PRINCIPAIS TRATAMENTOS UTILIZADOS NO COMBATE AO MELASMA NOS ÚLTIMOS ANOS: UMA REVISÃO

MAIN TREATMENTS USED TO COMBAT MELASMA IN RECENT YEARS: A REVIEW

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10011710


FERREIRA, A. B
BARROS, J. R
LIMA, M. D. M. D
REZENDE, G. O


RESUMO

Melasma é uma condição que se caracteriza pelo surgimento de manchas escuras na pele, mais comumente na face, mas também pode ser de ocorrência extra facial, com acometimento dos braços, pescoço e colo. Essa condição afeta a qualidade de vida das pessoas, afeta também a autoestima e gera problemas com a aparência, devido as condições que ela impõe as pessoas. A pesquisa teve como objetivo avaliar os artigos disponíveis na literatura sobre as principais formas de tratamento utilizados na prevenção de melasma nos últimos dez anos. O método utilizado para realizar a pesquisa se trata de uma revisão integrativa de literatura, de cunho qualitativo. O estudo foi realizado por meio da pesquisa em bancos de dados eletrônicos, a partir da utilização das palavras-chave tratamento, melasma, distúrbios pigmentares, pro laxia. A pesquisa possibilitou a identi cação de 110 artigos separados em, 4 artigos cientí cos na base de dados do SciELO, no LILACS foram 28, 43 na base de dados PUBMED e 35 MedLine. Os artigos também discutiram a e cácia de tratamentos combinados, como laser e peelings químicos, no controle do melasma. Algumas pesquisas também ressaltaram a importância do uso de fotoprotetores e medidas de prevenção, como evitar a exposição excessiva ao sol, para minimizar a recorrência do melasma. O estudo permitiu o conhecimento dos principais tratamentos desenvolvidos ao longo dos últimos dez anos para o melasma, facilitando assim a compreensão desses agentes, seus benefícios a curto e longo prazo, oportunizando aos pro ssionais especializados a indicar o melhor tratamento de acordo com as características particulares de cada paciente e caso.

Palavras chave: Gestão do Conhecimento, Administração Pública, Modelo de Gestão do GC, Brasil.

ABSTRACT

Melasma is a condition that is characterized by the appearance of dark spots on the skin, most commonly on the face, but it can also occur extrafacially, affecting the arms, neck and chest. This condition affects people’s quality of life, also affects self-esteem and creates problems with appearance, due to the conditions it imposes on people. The research aimed to evaluate the articles available in the literature on the main forms of treatment used to prevent melasma in the last ten years. The method used to carry out the research is an integrative literature review, of a qualitative nature. The study was carried out through research in electronic databases, using the keywords treatment, melasma, pigmentary disorders, prophylaxis. The research made it possible to identify 110 separate articles, 4 scientific articles in the SciELO database, 28 in LILACS, 43 in the PUBMED database and 35 in MedLine. The articles also discussed the effectiveness of combined treatments, such as laser and chemical peels, in controlling melasma. Some research has also highlighted the importance of using photoprotectors and prevention measures, such as avoiding excessive exposure to the sun, to minimize the recurrence of melasma. The study allowed knowledge of the main treatments developed over the last ten years for melasma, thus facilitating the understanding of these agents, their benefits in the short and long term, giving specialized professionals the opportunity to indicate the best treatment according to the particular characteristics of each patient and case.

Keywords: Melasma. Treatment. Pigmentary Disorders.

1. INTRODUÇÃO

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (2018) explica que o “melasma é uma condição que se caracteriza pelo surgimento de manchas escuras na pele, mais comumente na face, mas também pode ser de ocorrência extra facial, com acometimento dos braços, pescoço e colo”. Fatores como exposição a raios ultravioletas, uso de anticoncepcional e gravidez estão relacionados com a causa do Melasma, mas não possui uma causa de nida. Além desses fatores, outros fatores como os hormônios e predisposição genética também podem influenciar no desenvolvimento.

