PRINCIPAIS DIFICULDADES NA IMUNIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO DAS DOENÇAS INFECTO RESPIRATÓRIAS VIRAIS MAIS COMUNS

MAIN DIFFICULTIES IN IMMUNIZATION AND DIAGNOSIS OF THE MOST COMMON VIRAL RESPIRATORY INFECTIOUS DISEASES

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202409262016


Ana Júlia dos Santos Pereira1
Evandro Sergio Tortora Junior1
Thainá Laís Cangussú Silva1
Jackson Alves da Silva Queiroz2


RESUMO

Introdução: Os vírus transmissores de doenças respiratórias são comuns em meio a sociedade e o número de casos aumentam de acordo com a sazonalidade e imunização da população. As infecções virais apresentam sintomatologia parecidas, como febre, dor de cabeça, tosse e às vezes dificuldade para respirar, e as medidas profiláticas como a imunização encontram cada vez mais dificuldade em ser integrada à população. Objetivo: Neste trabalho foram abordadas as principais dificuldades na imunização e diagnóstico das doenças infecto respiratórios mais comuns atualmente. Materiais e métodos: Este trabalho foi realizado através de revisão bibliográfica sistemática, com leitura crítica e seletiva de artigos retirados de endereços eletrônicos, a partir do ano de 2015 até o presente momento. Resultados: A análise dos artigos e dados mostra que doenças respiratórias têm uma taxa de transmissão muito elevada e são responsáveis pela 4° principal causa de morte no mundo. Os equipamentos de proteção individual (EPI) e as vacinas são os principais meios que impedem a propagação da doença e asseguram uma maior imunidade para o indivíduo. Contudo, uma parte da população não se vacina, e não usam EPI seja por medo ou falta de acesso, o que acaba causando graves consequências. O diagnóstico geralmente são clínicos e epidemiológicos, porém existem testes comprobatórios como a reação em cadeia de polimerase via transcriptase reversa (PCR-TR). Conclusão: Por fim nota-se que, parte da população entende a importância da imunização, mas ainda existem pessoas à evitam seja por crenças ou falta de conhecimento. O diagnóstico é igualmente crucial para manter atualizado o banco de dados do setor de saúde, e permitir a prevenção a partir de EPI ‘s, pois quando há o diagnóstico da doença as pessoas têm mais consciência quanto ao uso de máscaras para evitar evidenciar as dificuldades na imunização e diagnóstico das doenças infecto respiratórias.

Palavras-chave: Vírus respiratórios. Doença infecto respiratória. Imunização.

1 INTRODUÇÃO

As doenças infecto respiratórias são muito relevantes quando se trata de mortalidade em indivíduos menores de 5 anos, e morbidades na maioria dos indivíduos, essas doenças geralmente são causadas por patógenos infecciosos virais, bacterianos e fúngicos. Os vírus respiratórios abordados no trabalho são: Vírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave 2 (SARS COV-2) do gênero Beta Coronavírus e da família Coronaviridaee o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) do gênero Pneumovirus e família Paramyxoviridae geralmente afetam o trato respiratório inferior e os vírus como Influenza da família Orthomyxoviridae e o Vírus da Parainfluenza Humana (HPIV) da família Paramyxoviridae  podem afetar tanto o trato respiratório superior quanto o inferior.

As infecções do trato respiratório inferiores continuam sendo a doença transmissível com um dos maiores índices de mortalidade, responsável pela a 4ª principal causa de morte. Contudo, o número de mortes em 2019 foi de 2,6 milhões de vidas, 460.000 casos a menos do que no ano de 2000 (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2020). Com a pandemia do COVID-19 esse número voltou a aumentar visto que o número de mortes apenas de COVID-19 no ano de 2020 foi de aproximadamente 1,8 milhões (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2021).

No mundo existem aproximadamente 761 milhões de casos de COVID-19 confirmados, na região da américa do sul o número de casos do COVID-19 foi de 67,8 milhões, já o número de mortes é de 1.3 milhões de pessoas. O Brasil corresponde com 37.1 milhões de casos, responsável por aproximadamente 54.8% dos casos totais da América do Sul e por 699.000 número de mortes, o que seria 51.9% do total de mortes  (Organização Mundial de Saúde, 2023)

Infecções respiratórias virais costumam apresentar sintomas semelhantes, como febre, dor de cabeça, tosse e às vezes dificuldade para respirar, o agravamento dos casos pode gerar sintomas mais sérios como por exemplo pneumonia (TESINI, 2020). Isso dificulta o diagnóstico clínico, visto que os sintomas possuem ampla similaridades entre as doenças infecto respiratórias.

