PROJETO DE INTERVENÇÃO EM SAÚDE NA COMUNIDADE (MICROÁREA TENONÉ, BELÉM DO PARÁ, BRASIL): FATORES RELACIONADOS À DEPRESSÃO NA POPULAÇÃO IDOSA NO BRASIL

COMMUNITY HEALTH INTERVENTION PROJECT (TENONÉ MICROAREA, BELÉM, PARÁ, BRAZIL): FACTORS RELATED TO DEPRESSION IN THE ELDERLY POPULATION IN BRAZIL

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202506231103


Ana Clara Pantoja de Assis1, Ana Paula de Oliveira Nery2, Fernanda Cacciari Baruffaldi3, Luciana Rodrigues de Araújo4, Marcela Daun E Lorena Saraty Neves5, Maria Eduarda Rath6, Marina Arruda Câmara Brasil7, Rita de Cássia Bezerra Dórea Vilela8, Vinicius da Costa Guarita9


RESUMO

A depressão é uma doença mental que acomete mais de 300 milhões de pessoas de todas idades mundialmente, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a estimativa é que um percentual de 5,8% do contingente populacional seja atingido por tal problemática, o que por si só promove ações de atenção especial e de prevenção. Sendo assim, objetivou-se compreender acerca da depressão no idoso, o qual associado ao contexto de vulnerabilidade em saúde, aspecto socioeconômico e comportamental, pode se tornar muito agravada, inclusive, junto ao cenário psíquico de enfrentamento à pandemia do Sarcovs-2. Trata-se de uma revisão sistemática da literatura nacional e internacional realizada nas plataformas de dados: Pubmed, National Center for Biotechnology Information (NCBI), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), com a escolha de artigos publicados entre os anos de 2015 e 2020, utilizando os descritores: idosos, coronavírus, saúde mental e depressão, excluindo -se publicações com abordagens relacionadas ao tratamento de depressão, saúde mental e COVID -19. Após a análise na base de dados em quatro artigos, demonstraram-se a relação inversa da idade com a diminuição das qualidades de vida e psicológica, sendo agravadas, inclusive, pelo isolamento social decorrente da prevenção à pandemia da COVID-19. Há a necessidade, portanto, de adaptações das equipes multidisciplinares junto ao cenário particular dos idosos, a fim de uma abordagem singular, compreensiva e preventiva em cuidados diretos à saúde física, psíquica e antidepressiva desse público alvo, principalmente perante às especificidades do Sarcovs-2, no intuito, assim, de garantir-lhes a qualidade de vida com dignidade.

Palavras-chave: Depressão. Idosos. Saúde mental. Pandemia. Sarcovs-2.

1 INTRODUÇÃO

A depressão é uma doença psiquiátrica crônica que tem como sintomas tristeza profunda, perda de interesse, ausência de ânimo e oscilações de humor. É uma doença da mente e do corpo que se caracteriza por afetar o estado de humor da pessoa, deixando-a com um predomínio anormal de tristeza e diminuição de sua energia. É caracterizada como doença mental e atinge mais de 300 milhões de pessoas de todas as idades no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

No Brasil, a estimativa é que 5,8% da população seja afetada pela doença. A causa da depressão ainda é incerta. Sabe-se que grandes traumas ou perdas podem aumentar a chance de um indivíduo ficar depressivo. Dificuldade de lidar com estresse, baixa autoestima ou pessimismo extremo, álcool, drogas são fatores contributivos (Sociedade Brasileira de medicina de família e comunidade).

Um outro fator que chama a atenção como causa de depressão está sendo a pandemia provocada pelo COVID-19 visto que vem afetando quase toda a população mundial e consequentemente acarretou várias mudanças no estilo de vida das pessoas. É nesse sentido que se observa o acometimento da população idosa com essa patologia visto que o idoso se tornou um alvo fácil no decorrer do estado pandêmico.

