PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES ORAIS ASSOCIADAS AO HPV E HIV

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202507101027


Mariana Vieira Gomes da Silva; Emanuelle Figueira Vasconcelos; Thiago Costa de Oliveira Galiza; Prof. Me. Ana Maria Peixoto Guimarães de Araujo; Prof. Dra. Sucena Matuk Long; Prof. Dra. Kelly Cristine Tarquinio Marinho; Prof. Dr. Elcio Magdalena Giovani; Prof. Dr. Alexandre Luiz Affonso Fonseca


RESUMO 

As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) são causadas por diferentes  microrganismos e transmitidas através de relações sexuais sem uso de preservativos,  transfusões sanguíneas ou pelo uso de agulhas onde há contato com fluidos corporais  contaminados, além da possibilidade de transmissão vertical. Neste trabalho são  revisadas as principais manifestações orais associadas a infecções pelo Vírus do  Papiloma Humano (HPV), Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e progressão à  Síndrome da Imunodeficiência Humana (AIDS). Essas infecções ainda apresentam  um cenário significativo de incidência e afetam pessoas ao redor do mundo a todo  momento e podem apresentar manifestações orais diversas. Em alguns casos  representam o primeiro sinal da infecção, reforçando a importância de estudos  voltados à identificação destas lesões. Para tanto, são apresentados os  microrganismos responsáveis pela transmissão, os métodos de diagnóstico, a forma  de evolução, o tratamento adequado e as possíveis complicações, destacando as  características clínicas das manifestações orais. 

Palavras chaves: Infecções sexualmente transmissíveis; Manifestações orais; HIV;  HPV.

ABSTRACT 

Sexually transmitted infections (STIs) are caused by different microorganisms and are  transmitted through unprotected sexual intercourse, blood transfusions or  contaminated needles involving contact with infected body fluids, as well as the  possibility of vertical transmission. This paper reviews the main oral manifestations  associated with infections such as: Human Papillomavirus (HPV), Human  Immunodeficiency Virus (HIV) and its progression to the Acquired Immunodeficiency  Syndrome (AIDS). These infections still show significant incidence worldwide and can  present a wide range of oral manifestations. In some cases, may represent the first  sign of infection, underscoring the importance of research focused on these lesions.  Therefore, the study presents the microorganisms responsible for transmission,  diagnostic methods, disease progression, appropriate treatment, and potential  complications, highlighting the clinical characteristics of oral manifestations. 

Keywords: Sexually transmitted infections; Oral manifestations; HIV; HPV.

1. INTRODUÇÃO 

As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) estão entre as condições  transmissíveis mais comuns e afetam a saúde e a vida das pessoas no mundo  todo e são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. Elas são  transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem  o uso de camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja  infectada. A transmissão de uma IST pode acontecer, ainda, da mãe para a  criança durante a gestação, o parto ou a amamentação. De maneira menos  comum, as ISTs também podem ser transmitidas por meio não sexual, pelo  contato de mucosas ou pele não íntegra com secreções corporais contaminadas,  assim como por meio de transfusão sanguínea e compartilhamento de seringas  contaminadas (WHO, 2024; Brasil, 2024; Beraldo et al., 2020). 

Entre as infecções com manifestações orais mais prevalentes, que serão  destacadas neste estudo, incluem-se as lesões associadas ao Vírus do  Papiloma Humano (HPV), Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e sua  progressão à Síndrome da Imunodeficiência Humana (AIDS). 

Conforme o Boletim Epidemiológico de HIV e AIDS de 2023, foram  diagnosticados 36.753 casos de AIDS, no Brasil, em 2022, equivalente a taxa de  detecção de 16,6/ 100 mil habitantes. Houve redução nesta taxa de detecção em  comparação ao ano de 2012, exceto em indivíduos do sexo masculino de 25 a  29 anos. Em relação ao HIV foram diagnosticados 43.403 casos no ano de 2022  (Brasil, 2023). 

De acordo com dados do UNAIDS de 2023, 39,9 milhões [36,1 milhões–44,6  milhões] de pessoas viviam com HIV em todo o mundo. Estima-se que 30,7  milhões [27,0 milhões–31,9 milhões] de pessoas vivendo com HIV estavam em  tratamento, e quase três quartos (72% [65–80%]) (78% [70–87%] das mulheres  e 67% [60–75%] dos homens com HIV) apresentavam carga viral suprimida  (UNAIDS, 2024). 