Existem doenças que por mais que esteja presente no meio ambiente a bastante tempo os cientistas não conseguiram encontrar um modo de imunização. E existem aquelas na qual a vacina foi criada muito rapidamente de forma emergencial como a do COVID-19, e ainda tem aquelas que tem que ser atualizada anualmente devido a alta mutabilidade dos vírus.

O problema nisso tudo está no resultado final obtido na população, que com as dificuldades no diagnóstico e imunização acabam aumentando o número de morbimortalidade, tanto por não se diagnosticar e sair espalhando a doença para a população de risco quanto por não se imunizar e ajudar na imunização em rebanho da população em geral.

Este trabalho tem como objetivo discutir as principais dificuldades na imunização e no diagnóstico das doenças infecto respiratórias virais abordadas no trabalho, buscando melhores resultados através da prevenção e diagnóstico precoce na população.

2 METODOLOGIA

O estudo em questão trata-se de uma revisão bibliográfica sistemática, com leitura crítica e seletiva, de artigos que apresentaram os mais atuais métodos de prevenção e controle das doenças infecto respiratórias virais citadas neste artigo.  Para esta revisão foram realizadas buscas de artigos científicos em endereços eletrônicos como Public Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (PubMed), Scientific Eletronic Library Online (Scielo) e Google acadêmico.

A escolha dos descritores, foi realizada através da plataforma Medical Subject Headings (MeSH), que facilitou a filtragem com base no objetivo do presente estudo. Os dados e artigos científicos publicados a partir do ano de 2016 até o presente momento foram relevantes no trabalho, sendo eliminados artigos que não se adequaram aos objetivos do presente estudo.

3 RESULTADOS
3.1 O VÍRUS E SUA TRANSMISSÃO
3.1.1 INFLUENZA

A gripe, também conhecida como influenza, é considerada a doença que mais causou mortes até a atualidade. Devido a sua alta capacidade de transmissão e disseminação global, marcou a história mundial. Há relatos que houveram pandemias gripais desde 1950 (COSTA e MERCHAN-HAMANN, 2016).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), por ano ocorrem cerca de 290 mil a 650 mil mortes por doenças respiratórias ligadas à influenza. Além disso, estima-se que o número de casos dessa doença seja em média de um bilhão, onde de 3 a 5 milhões são considerados graves que tendem a evoluir para óbito ou deixar sequelas no paciente. A OMS recomenda a vacinação anual como uma das formas mais eficazes de prevenção para a gripe (ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DA SAÚDE, 2019).

A transmissão da influenza pode ocorrer de forma direta, através do contato com secreções das vias respiratórias de uma pessoa contaminada, e também de forma indireta, que ao tocar em superfícies contaminadas, como maçanetas, a pessoa leva o vírus até suas mucosas da boca, nariz e olhos. Após contato com o vírus, os sintomas tendem a aparecer entre o primeiro e quarto dia, sendo comum apresentar febre, calafrios, tosse, dor de garganta, coriza, mialgia, cefaleia, e em crianças é mais comum de ocorrer quadros de diarreia e vômito (FIOCRUZ, 2022).

O tratamento muitas vezes consiste em reidratação oral até a melhora dos sintomas, mas pode ser ofertado antivirais, como fosfato de oseltamivir (Tamiflu) e zanamivir (Relenza), que agem reduzindo a duração dos sintomas e diminuindo as chances de complicações pelo vírus influenza (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017).

Atualmente a medida preventiva mais eficaz é a utilização de equipamentos de proteção individuais e lavagem de mãos regularmente, a vacina é um meio de profilaxia eficiente na qual se tem campanhas anuais para o público que apresenta mais risco.

3.1.2 SARS-CoV-2

O SARS-CoV-2 é o agente causador da doença COVID-19, que é uma doença que trouxe grande prejuízo no mundo inteiro, devido à sua alta taxa de transmissão (TSANG, et al., 2020).

