PRINCIPAIS DESAFIOS ENCONTRADOS PELOS ENFERMEIROS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE NA ASSISTÊNCIA AOS PACIENTES RESIDENTES EM ÁREAS RURAIS

REVISÃO INTEGRATIVA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7302075


Ana Carolina Ferreira Sampaio1
Érica de Fátima Mesquita Guedes2
Prof. Me. Marina Shinzato Camelo3


Resumo:

Este estudo trata-se de uma pesquisa qualitativa em bases de dados da área da saúde, na qual objetivou-se evidenciar os desafios que os profissionais enfermeiros enfrentam no trabalho em área rural, um local que possui um alto índice de desigualdades sociais e estruturais que se faz necessário um olhar mais aprofundado no que relaciona à assistência de saúde. Com essa pesquisa tornou-se possível compreender que existem especificidades socioculturais e estruturais que precisam ser levadas em consideração para a oferta do cuidado, além da necessidade de políticas públicas direcionadas às necessidades do meio rural, para que o profissional enfermeiro consiga ofertar uma assistência de qualidade sem se deparar com a falta de condições de trabalho apropriadas e iniquidades que constituam barreiras.

Palavras-chave: Saúde da população rural; Enfermagem Rural; Serviços de Saúde Rural.

Abstract:

This study is qualitative research in health databases, in which the objective was to bring to the public knowledge the challenges that professional nurses face at work in rural areas, a place that has a high rate of inequalities. social and structural factors that it is necessary to take a deeper look at what relates to health care. With this research, it became possible to understand that there are sociocultural and structural specificities that need to be taken into account for the provision of care, in addition to the need for public policies aimed at the needs of the rural environment so that the professional nurse can offer quality care without face the lack of appropriate working conditions and inequities that constitute barriers.

Keywords: Health of the rural population; Rural Nursing; Rural Health Services.

  1. INTRODUÇÃO

Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) em 2014, a população rural brasileira alcançou 29,8 milhões de pessoas, utilizando critérios oficiais de classificação que consideram as divisões inframunicipais entre áreas urbanas e áreas rurais, respectivamente internas e externas ao perímetro urbano, definido por lei municipal.

O estudo de Sarmento et al. (2015), relata que a população rural enfrenta desigualdades socioeconômicas, restrições à tecnologia e infraestrutura, além do alto índice de mortalidade infantil, em razão de doenças provenientes de água contaminada e falta de tratamento do esgoto.

Segundo FRANCO et al. (2008) a Declaração de Alma Ata em 1978, que propôs “Saúde para todos no ano 2000”, declara a universalidade como princípio para oferta da saúde. Conceitua-se universalidade como princípio de igualdade, que está ligado à justiça. O que é universal é comum a todos, sendo assim no contexto da saúde pública, todos os membros têm direito a receber assistência de saúde independente de classe social, gênero, raça ou território em que habita (PAIM, DA SILVA, 2010).

Tendo em vista essa afirmação, pode-se inferir que em virtude de haver uma imprecisão do que é rural e a ausência de abordagens mais claras sobre os contextos rurais dificulta-se a realização de plano de ação específico para essa área (FRANCO et al., 2021).

A Atenção Primária à Saúde (APS) é referenciada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) como o primeiro nível de atenção à saúde e tem a Estratégia Saúde da Família (ESF) como principal modelo assistencial para ampliação da política de saúde. A APS tem como objetivo a promoção, proteção e recuperação da saúde, oferecidos pelos serviços de saúde, regido pelos princípios da universalidade, integralidade e equidade (DE OLIVEIRA et al., 2022).

De Oliveira et al. (2022) afirma que, pouco se sabe quanto à possibilidade que esses princípios sejam realmente colocados em prática quando se trata de área rural, em razão das especificidades dos locais como infraestrutura e características socioculturais. A APS é para benefício tanto das áreas rurais, quanto das áreas urbanas, devendo ser distribuída e executada de forma que a equidade seja colocada em prática.

A Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo e das Florestas (PNSIPCFA), do Ministério da Saúde (MS), visa diminuir as vulnerabilidades na qual grupos como os das áreas rurais estão expostos. Apesar da existência da política é possível que não haja articulação desta com a Política Nacional de APS, pois atualmente a política que regulamenta a APS no Brasil é a portaria GM 2.436/2017 que é aplicada tanto para áreas urbanas quanto para as áreas rurais (OLIVEIRA et al., 2020).