No que diz respeito ao HPV, as doenças causadas por este grupo de vírus  são consideradas as ISTs mais prevalentes no mundo. Este possui  transmissibilidade superior à das infecções pelo herpes genital e HIV, apresentando prevalência de infeção maior em mulheres com menos de 30 anos  de idade, sendo o risco geral para infecção de 15% a 25% a cada nova parceria  sexual (Carvalho et al., 2021; Silva et al., 2016). 

O desenvolvimento de lesões na mucosa oral associadas a estas infecções  são comuns, e em alguns casos, os primeiros sinais de manifestação da  infecção. Nessa perspectiva, conhecer estas manifestações orais é  imprescindível para o cirurgião-dentista e determinante para o paciente, já que  muitas vezes o diagnóstico da doença poderá acontecer desse reconhecimento  por parte do odontólogo sobre as condições apresentadas (Beraldo et al., 2020). 

Com todo o exposto é que se faz necessário a realização de um trabalho que  ressalta a importância de estudos relacionados às principais manifestações orais  de ISTs.

2. OBJETIVO 

Este estudo tem por objetivo explorar as manifestações orais associadas às infecções por HPV e HIV ressaltando suas características para a identificação  de sinais clínicos presentes na mucosa oral. Desta forma, busca-se contribuir  para o diagnóstico precoce e melhorar o prognóstico de pacientes que apresentam  estas condições.

3. REVISÃO DE LITERATURA 

3.1 Papilomavírus Humano (HPV) 

O papilomavírus humano (HPV) compreende um grande grupo de vírus de  DNA de fita dupla pertencentes à família Papillomaviridae. O HPV exibe um  tropismo pelo epitélio pavimentoso, podendo infectar também pele ou mucosa,  com mais de 100 subtipos identificados. Os subtipos de HPV são designados  como “alto risco” ou “baixo risco” em relação ao seu potencial oncogênico. Os  subtipos de baixo risco, principalmente 6 e 11, são encontrados na cavidade  bucal e podem causar lesões epiteliais benignas nessa mucosa; os subtipos de  alto risco, principalmente 16 e 18, são considerados indicativos de câncer genital  feminino (cervical) e, atualmente, estão sendo implicados na gênese do  carcinoma espinocelular bucal (Marcucci, 2020; Neville et al., 2016). 

Tabela 1- Tipos de Papilomavírus Humano por lesão selecionada

Fonte: Neville et al., 2016.

De uma forma geral, a transmissão se dá através da relação sexual. Também  pode ser transmitido por contato direto, autoinoculação e, inclusive, transmissão  via placenta ou leite materno. A infecção por HPV ocorre em decorrência de  abrasões ou microlacerações da pele e mucosa desenvolvidas durante a relação  sexual, possibilitando a passagem do vírus às células indiferenciadas da camada  basal do epitélio (Silva et al., 2016).

A sua manifestação oral pode ser por autoinoculação ou pelo contato  orosexual. As manifestações orais associadas ao HPV são: papiloma, condiloma  acuminado, verruga vulgar e hiperplasia epitelial focal, havendo, ainda, a  associação a quadros de leucoplasia, líquen plano e carcinoma com presença  de alguns subtipos do HPV, porém sua etiologia não está clara (Carvalho;  Ferreira, 2019; Silva et al., 2016). 

O período de incubação pode variar de 3 a 18 meses, e a persistência da  lesão pode ser mantida por semanas, meses ou anos. Os fatores associados à persistência da infecção oral incluem sistema imune debilitado, idade avançada,  tabagismo, presença de verrugas nas mãos e sexo oral (Neville et al., 2016; Silva  et al., 2016). 

O diagnóstico é dado pelas características clínicas da lesão e confirmado  pela biópsia, com a identificação do tipo de HPV pelas técnicas de biologia  molecular (captura híbrida e PCR) (Silva et al., 2016; Castro et al., 2004). 

Existem vários tratamentos para o HPV, podendo ser químicos com agentes  cáusticos que promovem a destruição do tecido ou físicos com a remoção  cirúrgica (Beraldo et al., 2020). 

3.1.1 Papiloma Escamoso 

É uma neoplasia benigna comum na cavidade oral originária do epitélio  superficial. Apresenta-se como lesão exofítica, normalmente pediculado,  assintomático, com numerosas projeções filiformes na superfície. A lesão pode  ser branca, ligeiramente vermelha ou com coloração normal, dependendo da  quantidade de queratinização da superfície epitelial (Marcucci, 2020; Silva et al.,  2016; Neville et al., 2016). 