Essa condição afeta a qualidade de vida das pessoas, afeta também a autoestima e gera problemas com a aparência, devido as condições que ela impõe as pessoas. É comum que as pessoas busquem todo tipo de tratamento para minimizar os efeitos causados pelo Melasma, porém alguns procedimentos e medicamentos são caros, o que di culta o acesso ao tratamento. Essa situação acaba levando as pessoas a recorrerem a tratamentos alternativos, como o uso de medicamentos caseiros e sem a devida assistência médica, o que poderá ocasionar danos à saúde da pessoa (Sousa et al, 2020).

É comum o uso de medicamentos usados nesse tratamento, como gel de babosa, chá de aroeira, óleos essenciais de usos tópicos, além de medicamentos orais e procedimentos estéticos. Segundo Mazon (2017), poucas drogas e procedimentos voltados ao tratamento de melasma foram aprovados para serem comercializados na última década. Houve uma necessidade de novos tratamentos, pois os tratamentos convencionais não têm demonstrado e cácia a longo prazo.

Esses estudos clínicos e cientí cos são essenciais para comprovar a e cácia e segurança dos produtos e garantir que eles possam oferecer os benefícios desejados. Os ácidos surgem como ótimas opções no tratamento, como o ácido glicólico, ácido salicílico e ácido kójico, atuam no processo de renovação celular da pele, removendo as camadas super ciais de células mortas e estimulando a produção de colágeno. Isso pode ajudar a melhorar a textura da pele, suavizar rugas e linhas nas e até mesmo clarear manchas escuras (Borges, 2018). A pesquisa se justi ca pela necessidade de conhecermos os principais tratamentos utilizados na prevenção de melasma, assim ter conhecimentos dos resultados para que se possa indicar e utilizar tratamentos adequados para cada paciente.

Portanto, o objetivo geral da pesquisa foi avaliar os artigos disponíveis sobre as principais formas de tratamento utilizados na prevenção de melasma nos últimos dez anos. Tendo como objetivos especí cos identi car os principais tratamentos utilizados na prevenção de melasma, compreender a ação desses tratamentos no combate ao melasma, realizar levantamento dos principais tratamentos de melasma nos últimos dez anos.

Foi utilizado o método de revisão integrativa de literatura sobre as os principais tratamentos utilizados na prevenção de melasma. O estudo foi realizado por meio da pesquisa em bancos de dados como MEDLINE, LILACS, PUBMED, SCIELO (Scienti c Eletronic Libray Online) e Google Acadêmico, além da utilização de livros com complementação da busca no acervo da biblioteca setorial da Faculdade Metropolitana de Manaus (FAMETRO). Foram utilizados artigos, livros e três manuais do Ministério da Saúde. Para a pesquisa dos artigos foram utilizadas as palavras- chaves: melasma, tratamentos, ácidos, procedimentos estéticos.

Para cumprimento desta pesquisa foram selecionados literaturas e artigos em língua portuguesa e estrangeira publicados no período de 2013 a 2023, que oferecessem informações sobre o tema do trabalho, sendo assim excluídos todos os dados com mais de 10 anos de publicação e que não proporcionou dados com relação à temática. Foi realizada nos meses de fevereiro a novembro de 2023 através de levantamento de obras literárias já publicadas, destacando a ideologia deles. Após a etapa de identi cação das fontes, foi necessário analisar o material a ser descrito neste artigo, ocasionando uma seleção de ideias autorais, como também, observando e destacando o material necessário.