A enfermagem, juntamente aos outros profissionais de saúde, tem papel indispensável para que a oferta de assistência a essa população seja abrangente, acessível e de boa qualidade. Além de oferecer um cuidado integral à família, trabalha na coordenação das equipes. Esses atributos tornam a enfermagem essencial no primeiro nível de atenção, para alcançar a cobertura das localidades rurais e exercendo seu mandato de cuidar (DE OLIVEIRA MATTOS et al., 2019).

Estudos realizados com gestores da saúde de um município do Rio Grande do Sul, constataram que o papel do profissional da Enfermagem, seja ele na gerência ou assistência, possibilita a criação de estratégias, políticas e decisões na busca de solucionar tais questões pendentes e interruptoras para um serviço de saúde de qualidade (DE OLIVEIRA et al., 2022).

Os resultados dos diversos estudos relacionados às condições de saúde do grupo de moradores da área rural, evidenciam um cenário mais precário quando comparado à realidade da população urbana (SARMENTO et al., 2015).

Portanto o conhecimento das dificuldades que os enfermeiros possuem para prestar assistência à população da área rural, juntamente com o conhecimento das especificidades desses locais, é de grande relevância para a elaboração de estratégias direcionadas a esse público, em coesão com os aspectos sociodemográficos e epidemiológicos do território para a superação das desigualdades relacionadas à saúde, fortalecendo a regionalização que é uma diretriz do SUS, promovendo a saúde e exercendo um cuidado de qualidade ( PIERANTONI et al., 2019).

  1. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Definição de área rural

O IBGE define área rural baseado na legislação n. 5.172/1966 que afirma que área rural é a exclusão à área urbana. Entretanto, é considerado uma definição muito vaga, dessa forma, passaram a considerar os aspectos morfológicos da área para classificar frações do território além de estabelecer parâmetros de classificação, para definir o que é considerado urbano, e o que é considerado rural com base em critérios mais aprofundados.

Nesse formato classificou-se os setores censitários externos ao perímetro urbano como aglomerado rural de extensão urbana, povoado, núcleo, lugarejo e área rural. Essa classificação é operacional, portanto, pode sofrer alterações futuramente (IBGE, 2015).

Já a ruralidade é um valor ao qual o mundo contemporâneo atribui cada vez mais importância, por seu significado na preservação da biodiversidade, no fortalecimento de manifestações culturais variadas e por um estilo de vida que os habitantes dos grandes centros buscam cada vez mais. Nossa civilização habituou-se a enxergar a área rural como o local da produção agropecuária, no qual os imperativos da eficiência seriam incompatíveis com a manutenção de um tecido social, rico e diversificado (ABRAMOVAY, 2003).

A definição de área rural é bastante ampla e causa discordâncias em relação aos estudos da definição. O IBGE tem a responsabilidade de fazer a divisão territorial do Brasil, para que se possa aplicar as políticas públicas para determinado local, ele apenas define o que é considerado urbano. Porém o que é considerado rural nem sempre a visão censitária estará em concordância com a visão histórica e cultural aprofundada de outras áreas de conhecimento (CELLA et al., 2019).

O estudo de Cella et al., (2019), relata uma visão totalmente operacional, demográfica e geográfica, simplista, pois apenas denomina área rural como algo oposto à vida urbana sendo que os aspectos econômicos, sociais e culturais deveriam ser considerados dentro da definição. Entretanto, para Da Veiga (2002), a área rural representa mais que um povoado, terras e atividades agrícolas, é mais que uma definição demográfica de um território, o que o faz discordar da abordagem “dicotômica” criada. Assim, a área rural representa um forte aliado do crescimento econômico de um país.

2.2. Políticas públicas de saúde na área rural

Segundo Souza (2006), as políticas públicas são a soma das atividades dos governos que agem diretamente ou através de delegação que influenciam a vida dos cidadãos. É importante mobilizar recursos individuais, sociais, institucionais e comunitários para atender as necessidades de saúde, cuidado biológico e prevenção de doenças, falando especificamente sobre o rural é uma área muitas vezes não reconhecida e desassistida em relação a essa mobilização de recursos (RUIZ; GERHARDT, 2012).