O papiloma é normalmente solitário e aumenta rapidamente a um  tamanho máximo aproximado de 0,5 cm. Contudo, lesões tão grandes quanto  3,0 cm em seu maior diâmetro têm sido relatadas. É a lesão mais frequente e,  por isso, tem sido observado em diversas localizações anatômicas da cavidade  oral, com sítios de predileção que incluem palato, língua, comissura labial e  mucosa da bochecha (Marcucci, 2020; Silva et al., 2016; Neville et al., 2016).

Imagem 1- Papiloma Escamoso

Fonte: Neville et al., 2016.

O Subtipo HPV mais prevalente encontrado nos papilomas é o HPV 6,  seguido pelo HPV 11. O HPV 16 também tem sido detectado em alguns  papilomas orais (Silva et al., 2016). 

3.1.2 Condiloma Acuminado 

Proliferação induzida pelo vírus HPV em genitália. Pode ocorrer em  mucosa bucal pela prática do sexo oral e a autoinoculação de mucosa adjacente  é possível. Manifesta-se clinicamente como lesão superficial, única ou múltipla,  de crescimento exofítico, séssil, com aspecto papilar, de coloração rosa, que se  aglutinam em formato semelhante ao de uma couve-flor. Geralmente as lesões  são assintomáticas e algumas vezes regridem espontaneamente. A  manifestação em boca ocorre com maior frequência na mucosa labial, palato  mole e freio lingual (Marcucci, 2020; Neville et al., 2016; Silva et al., 2016). 

O condiloma tende a ser maior do que o papiloma e caracteristicamente  está agrupado com outros condilomas. O tamanho médio é de 1,0 a 1,5 cm, mas  lesões orais tão grandes quanto 3 cm têm sido reportadas (Neville et al., 2016).

Imagem 2- Condiloma Acuminado

Fonte: Neville et al., 2016.

O condiloma pode ser um indicador de abuso sexual quando  diagnosticado em crianças. Além disso, estudos da infecção em cavidade oral e  orofaringe de crianças têm sugerido que a transmissão vertical das mães com  infecção genital por HPV pode ocorrer no período perinatal ou in útero (Neville  et al., 2016). 

Os tipos de HPV mais detectados nas lesões de condiloma acuminado  são os de baixo risco, HPV 6 e HPV 11; contudo, a coinfecção com vários outros  tipos – incluindo os tipos de alto risco 16 e 18 é frequente. Condilomas  anogenitais infectados com HPV 16 ou 18 estão associados a um aumento de  risco de transformação para carcinoma epidermoide, mas tal transformação não  tem sido demonstrada em lesões orais (Neville et al., 2016; Silva et al., 2016). 

3.1.3 Verruga Vulgar

A verruga vulgar é uma hiperplasia benigna e focal do epitélio  pavimentoso estratificado induzida pelo HPV. O HPV tipo 2 está presente com  maior frequência, embora outros tipos de HPV possam ser encontrados também.  São pápulas em geral sésseis e elevadas, de consistência firme à palpação,  coloração variada (rosa, branca) e superfície verruciforme com projeções papilares. Quando acometem a mucosa bucal as lesões orais são quase sempre  brancas, são encontradas geralmente nos palatos duro e mole e na úvula e  lesões múltiplas ou agrupadas são comuns (Marcucci, 2020; Neville et al., 2016). 

Frequentemente, aumenta rapidamente até seu tamanho máximo (em  geral < 5 mm), e seu tamanho permanece constante por meses ou anos (Neville  et al., 2016; Silva et al., 2016). 

Imagem 3- Verruga Vulgar

Fonte: Neville et al., 2016.

A verruga vulgar é contagiosa e pode se espalhar para outras partes do  corpo, pele ou mucosa, por autoinoculação. Frequentemente se desenvolve na  mucosa oral, mas é extremamente comum na pele. Supõe-se que algumas  lesões orais ocorram depois de autoinoculação. São geralmente encontradas  nas crianças, mas podem ser vistas em qualquer faixa etária (Neville et al., 2016;  Silva et al., 2016). 

3.1.4 Hiperplasia Epitelial Focal 

A hiperplasia epitelial focal é uma proliferação de epitélio pavimentoso  primariamente atribuída aos HPV 13 e 32. A hiperplasia epitelial focal afeta  múltiplos membros de uma mesma família; esta tendência familiar pode estar  relacionada também à suscetibilidade genética ou transmissão do HPV entre os  membros da família. Recentemente, foi proposto que a transmissão familiar é  direta através de utensílios de uso comum, tais como talheres na alimentação  (Neville et al., 2016; Silva et al., 2016).