Na data de 20 de janeiro de 2020 havia apenas 282 casos confirmados desta doença, juntamente com 6 mortes. Em 16 de agosto de 2020 foi identificado 21.294.845 casos confirmados e 761.779 mortes, mostrando assim a grande transmissão da doença, juntamente com seu poder de levar a óbito (MURALIDAR et al, 2020).

O período de incubação do vírus é de aproximadamente 5 dias, quanto maior o tempo de incubação, maior é a chance de o vírus escapar da resposta imune natural. O estágio inicial da infecção é quando o vírus se infiltra no parênquima pulmonar e se replica. A segunda fase é quando ocorre a resposta inflamatória local e intensifica a insuficiência respiratória. O estágio terciário é quando o vírus já se disseminou em todo o corpo causando uma inflamação sistêmica e podendo causar falência de múltiplos órgãos e podendo levar a morte do indivíduo. A transmissão ocorre por meio de gotículas respiratórias, gotículas em superfície e aerosol. A COVID-19, tem como manifestação clínica, diminuição do fluxo das vias aéreas, anosmia, ageusia e principalmente falta de ar (TSANG, et al., 2020).

Atualmente o tratamento segue sendo sintomático, a profilaxia é feita através da vacinação que como na influenza temos que tomar anualmente, a máscara e lavagem de mãos continua sendo de grande valia para diminuição da propagação do vírus, no entanto essa prática que era tão vista durante a pandemia diminuiu drasticamente com a chegada das vacinas. 

3.1.3 HPIV-1 e HPIV-3

Os vírus da parainfluenza humana (HPIV), estão relacionados a uma ampla gama de doenças que afetam o sistema respiratório, abrangendo tanto as vias aéreas superiores quanto as inferiores. Essas doenças incluem o resfriado comum com febre, laringotraqueobronquite (crupe), bronquiolite e pneumonia. Além disso, os HPIVs são responsáveis por infecções respiratórias comunitárias em adultos, cuja gravidade pode variar. O período de incubação típico para infecção por HPIV geralmente varia de 1 a 7 dias (PARIJA e MARRIE, 2020).

A transmissão do vírus é através de gotículas de aerossóis, que se disseminam por tosse e espirro, com as mucosas, nasais e ocular principalmente. Esse vírus, consegue sobreviver por horas, em superfícies, o que facilita a sua transmissão indireta (TRETTEL, et al., 2023).

O HPIV cursa com uma sintomatologia muito semelhante aos resfriados, em crianças os sintomas podem ser mais graves prolongando o curso clínico da doença. Em países como o Estados Unidos o HPIV cursa como um patógeno sazonal onde o HPIV-1 atinge seu auge no outono e o HPIV-3 atinge seu pico no começo do verão e na primavera, o HPIV-3 associa-se com muita frequência a bronquiolite e pneumonia (DeGrootea de et al. 2020).

Não há tratamento específico e nem vacinas aprovadas, em pacientes graves, é indicado o uso de corticoides para evitar hospitalização e intubação, os demais o trata-se dos sintomas, a parainfluenza não é uma doença muito falada atualmente, e como é pouco conhecida também é pouco estudada, o que nos dá menores parâmetros para discorrer sobre tal.

3.1.4 VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO

O vírus sincicial respiratório é  responsável por aproximadamente de 200.000 mortes de crianças menores de 5 anos no mundo, onde 99% dessas mortes ocorrem em países ainda em desenvolvimento. A transmissão é feita através de gotículas respiratórias, facilitando ainda mais a virulência do patógeno.

Os primeiros sintomas da doença são leves e começa pelo trato respiratório superior, semelhante a um resfriado. Se a pessoa não tiver um tratamento adequado, pode afetar os bronquíolos, pode haver uma queda na saturação e ocorrer dificuldade para se alimentar. Caso a criança tenha alguma comorbidade ela pode evoluir para uma insuficiência respiratória podendo levá-la à morte.

Atualmente, ainda não se tem uma vacina que combata o vírus sincicial respiratório, mas o importante é a lavagem das mãos ao manusear bebês que estão mais propícios a adquirir a doença e evoluir com suas complicações que podem levar a trágicos finais.

