REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202505191053
Fernanda de Magalhães Chacon
Julliah de Oliveira Rodrigues
Raissa Gonçalves Holanda
Orientadora: Profa. Ma. Rebeca C. Araújo
RESUMO
INTRODUÇÃO: O processo de envelhecimento está relacionado a alterações nos fatores biológicos, psicológicos e sociais de um indivíduo, afetando diretamente o seu comportamento e também as interações sociais. A população idosa é marcada por um aumento da frequência de doenças crônicas e degenerativas que fazem parte do processo de envelhecimento, é acompanhada por uma procura aos serviços de saúde e por medicamentos. Entendendo esse processo, o risco associado ao uso de medicamentos, incluindo efeitos adversos e interações, é proporcional ao número de fármacos consumidos por essa população. Isso destaca a importância de os cuidadores de idosos compreenderem essas questões. OBJETIVO: Capacitar os cuidadores e técnicos de Enfermagem do Abrigo FAIC para garantir a administração segura de medicamentos aos idosos. METODOLOGIA: O projeto será desenvolvido no Abrigo FAIC, no município de Manaus – AM. PERSPECTIVAS FUTURAS: Espera-se que, por meio deste projeto, que seja possível sanar as dúvidas dos cuidadores e técnicos de enfermagem na segurança e eficácia na administração de medicamentos. Neste sentido, também espera-se reduzir interações entre medicamentos, tal como eventos adversos, para que a assistência prestada seja cada vez mais eficiente e eficaz.
Palavras-chave: Envelhecimento; Conduta do Tratamento Medicamentoso; Capacitação Profissional.
1. INTRODUÇÃO
O processo de envelhecimento está relacionado a alterações nos fatores biológicos, psicológicos e sociais de um indivíduo, afetando diretamente o seu comportamento e também as interações sociais. É um processo que ocorre gradativamente, pois sabe-se que o envelhecimento não é provocado por todos da mesma forma (Figueiredo Jr et al., 2022).
A partir dos 40 anos, uma pessoa perde cerca de um centímetro de altura a cada década, principalmente devido à osteopenia e outras alterações degenerativas da coluna que fazem com que a altura das vértebras diminua e a pele fique mais fina, mais frágil e menos elástico, há menos oleosidade e perda de visão, principalmente com objetos próximos. Neste sentido, também acontece a diminuição gradativa da audição, o cérebro perde peso e volume devido à perda de neurônios, mas apesar da redução, as funções mentais ainda são retidas até o fim da vida (Jardim et al., 2019., Figueiredo Jr et al., 2022).
Existem vários estudos que abordam aspectos da velhice e do envelhecimento, no entanto, independentemente do que se diga sobre este amplo tema, há sempre algo a descobrir e a desenvolver sobre este tema, pois o mundo está sempre em mudança (Jardim et al., 2019).
O aumento da comunidade idosa no Brasil se deve aos avanços da medicina e à difusão dos cuidados de saúde, do saneamento básico e da higiene, bem como da alimentação mais saudável e da introdução da atividade física na vida dessas pessoas, que têm influenciado nas mudanças na população idosa no Brasil (Figueiredo Jr et al., 2022).
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base em dados das Pesquisas Nacionais de Saúde (PNS) de 2013 e 2019, observou-se uma melhoria no estado de saúde dos idosos no Brasil ao longo do tempo. No entanto, à medida que a idade avança, surgem desafios crescentes: aumentam as limitações funcionais e os diagnósticos de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT’s), o estado de saúde autorrelatado piora, e a prática de atividade física diminui. Paralelamente, há um aumento expressivo na demanda por cuidados de saúde a partir dos 75 anos, quando a probabilidade de hospitalizações e a necessidade de cuidados de emergência domiciliar se tornam significativamente maiores (IBGE, 2022).
A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 revela, em relação às desigualdades por nível de renda e diferenças de gênero, que, segundo Mrejen et al. (2022), há um gradiente persistente em quase todas as dimensões estudadas. Idosos com menor renda apresentam piores condições de saúde e maiores probabilidades de necessitar de cuidados emergenciais em comparação com aqueles de renda mais alta. Além disso, observou-se que a prevalência de depressão e de DCNT’s é maior entre as mulheres em todas as faixas etárias.
Conforme o estudo de Dália (2022), a estrutura de causas de morte entre idosos com 60 anos ou mais são principalmente DCNT’s. Em 2019, três categorias de causas representaram mais de 60% do total de mortes entre idosos, sejam mulheres ou homens, a saber: aparelho circulatório, tumores e doenças respiratórias. As doenças infecciosas e parasitárias são responsáveis por menos de 4% das mortes em ambos os sexos.
Em relação aos domicílios brasileiros, Mrejen et al., (2022) explicam que a situação vem mudando com o envelhecimento da população e a relação entre a presença de idosos no domicílio e seu estado de saúde e a prestação de tarefas de cuidado. Examinou-se também a relação entre as condições do mercado de trabalho na população em idade ativa (15 a 64 anos) e a presença de idosos em casa que necessitam de ajuda nas atividades diárias.
No Brasil, a ajuda para tomar banho, comer ou atividades similares é fornecida principalmente por familiares. Isto parece prejudicar a posição das mulheres no mercado de trabalho: quando estão presentes idosos com limitações funcionais, é mais provável que realizem tarefas de cuidados pessoais em casa, onde estas tarefas estão associadas a uma menor probabilidade de participação ativa no parto. Redução do mercado e do horário de trabalho (Mrejen et al., 2022).
Diante do exposto, o significado social sobre o processo de envelhecimento humano assume diferentes concepções em se tratando de contextos sócio-históricos e políticos, em sociedades determinadas, como o caso brasileiro. Nesse sentido, pode-se afirmar que esse processo se condiciona a partir de relações sociais que demarcam o valor social que será atribuído a determinados grupos e segmentos, a partir do lugar ocupado na sociedade e do grau de importância no processo produtivo e reprodutivo da sociedade (Escorsim, 2021).
De acordo com o Censo de 2023, a taxa de idosos no Brasil cresceu exponencialmente, com um aumento de 57,4% em relação a 2010, quando a mesma pesquisa foi realizada (IBGE, 2023). Com o aumento da expectativa de vida, torna-se desafiador para o poder público, à medida que as famílias e a sociedade estabelecem estratégias que promovem uma longevidade com qualidade, mudam à autonomia e à independência, além de proporcionar uma vida saudável e ativa às pessoas idosas (Schneider, 2008).
De acordo com o Ministério da Saúde, os cuidados voltados para pessoas idosas devem priorizar sua proteção, a manutenção e a recuperação de sua capacidade funcional, incluindo medidas que promovam a qualidade de vida, o envelhecimento ativo e a proximidade com a família e a comunidade (BRASIL, 2003).
No estado do Amazonas podemos destacar algumas instituições voltadas ao cuidado e à defesa dos idosos. A Secretaria de Estado de Assistência Social (SEAS), o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS Redenção) e a Fundação de Apoio ao Idoso Dr. Thomas (FDT), a Secretaria Executiva Adjunta dos Direitos do Idoso (SEADPI) e a Secretaria Municipal da Mulher, Desenvolvimento Social e Cidadania (SEMASC) (SEAS, 2023).
Além disso, há diversas Organizações Não Governamentais (ONGs) que oferecem assistência à população idosa, como a Fundação de Apoio ao Idoso Dr. Thomas (FDT) que merece destaque. Sendo pioneira no cuidado aos idosos no estado do Amazonas, a FDT foi inicialmente criada como um asilo de mendicidade. Com o passar do tempo, assumiu um papel fundamental na administração municipal da área de assistência ao idoso. A fundação deixou de ter um caráter exclusivamente asilar e se transformou em um espaço de desenvolvimento comunitário, exercendo forte influência social e política. Hoje, a FST desempenha um papel essencial na promoção do bem-estar e na garantia dos direitos dos idosos, representando um modelo de cuidado voltado para atender as necessidades crescentes dessa população (Araújo e Bós, 2017; Lisboa, 2011).
O Amazonas, segundo o IBGE, é um dos Estados brasileiros que agrega mais jovem e conta com uma população de 4.240.571 habitantes, 300 mil pessoas a mais que em 2022 -, o Estado será mais densamente povoado em 20230 quando o número de habitantes deve chegar a 4,5 milhões. Também aumentou a expectativa de vida no Amazonas, que passou de 69,4 anos em 2000 para 75,2 anos em 2023. Mais de 50% da população idosa de todo o Estado está concentrada na capital, Manaus, e vem crescendo diariamente com a chegada de pessoas de toda parte do país e do mundo (IBGE, 2023).