Os sítios mais comuns de envolvimento incluem as mucosas labial, jugal  e lingual, mas lesões gengivais, no palato, no assoalho e tonsilares também são  possíveis. Existem, no entanto, duas variantes clínicas maiores: a papulonodular  e a papilomatosa. A variante mais comum é a papulonodular, e caracteriza-se  por nódulos e pápulas róseas e de superfície lisa, com predileção pelas mucosas  jugal, labial e comissura bucal. A variante papilomatosa aparece como nódulos  com aparência pedregosa, rosa- pálido na língua e gengiva inserida. Em ambas  as variantes, as lesões individuais são pequenas (0,1 a 1,0 cm), discretas e bem  delimitadas (Neville et al., 2016). 

Imagem 4- Hiperplasia Epitelial Focal (Papulonodular)

Fonte: Neville et al., 2016.

Imagem 5- Hiperplasia Epitelial Focal (Papilomatosa)

Fonte: Neville et al., 2016.

3.2 Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) 

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é uma doença causada  pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), que é um retrovírus que se  reproduz no corpo humano nos linfócitos TCD4+ (que são os “maestros” do  sistema autoimune), e tem capacidade de incorporar seu DNA ao das células do  hospedeiro e replicar-se com o auxílio da enzima transcriptase reversa. Logo o  HIV promove uma infecção crônica dos linfócitos TCD4+, resultando em  imunossupressão do paciente e favorecendo infecções oportunistas, o que  acontece também na imunidade da mucosa bucal (Marcucci, 2020; Carvalho;  Ferreira, 2019). 

Nos indivíduos infectados, o vírus pode ser encontrado na maioria dos  fluidos corporais. O HIV é transmitido principalmente pelo contato sexual (cerca  de 70% dos casos), transmissão parenteral por sangue contaminado, tanto por  transfusão quanto por exposição acidental (puntura de agulhas contaminadas,  em ambiente profissional e ambulatorial), além da infecção de crianças por  transmissão perinatal (Marcucci, 2020; Neville et al., 2016). 

A transmissão do HIV por meio de fluidos orais é ainda controversa e foi  relatada apenas empiricamente. A saliva contém diversos fatores inibitórios anti HIV que parecem reduzir a habilidade do HIV de infectar suas células-alvo. No  entanto, a presença de erosões, ulcerações e lesões inflamatórias hemorrágicas  pode predispor um indivíduo à transmissão oral (Neville et al., 2016). 

Os estágios clínicos da infecção pelo HIV incluem uma fase aguda, uma  fase crônica (ou período de latência) e AIDS. Durante a fase aguda, o paciente  pode ser assintomático ou exibir uma síndrome retroviral aguda autolimitante.  Essa síndrome desenvolve-se dentro de um a seis semanas após a exposição,  em 50% a 70% dos pacientes infectados. Os sintomas lembram aqueles  observados na mononucleose infecciosa (linfadenopatia generalizada, faringite,  febre, erupção maculopapular, cefaleia, mialgia, artralgia, diarreia, fotofobia e  neuropatias periféricas). As alterações orais podem incluir eritema da mucosa e  ulcerações focais. Durante essa fase inicial, a infecção pelo HIV geralmente não  é considerada, nem investigada e os anticorpos contra o HIV ainda não são detectáveis. Mesmo assim, durante esse período, os pacientes apresentam altas  taxas de viremia e são extremamente infecciosos (Neville et al., 2016). 

Uma vez que a infecção está estabelecida, há o desenvolvimento de uma  resposta imune, diminuição da viremia e o paciente entra na fase de latência.  Em geral, a infecção pelo HIV caracteriza-se por longo período de latência antes  de se manifestar clinicamente como AIDS. Mais de 10 anos podem se passar  entre a aquisição do vírus e o desenvolvimento dessa síndrome. A maioria dos  pacientes é assintomática, mas alguns apresentam linfadenopatia generalizada  persistente (LGP). Em alguns casos, antes do desenvolvimento da AIDS, existe  um período de febre crônica, perda de peso, diarreia, candidíase oral, herpes zóster e/ou leucoplasia pilosa oral (LPO). Essa apresentação tem sido  denominada complexo relacionado à AIDS (CRA) (Marcucci, 2020; Neville et al.,  2016). 

Ao longo do tempo, o sistema imune falha no controle do vírus. Ocorre um  aumento acentuado da viremia e a contagem de células CD4+ cai, resultando no  desenvolvimento da AIDS. A apresentação da fase sintomática é variável e,  muitas vezes, é afetada pela exposição anterior da pessoa a diversas infecções  crônicas. Com frequência, os sinais e sintomas descritos anteriormente como  CRA estão presentes com um número aumentado de infecções oportunistas ou  processos neoplásicos. As infecções oportunistas normalmente acontecem com  contagem de CD4 abaixo das 200 células/mm’ (Marcucci, 2020; Neville et al.,  2016). 