3.2 MEDIDAS PREVENTIVAS SOCIAIS
3.2.1 EPI

Os equipamentos de proteção individual são barreiras que bloqueiam infecções através de contato direto e contato indireto. Os equipamentos mais utilizados são as máscaras, aventais, proteção facial e botas. Eles devem ser colocados e ajustados devidamente, retirados de maneira correta e em casos de equipamentos de proteção individual descartáveis, deve ser realizado o descarte desses resíduos de acordo com os protocolos que deixam esse processo mais prático e eficiente. Com esses procedimentos corretos, as pessoas ficam mais seguras e protegidas contra doenças infectocontagiosas. (ORTEGA, et al., 2020)

3.2.2 Vacina

A vacinação, também chamada de imunização, é considerada uma das melhores formas de proteção contra doenças, de forma individual e coletiva. Esta, deve-se ser entendida como um modificador na trajetória das doenças, diminuindo efetivamente o número de morbidade e mortalidade, por doenças infecto contagiosas. No Brasil, tendo em vista comprovações científicas acerca da vacinação, tem criado projetos como o Programa Nacional de Imunizações, que tem como objetivo expandir as imunizações (MARTINS, de et al., 2019).

Atualmente, dos vírus trazidos neste artigo, somente o HPIV não possui vacinas. Entretanto, muito se evoluiu, vírus, como o VSR que antes não havia imunização, no ano de 2024, foi lançada a Arexvy tendo como população alvo idosos a partir de 60 anos, mas que ainda se encontra apenas nos serviços privados de vacinação (SBIM, 2024).

Segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Mato Grosso do Sul de  em 2024, até o dia 04 de maio foram confirmados 20.839 casos de síndrome aguda respiratória onde a maioria dos casos 36% é decorrente do vírus sincicial respiratório doença na qual não se tem vacina disponível no SUS, 30% é de COVID-19 e 18% influenza, com esse comparativo é notável a diferença entre uma doença onde a cobertura vacinal é maior sendo esse o caso da influenza e a COVID-19 onde a vacinação ainda não é um meio muito usado pela maioria da população, visto que a maioria tem medo de consequências por tomar a vacina  (SVSAMS, 2024).
Dentre as vacinas disponíveis para doenças virais respiratórias, a mais conhecida é a da influenza, popularmente conhecida como gripe, que afeta diariamente milhares de pessoas no mundo inteiro. Normalmente se caracteriza por sintomas gripais leves, mas em algumas ocasiões pode levar a complicações e até à óbito. Nas últimas publicações feitas a respeito, tem se destacado o “efeito dominó” das doenças.

Figura 1 -Efeito dominó da Influenza

Fonte: Adaptado de Macias AE, Mcelhaney JE, Chaves SS, Nealon J, Nunes MC, Samson SI, Seet BT, Weinke T, Yu H. The disease burden of Influenza beyond respiratory illness. Vaccine.

As vacinas para influenza estão disponíveis para a população brasileira a muitos anos, mas sempre surgem dúvidas, “Como são as vacinas Influenza?”, “O que difere a vacina de 2024 para 2023?” A Sociedade Brasileira de Imunizações soltou uma nota técnica, esclarecendo essas e outras dúvidas, a fim de diminuir as quedas nas taxas de vacinações atuais, pois apesar de ter seus efeitos comprovados, a população tem deixado de se vacinar devido a recorrentes especulações negativas a respeito (SBIM, 2024). Esses questionamentos são fundamentais para a população entender que a durabilidade das vacinas irá variar para mais ou para menos dependendo da mutabilidade viral, e devido a queda de anticorpos que acontece naturalmente com o passar do tempo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2024).

3.3 DIAGNÓSTICO DE CADA DOENÇA E SUAS SIMILARIDADES
3.3.1 INFLUENZA

O diagnóstico para a gripe é mais comumente feito através da clínica do paciente juntamente com os índices epidemiológicos da região. Os sintomas mais comuns são calafrios, febre, prostração e tosse. Existem outras maneiras de diagnósticos para a influenza, sendo o teste rápido de antígeno e o teste por reação em cadeia de polimerase via transcriptase reversa (PCR-TR) (FIOCRUZ, 2022). O PCR-TR consegue diferenciar qual o tipo e subtipo da influenza facilitando na escolha do tratamento antiviral.