Diante disso, esta pesquisa literária vai avaliar algumas nuances relacionadas à depressão no idoso, tais como: os aspectos do envelhecimento, que por si só já provocam diversas alterações no estado de saúde da pessoa idosa, sendo a depressão um dos acometimentos; a prevalência da população idosa no Brasil, que vem sendo demonstrada pelo alargamento da pirâmide etária, tendo em vista o aumento da longevidade; fatores gerais de depressão, tais como biológicos, psicológicos, ambientais e genéticos; fatores ligados a depressão na terceira idade como os aspectos sociodemográficos da idade e escolaridade, as condições de saúde, a baixa capacidade funcional, o comportamentos, tais como ideias suicidas, entre outros; o diagnóstico que é dificultoso e por vezes incorreto tendo consequência o tratamento ineficaz; as instituições de longa permanência que recebem os idosos em situação de abandono familiar o que por si só já é um grande fator de depressão; e a relação desses aspectos senis com a pandemia provocada pelo COVID-19 que com o isolamento social acabou sendo a população mais atingida, seja por fatores de comorbidades, seja por deixarem de participar de atividades em centros de convivência, igrejas, academias, viagens e participação familiar entre outras atividades que lhes proporcionavam reduzir esses quadros de doença, principalmente a depressão que acabou se tornando um grande agressor da saúde mental do idoso acentuando ainda mais esse quadro.

Importante referir que janeiro é o mês de alerta da saúde mental, sendo denominado de Janeiro Branco, muito embora se saiba que tratar da saúde mental deva ser uma tarefa contínua, principalmente a saúde do idoso já que se traduz na população mais afetada por diversos fatores e a mais vulnerável também. Logo, deve-se pensar caminhos que venham minimizar essa situação devastadora na qual o idoso está inserido, principalmente a depressão (CID 10 – F33).

2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Aspectos do envelhecimento

De acordo com Fechine e Trompieri (2015), o envelhecimento interage com diversas alterações relacionadas a presença de doenças crônicas, condições socioeconômicas, estilo de vida interferindo tanto em planos químicos quanto físicos do corpo humano. Esse processo é individual, de forma gradativa ou acelerada. 

É notório que, nas últimas décadas, essa dinâmica aparece agregada as doenças psíquicas tal qual a depressão. (SILVA et al.2012). Dessa maneira, condições psicossociais podem gerar vulnerabilidade a distúrbios mentais, uma vez que pessoas de idade avançada passam por significativas perdas durante sua vida como pelo advento de enfermidade, diminuição da cognição, perda da autonomia, morte de parente e amigos, restrições financeiras em relação a aposentadoria, isolamento social, entre outros fatores.

2.2 Prevalência da população idosa no Brasil

Observa-se mudanças no formato da pirâmide etária no estreitamento da base (diminuição na quantidade de crianças e jovens) acompanhado por um alargamento do corpo (adultos) e do topo (idosos). Além disso, o Índice de envelhecimento deve aumentar para 173,47% em 2060 segundo o censo de 2021 feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Tais informações atentam, além da reorganização de políticas públicas, à adequação que o Sistema Único de Saúde deve se preparar para atender à demanda não só pensando no sentido quantitativo como também em novas abordagens de sobre o enfrentamento nas enfermidades mentais desenvolvidas nessa faixa etária.

2.3 Fatores gerais depressão

A palavra “depressão” pode significar diversas condições. Tem a maior prevalência em nível mundial entre as enfermidades mentais. Considerada como um Transtorno do Humor, dentro do contexto patológico, no geral, ela se possui humor depressivo, anedonia, desinteresse, tristeza e falta de energia. Sintomatologia persistente, prolongada e trazem prejuízo ao indivíduo.

A etiopatogenia resultaria da interação entre processos biológicos, psicológicos, ambientais e genéticos.

De acordo com Souza e Moreno (2014, p.231)

Atualmente, a hipótese monoaminérgica da depressão deu lugar a uma teoria multissistêmica a qual inclui além das monoaminas: as neurotrofinas, sistema glutamatérgico, ritmo circadiano, estresse oxidativo, sistema mitocondrial, alterações nos canais de cálcio e mecanismos epigenéticos. Além disso, a herdabilidade da depressão foi estimada em 40 a 50%, sobrando espaço para a interferência de fatores socioambientais. Fatores ambientais modulam a atividade de genes (epigenética) que conferem diferentes suscetibilidades à pressão entre indivíduos.

Quando a depressão está mais acentuada há retardo psicomotor como lentidão de raciocínio, queda de concentração ou cansaço. Também pensamentos e sentimentos negativos relacionados a baixa autoestima, culpa tédio, desesperança. Importante ressaltar sintomas físicos, por exemplo alterações de peso e no apetite e no sono.

2.4 Fatores ligado a depressão na terceira idade

Em termos de cuidados de saúde primária, essa doença é comumente subdiagnosticada e subtratada na terceira idade (MEDEIROS, 2010). Por isso faz-se importante reconhecer os aspectos que levam a depressão na população idosa.

2.4.1 Aspectos sociodemográficos

Os fatores encontrados foram: idade, escolaridade e autopercepção de situação financeira ruim.

No estudo, há uma relação entre idosos depressivos que possuíam baixo nível de escolaridade e os que possuíam menos idade na faixa etária. Uma justificativa para tal seria que idosos mais velhos diante dos eventos estressores são mais esperados e mais tolerados por estes, o que pode não mais evocar a enfermidade mental. (EISSES, ET AL.,2004). Além disso, em Instituições de Longa Permanência para idosos (Ilpi), a terceira idade com menos idade têm mais doenças graves ou problema cognitivo mais severo, assim, estariam mais vulneráveis a sintomatologia depressiva (MCDOUGALL ET AL.,2007).  Já o nível de instrução, estaria relacionado por uma reação em cadeia, de forma que o baixo grau de escolaridade levaria à inadequação de renda e isso influencia nos cuidados de saúde, lazer e apoio social (KU; LIU; TSAI, 2006).

2.4.2 Condições de saúde

A depressão foi mais frequente encontrada associada: À autopercepção de saúde ruim, à dor, à deficiência visual, à presença de comorbidades, ao Acidente Vascular Cerebral (AVC) e maior risco de desnutrição.

Autoavalia-se no âmbito da saúde é complexo uma vez que envolve outros fatores como saúde física mais características sociais e pessoais. (DAMIÀN; BARRIUSO; VALDERRAMA-GAMA, 2008). Dessa maneira, estado conjugal, oportunidade de emprego e educação, renda, estilo de vida, capacidade funcional e suporte familiar influenciam a autopercepção ruim para a saúde do idoso.  (HARTMANN, 2008).

Segundo Serrano (2011), uma experiência vital ao ser humano é a dor. Nela se causa sofrimento, caso prolongado e severo, afeta a qualidade de vida, o que contribui para as comorbidades psiquiátricas. Em pessoas idosas, a dor crônica, que por vezes acompanha o processo de envelhecimento, gerando o aumento da sensibilidade dolorosa, comorbidades médicas e psiquiátricas e ao isolamento social. (KARP ET AL, 2008).

Idosos com déficits visuais e acidentes pós-AVC resultam na perda ou pouca independência. Isso requer assistência nas atividades básicas até a mais complexas. (MACEDO ET AL., 2008). (TERRONI, 2009).  Ademais, o sistema nervoso o qual é responsável pela ansiedade, fome e compulsões alimentares sofre a interferência do estado nutricional. Tanto um estado de desnutrição quando de obesidade interferem nas relações psíquicas. (PEIXOTO, 2006).

2.4.3 Capacidade funcional

Nesse critério, teve-se a baixa capacidade funcional ou incapacidade funcional e a limitação funcional pela dor.

Segundo Nogueira (2010), a capacidade funcional é a condição que o indivíduo possui de viver de maneira autônoma e de se relacionar em seu meio. Dessa maneira, idosos que possuem depressão tendem a apresentar comprometimento físico, social e funcional. As consequências são numa pior qualidade de vida, gerando redução ou até mesmo perda da independência funcional (SANTOS ET AL., 2012)

2.4.4 Comportamento

A ideação suicida e tentativas de suicídio é um fator de destaque, pois é o ápice da insatisfação com o viver. (GREK, 2007). Essa questão é delicada, porque dificilmente é perguntado por pesquisadores e pouco relatado pelos idosos (MINAYO; CALVACANTE, 2010). Entretanto, percebe-se de acordo com Almeida e Quintão (2012), a frequência de pensamentos de mais suicídio na população de idosos institucionalizados do que em não institucionalizados.

2.4.5 Medicamentos

Neste item a polifarmácia e o uso de antidepressivos e de psicotrópicos foram relacionados à depressão. Estima-se que 63% dos asilos possuem a prevalência de psicofármacos por causa da necessidade de controle comportamental, transtornos do sono e presença de sintomas de depressão. (STELLA ET AL., 2006).

2.4.6 Outros fatores

A solidão, depressão prévia e a falta de apoio social ou insatisfação com este. Um dos fatores de risco mais citados pelos pesquisadores é a solidão (VAZ; GASPAR,2011). Percebem-se ociosos, inúteis ou perdidos numa fase da vida em que deveria ser uma etapa de realização pessoal e lazer. No entanto, a solidão acarreta sentimento depressivos (GIRALDI, 2014).

2.5 Diagnóstico

De antemão, precisa-se uma análise minuciosa sobre o paciente idoso para o diagnóstico de depressão. Aspectos como avaliação psiocopatológica quanto a neurológica e física deve estar presente.

A anamnese, ressalta-se o valor do histórico de vida, observando sinais e sintomas em seus antecedentes pessoais e familiares e o meio social, avaliando sempre a capacidade cognitiva no momento. (DALGALRRONDO, 2000).

Em alguns casos, é essencial saber em que grau se encontra a depressão, o que soma para o diagnóstico da doença. Comumente utiliza-se a Escala de Avaliação de Depressão de Hamilton- HAM-D, criada por Max Hamilton et al., para diagnosticar não só indivíduos com depressão, mas também a gravidade dos sintomas depressivos. (FREIRE et al. 2014).

Uma problemática acerca do tema é que há dificuldade para estruturar o diagnóstico, implicando, muitas vezes, em um diagnostico incorreto e por consequência um tratamento não eficaz. Por isso, deve-se intervir numa maior sensibilização por parte dos profissionais das áreas de saúde com o intuito de fazer um diagnóstico cada vez mais precoce e de melhor eficácia na parte do tratamento (COSTA, 2012). Ademais, a forma de escuta e interação com o paciente idoso interfere diretamente em uma maior aceitação do diagnostico, entendo a importância da terapia no processo, o que leva a atenuação dos sintomas. (SILVA et al, 2012).

2.6 Instituições de longa Permanência para idosos

De acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada da ANVISA (2005), define essas instituições como:

[…] instituições governamentais ou não governamentais, de caráter residencial, destinadas ao domicílio coletivo de indivíduos na terceira idade com ou sem suporte familiar, em condição de liberdade, dignidade e cidadania. Sendo assim consideradas um serviço múltiplo, que compõe, aspectos de assistência à saúde e bem-estar social, e tem como função proporcionar cuidado ao indivíduo e ser um lugar para viver” (BRASIL apud MOREIRA, 2014)

As ILPIs podem ser consideradas um serviço híbrido, compondo-se de aspectos de assistência à saúde e bem-estar social, assumindo uma dupla função: proporcionar cuidado e ser um lugar para viver. Desse modo, os serviços devem se organizar tendo em vista a satisfação das múltiplas necessidades, de caráter material, emocional e espiritual que os idosos apresentam para uma vida diária satisfatória, como indivíduos e como participantes da vida comunitária, incluindo, necessariamente, assistência integral à saúde (KANE, 2001 apud MOREIRA, 2014, p. 38)

As ILPIs recebem idosos com debilitações físicas ou mentais e com a autonomia preservada, onde precisam receber cuidado biopsicossocial (KANE, 2001 aput MOREIRA 2014).

A causa das inserções desses idosos advém pela dificuldade da família em cuidá-los. Dentre diversos motivos, que variam desde conflitos até o próprio abandono familiar, são a base de causa de muitos transtornos mentais. (BOR 2008 apud SILVA et al 2013).

O idoso institucionalizado pode entrar em quadro depressivos pela privação de atividades sociais e familiares e isolamento (Marin, 2014). Esses fatores contribuem para uma falta de qualidade de vida o que pode ser aprofundado por outros aspectos estruturais e operacionais da instituição os quais, pois por vezes, são desfavoráveis à necessidade dessa faixa etária. (FREITAS, SCHEICHER, 2010).

A institucionalização é uma das situações estressantes e desencadeadoras de depressão, que levam o ancião a passar por transformações de todos os tipos. Esse isolamento social o leva à perda de identidade, de liberdade, de autoestima, ao estado de solidão e muitas vezes de recusa da própria vida, o que justifica a alta prevalência de doenças mentais nos ILPIs (FREITAS E SCHEICHER, 2010, p.2).

2.7 Relação com pandemia do COVID-19

O novo corona vírus, denominado como SARS-CoV-2, em todo o mundo, obrigou a paralisação de muitas atividades presencias devido à necessidade de isolamento social como medida de atenuar a propagação do vírus. Nesse contexto, no Brasil não foi diferente e a atenção fico mais enfática a população idosa pela decorrência de comorbidade e fragilidade estes.

Em geral, a terceira idade é o grupo populacional com mais vulnerabilidade de desenvolver o COVID-19 nas formas mais graves por possuírem risco aumentado de problemas cardiovasculares, autoimunes, neurocognitivos e de saúde mental (ARMITAGE et at, 2020). Segundo a Organização Mundial Da Saúde (OMS), o covid-19 pode ocasionar doenças respiratórias, entéricas, hepáticas e neurológicas. Por isso a ênfase dada essa parte da sociedade.

Uma grande parte de pessoas idosas eram participantes socialmente ativos em, por exemplo, centros de convivência para idosos, academias, iam a igreja e outros eventos. Contudo, com o advento da pandemia, iniciou-se a quarentena e o sentimento de solidão e pensamentos negativos vieram cada vez mais a tona, além dos outros fatores de risco como elevação da pressão arterial, a obesidade, diminuição a resposta imunológica, ansiedade, piora no funcionamento cognitivo e maior risco para o desenvolvimento de Mal de Alzheimer e mortalidade (SMITH, 2020).

De acordo com Mehra (2020), idoso já com doenças mentais estão vulneráveis a depressão e ansiedade correm muito mais risco de recaídas neste cenário vigente. Visto que eles são dependentes de outros indivíduos para atividades básicas e sociais e o isolamento os fez reforçar o sentimento de solidão, o que implica em risco para uma boa saúde mental.

Outro fator de impacto é a cobertura da mídia sobre o vírus. Relatos de que idosos, geralmente, não receberam os ventiladores, causando em óbito geraram episódios de sustos (MEHRA, 2020).

Por fim, conclui-se que os fatores de risco à depressão já existentes na população idosa foram acentuados, e até mesmo criados, na situação da pandemia do SARS-COV-2.

3 METODOLOGIA

O presente artigo é uma revisão de literatura, de caráter qualitativo e geral, que busca abordar os principais fatores relacionados a depressão na população idosa no Brasil e de que maneira os profissionais de enfermagem podem agir para melhorar a qualidade de vida desses idosos. Para a realização dos estudos, foram levantadas as seguintes problemáticas: 1. Quais fatores estão associados à depressão em idosos institucionalizados? 2. Qual é a prevalência desses fatores de depressão em idosos institucionalizados? 3. Quais os impactos clínicos e psicológicos da COVID-19 na população idosa? 4. Quais os cuidados que devem ser adotados pelas equipes de enfermagem para promoção da saúde do idoso nos tempos da pandemia do COVID-19?

Para os fatores relacionados a depressão, foi realizada uma revisão integrativa que foi sumarizada pelos seguintes tópicos: 1) Aspectos do envelhecimento, 2) prevalência da população idosa no Brasil, 3) Fatores gerais de depressão, 4) fatores ligados a depressão na terceira idade, 5) Diagnóstico, 6) instituições de longa permanência para idosos e a 7) Relação com a pandemia do COVID-19. Na análise da prevalência dos fatores de depressão em idosos institucionalizados, foram contextualizados as definições de envelhecimento e depressão, sua fisiopatologia, forma de diagnóstico e fatores agravantes, tais como o isolamento social em instituições de longa permanência para idosos (ILPI`s). Por fim, foram investigados os impactos clínicos e psicológicos da COVID-19 na população idosa, contextualizando brevemente as principais mazelas que tais pessoas tem sofrido durante a pandemia, como a ausência da família devido o isolamento social e a solidão que isso lhes causa, o medo e a ansiedade causados pela exposição a notícias relacionadas a mortes e adoecimento de pessoas na terceira idade e diversos comprometimentos a sua saúde física e mental, que podem ir desde a sensação de inutilidade e impotência frente aos acontecimentos ruins que presenciam, até quadros mais debilitantes como declínio do funcionamento cognitivo perda da capacidade de realização de atividades diárias, a partir de dados estatísticos.

Foram realizados levantamentos de pesquisa a partir das plataformas do Pubmed, National Center for Biotechnology Information (NCBI), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e escolhendo aqueles artigos publicados entre 2015 e 2020. Foram usados os seguintes descritores: idosos, coronavírus, saúde mental e depressão. Foram pesquisados um total de 17 artigos, dos quais 4 foram utilizados. Foram excluídas as publicações que abordavam fatores relacionados a exercícios físicos, sintomas e acometimentos da COVID-19 que competem com o desenvolvimento ou piora da depressão e os seus respectivos tratamentos, tratamento da depressão em si, saúde mental de grupos vulneráveis e escala de depressão geriátrica de Yesavage para prevalência de depressão em idosos institucionalizados.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O objetivo desta investigação foi estudar a relação entre depressão, funcionamento cognitivo e qualidade de vida em idosos institucionalizados, em tempos pandêmicos e não pandêmicos, bem como verificar o comportamento destas dimensões em função das suas características sociodemográficas. Para isso, foram analisados como principal base quatro artigos, sendo dois desses, publicações em revistas recentes e relacionados à situação atual de pandemia do novo Coronavírus, causado pela infecção de SARS-COV-2; uma revisão de literatura, tal qual este, relacionando os casos depressivos diretamente com a idade do indivíduo dando foco a população idosa, e por último, um estudo de corte transversal com 137 idosos vinculados ao Programa Vivendo a Terceira Idade.

Os resultados em ambos os textos selecionados nos mostram que quanto maior era a idade, menor era a qualidade de vida ao nível psicológico e do ambiente, pior era o funcionamento cognitivo e maior era a sintomatologia depressiva. E quando essa realidade é trazida para o contexto de isolamento social, devido à pandemia, os números cresciam de forma expressiva. Ao discutir os porquês desses resultados, é possível afirmar que a ausência socialização do idoso é o principal motivo para o aumento de casos depressivos. Isso ocorre devido a mudança gradativa de realidade deste, que em sua grande maioria dedica sua vida pelo bem estar familiar, e ao chegar à longevidade sente-se isolado (VAZ; GASPAR,2011). O isolamento traz consigo uma necessidade de comunicação exacerbada como resultado de uma baixa sensação de compreensão, e advém principalmente da globalização, que aproxima os indivíduos virtualmente, mas diminui a realidade do contato físico (contato com o qual o idoso esteve acostumado por toda vida). Ao conectar tais evidências com o contexto de isolamento social incentivado como forma de prevenção ao COVID-19, visto que como foi citado, coloca a população mais idosa como principal alvo de proteção governamental no Brasil, devido as altas taxas de mortalidade desta faixa etária pelo vírus, percebe-se uma solidão cada vez maior dessa população, que agora se encontra impedida de realizar tarefas cotidianas e de entrar em contato físico com aqueles com quem se estabelecem relações sociais.

Discute-se, portanto, a necessidade de amparo e adaptação das equipes multidisciplinares, e principalmente daqueles profissionais que estabelecem mais contato com os idosos. Neste trabalho foi analisado, através da revisão, os cuidados a partir de enfermeiros no contexto de pandemia, e como resultados obteve-se a adequação desses profissionais pelo desenvolvimento de estratégias que abordam não só o cuidado da saúde física do idoso, mas também da saúde mental, misturando técnicas de prevenção à depressão a partir de rodas de conversa, folders informativos e palestras sobre o tema. Além disso, foi vista a necessidade de ampliação da visibilidade da população idosa, para que as pessoas tenham conhecimento dos índices de transtorno que acomete esses. Por meio de orientações, ensino sobre tecnologias, e cuidados diretos a saúde física e psicológica, esses indivíduos, dessa maneira, diminuiriam sua situação de vulnerabilidade social.

Por fim, os resultados mostraram ainda que quanto maior é a sintomatologia depressiva, menor é a qualidade de vida em todos os seus domínios, tanto na realidade sem Covid-19 quando na realidade de pandemia do vírus, mesmo que em diferentes níveis, confirmando o restante da hipótese de que a necessidade de atenção direcionada a esse público não é atual, porém se faz ainda mais precisa.

5 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao final desta revisão literária pode-se perceber que a depressão em idosos é uma situação que requer maior atenção, visto que eles estão entre a população com maior vulnerabilidade.  Essa visão foi bem delineada quando se verificou que nos aspectos do envelhecimento as pessoas idosas passam no decorrer da vida por várias situações de significativa importância como perdas familiares, diminuição da cognição, perda da autonomia, restrições financeiras e como situação mais degradadora as enfermidades que vem junto com a velhice. Observou-se também que quanto maior a idade, maior é o abalo psicológico do senil e maior e mais preocupante se torna o quadro depressivo no qual vai mergulhando. Um outro problema associado que foi visto, é que a atenção primária em saúde não está devidamente preparada para receber esses idosos já que a doença ainda é subdiagnosticada e subtratada, o que deve ser revisto com urgência pelas autoridades públicas em saúde. Isto porque, a população idosa do Brasil cresceu consideravelmente nas últimas décadas e estudos demonstram que terá um crescimento bem mais expressivo nos próximos 40 anos.

Além disso, fatores relacionados à depressão na população idosa piorou e tende a se agravar mais ainda devido ao quadro pandêmico motivado pelo Covid-19 que atualmente está se passando. Pois com o isolamento social e as mudanças no estilo de vida que a pandemia impôs houve maior distanciamento de seus familiares, amigos, igreja e casas de convivência e com isso a saúde mental foi mais prejudicada aumentando o número de idosos com depressão pelo afastamento familiar e consequentemente aumento de tristeza, enfermidades e principalmente pelo medo gerado com a doença causada pelo Covid-19 de Síndrome Respiratória Aguda, até porque, essa foi e está sendo a população mais atingida e com maior número de mortos.

Assim, pode-se observar que quanto maior é a sintomatologia depressiva, menor é a qualidade de vida do idoso. Por isso, principalmente agora com a realidade imposta pelo Covid-19, mas não só por ela, há necessidade de uma atenção mais direcionada para essa população senil, com amparo e adaptação das equipes multidisciplinares, e principalmente daqueles profissionais que tem mais contato com os idosos como é o caso da Atenção primária nas ESF, principalmente na pessoa dos enfermeiros, técnicos de enfermagem e ACSs como forma de iniciar práticas que visem diagnosticar e principalmente prevenir a depressão nos idosos.

Para tanto, as autoridades em saúde, como médicos, secretários de saúde, governos municipais, estaduais e federal junto com o Sistema único de Saúde, devem agregar valores e projetos para efetivar políticas públicas adequadas para o enfrentamento da depressão na pessoa idosa, pois é através deles que perpetuamos nossos saberes e nossa cultura. Assim, cuidar do idoso é uma tarefa que cabe a cada um de nós.

REFERÊNCIAS

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1Discente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA) -mail: anaclarapantojaassis@gmail.com

2Discente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA) -mail: amedmanaus@gmail.com

3Discente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA) -mail: ferbaru@hotmail.com

4Discente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA)

5Discente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário das Américas (FAM) -mail: saratymarcela@gmail.com

6Discente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA) -mail: m.eduardabastosr@hotmail.com

7Discente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA) -mail: marinaacbrasil@hotmail.com

8Discente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA) -mail: rbdvilela@gmail.com

9Discente do Curso Superior de Medicina do Centro Universitário das Américas (FAM) -mail: viniguarita@gmail.com