O diagnóstico é confirmado pela detecção de anticorpos contra o HIV em  testes como o ELISA (enzyme-linked immunosor-bent assay) ou o Western blot,  considerando-se a sintomatologia presente, e complementado pela contagem de  linfócitos e toda a investigação necessária à avaliação do comprometimento de  órgãos vitais e da extensão de prováveis infecções oportunistas. Em relação ao  tratamento, este combate a replicação do HIV no organismo do hospedeiro,  prevenir e debela as infecções oportunistas instaladas (Marcucci, 2020). 

Os pacientes HIV positivos podem desenvolver lesões bucais como:  Candidíase, Doença Periodontal, Gengivite Ulcerativa Necrosante, Sarcoma de Kaposi, Leocoplasia Pilosa e Herpes Simples. Apresentam maior risco pacientes  com menor escolaridade, menor renda, maior consumo de cigarros,  dependência ao álcool, maior tempo de infecção pelo HIV e carga viral mais  elevada no momento do exame. Alguns pesquisadores dividiram as  manifestações associadas à infecção pelo HIV em três grupos, segundo o qual  os grupos I e II representam as lesões de ocorrência na região de cabeça e  pescoço, mais e menos frequentes respectivamente, já o grupo III abrange  lesões possivelmente associadas com infecção pelo HIV. No grupo I estão as  lesões orais mais comumente associadas com infecção pelo HIV, como a  candidíase, leucoplasia pilosa, Gengivite Úlcero Necrosante (GUN) e sarcoma  de Kaposi. No grupo II estão as infecções virais por citomegalovírus (CMV) e  vírus herpes, papiloma vírus e varicela-zoster, e são menos comuns de  ocorrerem. O grupo III abrange lesões como por exemplo a osteomielite  (Paulique, et al., 2017). 

As lesões bucais e peribucais são comuns nos pacientes infectados pelo  vírus HIV e podem representar os primeiros sinais da doença, antes mesmo das  manifestações sistêmicas. Lesões orais ocorrem em até 50% dos pacientes  infectados pelo HIV e em até 80% dos pacientes com AIDS. A introdução da  terapia antirretroviral permitiu uma diminuição significativa no aparecimento de  infecções oportunistas, juntamente com uma diminuição da mortalidade e um  aumento da sobrevida e qualidade de vida em pacientes infectados pelo HIV. A  diminuição de algumas manifestações orais, como candidíase oral, sarcoma de  Kaposi, leucoplasia pilosa oral, entre outras, são consideradas marcadores de  eficácia do tratamento. No entanto, a terapia antirretroviral pode diminuir o fluxo  salivar e promove a disbiose oral, gerando uma modificação na microbiota e  facilitando a colonização de microrganismos atípicos. Esses efeitos colaterais  favorecem a presença de condições orais como a xerostomia, desencadeando  patologias orais mais graves e refratárias, como doença periodontal e cárie  dentária. A presença de lesões orais associadas ao HIV/AIDS tem grande  impacto na qualidade de vida desses pacientes, pois a saúde bucal está  relacionada à saúde física e mental. Algumas das lesões orais são ulcerativas e  dolorosas, podendo causar perda do paladar e levar à perda dos órgãos  dentários, comprometendo a estética dentária, alterando a fala e dificultando a mastigação e a deglutição, o que favorece ainda mais um estado de desnutrição,  emagrecimento e maior alteração do sistema imunológico (Lomelí-Martínez et  al., 2022; Paulique et al., 2017). 

3.2.1 Candidíase Oral 

Candidíase é uma infecção fúngica oportunista causada pela Candida  albicans. É a lesão bucal mais comum nos pacientes com HIV/AIDS, estando  relacionada a baixa imunidade do paciente (Paulique et al., 2017). 

Em indivíduos infectados pelo HIV assintomáticos é um sinal de  descompensação imunológica e com frequência anuncia a transição para AIDS.  Os estudos de prevalência variam bastante, mas cerca de um terço dos  indivíduos infectados pelo HIV e mais de 90% dos pacientes com AIDS  desenvolvem candidíase oral em algum momento durante o curso da doença  (Paulique et al., 2017; Neville et al., 2016). 

Os fatores de risco que predispõem ao desenvolvimento de candidíase  oral são a contagem de linfócitos, uso de tabaco e uso de antibióticos de amplo  espectro ou corticoides, que resultam em disbiose oral. Além disso, outras  condições locais podem favorecer o desenvolvimento desta condição, como uso  de dentaduras parcialmente removíveis; diminuição na qualidade e quantidade  de saliva; e desnutrição (Lomelí-Martínez et al., 2022). 