3.3.2 SARS-CoV-2

O diagnóstico para o covid-19 é feito através de testes, sendo eles: teste por reação em cadeia de polimerase via transcriptase reversa (PCR-TR) e testes de antígenos. O PCR-TR tem maior sensibilidade e maior especificidade, sendo padrão ouro para o diagnóstico do covid-19. Resultados positivos do PCR-TR nem sempre indicam que está tendo uma infecção ativa, podendo falsear o exame em até 3 meses após o diagnóstico inicial. Já o teste rápido tem uma sensibilidade variável e só detectam em cargas virais muito alta, porém não contempla todas as cepas. Em alguns casos precisam confirmar com um PCR-TR pois a sensibilidade não é tão alta (DRAIN P. K de et al., 2022).

3.3.3 HPIV-1 e HPIV-3

O diagnóstico para a parainfluenza é mais comum a partir dos sintomas clínicos, não sendo necessário testes específicos pois não altera a conduta. Os sintomas se assemelham com os resfriados comuns.

3.3.4 VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO

O diagnóstico para o VSR é clínico, de acordo com a sintomatologia e a epidemiologia local. O diagnóstico é mais comumente em crianças com bronquiolite ou pneumonia. Pode ser feito testes rápidos em crianças, portanto tem uma sensibilidade menor que o PCR-RT. Os testes normalmente não são feitos pois não se associam antivirais nas crianças, sendo assim desnecessários para os pacientes (MELGAR .M de et al., 2023).

3.3.5 SIMILARIDADES E DIFICULDADES

A clínica das doenças infecto respiratórias são similares e a população com os sintomas mais leves acabam não procurando ajuda profissional e adotando tratamento inadequados, assim quando chega a uma unidade de saúde acabam dificultando muitas vezes o diagnóstico clínico, então é necessário o auxílio de testes rápidos e exames moleculares para o diagnóstico e tratamento correto. No entanto, muitos locais ainda não têm acesso a esses testes mais específicos, seja por falta de recursos financeiros ou uma necessidade maior de um aparato laboratorial.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a análise dos artigos e interpretação dos dados coletados é notável que as doenças proveniente de vírus respiratórios nunca deixarão de ser algo comum em meio a população, mas com a imunização geral e prevenção é possível diminuir o número de casos. A cada ano a evolução nos permite estar mais preparados para receber o surto do vírus que é sazonal, a população pode usar de medidas profiláticas e imunização que cada vez mais é ampliada para atender a todos.

No entanto, nem todos se protegem com a imunização, uns por medo, outros por falta de acesso, o diagnóstico fica cada vez mais irrelevante visto que não há tratamento específico então a própria população se médica em farmácias, ou  em médicos homeopáticos, e só buscam atendimento hospitalar quando o caso já está grave.

O trabalho em questão levanta a importância da imunização e do diagnóstico em algumas doenças respiratórias virais e por fim é possível dizer que quanto maior a aderência da população na vacinação e profilaxia menor será o número de casos de doenças vindas dos mesmos. O diagnóstico é igualmente importante para manter o banco de dados do setor da saúde para que se possa cada vez mais trazer tratamentos melhores que possam ajudar ainda mais a população a ter menores consequências vinda da síndrome respiratória viral.

O objetivo foi alcançado visto que foi possível identificar as dificuldades da população em aderir às campanhas vacinais e dos profissionais da saúde em diferenciar os vírus clinicamente, tendo em vista que poucos vírus respiratórios têm exames disponíveis para toda população e nem todos com sintomatologia buscam descobrir seu diagnóstico. Por tanto ressaltamos a importância de tanto o ministério da saúde quanto a população andar lado a lado se ajudando para evoluir com melhores condições de imunização e diagnóstico para pesquisas e dados cada vez mais fieis à realidade.

REFERÊNCIAS

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1Discente do Curso Superior de medicina do Instituto FIMCA Campus Porto Velho, naju.med@gmail.com

2Docente do Centro Universitário Aparício Carvalho, FIMCA; Mestre e Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Biologia Experimental, PgBioExp (UNIR/FIOCRUZ-RO), jackson.queiroz@fiocruz.br