Para a saúde, a atenção primária é a porta de entrada para fornecimento de serviços de saúde. Se existe uma falha nesse atendimento inicial, todo o processo é prejudicado e o indivíduo deixa de receber o atendimento. Por essa razão a APS deve ser fortificada e suas falhas de acesso amenizadas principalmente para que o princípio de universalidade seja cumprido na área rural (FRANCO et al., 2021).

Assim, de acordo com a declaração de Alma-Ata a OMS em 1978:

Os cuidados primários de saúde são cuidados essenciais de saúde baseados em métodos e tecnologias práticas, cientificamente bem fundamentadas e socialmente aceitáveis, colocadas ao alcance universal de indivíduos e famílias da comunidade, mediante sua plena participação e a um custo que a comunidade e o país possam manter em cada fase de seu desenvolvimento, no espírito de autoconfiança e automedicação. Fazem parte integrante tanto do sistema de saúde do país, do qual constituem a função central e o foco principal, quanto do desenvolvimento social e econômico global da comunidade. Representam o primeiro nível de contato dos indivíduos, da família e da comunidade com o sistema nacional de saúde, pelo qual os cuidados de saúde são levados o mais proximamente possível aos lugares onde pessoas vivem e trabalham, e constituem o primeiro elemento de um continuado processo de assistência à saúde (OMS, 1978, p.1-2).

A atenção básica se caracteriza por um conjunto de ações de saúde no âmbito individual e coletivo, que visa a promoção e manutenção de saúde durante todas as fases da vida, atua na prevenção, diagnóstico, tratamento e acompanhamento do indivíduo. A APS é organizada de acordo com cada município, levando em consideração aspectos culturais e demográficos do local para que se preste um bom atendimento, pautado na territorialização e que garanta a continuidade da assistência (LAVRAS, 2011).

A atenção básica deve ser resolutiva, a população deve receber um bom serviço com o atendimento de demandas espontâneas, realização de exames, acompanhamento de doenças crônicas, vacina e encaminhamentos aos demais pontos da rede de atenção (SOARES et al., 2013).

Quando os aspectos culturais, demográficos e socioeconômicos não são observados ocorre uma falha em toda a rede e é nesse ponto que a área rural mais sofre, pois existem fragilidades tanto no que se refere a barreiras da população, quanto na desarticulação das instâncias gestoras do sistema, que consequentemente geram a desarticulação das práticas clínicas desenvolvidas por diferentes áreas profissionais (LAVRAS, 2011).

A equipe de enfermagem atua na atenção primária realizando atividades como orientação aos usuários, consulta de enfermagem, visitas domiciliares, palestras em grupos, encaminhamentos, prevenção, coleta para exames e administração de medicamentos conforme prescrição médica. É possível notar que todo esse trabalho é voltado para a prevenção e manutenção da saúde da população, se por alguma razão esse trabalho não está sendo resolutivo a área rural deixa de ser assistida corretamente (SOARES et al., 2013).

2.3 Assistência de enfermagem na área rural

A atenção de saúde às populações rurais é um assunto complexo, visto que existem inúmeras barreiras que dificultam a assistência eficiente. Uma dessas dificuldades é a alta rotatividade de profissionais, por se tratar de locais afastados da cidade, os funcionários se deparam com dificuldade de acesso, além de más condições de trabalho e falta de recursos para procedimentos e assistência. Essas dificuldades afetam os pacientes da atenção primária, interferindo na criação de vínculos mais estreitos com os profissionais, dificultando o autocuidado e corresponsabilização (OLIVEIRA et al., 2020).

Os profissionais veem o acesso à unidade básica de saúde como uma barreira, tanto para eles, quanto para a população, já que a localização geográfica interfere na capacidade do paciente procurar assistência (FRANCO et al., 2021). Em um estudo realizado com enfermeiros, Oliveira et al, (2020), reforça a ideia acima citada, relatando a falta de apoio matricial proporcionado pela equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB) para um auxílio nas questões que os enfermeiros não conseguem resolver.

Embora alguns problemas não são de competência do setor saúde, o enfermeiro procura resolve-los, se desviando da função. Como exemplo, cita-se a dificuldade em se deslocar até os grandes centros de saúde para a realização de exames. Muitas dessas barreiras são de cunho econômico que não são passíveis de resolução somente pela área da saúde (OLIVEIRA, 2020).

PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

O trabalho se trata de uma revisão integrativa da literatura que consiste em um método de investigação em base de dados que abordem o tema escolhido, permite identificar as problemáticas do tema para que com o raciocínio teórico possa conduzir a pesquisa que poderão auxiliar em futuras investigações sobre o assunto (DE SOUSA, 2017).

A busca pelos artigos foi por meio dos Descritores em Ciências da Saúde (DECS) e os operadores booleanos, foi realizada da seguinte forma: Saúde da População Rural AND Enfermagem Rural AND Serviços de Saúde Rural para todos os critérios de inclusão, que eram contemplar o tema e serem escritos em português, e os critérios de exclusão foram decididos a partir da ideia de que haviam estudos que não contemplavam o tema e a linguagem escrita era em inglês sem a opção de tradução.

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Dentre os 10 artigos analisados, apenas 3 estudos são de metodologia quantitativa, ao que relaciona ao período de publicação observa-se no quadro que houve publicações entre o ano de 2002 a 2021 sendo apenas 1 artigo do ano de 1975. Ano de 2019 (n=2) 2020 (n=1) 2021 (n=2) 2018 (n=1) 2002 (n=1) e ano de 2014 (n=1). Dentre as bases de dados escolhidas, a Lilacs foi o periódico com maior número de publicações sobre o tema.

A partir da leitura dos artigos, com o intuito de sistematizar e sintetizar os principais achados de cada artigo, o seguinte quadro foi elaborado:

Quadro 1 – Artigos encontrados nas bases de dados.

CitaçãoTipo de EstudoObjetivoResultados
OLIVEIRA, 2019Estudo de abordagem qualitativaAnalisar o cotidiano de trabalho dos enfermeiros atuantes em áreas rurais da ESF.Apesar da deficiência de insumos e infraestrutura, os enfermeiros são satisfeitos com a profissão e com o trabalho em área rural, principalmente pelo vínculo com os pacientes.
CARVALHO, 1975
Estudo de abordagem quantitativa.Analisar o papel da enfermeira nos programas de assistência à saúde da população rural.Considera-se competência do enfermeiro: capacitar e supervisionar os recursos humanos da categoria e contribuir para o alcance dos objetivos institucionais na tomada de decisões, além do diagnóstico da situação populacional rural.
LIMA et al., 2020Revisão integrativa composta por seis etapas.Conhecer os temas em evidência na enfermagem no território rural.
Identificou-se que as atividades exercidas pela enfermagem rural vão desde tarefas assistenciais à gerenciais, mostrando a importância de ter uma formação que ofereça competências para o trabalho rural, evitando o alto índice de rotatividade dos profissionais.
FRANCO, 2021

Revisão integrativa da literatura sobre APS em áreas ruraisIdentificar e analisar os desafios do acesso, organização da atenção à saúde e a força de trabalho em saúde na atenção primária em áreas rurais.Aspectos que contribuíram para que a oferta da saúde na área rural encontrasse barreiras: localização geográfica das comunidades rurais, necessidade de deslocamento dos usuários, carência de materiais nas unidades, insuficiência de infraestrutura e gestão especializada.
PINHEIRO, 2002Análise descritiva, dados retirados da pesquisa nacional por amostra de domicílios (PNAD)Analisar o perfil de morbidade referida, acesso e uso de serviços de saúde em homens e mulheres no Brasil, segundo idade e região urbana e rural.Existe uma diferença expressiva no que relaciona a procura aos serviços de saúde entre homens e mulheres no Brasil, as mulheres se preocupam mais com a saúde do que os homens e essa é uma raíz cultural que a sociedade, principalmente nas áreas rurais, carrega.
ARRUDA, 2018Pesquisa QuantitativaAnalisar os determinantes do acesso e das diferenças entre áreas urbanas e ruais nos de 1998 a 2008.Há diferenças importantes nas necessidades de cuidados em saúde segundo as áreas urbana e rural no período analisado, além de a procura pelo serviço de saúde ser menor nas áreas rurais
WUNSCH, 2014
Pesquisa de campo qualitativa de vertente etnográficaAs percepções de cuidado para as famílias residentes em um assentamento rural na região noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.A enfermagem necessita compreender as diferentes visões de mundo e os comportamentos culturais que influenciam o viver das famílias assentadas, para possibilitar um cuidado holístico e congruente sob o ponto de vista cultural.
ALMEIDA, 2021Estudo de caso com abordagem qualitativaEvidenciar que a área rural necessita de políticas específicas de APS por conta das desigualdades.Para a dimensão de contexto, os resultados mostram que sob os municípios rurais remotos atuam como condicionantes socioeconômicos que afetam a organização da APS e vulnerabilizam a população, sobretudo as das zonas rurais dos municípios rurais remotos.
SILVA, 2020Pesquisa de abordagem qualitativa.Evidenciar como a pandemia foi enfrentada pela população rural.A pandemia da COVID-19 agrava as dificuldades já existentes como acesso, falta de material e rotatividade de profissionais, , pois o isolamento social, necessário ao bloqueio da transmissão, implica em diminuição dos transportes já insuficientes para a locomoção da população para os serviços, bem como no deslocamento de profissionais de saúde.
SILVA, 2021estudo quantitativo de corte transversal e um estudo qualitativo guiado pela história oral de vida.Analisar as intersecções entre qualidade de vida e resiliência de mulheres rurais.Constatou-se associação entre o domínio aspectos sociais de qualidade de vida e o grau moderado de resiliência, relacionado às características do cotidiano rural.
Fonte: Autoria própria (2022)