A candidíase oral se apresenta comumente em três formas: candidíase  eritematosa, candidíase pseudomembranosa e queilite angular. O diagnóstico é evidente através da sua apresentação clínica, mas pode ser confirmado pela  citopatologia ou biópsia (Neville et al., 2016; Nokta et al., 2008). 

A candidíase eritematosa geralmente afeta pessoas infectadas pelo HIV  com contagens de células T CD4+ entre 200 e 500 células/μL e se apresenta  como manchas vermelhas e atróficas na língua e no palato. Essas lesões são  geralmente sintomáticas, acompanhadas de sensação de queimação oral ou  alteração do paladar (Lomelí-Martínez et al., 2022; Nokta et al., 2008).

Imagem 6- Candidíase Eritematosa

Fonte: Neville et al., 2016.

A candidíase pseudomembranosa ocorre em um estágio mais avançado  da doença pelo HIV em pacientes com menos de 200 células T CD4+/μL na  forma de coalhada branca removível em uma base eritematosa comumente  dolorosa, podendo se desenvolver em qualquer lugar ao longo da membrana  mucosa, principalmente na língua e no palato (Lomelí-Martínez et al., 2022;  Nokta et al., 2008). 

Imagem 7 e 8- Candidíase Pseudomembranosa

Fonte: Neville et al., 2016.

É muito comum a presença de queilite angular em pacientes debilitados e  naqueles que já perderam molares (pela perda da dimensão vertical de oclusão).  Como consequência, acontece a formação de uma dobra na comissura labial,  deixando-a constantemente úmida e tornando o local propício para o desenvolvimento da candidíase. Ela apresenta-se como fissuras partindo da  comissura labial, com presença de eritema e por vezes, placas esbranquiçadas.  São frequentemente acompanhadas por candidíase intra-oral (Paulique et al.,  2017). 

Imagem 9- Queilite Angular

Fonte: Neville et al., 2016.

Casos leves a moderados requerem suspensões antifúngicas tópicas,  como suspensão oral de nistatina, para tratamento. Para casos moderados a  graves, o fluconazol sistêmico é a terapia mais amplamente usada. Candidíase  oral em pacientes recebendo terapia antirretroviral é sugestivo de falha da  terapia (Nokta et al., 2008). 

3.2.2 Leucoplasia Pilosa 

A leucoplasia pilosa oral é uma infecção oportunista associada à presença  do vírus Epstein-Barr (EBV) e se apresenta de modo especial nos pacientes  infectados pelo HIV. Porém, com a implantação das novas terapias  antirretrovirais, os casos de leucoplasia pilosa, assim como outras  manifestações bucais, estão ocorrendo com menor frequência (Paulique et al.,  2017). 

O EBV é um herpes vírus humano que infecta latentemente 90% da  população mundial sem causar doença. A leucoplasia pilosa está associada a  baixa contagem de linfócitos TCD4, além de influência com uso de tabaco, bem como uso de esteroides tópicos e sistêmicos. Como está associada à  imunossupressão, seu aparecimento em pacientes recebendo terapia  antirretroviral seria indicativo de falha do tratamento ou progressão da doença  (Lomelí-Martínez et al., 2022; Nokta et al., 2008). 

Esta lesão também já foi relatada em pacientes transplantados, mas a sua  presença na ausência de uma causa conhecida de imunossupressão é altamente sugestiva de infecção pelo HIV. A presença de leucoplasia pilosa em  pacientes infectados pelo HIV é um sinal de imunossupressão grave e doença  avançada. A lesão pode aparecer, muito raramente, em indivíduos  imunocompetentes e a identificação dessa lesão em um paciente “normal” exige  uma avaliação física completa para descartar imunossupressão (Neville et al.,  2016). 

Manifesta-se clinicamente como uma placa branca, não removível à  raspagem, localizada principalmente nas bordas laterais da língua, uni ou  bilateralmente. A superfície pode apresentar-se plana, corrugada ou pilosa,  sendo seus aspectos clínicos característicos, porém não patognomônicos. Em  poucos casos, as lesões podem se tornar extensas e recobrir totalmente as  superfícies lateral e dorsal da língua. Raramente, a mucosa jugal, palato mole,  faringe ou esôfago podem estar envolvidos. (Paulique et al., 2017; Neville et al.,  2016). 

Imagem 10- Leucoplasia Pilosa

Fonte: Neville et al., 2016.