2. REFERÊNCIAL TEÓRICO

2.1 Melasma e suas implicações estéticas

A quantidade e a distribuição de melanina na pele e no cabelo são determinadas geneticamente. Pessoas com maior quantidade de melanina tendem a ter pele e cabelo mais escuros, enquanto pessoas com menor quantidade de melanina têm pele e cabelo mais claros. A espessura e a distribuição dos grânulos de melanina na pele também in uenciam a cor da pele (Barbosa; Guedes, 2018).  Segundo

Swalwell et al. (2012), a produção e a distribuição de melanina também podem ser in uenciadas por fatores externos, como exposição ao sol. A exposição à radiação UV estimula a produção de melanina, levando ao aumento do pigmento na pele e ao escurecimento da cor. Isso é conhecido como bronzeamento.

Em níveis controlados, a melanina funciona como uma proteção natural contra os danos causados pelo sol, ajudando a absorver os raios ultravioleta e prevenindo queimaduras e danos celulares. No entanto, quando há um aumento na produção de melanina, ocorre o acúmulo na pele, resultando em hiperpigmentação adquirida. Isso pode levar ao desenvolvimento de condições como melasma, manchas de idade e sardas (Del-Bino; Berberd, 2013). O melasma é uma condição em que manchas acastanhadas ou acinzentadas aparecem em áreas expostas ao sol, como o rosto. É mais comum em mulheres e pode ser desencadeado por fatores hormonais, exposição ao sol, gravidez ou o uso de contraceptivos orais (Amorim, 2014).

Os pro ssionais de saúde estética, como dermatologistas ou esteticistas, são treinados para identi car e diagnosticar o melasma. Eles examinarão a pele do paciente em busca de características típicas do melasma, como manchas irregulares de cor marrom ou acastanhada. Além disso, eles também podem levar em consideração o histórico do paciente, como a exposição prolongada ao sol, o uso de contraceptivos orais ou terapias hormonais, gravidez ou histórico familiar de melasma. Além disso, o pro ssional também pode solicitar exames complementares, como a biópsia de pele, para descartar outras condições que possam apresentar sintomas semelhantes ao melasma (Borges, 2021).

A hipercromia da pele da face pode causar constrangimentos na população, pois afeta a aparência facial. Isso pode levar a problemas de autoestima, baixa con ança e até mesmo distúrbios emocionais, como depressão e ansiedade. A face é a parte mais visível do corpo e desempenha um papel importante na interação social. Portanto, quando ocorre uma hipercromia na pele facial, algumas pessoas podem sentir-se envergonhadas, evitar situações sociais ou enfrentar di culdades nos relacionamentos interpessoais (Cunha; Silva; Oliveira, 2020).

É importante ressaltar que a abordagem do tratamento da hipercromia deve ser abrangente, envolvendo não apenas a resolução estética, mas também a saúde emocional do paciente.

Além dos tratamentos dermatológicos, como uso de medicamentos tópicos, peelings químicos ou laser, é fundamental o suporte psicológico, visando melhorar a autoestima e ajudar o paciente a lidar com as consequências emocionais da condição (Oliveira et al., 2021).

A aparência física tem se tornado cada vez mais importante na sociedade atual. Infelizmente, as manchas faciais causadas pelo melasma podem causar transtornos e baixa autoestima em algumas pessoas. Por ser um problema estético visível, o melasma pode causar impacto signi cativo na autoestima das pessoas afetadas. As manchas faciais podem levar à insegurança, vergonha e até mesmo ao isolamento social. Muitas pessoas sentem-se pressionadas a esconder ou tratar essas manchas para se sentirem mais con antes em sua aparência (Borges, 2021).

Felizmente, existem diversos tratamentos disponíveis para o melasma, como cremes clareadores, peelings químicos, laser e terapia hormonal. É importante ressaltar, no entanto, que cada caso é único e o acompanhamento de um dermatologista é fundamental para determinar o tratamento mais adequado. Além do tratamento médico, é importante que as pessoas afetadas pelo melasma também busquem formas de cuidar da sua saúde mental e emocional. Isso pode incluir terapias de apoio, práticas de autocuidado e desenvolvimento de uma autoimagem positiva (Ko; Wang et al., 2022).

A sociedade como um todo também desempenha um papel importante nesse aspecto. É essencial promover uma cultura de aceitação diversidade e valorizar a beleza natural de cada indivíduo. É preciso entender que a aparência física não de ne o valor de uma pessoa e que todos devem ser respeitados e valorizados independentemente das suas características físicas. No entanto, é fundamental buscar tratamento médico adequado e promover uma cultura de aceitação e valorização da diversidade física (Gottschall; Barbosa; Virgens, 2023).

2.2 Principais tratamentos utilizados na prevenção de melasma nos últimos dez anos

O melasma é uma condição da pele que causa manchas escuras ou acastanhadas, principalmente no rosto. Embora não haja uma cura de nitiva para o melasma, existem várias opções de tratamento disponíveis para amenizar a hiperpigmentação e melhorar a aparência da pele (Cunha; Silva; Oliveira, 2020).

Uso de cremes clareadores, procedimentos dermatológicos, terapia combinada, proteção solar, medidas de prevenção, cuidados com a pele são alguns exemplos do que pode ser utilizado para tratamento para amenizar os transtornos causados pelo melasma. É importante ressaltar que cada pessoa pode responder de forma diferente aos tratamentos e a melhora do melasma pode levar tempo (Avram et al., 2018).

Os tratamentos para o melasma têm como principal objetivo clarear as áreas afetadas pela hiperpigmentação, reduzir a extensão das lesões e impedir o surgimento de novas manchas, para alcançar esses resultados, são utilizados diferentes tipos de tratamentos. Procedimentos como peelings químicos, microagulhamento e laser também podem ser indicados para potencializar o clareamento das manchas. É importante ressaltar que o tratamento do melasma é contínuo e o paciente deve evitar a exposição solar excessiva, fazer uso regular de protetor solar e seguir as orientações médicas para obter os melhores resultados (Sandin et al., 2014).

O uso de ativos combinados é uma abordagem e caz no tratamento de patologias estéticas, como o melasma. Essa técnica envolve a aplicação de agentes que suavizam a textura da pele e removem as camadas externas dani cadas, promovendo a destruição controlada da epiderme e derme. Esse processo é seguido por uma regeneração da pele, resultando em uma aparência mais saudável e uniforme. Os ativos combinados podem incluir ingredientes como ácidos (como o ácido retinoico, ácido azelaico e ácido salicílico), agentes despigmentantes (como o hidroquinona e ácido kójico) e antioxidantes (como a vitamina C). Cada um desses ingredientes tem propriedades especí cas na melhora da textura e no combate ao melasma (Moura, 2017).

Alguns tratamentos tópicos que buscam reduzir a síntese de melanina incluem: Hidroquinona: é um dos ingredientes mais populares em cremes e loções para clareamento da pele. Age inibindo a enzima tirosinase, que está envolvida na produção de melanina; Ácido kójico: é um agente clareador natural encontrado em alguns produtos para a pele. Ele inibe a tirosinase e ajuda a reduzir a produção de melanina; Retinoides: estes compostos derivados da vitamina A podem ser usados topicamente para clarear a pele. Eles ajudam a acelerar a renovação celular e reduzir a quantidade de melanina presente na camada super cial da pele (Pinto et al., 2015). Os tratamentos orais também podem ser utilizados para reduzir a produção de melanina. Alguns exemplos incluem: Glutationa: é um antioxidante natural encontrado no corpo humano e em alguns alimentos. Acredita-se que ela possa ajudar a clarear a pele quando tomada como suplemento oral. No entanto, mais pesquisas são necessárias para determinar sua e cácia; Ácido tranexâmico: é um medicamento que

foi originalmente desenvolvido para tratar problemas de coagulação do sangue. No entanto, também tem sido estudado como uma opção de tratamento oral para clarear a pele, pois pode inibir a atividade dos melanócitos e reduzir a produção de melanina (Zaneti et al., 2019).

É importante destacar que qualquer tratamento para clareamento da pele deve ser utilizado com cautela e sob a supervisão de um pro ssional de saúde. Além disso, é fundamental proteger a pele do sol e utilizar protetor solar diariamente para evitar o escurecimento da pele (Ayres, 2015).

Além dos peelings químicos, outros tratamentos estéticos como lasers, microagulhamento e dermocosméticos também podem ser utilizados para tratar hiperpigmentações. Esses tratamentos ajudam a remover as células pigmentadas, promovendo a renovação celular e uniformizando a coloração da pele. Os peelings químicos, em particular, são bastante e cazes para tratar hiperpigmentações, pois atuam removendo as camadas externas da pele, onde estão concentradas as células pigmentadas. Os ácidos utilizados nos peelings agem estimulando a renovação celular e clareando as manchas (Pontes e Mejia, 2015).

É válido lembrar que a e cácia dos tratamentos estéticos pode variar de pessoa para pessoa e é importante ter expectativas realistas. Em alguns casos, pode ser necessário realizar mais de um procedimento para obter os resultados desejados. Além dos tratamentos estéticos, é importante manter uma rotina de cuidados com a pele, utilizando produtos adequados para o tipo de pele e evitando exposição excessiva ao sol. Uma alimentação balanceada, rica em antioxidantes, também pode contribuir para ter uma pele mais saudável (Michalun, 2016).

É importante ressaltar que os tratamentos estéticos devem ser realizados por pro ssionais capacitados, que irão avaliar cada caso individualmente, indicando o procedimento mais adequado para cada tipo de hiperpigmentação. Em resumo, os tratamentos estéticos, como peelings químicos, podem ser uma opção e caz para tratar hiperpigmentações e melhorar a aparência da pele. No entanto, é fundamental buscar orientação pro ssional e adotar uma rotina de cuidados com a pele para obter resultados duradouros e uma pele mais rejuvenescida (Spadafora et al, 2019).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A pesquisa possibilitou a identi cação de 110 artigos separados em, 4 artigos cientí cos na base de dados do SciELO, no LILACS foram 28, 43 na base de dados PUBMED e 35 MedLine. Em síntese, para leitura foram selecionados todos os artigos, porém quando aplicados os critérios de exclusão, uma análise e leitura minuciosa, somente foram utilizados 100 artigos para o desenvolvimento deste trabalho. Diante da busca nas bases de dados, foram excluídos trabalhos que estivessem fora da escala temporal 2013 a 2023, que totalizaram 100 artigos dentro dos critérios de inclusão. Nesta revisão integrativa, após a leitura e análise dos artigos escolhidos, foram considerados o ano de publicação, bem como o objetivo (s) e resultados/conclusão encontrados na tabela 1.

Das publicações selecionadas, aproximadamente 17,0% estavam na língua inglesa, no entanto, a maioria das pesquisas encontradas eram estudo de caso e/ou levantamento bibliográ co. Os componentes mais discutidos nos estudos foram:

o uso de algum tipo de ácido para o tratamento do melasma, seguido dos componentes sobre fotoprotetores e caráter socioemocionais abordados.

Tabela 1 – Relação de artigos encontrados nas principais plataformas.

Fonte: Autores, 2023.

Os artigos também discutiram a e cácia de tratamentos combinados, como laser e peelings químicos, no controle do melasma. Algumas pesquisas também ressaltaram a importância do uso de fotoprotetores e medidas de prevenção, como evitar a exposição excessiva ao sol, para minimizar a recorrência do melasma. Os ácidos mais comumente utilizados no tratamento do melasma incluem o ácido retinóico, o ácido azelaico, o ácido kójico e o ácido glicólico. Estes ácidos atuam de diferentes maneiras, promovendo a renovação celular, inibindo a produção de melanina e reduzindo a pigmentação da pele.

