianças de até 10 anos de idade, pode-se  usar o mecanismo para outros objetivos em momentos do dia a dia, como quando os pais e ou responsáveis estão sem a companhia, podendo assim usar para colocar compras, ou em uma viagem com motoristas de veículos de aplicativo, podendo deixar o passageiro mais confortável nos assentos traseiros.

  A partir de todas as análises, percebe-se a viabilidade no mercado do mecanismo de instalação em carros, para que possa ajudar na movimentação do assento, sem a necessidade de locomoção da parte traseiro do veículo para a dianteira, sem ter a necessidade de deixar por instantes as crianças com necessidades sozinhas para instalar as cadeirinhas por falta de espaço, ou no momento de colocar e tirar essas pessoas, ou ainda de colocar outros produtos  no banco traseiro que possa ser impedido pelo banco dianteiro. Desse ponto de partida, foi também necessário pensar em como seria instalado o mecanismo, e no desenho dele para os veículos, tendo em vista que se tem hoje no Brasil, diversas marcas e modelos de automóveis.

4.3.1 Escolha do automóvel 


  Com base em estudos realizados para o desenho do produto em questão, foi visto a necessidade de realizar um projeto de acordo com um modelo padrão de automóvel para o transporte, haja vista a necessidade da introdução inicial no mercado. Para a escolha deste veículo, levou em consideração o carro popular mais acessível financeiramente e de maiores recursos, sendo essas características do Chevrolet Onix. Sabe-se que os carros por aplicativos chegaram para ficar, devido à praticidade e à alta demanda pelo serviço de logística, tanto de pessoas quanto de objetos. No Brasil, de modo geral, alguns dos veículos mais usados para Uber são: Chevrolet Onix, Hyundai HB20, Volkswagen Gol.

Diante do resultado, foi importante entender o funcionamento do banco frontal do modelo citado, e como a alavanca de acionamento funcionaria com os equipamentos já existentes no mecanismo de movimentação. Para compreensão do sistema atual do veículo, os desenhos originais de fábrica foram verificados para se estabelecer uma conexão entre as plantas originais e as adequações ao produto (Figura 1).

Figura 1 – Desenho banco Chevrolet Onix

                           Fonte: GM Motors (2012).

  Com a análise detalhada dos mecanismos que compõem os bancos frontais do Onix, foram desenvolvidos desenhos para que fosse possível utilizar o que já era existente para a realização da fixação das peças e a possibilidade de movimentação da alavanca.

4.3.2 Desenvolvimento do Projeto


  A partir da análise detalhada dos equipamentos dos bancos frontais, foi pensado na fabricação do protótipo em forma “Y”, formada por uma haste metálica, em que as pontas se encontram aos acoplamentos, dois conectados para a alavanca existente no carro que contém a função de movimentar o banco quando acionada, e uma para a fixação. 

  O formato foi pensado para que no momento que realizasse o acionamento da alavanca, ele seria melhor distribuído em força nas duas partes do equipamento de mobilidade do assento e não afetaria o acionamento da alavanca original pelo carona, caso seja necessário, conforme Figura 2. 

Figura 2 – Haste metálica

          Fonte: Elaborada pelo autor (2023).

  Para o funcionamento ideal da haste metálica, foi necessário o desenvolvimento de uma outra peça para que ocorresse o acoplamento, e o melhor desenvolvimento, foi idealizado dois desse mecanismo, sendo um deles de apenas fixação, e outro para o acionamento do sistema do assento. O de fixação tem o objetivo de manter o mecanismo conectado e principalmente na estrutura do assento, garantindo que o sistema esteja em total disposição quando necessário. Para a segunda função, a de movimentação se faz necessário para quando a alavanca for puxada, ela realize o processo de acionamento do mecanismo (Figura 3).

Figura 3 – Mecanismo de acoplagem/movimento

          Fonte: Elaborada pelo autor (2023).

  A última peça a ser desenvolvida foi a alavanca, que vai ser acoplada a peça de movimento/acoplagem, ela passará para o lado direito do assento do passageiro, para que não machuque a criança que estiver sendo colocado na sua cadeirinha ou apenas acomodado no assento. A alavanca assim que acionada, ativará todos os equipamentos que estarão conectados, e realizará a movimentação do assento através da sua parte posterior. O mecanismo é conectado entre si, com o auxílio de um cabo de aço, podendo ajudar na movimentação além da sua função principal. 

Figura 4 – Alavanca

      Fonte: Elaborada pelo autor (2023).

  Pode-se observar que existem muitas etapas para a construção do mecanismo, e com o intuito de melhorar a compreensão do projeto, dos funcionamentos e conexões teve-se a necessidade do desenvolvimento dos desenhos em formato 3D, suprindo desta forma as necessidades encontradas, de acordo com as Figuras 5, 6 e 7.

Figura 5 – Haste metálica 3D

      Fonte: Elaborada pelo autor (2023).

Figura 6 – Mecanismo de acoplagem/movimento 3D

Fonte: Elaborada pelo autor (2023).

Figura 7 – Alavanca

 Fonte: Elaborada pelo autor (2023).

  A realização dos desenhos foi feita através de tamanhos hipotéticos, para que possa ser adaptável para qualquer que seja o modelo ou marca do carro, visando, portanto, que esse projeto seja idealizado para o veículo mais utilizado no Brasil.

5. CONCLUSÃO

  Todo projeto quando idealizado tem a sua intenção de auxiliar ou melhorar processos, podendo trazer mudanças, qualidade de vida ou projetar algo novo no mercado, como foi o intuído deste artigo. Com essa intenção, realizou-se uma pesquisa para que de forma mais concreta, os dados reais das famílias que lidam com o transporte de crianças com menos de 10 anos com necessidades de auxílio fossem discutidos, e os usuários contassem quais seriam as possíveis ajudas que esse produto novo teriam ao ser instalado em seus veículos.

  Tendo como resultado que famílias entre a faixa etária de 30 a 40 anos têm uma diversidade de dificuldades, conforme citadas que vão para além da instalação do produto e para maior adequação ao mercado foi necessário a escolha de um modelo popular, para assim realizar a projeção dos mecanismos baseando-se em um desenho original específico. 

  Conclui-se que a necessidade de uso do mecanismo projetado tende a ajudar em grande parte os usuários no processo de colocar e retirar as crianças a partir da obrigatoriedade determinada por lei do uso das cadeirinhas de transporte com necessidade de auxílio. Os desenvolvimentos dos desenhos foram necessários para uma melhor visualização dos mecanismos existentes no carro, e como funcionaria o projeto em sua total funcionalidade. Pode-se verificar que mesmo o projeto sendo objetivado para um tipo específico de veículo, para a facilidade de projeção, ele pode ser adaptado para todos os modelos e marcas diferentes que existem no mercado automobilístico brasileiro.

REFERÊNCIAS 

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JUNIOR, Luiz José Marques; PLONSKI, Guilherme Ary. Gestão de projetos em empresas no Brasil: abordagem “tamanho único”? Gestão da Produção, v. 18, n. 1, p. 1-12, 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/gp/a/XxKrrkCy7R9bGnK7vxKPKSG/?format=pdf. Acesso em: 10 mar. 2023. 

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YIN, R. K. Estudo de caso: Planejamento e Métodos. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014.


1 rayannegeg@gmail.com
2 bruno.toledo@ifmg.edu.br