Trabalho de Conclusão do Curso de Fisioterapia, Uninassau, para obtenção do título de Fisioterapeuta.
Orientador: Prof. Francisco Carlos Santos Cerqueira.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho em especial a Deus, aos meus pais e irmãos, que foram suporte nas horas mais precisas e decisivas nessa longa jornada acadêmica, e todos aqueles que tornaram isso possível. OBRIGADO.
AGRADECIMENTO
Agradeço primeiramente à Deus por ter me dado forças, coragem e inteligência para concluir a primeira etapa da minha profissão.Estendo meus agradecimentos também aos meus irmãos Ed e Angelice. As pessoas da minha nova familia, Tia Juliette, Tio Cristovão e as minhas primas Camila e Paula, que sempre me deram apoio.
Em especial aos meus pais Cleudo Jorge e Maria Alice que me incentivarão a cada momento e não permitiram que eu desistisse. Foram eles juntamente com meus colegas e aos docentes, que foram as pessoas que orientaram-me e incentivaram nas horas difíceis no decorrer do Curso de Fisioterapia.Quero aqui também agradecer a Prof. Carlos Cequeira por sua paciência e conhecimento para realização deste trabalho, ao meu muito obrigada!
RESUMO
O presente trabalho teve como base a busca por informações acerca dos da fisioterapia pélvica no tratamento de mulheres com dor gênito-pélvica/penetração. Sendo assim, esta procurou identificar as principais práticas aplicadas atualmente no tratamento de mulheres que apresentam disfunções sexuais, mais especificamente, relacionadas ao quadro do vaginismo e da dispareunia. Para isso, foram reunidas no referencial teórico as diretrizes e os conceitos associados ao problema estudado. Tendo fundamento em fontes relevantes, com a finalidade de identificar como estas contemplam aspectos sobre os principais recursos da fisioterapia pélvica no tratamento de mulheres, facilitando a diversidade de condutas tomadas pela equipe de fisioterapia para o alívio das dores decorrentes das disfunções sexuais. Neste sentido, ao longo da pesquisa foram destacadas as principais técnicas que viabilizam o processo de melhoria dos quesitos ligados à oferta dos serviços na área de fisioterapia pélvica e a identificação de quais os principais cuidados que favoreçam o alívio da dor e dos desconfortos relatados pelas pacientes.
Palavras-chaves: Fisioterapia, Vaginismo, Dispareunia.
ABSTRACT
The present study was based on the search for information about pelvic physiotherapy in the treatment of women with pelvic pain / penetration. Therefore, it sought to identify the main practices currently applied in the treatment of women who have sexual dysfunctions, more specifically, related to the condition of vaginismus and dyspareunia. For this, the guidelines and concepts associated with the studied problem were gathered in the theoretical framework. Based on relevant sources, in order to identify how they contemplate aspects of the main resources of pelvic physiotherapy in the treatment of women, facilitating the diversity of behaviors taken by the physiotherapy team for the relief of pain resulting from sexual dysfunctions. In this sense, throughout the research, techniques were highlighted that facilitate the process of improving the issues related to the provision of services in the area of pelvic physiotherapy and the identification of which are the main cares that favor the relief of pain and discomfort reported by patients.
Keywords: Physiotherapy, Vaginismus, Dyspareunia.
1. INTRODUÇÃO
As disfunções pélvicas constituem um problema que atinge diretamente a qualidade de vida de diversas mulheres. Dentre elas destacam-se, o vaginismo e a dispareunia, como as mais relevantes manifestações indesejadas que são observadas com maior frequência. Acrescenta-se que atualmente o termo mais correto de ser utilizado para definir essas duas disfunções pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), como Transtorno de Dor Gênito-Pélvica/Penetração (DGPP), em que estão unidos a dispareunia e o vaginismo. Considerando que os dois englobam os seguintes sintomas: dor gênito-pélvica, dificuldade à penetração vaginal, medo associado à penetração vaginal, tensão da musculatura do assoalho pélvico à tentativa de penetração. (American Psychiatric Association, 2014)
Atualmente a incidência destes problemas afeta muitas mulheres ainda não diagnosticadas, pois muitas vezes essas não procuram atendimento seja por fatores psicossociais, orgânicos ou por falta de apoio de seus parceiros.
Em contraponto, as que se mobilizam e procuram ajuda de profissionais, têm encontrado poucas opções de tratamento, afetando diretamente o inicio e a continuidade do tratamento. Com isso, os profissionais de fisioterapia começam a se destacar como uma nova alternativa no tratamento de mulheres com dor pélvica/penetração.
Neste contexto, as complicações acontecem nos músculos perineais próximos ao ânus na musculatura pélvica feminina, que se sucede da sínfise púbica até ao cóccix, com estruturas importantes envolvendo a uretra a vagina e o ânus. Formado pelos ossos da pelve, sacro, púbis, ílio, cóccix e ísquio, tendo como principais músculos, levantador do ânus, bulbouretral, bulbococcigel, piriforme, iliococcígeo e coccígeo. (HENSCHER, 2007; DRAKE et al. 2005)
Assim vaginismo está relacionado a uma contração dos músculos em que é relatada e verificada em diversos casos e que implica as relações sexuais, no momento em que se busca realizar o ato da penetração vaginal, o mesmo problema pode ser observado na antecipação da introdução vaginal. Visto que a sua frequência e intensidade podem ter como decorrência clínicas diversas complicações causadoras de dores e desconfortos.
O mesmo com a dispareunia, que atualmente também classificada dentro dos transtornos de dor gênito pélvica com e sem penetração, com sintoma principal a dor ou desconforto que pode ocorrer não apenas no momento do coito, mas também durante as atividades preliminares, no período do orgasmo, podendo ou não incapacitar as relações e persistir por tempo prolongado. Também é importante ressaltar que segundo alguns autores diferenciar a dispareunia do vaginismo é difícil. (BARACHO, 2018)
Diante disso a importância de se estudar os principais recursos da fisioterapia pélvica tem grande relevância em nossa atualidade pelo fato de que ainda são escassos os estudos sobre o tema. Com isso o estudo irá fornecer melhor compreensão do tema relacionado á sexualidade e a dor genito pélvica/penetração, observações e conscientização sobre os músculos da pelve, uma vez que muitas mulheres desconhecem o próprio corpo, no qual será possível explorar o tratamento e os principais recursos da fisioterapia adequados para essa patologia.
Visto que com o passar do tempo diversos procedimentos foram desenvolvidos com a finalidade de reduzir as dores apresentadas e facilitar o tratamento das mulheres com dor gênito-pélvica/penetração praticas essas que são aplicadas pelos profissionais de fisioterapia, visando à melhoria da qualidade de vida das pacientes. Entre elas, incluem-se os recursos como terapia manual, eletroestimulação, cinesioterapia, dilatadores vaginais, orientações fisioterapêuticas visando o relaxamento da região e a conscientização. Outro ponto importante é a terapia sexual que pode ser realizada de forma individual ou até mesmo em casal.
Assim o estudo sobre os principais recursos da fisioterapia pélvica no tratamento da dor genito-pélvica/penetração, pode ser idealizado para alcançar conhecimento e aprendizagem, assim a pesquisa será explicativa, qualitativa, baseada em livros, artigos de revistas, a partir das leituras e analises relacionados ao tema.
Desta forma, é de fundamental interesse compreender os recursos da fisioterapia pélvica e como ela auxilia nesses tratamentos. Para isso conceituar o transtorno dor gênito-pélvica/penetração é de grande relevância, junto com a apresentação de métodos e técnicas fisioterápicas atuais adequadas para o tratamento dessas patologias e expor os benefícios da Fisioterapia Pélvica tanto para saúde sexual quanto para o bem está psicossocial das mulheres, junto com analises, dircurssões e resultados.
Assim sendo verifica-se a significância de estar adquirindo informações que possibilitem os cuidados das mulheres que enfrentam esse tipo de problema, visando o desenvolvimento de práticas direcionadas ao aprimoramento dos cuidados fisioterapêuticos, uma vez que os serviços são destinados a pacientes que tanto necessitam de cuidados.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 DOR GÊNITO PÉLVICA/PENETRAÇÃO
As disfunções sexuais femininas são fatores que implicam na qualidade de vida da mulher, pois as mesmas afetam seu meio social, psicológico e muitas até o distanciamento de seus parceiros. Dentre essas disfunções estão o transtorno da dor genito pélvica/penetração, ou seja que engloba a dispareunia e o vaginismo no qual as duas estão relacionadas, pois as mesmas provocam dor.
A resposta sexual que compõe o ciclo normal da mulher é contemplada por uma interação complexa de fatores que envolvem aspectos psicológicos, fisiológicos (hormonais, musculares, neurológicos e vasculares). A primeira fase da resposta sexual é a do desejo, seguido por quatro etapas que completam o processo, sendo eles a excitação, platô, orgasmo e resolução. Conforme observado, a resposta sexual é estabelecida pela interação dos fatores fisiológicos e psicológicos que definem o ciclo sexual da mulher. Assim, interrupção anormal de uma das fases de resposta sexual é definida como disfunção sexual. (MARQUES, et al. 2012)
As complicações observadas em qualquer uma das fases relacionadas à resposta sexual podem ocasionar o surgimento de disfunções sexuais. O termo disfunção sexual diz respeito a uma grande variedade de condições clínicas das pacientes que necessitam de tratamento incluindo a abordagem fisioterapeutica das complicações ocasionadas por problemas pélvicos, destacando-se o desejo sexual hipoativo, diminuição da frequência dos intercursos sexuais, transtorno de excitação sexual e transtorno da dor gênito-pélvica/penetração, como é o caso da dispareunia e do vaginismo que se unirão.
A dispareunia e o vaginismo são disfunções com características similares, o que contribuiu para sua classificação para transtorno da dor pélvica/penetração, apesar de vaginismo e dispareunia serem os principais problemas apontados pelas pacientes, atualmente o enfoque científico busca procurar respostas a todas as complicações que podem gerar dores sexuais, como a vulvodínia e vestibulodínia, condições tanto quanto ou até mais funcionalmente limitantes.
Em concordância mostrada e redigida por Araujo e Lotufo Neto (2014, p. 78) “Os diagnósticos de Vaginismo e Dispareunia do DSM-IV-TR foram somados para dar origem ao Transtorno de Dor Gênito-Pélvica/Penetração, especialmente porque era muito frequente que os dois transtornos se apresentassem como condições comórbidas.[…]”
Tanto a dispareunia quanto o vaginismo, que normalmente acontecem em um mesmo cenário clinico, são geralmente definidos por achados físicos como assoalho pélvico hiperativo, condição que, por ocasionar diversas dores na mulher, que exige intervenção fisioterapêutica.
Assim sendo a disfunção pélvica da dispareunia pode ser classificada em primária e secundária. A primária é definida quando a mulher não é capaz de se relacionar sexualmente devido às dores indesejadas; a disfunção secundária é verificada quando a mulher até consegue ser ativa sexualmente em alguns momentos, porém não mais possui a habilidade de mantê-las, pois muitas vezes surgem fortes dores e desconfortos (BESSA, 2013).
Sua ocorrência ainda não é totalmente conhecida pela literatura, porém diversos autores apontam para o vaginismo a ansiedade antes da relação sexual, que pode está relacionado a essa disfunção. Os fatores psicológicos e sociais estão normalmente ligados à falta de informação e educação sexual, aspectos religiosos e a vivências sexuais traumáticas. Dentre outras causas físicas que podem influenciar para a decorrência desta disfunção, destacam-se as anormalidades do hímen, atrofia da musculatura vaginal, endometriose, infecção pélvica, lesões na região da vagina, anormalidades, dentre outra que afetam a qualidade de vida das pacientes.
Com base no exposto, entender as necessidades das pacientes que necessitam do tratamento fisioterapêutico não é uma forma de promoção institucional, mas o dever de um profissional que busca realizar o atendimento da melhor forma possível. Conhecer melhor a realidade de cada mulher torna-se essencial para um enfoque de melhoria que leva em consideração não apenas os fatores técnicos e científicos, mas também os aspectos humanos e relacionais.
2.2. RECURSOS DA FISIOTERAPIA PÉLVICA
A fisioterapia pélvica atualmente é um dos principais meios que faz parte da equipe em que contribui para o tratamento da dor gênito pélvica/penetração. A intervenção adequada e o acompanhamento correto para essas disfunções requerem atenção tanto na fisioterapia como em outras especialidades para que assim unidas tracem o melhor tratamento. Diversos tratamentos obtiveram sucesso para o tratamento da dor sexual por meio da fisioterapia pélvica, a partir de técnicas inovadoras, educação, terapia manual intravaginal e dilatadores.(FERREIRA, 2011)
Tendo em vista a grande incidência das disfunções sexuais no cenário atual e a relevância do tratamento, os fisioterapeutas devem levar em consideração fatores éticos e sociais em relação às disfunções sexuais e os aspectos psíquicos de cada paciente. Assim, o tratamento precisa ser em conjunto a equipe e aplicado com uma abordagem multidisciplinar junto aos profissionais da área como o psicólogo ou psicoterapeuta, ginecologistas. A equipe deve também reconhecer os problemas que causam as dores e estimular uma atitude de auto-observação por parte das mulheres a fim de facilitar o processo de tratamento.
Para Baracho(2018, p.658) “os aspectos psíquicos devem ser abordados pelo psiquiatra e pelo psicoterapeuta, por outro, os aspectos essencialmente físicos do tratamento podem ser mais bem conduzidos pelo fisioterapeuta e por medicação adequada indicada por médicos de diferentes especialidades.”
Neste sentido, a presente pesquisa busca formar um conjunto sólido de teorias relacionadas aos principais recursos da fisioterapia pélvica no tratamento da dor gênito pélvica/penetração, reunindo informações e apresentadas ferramentas da área de fisioterapia pélvica, utilizadas em pacientes com essas disfunções sexuais que viabilizem a melhoria da qualidade de vida dessas mulheres, em que vale ressaltar que o tratamento é feito de forma invidualizada com uma avaliação minuciosa que é extremamente necessária nesse cenário clinico, em que se observa que a fisioterapia constitui uma opção viável e relevante, juntamente com a equipe pode auxiliar no restabelecimento de uma vida sexual saudável das mulheres afetadas.
2.2.1 CINESIOTERAPIA
A cinesioterapia entra como um dos meios para o tratamento dessas disfunções, com exercício de contração perineal, conscientização da musculatura pélvica, exercícios respiratórios, alongamentos com objetivo de compor o relaxamento muscular eganho de força. Em que também é importante destacar os exercícios de Kegel,pois são empregados com a finalidade de obter um maior controle sobre os músculos que compõem a região pélvica,que sãovariantes da cinesioterapia, que consistem em tarefas voluntárias de contração e relaxamento da musculatura impactada pelas complicações das disfunções sexuais, além de aumentam a disponibilidade para a relação sexual e a satisfação com a execução
Conforme Bianco e Braz (2004 apud TOMEN et al. 2015) os exercícios como a contração voluntária do assoalho pélvico conduzem a uma melhor percepção da consciência corporal da região. A contração pode ser confusa, porém por meio da representação simples da anatomia feminina e uma breve explicação sobre a região a paciente consegue compreender sobre o seu corpo e o seu funcionamento, em que é importante, pois ainda muitas mulheres desconhecem o próprio corpo, com isso pode ser alcançado um bom resultado.
A vista dissoótimos resultados são alcançados pela aplicação da cinesioterapia que envolve a completa compreensão por parte da mulher em como realizar os exercícios. A execução dessa prática de forma supervisionada que pode ser feita em combinação à respiração abdominal e a outras atividades executadas pelas mulheres sendo orientadas pelo fisioterapeuta. (DELGADO, 2014)
Com isso a cinesioterapia pélvica é grandemente significativo para conscientização da musculatura dessa região, além de não ser um método tão invasivo auxilia na propriocepção no conhecimento sobre o corpo, na melhora na qualidade de vida e no desempenho sexual.
2.2.2 ELETROESTIMULAÇÃO
Sobre o tratamento realizado com a eletroestimulação utilizado com correntes de baixa intensidade para estimulo da contração dos músculos, tendo em vista que é normal que muitas não consigam contrair a musculatura pélvica, por manter paralisadas essa região ou não saber a existência dos músculos, a eletroestimulação estimula a propriocepção na contração dos músculos incentivando a mulher contrair a musculatura correta.
A eletroestimulação é realizada através da introdução intravaginal de um dispositivo com o tamanho aproximado de 7 cm de comprimento e 2,5cm de diâmetro com frequência de 10 e 50hz, que proporciona estímulos potentes elétricos na área pudenda. A eletroestimulação possui resultados satisfatórios na conscientização e reforços dos músculos do assoalho pélvico, para isso a corrente elétrica deve ser ajusta da por um fisioterapeuta em um nível que seja sentido e confortável para mulher, sendo suficiente a compreensão da contração durante a estimulação na região. (DE SOUZA ANTONIOLI & SIMÕES, 2010)
Para auxilio de bons resultados é de fundamental importância que durante o tratamento sejam associados o biofeedeback, que consiste na aplicação de eletrodos acoplados na musculatura do assoalho pélvico e musculatura sinergista como glúteo máximo, adutores e abdominais,através de orientações e comandos verbais do fisioterapeuta. É um método que por meio do Sistema Nervoso Central reeduca e tem efeito modulatório mediante da utilização de um retorno externo pelo estimulo dado como meio de aprendizado. O objetivo do uso do biofeedback é de auxiliar as pacientes a estimular e criar maior percepção e controle voluntário dos músculos do assoalho pélvico. E possui segurança a participação e contribuição e aquisição rápida e precisa da paciente na sua reeducação. (DELGADO, 2014)
2.2.3 TERAPIA MANUAL
A terapia manual também é um dos recursos da fisioterapia relevantes nos casos da dor gênitopélvica/penetração. Para Baracho (2018), é indicado os exercícios de dessensibilização nos casos de vaginismo e dispareunia, após a avaliação na área em que são identificados pontos gatilho com isso por meio de manobras miofasciais, como digitopressão de 60 a 90 segundos ou até sentir liberado, e ou deslizamento com massagens perineais para que sejam liberados esses pontos gatilhos para o realizar relaxamento dos músculos do assoalho pélvico para facilitar a penetração.
Os métodos manuais são recomendados no vaginismo, com a finalidade de desativar os pontos gatilhos, mas não devem ser a primeira opção de tratamento antes disso é realizar uma avaliação completa, pois muitas mulheres que possuem essa disfunção mencionam muita dor ao toque. O recomendado para a terapia manual seria realizá-lo após outro procedimento, para que com isso seja satisfatório o alcance do alívio da dor e a retirada de tensão muscular. (TOMEN et. al., 2018)
Com isso a terapia manual auxilia no relaxamento dessa musculatura medindo o nível de dor as pacientes pelo toque, para isso a avaliação é indispensável nesse cenário clinico, pois através disso com o tratamento correto se tem bons resultados para melhora das relações sexuais e a qualidade de vida.
2.2.4 DILATADOR VAGINAL
Os dilatadores vaginais são utilizados no tratamento da dor genito pélvica/penetração, especificamente em mulheres com vaginismo, possuem diferentes tamanhos e diferentes formas, com isso as pacientes são orientadas pelo profissional da área a adquirir um kit de dilatadores vaginais de silicone, encontrado em lojas físicas ou virtuais e são instruídas pelo fisioterapeuta a realizar os exercícios no ambiente domiciliar no mínimotrês vezes por semana, com o apoio de seu parceiro, iniciando duas vezes pela paciente sozinha e uma vez pelo parceiro, preferencialmente. Os dilatadores possuem diversos tamanhos com diferentes diâmetros, ajudam a superar a ansiedade da penetração, promovendo a consciência para facilitar a abertura vaginal e o relaxamento muscular. (ROSENBAUM, 2006)
Os dilatadores vaginais auxiliam o relaxamento muscular, na conscientização dos músculos da região pélvica e estimulação da atividade dos mesmos, que devem possuem instrumentos de diferentes tamanhos e são aplicados juntamente com o lubrificante, proporcionando à paciente uma conscientização da musculatura e do relaxamento. Em que podemos considerar que a paciente alcança “melhora do quadro, diminuindo a sensibilidade à penetração e favorecendo a percepção da musculatura da pélvis pela mulher, o que lhe possibilita o seu controle e relaxamento.” (PINHEIRO, 2009)
A utilização dos dilatadores vaginais oferece resultados satisfatórios, pois trabalhar a musculatura em conjunto com essa ferramenta proporciona a melhoria do processo de fisioterapia, sendo capaz de recuperar os músculos envolvidos e promover estímulos positivos na região tratada.
2.2.5 ORIENTAÇÕES FISIOTERAPÊUTICAS
Em acompanhamento ao tratamento fisioterapeutico, os exercícios domiciliares é uma parte fundamental do tratamento, os fisioterapeutas responsáveis devem desenvolver programas de acompanhamento domiciliar e orientação de exercícios com uma rotina que se encaixe a vida da paciente e que seja frequente na manutenção das práticas de recuperação.
Dessa forma, as atividades só devem ser orientadas e realizadas após a adequada conscientização dos músculos da região pélvica. Estes exercícios deverão atender e respeitar diversos critérios, como o número de repetições, o intervalo entre cada prática e a associação adequada com o processo de respiração e relaxamento podendo até ser acompanhado de seus parceiros como no caso dos dilatadores vaginais, porém sempre respeitando o limite de dor da paciente.
É importante orientar os pacientes para que estes busquem conhecimento da musculatura pélvica e o autoconhecimento do próprio corpo e das suas limitações em cada exercício que se deve trabalhar em no espaço domiciliar, pois se realizado de forma adequada possui a capacidade de contribuir de forma positiva para o processo de recuperação das pacientes.
2.3 ANÁLISE, DISCUSSÃO e RESULTADOS
2.3.1 ANÁLISE
Ao analisar os dados pesquisados, verificou-se que a dor genitopelvica/penetração, ou seja, o vaginismo e a dispareunia é uma dor que ocorre na região pélvica, nos músculos perineais proximo ao anûs, podendo ocasionar a contração dos músculos nesta região sendo capaz de progredir para dor intensa afetando suas relações sexuais e sua qualidade de vida. A causa, em alguns casos, pode ser por fatores traumáticos, psicossocias, orgânicos.
A partir disso, podemos analisar que o estudo tem grande relevância para os estudos dos principais recursos da Fisioterapia pélvica na dor Gênito pélvica/penetração, é grande importância para as pacientes que sofrem com essa patologia e para os profissionais. Para isso os recursos da fisioterapia pélvica tornam um dos meios principais para o tratamento, contando com recursos como a terapia manual, eletroestimulação, cinesioterapia, e orientações fisioterapêuticas, que são de suma para o retorno da melhor qualidade de vida e saúde sexual.
Assim sendo, o presente estudo teve como intenção evidenciar a doença, o efeito e a eficácia da fisioterapia pélvica para estas disfunções e apresentar a importância da intervenção para essas disfunções que requer atenção tanto na fisioterapia como em outras especialidades.
2.3.2 DISCUSSÃO
Por meio das informações obtidas, notou-se que os fatores estudados estão diretamente relacionados, que as disfunções sexuais impactam de forma negativa a vida sexual das mulheres que apresentam este quadro clínico, em que com isso podemos concluir que o estudo tem grande relevância para os profissionais e para mulheres que procuram entender a patologia, além de expor os principais recursos da fisioterapia pélvica e que os profissionais estão aptos para desenvolver um tratamento adequado e um bom retorno para a vida saudável de diversas mulheres.
Diante disso conhecer a importância de iniciar o tratamento junto a equipe multidisciplinar e estabelecer um tratamento adequado para mais cedo ter uma eficácia terapêutica é extremamente relevante, pois ainda existe muitas mulheres que desconhecem o tratamento e convivem com essa dor, para isso a reabilitação fisioterapêutica pode ser útil a fim de auxiliar essas mulheres na redução das dores observadas.
2.3.3 RESULTADOS
De acordo com o estudo observa-se que a fisioterapia pélvica junto com os principais recursos utilizados no tratamento de mulheres com transtorno da dor gênito pélvica/penetração apresenta bons resultados, como melhora da qualidade de vida e satisfação sexual, além da melhora da autoestima da mulher, promovendo o relaxamento da musculatura, o alivio da dor e a conscientização e o entendimento da musculatura pélvica
Desta forma, os resultados com base nos principais recursos para o tratamento indicaram que a fisioterapia pode ser uma intervenção promissora na recuperação das mulheres que possuem desconfortos e complicações durante as relações sexuais, sendo que para cada situação, dependendo da gravidade da patologia há um recurso cabível, ainda que necessite ser medicamentoso, com isso o apoio de seus parceiros é fundamental para melhores resultados e bom retorno as relações sexuais, melhorando autoestima, a vida saudável e o bem estar.
3. CONCLUSÃO
O estudo se baseou nos principais conceitos relacionados aos principais recursos da fisioterapia pélvica no tratamento de mulheres com transtorno da dor gênitopélvica/penetração, especificamente a dispareunia e o vaginismo. Dessa forma, realizou-se uma análise com a finalidade de coletar informações e conceitos relevantes sobre o assunto, visando identificar alternativas de tratamento e expor as técnicas de fisioterapia pélvica empregadas no alívio das dores decorrentes das disfunções sexuais.
Buscou-se identificar a influência das variáveis associadas aos fatores psicológicos, sociais e orgânicos no quadro das mulheres que apresentam vaginismo e dispareunia. Logo, expôs o conceito das disfunções sexuais e da dor gênito pélvica/penetração, evidenciando o aprimoramento dos recursos da fisioterapia pélvica que torna-se essencial na busca pela melhoria da qualidade de vida destas mulheres.
A partir disso, a fisioterapia surge como novas perspectivas no tratamento dessas disfunções junto com a equipe multidisciplinar, ainda que possuam poucos estudos relacionados, entender a realidade daqueles que necessitam dos profissionais de fisioterapia e os principais recursos utilizados no tratamento da dor gênitopélvica/penetração, é grandemente significativo. Com isso, este estudo procurou reunir um conjunto sólido de práticas sobre a fisioterapia pélvica e a sua relação para o benéfico dessas mulheres que convivem com a dor, tendo em vista a eficácia do tratamento e que estes elementos são fundamentais para um enfoque de melhoria que leva em consideração não apenas os fatores técnicos, mas também os aspectos humanos e relacionais.
Sendo assim, todos os profissionais envolvidos com a prestação dos serviços de fisioterapia pélvica devem priorizar a avaliação por grau de significância e os pontos críticos durante o processo recuperação das pacientes que sofrem com vaginismo e dispareunia.
No campo da fisioterapia pélvica, a busca pela melhoria do tratamento toma proporções ainda mais importantes, devido às dores intensas observadas pelas mulheres. Neste sentido, o quadro de sofrimento pode ser reduzido drasticamente com os devidos cuidados.
Neste sentido, torna-se importante a busca pela melhoria dos cuidados no tratamento de mulheres com dor genito pélvica/penetração. Assim, os profissionais de fisioterapia precisam buscar técnicas reconhecidas na literatura, viabilizando a identificação das disfunções pélvicas que se tratadas de forma adequada, podem gerar inúmeros benefícios a essas mulheres.
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