O melasma ocorre devido a um aumento na produção de melanina, o pigmento responsável pela cor da pele. A exposição ao sol aumenta a atividade dos melanócitos, as células produtoras de melanina, levando ao aumento da pigmentação. Além da exposição ao sol, outros fatores que podem contribuir para o melasma incluem alterações hormonais, como a gravidez ou o uso de contraceptivos orais, predisposição genética e fatores genéticos (Colferai et al., 2018).

Além dos aspectos físicos do melasma, os artigos também destacaram os problemas socioemocionais enfrentados pelos pacientes, como baixa autoestima, ansiedade e impacto na qualidade de vida. A abordagem multidisciplinar, que inclui tratamento dermatológico e suporte psicológico, foi apontada como importante para lidar com esses aspectos emocionais do melasma (Handel, 2013).

Os estudos também apontaram para a importância da individualização do tratamento, levando em consideração características especí cas do paciente, como tipo de pele, idade e comorbidades. Essa abordagem personalizada pode aumentar as taxas de sucesso no tratamento do melasma (Araújo; Meija, 2014).

Além dos tratamentos químicos, algumas pesquisas também abordaram terapias complementares, como a terapia com laser de baixa intensidade e a terapia fotodinâmica, como alternativas no controle do melasma. Em síntese, os artigos selecionados para este estudo trouxeram uma visão abrangente sobre o tratamento do melasma, abordando desde os aspectos químicos dos procedimentos até os aspectos socioemocionais enfrentados pelos pacientes. Essas informações são relevantes para os pro ssionais de saúde que lidam com pacientes com melasma, auxiliando no desenvolvimento de estratégias de tratamento mais e cazes e individualizadas.

No entanto, é importante ressaltar que o tratamento do melasma pode ser desa ador, pois muitas vezes é uma condição recorrente e multifatorial. Dessa forma, é fundamental uma abordagem personalizada, levando em consideração as características individuais de cada paciente, como tipo de pele, idade, extensão e gravidade do melasma, entre outros fatores (Nolasco; Resende, 2020).

A escolha do tratamento mais adequado deve ser feita em conjunto com um dermatologista experiente, que poderá avaliar cada caso individualmente e recomendar as terapias mais e cazes. Além disso, é importante manter uma rotina diária de cuidados com a pele, incluindo o uso de protetor solar de amplo espectro, para ajudar a prevenir o surgimento ou a recorrência do melasma.

4. CONCLUSÃO

O tratamento para o melasma consiste na utilização de diferentes produtos e procedimentos que atuam em diferentes aspectos da condição, visando maximizar os resultados e minimizar os efeitos indesejáveis. Essa abordagem leva em consideração a complexidade do melasma, que envolve um distúrbio na produção e distribuição da melanina na pele. Um dos principais componentes da terapia combinada para o melasma são os agentes despigmentantes, que agem inibindo a produção de melanina ou acelerando a sua remoção. Esses agentes podem incluir hidroquinona, ácido kójico, ácido azeláico, ácido fítico, entre outros.

Além dos agentes despigmentantes, outros produtos podem ser incluídos na terapia combinada, como os antioxidantes, que ajudam a prevenir e reparar danos causados pelos radicais livres na pele. Exemplos de antioxidantes incluem a vitamina C, a vitamina E e o ácido ferúlico. Procedimentos dermatológicos também podem ser utilizados em conjunto com os produtos tópicos na terapia combinada do melasma. Esses procedimentos incluem peelings químicos, laser, microagulhamento e terapias de luz. Esses tratamentos ajudam a remover as camadas super ciais da pele afetada, estimulando a renovação celular e a produção de colágeno, além de facilitar a penetração dos agentes despigmentantes.

O estudo permitiu o conhecimento dos principais tratamentos desenvolvidos ao longo dos últimos dez anos para o melasma, facilitando assim a compreensão desses agentes, seus benefícios a curto e longo prazo, oportunizando aos pro ssionais especializados a indicar o melhor tratamento de acordo com as características particulares de cada paciente e caso.

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