Observou-se nos estudos que os autores discutem sobre a importância da assistência de enfermagem em áreas rurais, as especificidades do local, os desafios encontrados no que se refere a oferta e adesão de saúde e a necessidade de haver um olhar mais próximo e atento a saúde em áreas rurais para se cumprir os princípios do sistema único de saúde e valorizar a atenção primária nessas áreas remotas afastando de todas as formas a desigualdade dentro do contexto da saúde.

Segundo Lima (2020), os aspectos que influenciam a prática de enfermagem rural são o isolamento social, geográfico ou profissional, que exige dos enfermeiros uma prática autônoma e na maioria das vezes, sem auxílio de outros profissionais. Agindo dessa forma, cria-se um cenário de risco clínico que torna a demanda maior, diminuindo a capacidade de resolutividade de sua assistência.

O isolamento se expande para o conceito de que as Unidades de Saúde estão distantes de outros serviços de saúde, o que também influencia na prática de enfermagem, sendo necessário, assim, conhecer as condições financeiras e de infraestrutura das Unidades de Saúde para que as esferas gestoras possam realizar intervenções para resolvê-las (LIMA, 2020).

Oliveira (2019), apresenta que os desafios incluem a escassez de profissionais de saúde especializados para ofertar cuidados de enfermagem e médicos, nas diversas regiões rurais do país, a gestão de atenção primária e atenção especializada, a sobrecarga do enfermeiro, demanda excessiva, déficit na infraestrutura e falhas nos pontos e redes de atenção.

Assistência de enfermagem em áreas rurais

O enfermeiro tem como objetivo ofertar, coordenar e gerir a assistência de saúde. Estes profissionais são muito importantes para o vínculo com o paciente, pois os mesmos têm o contato mais próximo e sociável para facilitar a promoção de saúde, possuir a responsabilidade de coordenar os recursos humanos, realizar educação continuada da equipe, alcançar metas, realizar consultas de enfermagem e encaminhamentos, trabalhar de forma integrada com as outras equipes (CARVALHO, 1975).

O estudo de Arruda (2018), a respeito das diferenças entre saúde na área urbana e saúde na área rural, mostra que existe uma procura e adesão menor por parte dos moradores de áreas rurais do que pela área urbana e o enfermeiro é o principal mediador para realizar essa mudança, podendo incentivar por meio da promoção de saúde a adesão aos serviços. Foi evidenciado também que há uma maior procura aos serviços de saúde por parte de pacientes que sofreram algum dano que os impedem de se locomover e trabalhar, ou seja, depois que existem sequelas de algum problema que não foi tratado a tempo.

Segundo Lima (2020), o enfermeiro na área rural tem como atividade desenvolver a promoção, a prevenção em saúde e práticas curativas, como também a consulta de enfermagem e atividades de gestão. Levando em consideração a realidade do trabalho e da população nessas áreas, esse profissional deve exercer a educação em saúde, além de habilidades que permitam a formação de um vínculo entre profissional e paciente, para que haja uma melhor adesão às propostas de saúde.