Na maioria dos casos, é assintomática ou não apresenta sintomatologia  relevante. Em alguns casos, pode haver dor e ardência e, até mesmo de  comprometimento estético para o paciente, em que o tratamento se faz  necessário (Paulique et al., 2017). 

A importância da leucoplasia pilosa no diagnóstico e prognóstico da AIDS  justifica a necessidade da precocidade e precisão diagnóstica, sendo que alguns  estudos já apontam a citopatologia como método diagnóstico de escolha  (Paulique et al., 2017).  

O tratamento na maioria das vezes não é necessário, embora um leve  desconforto ou necessidades estéticas possam demandar intervenção.  Medicamentos sistêmicos contra o herpes-vírus produzem rápida resolução,  entretanto as recidivas são esperadas com a descontinuidade do tratamento  (Neville et al., 2016). 

3.2.3 Sarcoma de Kaposi 

O sarcoma de Kaposi (SK) é a neoplasia oral mais comum associada ao  HIV, aparecendo em até 6% dos pacientes, e tem diminuído notavelmente devido  ao uso de terapia antirretroviral (Lomelí-Martínez et al., 2022).  

O herpesvírus humano 8 (HHV-8) foi identificado como o agente causador  do sarcoma de Kaposi. Semelhante a outros herpes vírus, o HHV-8 pode  estabelecer infecções latentes ao longo da vida em suas células hospedeiras  naturais. A cavidade oral é um importante reservatório de HHV-8 infeccioso e um  local de replicação. A replicação do HHV-8 na cavidade oral e a liberação viral  na saliva são fatores importantes para a transmissão do HHV-8 (Nokta et al.,  2008). 

A infecção pelo HIV não é um pré-requisito para o desenvolvimento do SK  já que estudos moleculares não conseguiram detectar esse vírus no tecido  neoplásico, o que torna improvável que o HIV desempenhe um papel oncogênico  direto na etiologia do SK (Paulique et al., 2017).

Recentemente, foi demonstrado que produtos metabólicos de organismos  microbianos implicados em doenças periodontais ativam o HHV-8 a partir da  latência. Isso sugere que, em certas condições in vivo, microrganismos orais  podem potencialmente ativar o HHV-8 e causar doença (Nokta et al., 2008). 

Quando associado ao HIV ocorre principalmente em pacientes jovens,  obviamente com imunodeficiência, de tal modo que a neoplasia é encontrada em  qualquer parte do organismo e 30% na mucosa bucal. Essa lesão tem rápida  evolução, é muito agressivo, tem mau prognóstico e leva a óbito (Marcucci,  2020). 

Suas características patológicas podem variar de acordo com a  localização das lesões (gânglios, membranas mucosas ou pele), bem como o  estágio morfológico (mancha, placa e nódulo), progredindo de pápulas que se  transformam em placas vermelho-arroxeadas, podendo ulcerar e causar  destruição dos tecidos próximos (Lomelí-Martínez et al., 2022). 

São lesões vasculares no qual inicialmente geralmente são planas,  vermelhas e assintomáticas. No entanto, com sua evolução, a lesão  normalmente desenvolve uma cor mais escura com feridas convergentes. Em  estágios avançados, a lesão pode aparecer como múltiplos nódulos arroxeados  firmes, que podem prejudicar a função normal da boca e causar sintomas devido  a trauma ou infecção (Lomelí-Martínez et al., 2022; Paulique et al., 2017). 

Imagem 11- Sarcoma de Kaposi

Fonte: Neville et al., 2016.

Ela aparece predominantemente no palato duro, glândulas salivares  maiores e mandíbula. Um fator de risco associado é ter uma carga viral de HIV  superior a 5000 cópias/mL (Lomelí-Martínez et al., 2022). 

O diagnóstico definitivo requer a biópsia e o tratamento para SK inclui  radiação, excisão cirúrgica e injeções intra-lesionais com quimioterápico. A maior  parte desses tratamentos não cura, mas reduz o tamanho e o número (Paulique  et al., 2017). 

3.2.4 Doenças Periodontais

A doença periodontal abrange um espectro de condições desencadeadas  por interações complexas de infecções polimicrobianas presentes no biofilme  dental, em conjunto com a resposta imune do hospedeiro, resultando em  inflamação das gengivas e dos tecidos circundantes. Nos estágios graves da  doença periodontal, pode-se observar a destruição das estruturas de suporte dos  dentes (tecido gengival, cemento, fibras periodontais e osso alveolar) (Lomelí Martínez et al., 2022). 

Devido à imunossupressão decorrente da contaminação com o vírus da  AIDS, ocorrem alterações na microbiota oral, propiciando o desenvolvimento de  lesões gengivais e periodontais. Nos últimos anos, foi reconhecido que pacientes  infectados pelo HIV podem desenvolver formas muito mais graves e refratárias  dessas condições (Lomelí-Martínez et al., 2022; Paulique et al., 2017). 

As doenças gengivais e periodontais associadas à infecção pelo HIV são  classificadas como eritema linear gengival, gengivite ulcerativa necrosante  (GUN), periodontite ulcerativa necrosante (PUN) e estomatite necrosante (Nokta  et al., 2008). 

O eritema linear gengival é considerado uma forma de gengivite,  clinicamente caracterizada por uma faixa eritematosa de 2-3 mm ao longo do  contorno gengival. Geralmente é acompanhada por lesões vermelhas difusas ou  feridas semelhantes a petéquias espalhadas em direção ao ápice das gengivas,  assim como na membrana mucosa alveolar (Lomelí-Martínez et al., 2022).

Esse diagnóstico deve ser reservado para gengivites que não respondem  ao controle rígido de biofilme e exibem um alto grau de eritema, maior do que o  esperado para a quantidade de biofilme no local. Embora alguns pesquisadores  acreditem que o eritema linear gengival ocorra devido a uma resposta imune  anormal do hospedeiro contra as bactérias subgengivais, dados sugerem que  esse padrão de gengivite constitua um padrão incomum de candidíase pois  diversas espécies de cândida têm sido associadas ao desencadeamento dessa  condição. O tratamento pode incluir debridamento, irrigação, clorexidina e/ou  antifúngico (Lomelí-Martínez et al., 2022; Neville et al., 2016). 

Imagem 12- Eritema Linear Gengival

Fonte: Lomelí-Martínez et al., 2022.

A gengivite ulcerativa necrotizante (GUN) representa a ulceração e  necrose de uma ou mais papilas interdentais sem perda da inserção periodontal.  Os pacientes com GUN apresentam necrose gengival interproximal,  sangramento, dor e halitose. A infecção ocorre na presença de estresse  psicológico e estados de imunossupressão, principalmente associados com a  AIDS (Paulique et al., 2017; Neville et al., 2016).  

A PUN, diferencia-se da GUN pela perda óssea alveolar e de inserção  clínica, apresentando ulceração local e necrose do tecido gengival, expondo o  osso subjacente e destruindo-o rapidamente, ocorrendo também sangramento  espontâneo e dor grave (Paulique et al., 2017). 

Imagem 13- Gengivite Ulcerativa Necrosante 

Fonte: Lomelí-Martínez et al., 2022.

Nos pacientes com necrose gengival, às vezes o processo se estende  para cristas alveolares e forma áreas de destruição tecidual maciça denominada  estomatite necrosante. Clinicamente, o processo lembra o ‘noma’ e pode  envolver com predominância os tecidos moles ou estender-se para o osso  subjacente, resultando em grandes sequestros ósseos (Neville et al., 2016). 

Na ausência de envolvimento gengival, as características clínicas da  estomatite necrosante são inespecíficas e a biópsia é mandatória. Em muitos  casos, as regiões ulceradas e necrosadas do tecido mole demonstram infecção  por um ou mais agentes, como HSV, CMV e EBV (Neville et al., 2016). 

O manejo desses casos requer debridamento realizado por um  profissional de odontologia, uso de antibióticos, enxágues com gluconato de  clorexidina, controle da dor, suplementação nutricional e melhorias na higiene  bucal (Nokta et al., 2008).

4. DISCUSSÃO 

Tabela 2- Relação de diagnóstico, tratamento e complicações de lesões  associadas ao HPV

Tabela 3, 4, 5 e 6- Relação de diagnóstico, tratamento e complicações de  lesões associadas ao HIV

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Destaca-se a relevância da capacitação do cirurgião-dentista em reconhecer  as lesões orais associadas a estas infecções contribuindo para o diagnóstico  precoce, visto que em alguns casos a manifestação oral surge como o primeiro  sinal clínico de infecção. Além disso, o cirurgião-dentista contribui ao determinar  adequadas intervenções diagnósticas e terapêuticas, assim como ao realizar  encaminhamento adequado associando a colaboração com equipes  multidisciplinares fornecendo o melhor prognóstico possível em prol do paciente.  A detecção precoce dessas lesões não só contribui para o prognóstico do  paciente, mas também desempenha papel importante no controle  epidemiológico das ISTs, prevenindo transmissões recorrentes e complicações  a longo prazo. 

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