A região Amazônica e o Amazonas prioritariamente, de especificidades e características regionais distintas, onde o seu desenvolvimento econômico é determinado por sua história político econômica e seu processo de colonização e migração, somada a clima e formas de sua ocupação, requer uma reflexão sobre o processo de envelhecimento (Freire, 2019).
A Região Norte é identificada pela literatura econômica, sob um discurso contraditório de crescimento e em desenvolvimento, e por isto defendemos a ideia de que o ser velho da região tem seu processo de envelhecimento acelerado, sendo necessário situar sua idade cronológica em 60 anos (ou antes dessa idade) para efeitos de inserção nas políticas públicas devido às características e especificidades locais (Lisboa, 2011).
Observe-se que Manaus concentra 2.063.689 habitantes e faz-se necessário destacar que é uma das cidades brasileiras que mais recebe migrantes de todo país, crescendo desordenadamente com muitas áreas ocupadas de forma ilegal e por ocupação/invasão (IBGE, 2023).
A trajetória da proteção da velhice no cenário global e local não foi muito diferente. Assim como no mundo Europeu, aqui no Amazonas, e mais precisamente no contexto urbano de Manaus, a velhice sempre foi associada à doença e a incapacidade para o trabalho. Como podemos perceber junto aos autores abordados, o trabalho e as relações de produção fazem parte da construção do ser social em toda a história da humanidade. Consequentemente, o ser velho é produto processual desta construção histórica (Almeida, 2008).
A velhice e o envelhecimento no contexto Amazônico trazem a realidade e o destino do ser velho produzido na região é comum aos velhos europeus. Porém é necessário reforçar, que as semelhanças decorrem da condição de pobreza e exclusão social, promovida pelo modelo de sociedade produtiva que se constituiu naquele cenário. Enquanto que no Brasil esta proposta de sociedade produtiva chega tardiamente, ocasionando mais mazelas sociais, somadas à extrema condição de pobreza que muitos ficaram na região local, devido à forma de exploração econômica, entre eles, os conflitos e lutas por terras e riquezas naturais e suas consequências (Jardim et al., 2019).
As Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), a percepção negativa desses locais ainda é profundamente enraizada na mente dos indivíduos. Parte deste preconceito pode ser creditada à sua formação histórica, já que essas instituições foram criadas para acolher indivíduos em condições de pobreza, sem apoio familiar e com problemas de saúde. Pollo e Assis (2008) registraram que, na ausência de instituições especializadas, os idosos eram coletados em casas de mendicidade, ao lado de outros necessitados, enfermos mentais, crianças abandonadas e trabalhadores informais.
De acordo com Camarano (2008), a legislação do Brasil (Constituição Federal de 1988 e Política Nacional do Idoso de 1994), que determina que a família é a principal encarregada do cuidado do idoso, intensifica o preconceito em relação ao atendimento institucional. Isso explicaria porque a residência na ILPI não é um hábito habitual no Brasil. Nesta situação, geralmente, os objetivos dessas instituições são pessoas de idade mais avançada, com diminuição da capacidade funcional, com dificuldades financeiras, sem família e/ou que sofreram maus-tratos familiares.
A importância de ambientes voltados ao atendimento aos idosos como casas de apoio para receber e cuidar dessa população que não possuem família ou não tem condições de ser cuidadas em casa. As instituições precisam seguir as legislações a Portaria nº. 822/1989 (revogada pela Portaria no 1.868, de 10 de outubro de 2005), publicada pelo Ministério da Saúde, estabelece normas e padrões para o funcionamento de casas de segurança, clínicas geriátricas e outras entidades externas para o cuidado de idosos (BRASIL, 1989).
A Portaria nº. 73/2001 do Ministério da Previdência Social estabelece as diretrizes para o funcionamento dos serviços de assistência ao idoso no Brasil, categorizando-os em categorias como residência temporária, centro de convivência, casa lar, assistência domiciliar, atendimento asilar, entre outras (BRASIL, 2001). O Estatuto do Idoso de 2003 distribui que a supervisão das Instituições de Longa Permanência para Idosos cabe ao Ministério Público, à Visa e ao Conselho do Idoso (BRASIL, 2003; Camarano, 2010).
A OMS, Organização Mundial de Saúde, caracteriza o envelhecimento com o surgimento de vários estados de saúde complexos, que seriam as síndromes geriátricas. Elas são frequentes como consequência de fatores subjacentes como a fragilidade, incontinência urinária, quedas, delírio e úlceras, por isso os cuidados com o idoso são tão importantes. Os cuidados essenciais são a saúde mental, alimentação, medicamentação, higiene pessoal, segurança e atividade física, mas no cuidado domiciliar o cuidado que precisa de muita atenção é a medicamentação, já que muitos idosos acima dos 60 anos fazem uso de medicamentos, consequentemente necessitando de farmacoterapia (Silva, 2012).
Acorda-se na literatura médica que prescrições erradas resultam em medicamentos usados de forma incorreta e aquelas que estão corretas fazem uso de múltiplos medicamentos. Em ambos os casos o idoso fica exposto a riscos durante o tratamento. (Ostrom et al., 1985; Chaimowicz, 1997; Rozenfeld, 2003; Andrade, 2004). Dessa forma, conclui-se que para uma receita correta necessita-se de uma boa análise, diagnóstico correto e prescrição consciente.
Nesse sentido, de acordo com um boletim feito pela ISMP (Instituto para Práticas Seguras no Uso dos Medicamentos), uma organização sem fins lucrativos que foca em iniciativas para promover a segurança no uso de medicamentos, com financiamento do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos/Departamento de Assistência Farmacêutica e a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) indicam os medicamentos potencialmente inapropriados para o consumo em idosos (Anacleto, 2017; Júnior et al., 2009).
Estes são Amiodarona, Anti-inflamatórios não esteroides não seletivos para COX 2 (ex.: ibuprofeno, cetoprofeno, meloxicam, naproxeno, piroxicam), Antidepressivos tricíclicos (ex.: amitriptilina, nortriptilina, imipramina), Anti-histamínicos de primeira geração (ex.: clorfeniramina; dexclorfeniramina, dimenidrato, hidroxizina, prometazina), Benzodiazepínicos (ex.: alprazolam, clonazepam, diazepam), Bloqueadores alfa centrais (ex.: clonidina, metildopa), Nifedipino de liberação imediata e Sulfonilureias de longa duração (ex.: glibenclamida) devido a sintomas adversos como hipotensão, isquemia miocárdica, hipoglicemia prolongada, alterações no sistema nervoso central e efeitos anticolinérgicos (Júnior et al., 2009).
Uso de medicação entre essa população, leva a reflexão de cuidados no manuseio e administração desses fármacos, pois se forem utilizadas de maneira errônea, como ingestão prolongada ou o consumo em excesso, podem acarretar em adversidades como: alterações físicas, insuficiência renal, demência e a eventual fragilidade corporal da pessoa idosa, que está associada diretamente com o processo de envelhecimento do corpo humano (Andrade et al., 2024).
Entendendo esse processo, o risco associado ao uso de medicamentos, incluindo efeitos adversos e interações, é proporcional ao número de fármacos consumidos por essa população. Isso destaca a importância de os cuidadores de idosos compreenderem essas questões (Guaterio et al., 2012).
A compreensão dos cuidadores de idosos na administração de fármacos faz-se necessário a compreensão e capacitação no manuseio e administração desses fármacos. Os riscos e cuidados nesses aspectos durante o envelhecimento estão fazendo com que aumente cada vez mais o número de cuidadores de idosos no Brasil. A farmacoterapia é uma grande aliada desses, pois os idosos necessitam de diversos medicamentos diferentes uns dos outros, onde se não houver cuidados na maneira de aplicar, na quantidade aplicada e no tipo de medicação aplicada, pode haver complicações graves com esses pacientes, porque o sistema imune deles já não é tão eficaz quanto antes. Além de uma interação melhor entre o cuidador e o idoso, para que o enfermeiro ou médico saiba o que pode ser aplicado de forma mais eficaz (Barros, 2015).
A iatrogenia consiste em um estado de doença, efeitos adversos, alterações patológicas causados ou resultantes de um tratamento de saúde correto e realizado dentro do recomendável, que são previsíveis, esperados ou inesperados, controláveis ou não, e algumas vezes inevitáveis. Contudo, tais efeitos nem sempre são ruins, podendo, inclusive, ser bons. No entanto, quanto maior o número de medicamentos na terapêutica do indivíduo, maior a probabilidade da ocorrência de iatrogenia, é essencial que haja o cuidado farmacêutico de forma contínua e com avaliações sistemáticas que possam visualizar precocemente efeitos adversos dos medicamentos e os impactos sobre a saúde do idoso; assim, dessa forma, prevenir as complicações decorrentes de iatrogenias e seus impactos sobre as capacidades física, funcional e cognitiva, que possam intervir na fragilização do idoso (Pagno et al., 2018).
1.1 JUSTIFICATIVA
Como sabido, o uso de medicamentos é uma prática comum e necessária para o tratamento de diversas condições de saúde, especialmente entre os idosos, que frequentemente apresentam múltiplas comorbidades, tais como diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia, depressão, as quais necessitam de tratamento contínuo e prolongado.
Assim, o presente trabalho teve como premissa a análise realizada por meio de visita local à instituição filantrópica de cuidado de idosos, onde foi detectado o uso de medicamentos diversos.
Nessa ordem de considerações, a segurança no uso desses medicamentos é uma preocupação fundamental, uma vez que os idosos estão mais suscetíveis a efeitos colaterais e interações medicamentosas devido a fatores como a polifarmácia, alterações fisiológicas e a presença de doenças crônicas.
Estudos mostram que a incidência de reações adversas a medicamentos é significativamente maior nessa população, o que pode resultar em hospitalizações, complicações e até mesmo óbitos.
Além disso, a compreensão inadequada sobre a dosagem e a administração correta dos medicamentos pode levar a erros que comprometem a eficácia do tratamento e a saúde dos pacientes.
No entanto, abordar a segurança no uso de medicamentos para idosos é essencial para promover um envelhecimento saudável e melhorar a qualidade de vida dessa população.
Desse modo, o presente projeto se mostra essencial, uma vez que destaca a importância de práticas seguras e do acompanhamento médico adequado para minimizar riscos e maximizar benefícios, e certamente contribuirá com a identificação de necessidades relacionadas à segurança do manuseio e uso dos fármacos perante essa população, o que irá repercutir na implementação de atitudes relacionadas a segurança medicamentosa, especialmente quanto à orientação aos profissionais envolvidos e a educação aos idosos sobre a importância de práticas conscientes quanto ao uso dos medicamentos de forma correta com observância de dados relevantes, como vencimento, horários, posologias e mesmo interação medicamentosa.
1.2 PÚBLICO ALVO
Cuidadores de idosos e técnicos de enfermagem que trabalham em um abrigo de idosos na cidade de Manaus-AM.
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo Geral
● Capacitar cuidadores e técnicos de enfermagem de idosos para garantir a segurança no uso de medicações em um abrigo de idosos na cidade de Manaus-AM.
1.3.2 Objetivos Específicos
- Treinar como administrar medicações de maneira segura;
- Orientar sobre a importância de seguir as prescrições médicas;
- Treinar como armazenar os medicamentos com segurança para os idosos não terem acesso;
- Capacitar os cuidadores e técnicos de enfermagem a identificar reações adversas e interações medicamentosas.
2. METODOLOGIA
O projeto será desenvolvido no Abrigo FAIC, no município de Manaus-AM, e contemplará os cuidadores e técnicos de enfermagem que cuidam dos idosos no abrigo, através de uma oficina para capacitar esses profissionais sobre a segurança no uso e armazenamento de medicamentos nessa população idosa.
A parceria com o FAIC torna-se um elemento decisivo para a implementação deste projeto, através do conhecimento construído durante a análise da realidade, do momento de avaliação do contexto e da priorização de problemas e necessidades. O projeto beneficiará cuidadores e técnicos de enfermagem que trabalham e principalmente os idosos.
Previamente será realizada uma revisão bibliográfica de literatura nas bases de dados online SciELO, PubMed, MEDLINE. Abrangendo os artigos dos últimos dez anos, compreendendo o período de 2013 a 2023. Utilizou-se como palavras chaves: idoso, cuidador de idoso, segurança do uso de medicação, instituição de longa permanência, combinados com operadores booleanos AND e OR. Serão incluídos artigos sobre a segurança na administração de medicamentos na pessoa idosa.
Segundo momento vai ser a elaboração do plano de ação, no qual serão abordados temas relacionados à segurança no uso de medicação entre os idosos. Para a construção desse plano de ação em relação ao eixo temático seguimos as seguintes etapas: prescrição segura dos medicamentos (Os 5 momentos de uso Seguro de medicamentos da Organização Mundial de Saúde (OMS); administração segura de medicamentos (práticas de segurança na administração dos medicamentos, segurança do idoso no local do armazenamento de medicação e monitoramento e indicador para administração segura de medicamento).
No terceiro momento será elaborado um banner com todas as orientações introduzidas no plano de ação e será deixado no abrigo como contribuição científica dos alunos de medicina da Faculdade Santa Teresa do segundo período.
3. PLANO DE AÇÃO
Plano de ação: Segurança na Administração e armazenamento de Medicamentos à Pessoa Idosa.
A. Objetivo Geral
Capacitar os cuidadores e técnicos de Enfermagem do Abrigo FAIC para garantir a administração segura de medicamentos aos idosos.
B. Público-Alvo
Cuidadores e técnicos de enfermagem do Abrigo FAIC, Manaus-AM.
C. Metodologia
- Oficina de Capacitação
Realizar uma oficina prática e teórica com duração de 3 horas uma, abordando os eixos temáticos:
- Conceitos de segurança na administração de medicamentos.
- Conhecimento das medicações utilizadas no abrigo pelos idosos.
- Segurança na via de administração dos medicamentos ✔ Conhecimento e identificação de efeitos adversos.
- A importância de realizar Checklists para evitar erros na administração das medicações
D. Prática
Na prática será realizada simulação de como os conceitos teóricos serão executados pelos profissionais a fim de praticar a administração segura de medicamentos.
E. Disponibilização de material didático
Será disponibilizado para os profissionais o material didático da oficina sobre a temática, sempre focando os principais pontos na segurança da administração e armazenamento das medicações dos idosos.
F. Responsáveis
- Preceptora da disciplina da Faculdade Santa Teresa do curso de medicina
- Alunos do segundo período do curso de medicina da Faculdade Santa Teresa;
G. Recursos Necessários
- Material didático (Folder ilustrativo, apostila resumida com os conteúdos abordados).
- Equipamentos de simulação (materiais para simulação de administração de medicamentos).
- Espaço físico para realização das oficinas no abrigo.
H. Resultados Esperados
- Sanar dúvidas dos cuidadores e técnicos de enfermagem na segurança e eficácia na administração de medicamentos.
- Espera-se a redução da interação medicamentosa e eventos adversos.
4. CRONOGRAMA DA ATIVIDADE (ACOMPANHAMENTO)
Atividade | Data | Responsável |
Diagnóstico inicial | 23/08/2024 | Profa. Rebeca e Alunos |
Construção do plano de ação | 25/08/2024 | Alunos do segundo período do curso de medicina |
Entrega Parcial do Projeto | 17/10/2024 | Para Profa. Rebeca |
Elaborar o material didático da oficina | 23/10/2024 | Alunos do segundo período do curso de medicina |
Treinamento da prática da oficina | Falta ajustar dada com a professora | Alunos do segundo período do curso de medicina |
Feedback dos participantes | Após o treinamento | Professora da disciplina e alunos |
Relatório final | Ajustar data coma professora | Alunos do curso de medicina |
5. ORÇAMENTO
Descrição | Quant. | Unidade | Valor Unit. (R$) | Valor Total (R$) |
Papel tamanho A4 | 02 | Resmas | 20,00 | 40,00 |
Caneta Esferográfica (azul) | 01 | caixa | 40,00 | 40,00 |
Grampeador | 01 | Unid. | 15,00 | 15,00 |
Lápis preto com borracha | 10 | Unids. | 2,00 | 20,00 |
Pasta catálogo | 02 | Unids. | 25,00 | 50,00 |
Prancheta grande | 02 | Unids. | 5,00 | 10,00 |
Total | 175,00 |
6. PERSPECTIVAS FUTURAS
Espera-se que, por meio deste projeto, que seja possível sanar as dúvidas dos cuidadores e técnicos de enfermagem na segurança e eficácia na administração de medicamentos. Neste sentido, também espera-se reduzir interações entre medicamentos, tal como eventos adversos, para que a assistência prestada seja cada vez mais eficiente e eficaz.
7. REFERÊNCIAS
ANACLETO, T. A. Medicamentos potencialmente inadequados para idosos. ISPM – Instituto para Práticas Seguras no Uso de Medicamentos, v. 7, n. 3, p. 1–6, 2017.
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