O estudo de Oliveira (2018) afirma que o profissional deve possuir habilidades específicas para lidar com as necessidades de determinado território pois será isso que determinará a efetividade dos serviços de enfermagem.

Em 1975, no Brasil foi lançada as diretrizes governamentais em saúde, o II Plano Nacional de Desenvolvimento – PND 1975-1979 Lei n. 6.151, 4 de dezembro de 1974. Em seu Capítulo VI, fala sobre a Estratégia de Desenvolvimento Social, deixa bem claro sobre as obrigações do Estado no que relaciona a oferta de saúde (CARVALHO, 1975).

Dentro desse contexto a saúde na área rural foi citada, todas as especificidades e desigualdades foram expostas na sessão sendo possível assim definir os objetivos para beneficiar e diminuir as desigualdades dentro da área rural, definindo assim que essas áreas seriam assistidas pelos municípios que teria auxílio das agências federais e estaduais, as atividades dos enfermeiros dentro do projeto abrangem atendimento a gestantes e puérperas, atendimento a crianças, orientações sobre saúde, imunização, visita domiciliar, prestação de primeiros socorros, registro e coleta de dados (CARVALHO, 1975).

A assistência em área rural de um modo geral sofre com alguns desafios para implementar a atenção primária de qualidade, como a questão de um cronograma diferente das áreas urbanas. As consultas e os procedimentos necessitam ocorrer de uma forma mais rápida por conta da grande demanda, por não possuírem muitos postos e profissionais suficientes, são muitos pacientes para realizar atendimento em um dia. De forma que nessas consultas, há uma predominância de atividades curativas sobre a preventiva, o que foge da proposta de atenção primária que tem seu objetivo pautado principalmente na prevenção dos problemas de saúde (OLIVEIRA, 2020).

Segundo Wunsch 2014, a oferta do cuidado no contexto da área rural possui algumas especificidades para que se obtenha bons resultados, como levar em consideração antes de qualquer coisa os aspectos culturais e sociais do local. Outros autores que escreveram sobre o tema também concordam que sem levar em consideração os aspectos socioculturais da comunidade se torna mais difícil a adesão às políticas de saúde.

Lima (2020) afirma que a assistência de enfermagem nessas áreas vai muito além de realizar uma consulta de enfermagem, mas se estende a um relacionamento de intimidade com os pacientes da comunidade. É necessário habilidade, criatividade, conhecimento sobre área sociais pois ainda se trata de pessoas com culturas bastante enraizadas, hábitos diferentes, alimentação diferentes, forma de trabalho que desgasta mais a saúde por demandar bastante esforço e tempo.

Os dados obtidos com a pesquisa de Lima (2020) revelaram que os profissionais enfermeiros que trabalham na área rural estão satisfeitos com a remuneração e com sua realização profissional, apesar de que haja limitações na prática de enfermagem.

Algumas críticas em comum que o estudo de Lima (2020) traz, são que os enfermeiros, mesmo estando satisfeitos com o trabalho em equipe e com a contribuição dos mesmos para a melhoria da saúde da população rural, se mostram insatisfeitos com as condições de trabalho, como baixa infraestrutura, meios de transporte para chegar às populações, riscos de vida diário no deslocamento, indisponibilidade de recursos materiais e medicamentos.

Para ofertar uma saúde integral e tentar atingir o máximo de pessoas possível, além das consultas individualizadas, há também encontros dos grupos em datas comemorativas, que favorecem o vínculo do enfermeiro com a população e ainda pode-se exercer a educação em saúde para essa população (OLIVEIRA, 2019).

Atenção primária como principal estratégia de cuidado na área rural e a pandemia do covid-19

Segundo Silva (2020) o fortalecimento da APS em área rural é considerado uma pauta antiga já que é considerada o principal meio de assistência no território.
Reconhecidamente, o enfermeiro da área rural enfrenta alguns desafios à mais, quando comparado à área urbana para a assistência, dessa forma, é importante evidenciar como foi o trabalho do enfermeiro rural no contexto de pandemia do COVID-19.

Estudos anteriores evidenciaram as iniquidades e desigualdades que esses territórios já enfrentavam antes de uma pandemia, como a dificuldade de locomoção, poucos profissionais e falta de infraestrutura.

A pandemia agravou as dificuldades já existentes, pois com a necessidade de isolamento social, houve a diminuição da circulação dos transportes que já escassos, tanto para pacientes, quanto para profissionais além das tecnologias implantadas, como respiradores e hospitais de campanha ficarem localizados nos grandes centros urbanos. Dessa forma, a atenção primária na área rural deixou de ser fortalecida sendo que é uma porta de entrada capaz de resolver quase 90% dos problemas de saúde inclusive os impactos do COVID-19 na saúde da população.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, faz-se necessária a criação de políticas públicas direcionadas às especificidades que a área rural apresenta, além do fortalecimento da atenção primária (APS), que é o principal nível de atenção presente na área rural.

Se faz necessário um olhar voltado principalmente às necessidades dos profissionais enfermeiros que são responsáveis pela a assistência de saúde nesses locais. Para realizarem procedimentos e atenderem às demandas, é necessário infraestrutura, insumos e equipe profissional adequada, dessa forma, a gestão de enfermagem se torna mais organizada e preparada para identificar os desafios diários dos enfermeiros e procurar estratégias para diminuir desigualdades, falta de insumos, funcionários e oferecer boas condições de trabalho.

Visto isso, entende-se que a solução possa estar em uma reestruturação, trazendo visibilidade para a saúde no meio rural por meio da educação, da gestão e registros de relatos dos próprios servidores sobre as dificuldades enfrentadas diariamente.

Ofertar condições de salários diferenciadas da área urbana pode ser uma intervenção buscando evitar a alta rotatividade de enfermeiros na área rural, por meio de gratificações que expressem reconhecimento, implantar novas tecnologias, facilitar o acesso dos pacientes seja colocando mais transportes ou criando mais pontos de atendimento para que o paciente não precise sempre estar se deslocando para a cidade ou grandes centros para receber atendimento ou orientação de saúde.

Conclui-se que o futuro da enfermagem no contexto rural depende de uma série de políticas públicas e projetos direcionados. Uma atenção primária efetiva evita um possível sofrimento ao paciente, pois a prevenção de doenças ou o tratamento precoce desafoga os outros níveis de atenção de alta complexidade e uma população rural mais saudável pode então ser encontrada.

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Agradecimentos

Gostaria de agradecer primeiramente a Deus que me deu forças, inteligência e sabedoria para chegar até aqui, sem a força do alto nada é possível pois no meio do caminho sempre nos deparamos com as dificuldades e o cansaço, mas ele nos sustenta.

Agradecer a toda minha família que sempre me incentivou e fez o meu sonho de me graduar ser possível, agradeço aos meus pais, mas especialmente a minha mãe que durante todos esses anos trabalhou e lutou sozinha para me ver formada, jornada tripla de trabalho, mas sempre com gratidão e alegria pelas minhas conquistas, nunca me cobrou nada mas sempre me ensinou que os estudos e o conhecimento é o melhor caminho para o sucesso, coube a mim fazer a minha escolha, a você mãe dedico essa minha conquista. E também especialmente a minha avó que sempre cuidava da casa para que eu pudesse apenas focar nos estudos e sempre compreendeu minhas ausências.

Um agradecimento especial ao meu companheiro de vida que sempre me incentivou a estudar, a colocar meus estudos como prioridade, que me deu colo nos momentos de estresse e cansaço e que me ajudou a nunca desistir dos meus sonhos. Agradeço imensamente pela contribuição para o TCC, seu conhecimento e experiência em políticas públicas e vivência em área rural me inspirou a escolher esse tema tão importante.

E por fim aos meus professores que me ensinaram durante esses 5 anos, em especial a minha orientadora Professora Marina, sempre atenciosa, paciente e inteligente, foi por meio da matéria dela de atenção primária que criei interesse nessa pesquisa, à você toda minha gratidão, à instituição que disponibilizou recursos excelentes para o aluno estudar e a minha parceira de TCC que embarcou junto comigo nessa jornada e contribuiu com muita dedicação ao nosso trabalho.


1Graduanda do Curso de Enfermagem, do Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos – Uniceplac. E-mail: souanacarolina14@gmail.com.

2Graduanda do Curso de Enfermagem, do Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos – Uniceplac. E-mail: ericafitdance@gmail.com.

3Orientador: