PRIMEROS AUXILIOS EN LA ESCUELA: ESTUDIO PILOTO EN UNA ESCUELA DE MG – BRASIL
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202408301547
Leonardo Moura Santos1
Teresa Ontañón Barragán2
Wagner de Aguiar Raupp3
Robinson Ali Graray Pardo4
RESUMO: O presente trabalho se desenvolveu pautado sob a ótica da carência de conhecimentos da comunidade escolar e o despreparo generalizado do corpo docente frente ao atendimento em primeiros socorros e considerando a recorrência de acidentes em ambiente escolar. Os objetivos foram investigar os conhecimentos sobre primeiros socorros do corpo docente numa escola estadual de Ituiutaba/MG e contribuir com a formação em primeiros socorros dos docentes participantes da pesquisa. Para tanto, foi realizado um estudo piloto, de ação participativa, em uma escola na cidade de Ituiutaba/MG, cujos instrumentos de coleta de dados foram questionário e observação participante. Os resultados demonstraram que os docentes não possuem conhecimentos relacionados aos primeiros socorros e que apenas os docentes das disciplinas de Educação Física possuem algum conhecimento acerca da temática. Ainda, a pesquisa mostrou que nenhum professor se sente confiante para realizar os primeiros socorros em caso de necessidade e levantou a urgência de investir em formação inicial e continuada.
Palavras-chave: Lei Lucas, Educação continuada, Primeiros socorros.
RESUMEN: Este trabajo se desarrolló con base en el desconocimiento de la comunidad escolar y la falta de preparación general del personal docente respecto a la atención de primeros auxilios y considerando la recurrencia de accidentes en el ambiente escolar. Los objetivos fueron investigar los conocimientos en primeros auxilios del profesorado de una escuela pública de Ituiutaba/MG y contribuir a la formación en primeros auxilios de los profesores participantes de la investigación. Para ello, se realizó un estudio piloto participativo en una escuela de la ciudad de Ituiutaba/MG, cuyos instrumentos de recolección de datos fueron el cuestionario y la observación participante. Los resultados demostraron que los docentes no tienen conocimientos de primeros auxilios y que sólo los docentes de las asignaturas de educación física tienen algún conocimiento sobre el tema. Además, la investigación demostró que ningún docente se siente seguro para realizar primeros auxilios en caso de ser necesario y planteó la urgencia de invertir en formación inicial y continua.
Palabras-clave: Ley Lucas, Educación continua, Primeros auxilios.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho foi desenvolvido sob a ótica de uma carência no ambiente escolar concretizada no despreparo do corpo docente frente ao atendimento em primeiros socorros. Somado ao despreparo, devemos considerar que a maioria dos acidentes com crianças ocorrem no ambiente escolar, que ocasionam, em certos momentos, ferimentos e lesões (Bernardes et al., 2007). Consoante Siqueira (2011), entende-se por primeiros socorros como sendo os cuidados que devem ser prestados a uma pessoa, vítima de acidente ou mal súbito, cujo estado físico põe em perigo a sua vida, com o fim de manter as funções vitais e evitar o agravamento de suas condições, aplicando medidas e procedimentos até a chegada da assistência especializada.
Diante desta problemática, entende-se que o professor não pode ser culpado por tal carência, pois até hoje as grades e currículos acadêmicos, na maioria dos casos dos cursos de licenciatura, não oferecem disciplinas relacionadas aos primeiros socorros. Ao passo que as escolas, as prefeituras e os concursos não cobram e não oferecem estes conhecimentos aos seus profissionais.
Apesar das leis garantirem o direito de que todo professor seja treinado e qualificado em primeiros socorros, é frequente que o docente chegue à frente de turmas escolares sem o mínimo preparo para alguma intervenção em primeiros socorros, caso seja demandado. Talvez devido à consciência de sua limitação e à expectativa de que a sua obrigação esteja vinculada apenas ao fato de ministrar conteúdos e matérias afins e, consequentemente, o ato de socorrer fica entregue aos órgãos especializados em atendimentos de urgência.
Pode-se perceber que o conteúdo sobre primeiros socorros no Brasil é restrito aos profissionais da saúde, não tendo o interesse por demais atores sociais. Talvez tal conduta se dê pelo fato de não agir com políticas de prevenção e depender apenas da atuação quando o evento indesejado já está consumado. No entanto, após determinado acontecimento em que haja clamor da sociedade, bem como pressão suficiente para que a tragédia não tenha recorrência, a legislação é aprimorada. Como exemplo, temos o incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, Rio Grande do Sul, em 2013 com 242 pessoas mortas e 636 pessoas feridas. Após a repercussão e a pressão social, foi criada e aprimorada a legislação sobre a prevenção e o combate aos incêndios e pânico nos ambientes públicos. Outro exemplo é o da criação da Lei Lucas (Lei nº 13.722, 2018), a qual foi promulgada após a morte de um estudante, por engasgo, em uma excursão escolar.
Como contraponto, uma sociedade organizada e preparada para atuar diante de situações de emergência possui a capacidade de pronta resposta coletiva ou individualmente. A título de exemplo, podemos citar o Japão que é frequentemente acometido por desastres naturais e, por este motivo, os primeiros socorros, assim como diversos procedimentos e protocolos de evacuação e segurança, formam parte do currículo e atividades escolares (Watanabe, 2021).
Voltando ao ambiente escolar, precisamos refletir o quão preocupante é ter um professor sem capacitação e qualificação em socorro de primeira resposta no comando de uma sala de aula com dezenas de alunos. Caso ocorra a necessidade de atuação numa situação de primeira resposta em auxílio a alguém, esse mesmo professor sem capacitação e qualificação em socorro de primeira resposta ficará inerte aguardando a chegada do socorro médico específico.
A problemática é que a situação citada é extremamente grave, apesar de ser vivenciada no cotidiano brasileiro e, em especial, no município de Ituiutaba/MG, cidade em que a presente pesquisa é confeccionada. Conforme Prédine (2002), todos os dias, centenas de crianças e adolescentes deixam suas casas para irem à escola em busca de conhecimento e na esperança de um futuro melhor, e dentre eles, há dezenas que sofrem algum tipo de enfermidade que necessite alguma intervenção.
De acordo com Sales et al. (2016), por causa de sua especificidade, quantidade de movimento e contato físico, as aulas de Educação Física são particularmente propensas à ocorrência de acidentes e episódios, com maior ou menor gravidade. Contudo, isso não desonera as demais áreas da docência escolar, uma vez que é necessário que não apenas o professor de Educação Física possua conhecimentos em primeiros socorros, como também toda a equipe docente e membros participantes do cotidiano escolar, pois em algum momento estarão sob a presença de alunos sob sua responsabilidade.
Desse modo, é fundamental compreender que o conhecimento em primeiros socorros por parte do professor é crucial para salvar vidas. Entender também o quão deficitário é atualmente o currículo dos cursos de graduação nesse quesito. Fato que nos faz pensar sobre a necessidade de buscar conhecimento específico e estratégias, ou seja, agregar mais conhecimento e preparo para que o docente esteja preparado para realizar a melhor ação, caso ocorra algum acidente.
A partir do exposto, concluímos a respeito da importância de o professor estar capacitado para realizar os primeiros socorros (Siqueira, 2011). Assim, este trabalho se justifica precisamente pelo cenário apresentado, na certeza de que agregar o conhecimento sobre primeiros socorros ao corpo docente das escolas é importante e vital, pois não podemos ignorar o fato de que os professores têm certo grau de responsabilidade na segurança e bem-estar dos alunos quando estes permanecem dentro do ambiente escolar. E, em caso de lesões, acidentes ou situações de emergência na sala de aula, no pátio da escola ou em atividades extracurriculares, o conhecimento em primeiros socorros permite que os professores prestem assistência imediata até a chegada de profissionais de saúde. Portanto, estes conhecimentos devem fazer parte dos currículos de formação dos cursos de licenciatura e ser abordados em cursos e atividades de formação continuada.
OBJETIVOS
O objetivo geral deste trabalho foi validar um questionário para estudos futuros e investigar os conhecimentos sobre primeiros socorros do corpo docente numa escola estadual de Ituiutaba/MG. E, através da ação participativa, contribuir com a formação em primeiros socorros dos docentes participantes da pesquisa, mediante a realização de uma oficina acerca da temática, visando entender as principais preocupações e dificuldades dos participantes e problematizar a carência de formação sobre primeiros socorros nas escolas no que tange à formação inicial e continuada.
MATERIAIS E MÉTODOS
A pesquisa foi realizada em uma escola pública na cidade de Ituiutaba/MG. A escolha da Escola foi por conveniência.
A coleta de dados foi efetuada através de um questionário autoral (anexo) contendo 10 perguntas abertas e fechadas referentes à caracterização da formação do professor e a sua capacidade autopercebida para atuar com primeiros socorros, caso fosse necessário em situações de emergência ou lesão.
Para avaliar os resultados, realizou-se uma análise descritiva dos dados obtidos (Minayo, 2002).
Por fim, a ação participativa ocorreu após a realização do questionário através da promoção de uma intervenção teórico-prática com o intuito de ofertar conhecimentos básicos sobre primeiros socorros. As atividades da oficina propostas ocorreram no dia 23 de maio de 2023 e tiveram uma duração total de 6 horas.
Para tanto, foram utilizados períodos de reunião do corpo docente escolar (módulos escolares) para a realização do treinamento, sendo 2 horas com conteúdos teóricos sobre a temática e 4 horas de treinamento teórico-prático, em que foram abordadas situações e possíveis ocorrências em primeiros socorros como fraturas e ferimentos, hemorragias, obstrução das vias aéreas por corpos estranhos (OVACE) e parada cardiorrespiratória. Durante as atividades, os pesquisadores anotaram num diário de campo as observações, comentários e reações dos docentes participantes, cujos dados foram posteriormente analisados e trazidos em forma de texto narrativo para compor os resultados.
RESULTADOS E ANÁLISE
Participaram deste estudo 15 professores, sendo 3 deles professores de Educação Física e os demais de disciplinas diversas da escola selecionada. Dentre eles, 12 eram do sexo feminino e 3 do masculino.
RESPOSTAS PARA A PERGUNTA: NA FORMAÇÃO ACADÊMICA, HOUVE A DISCIPLINA DE PRIMEIROS SOCORROS NA GRADE CURRICULAR?
Figura 1: Capacitação em primeiros socorros.
Com um total de 15 professores entrevistados, apenas 3 responderam que possuíam conhecimentos de primeiros socorros. Vale ressaltar que os professores que responderam positivamente, eram todos professores de Educação Física e os demais possuíam formação em Pedagogia, Letras, História e Matemática, confirmando que suas grades de formação acadêmica básica não possuem uma matéria que visa um treinamento em primeiros socorros.
Esta pergunta permitiu evidenciar a realidade vivida pelas escolas: a falta de formação e conhecimento do professor para os primeiros socorros. Observamos que apenas a graduação em Educação Física oferece a disciplina de primeiros socorros aos acadêmicos em formação. Isso é muito grave, tendo em vista que os alunos estão sujeitos a acidentes e situações que colocam em risco a sua integridade física diariamente. A formação em primeiros socorros deveria ser condição básica é requisito para a contratação a fim de se ter um ambiente preparado para qualquer intervenção ou suporte até a chegada dos recursos próprios para socorro e resgate.
RESPOSTA PARA A PERGUNTA: EM CASO DE NECESSIDADE DE INTERVENÇÃO, VOCÊ SE SENTE CAPACITADO PARA PRESTAR PRIMEIROS SOCORROS?
Figura 2: Confiança em executar os primeiros socorros.
Quando perguntado aos participantes sobre se em determinada situação que fosse necessária uma intervenção, se sentiriam preparados para fazer o necessário, vemos que as respostas foram unânimes: Não! Nenhum professor disse estar preparado ou conseguiria atuar para auxiliar o aluno em alguma situação que necessitasse dos primeiros socorros. Os professores que possuíam conhecimento e formação em primeiros socorros alegaram não ter capacidade para realizar a intervenção e os que não possuíam nenhuma noção disseram que não agiriam por falta de conhecimento. Sobre tal questão é importante pensar que mesmo aqueles que possuem algum conhecimento sobre a temática, caso não seja oportunizado um treinamento continuado, a sua formação se torna um conhecimento em vão, pois a falta de treinamentos reduz a capacidade adquirida.
Desse modo, verifica-se o grande desafio que é vivenciado nas escolas diariamente, pois além dos riscos habituais do dia a dia nas escolas, em caso de sinistro, as crianças estão desamparadas frente à incapacidade, despreparo e desatualização da equipe docente.
RESPOSTA PARA A PERGUNTA: JÁ PASSOU POR SITUAÇÃO NO AMBIENTE ESCOLAR EM QUE FOI NECESSÁRIO PRESTAR OS PRIMEIROS SOCORROS?
Figura 3: Situações de lesão ou emergência vivenciadas em ambiente escolar.
Outra pergunta realizada foi se algum professor já havia vivenciado alguma situação que necessitasse de intervenção dos primeiros socorros. Nela, metade dos participantes afirmaram terem vivenciado em algum momento da carreira em ambiente escolar alguma situação em que o aluno teve a sua integridade física lesada, necessitando de intervenção. Logo, esta resposta corrobora com a necessidade de o professor ter capacitação para uma resposta rápida frente a situação apresentada. Fato que merece ser destacado é que todas as situações informadas e vivenciadas pelos professores não ofereciam risco à vida. Fato que merece reflexão, pois em centenas de outras situações vividas em outros locais no Brasil, vidas foram perdidas, famílias desestruturadas e carreiras manchadas, pois querendo ou não, é de responsabilidade do professor a integridade dos alunos enquanto estão sob a sua orientação e tutela.
Analisando o parágrafo anterior e considerando que a situação não é diferente nas demais escolas do município, Estado e de todo o Brasil, ressalta-se a gravidade da realidade. É uma situação alarmante que sempre vem à tona quando ocorre alguma situação grave em alguma escola brasileira. Quando a vida de alguma criança é ceifada no ambiente escolar, cuja morte poderia ter sido evitada, sempre vêm os questionamentos da capacidade do corpo docente da escola, se os professores estão capacitados e do que pode ser feito para evitar tais tragédias no ambiente escolar.
RESPOSTA PARA A PERGUNTA: VOCÊ ACHA IMPORTANTE A DISCIPLINA DE PRIMEIROS SOCORROS, FAZER PARTE DO CURRÍCULO DE FORMAÇÃO DA DOCÊNCIA? POR QUÊ?
Figura 4: Importância dos conhecimentos em primeiros socorros pelo professor.
No gráfico observamos que é nítido que os professores sentem a necessidade de algum tipo de formação ou conhecimento básico em relação aos primeiros socorros. Entretanto, é mais um desafio que o professor terá que superar no seu cotidiano escolar, tendo em vista as dificuldades que já são enfrentadas diariamente no ambiente escolar.
AÇÃO PARTICIPATIVA
Após a aplicação do questionário, foi realizado um curso com duração de 6 horas sobre primeiros socorros, buscando despertar no quadro de professores da escola um olhar mais crítico sobre a situação apresentada no decorrer do texto e demonstrada a partir das respostas. Inicialmente, havia sido planejada apenas uma contextualização teórica junto aos professores, contudo os objetivos iniciais foram ultrapassados, uma vez que o próprio corpo docente solicitou uma parte prática. Visando oferecer recursos práticos aos participantes, foram ensinadas algumas técnicas para situações de emergência de maior recorrência no dia a dia da escola, treinando possíveis intervenções e atitudes a serem tomadas.
Num primeiro momento, foi debatido e contextualizado o questionário respondido por eles. De forma unânime, todos demonstraram preocupação e destacaram o quão importante seria se todo o plantel escolar tivesse os conhecimentos básicos em primeiros socorros, pois no cotidiano sempre ocorrem situações que exigem algum tipo de intervenção. Em outro momento, foi exposta a dificuldade em se agregar tal conhecimento, tendo em vista que não possuem qualquer amparo por parte do Estado, sequer tempo disponível para se buscar algum tipo de treinamento ou realizar cursos na área. De fato, a busca por capacitação, para além da graduação, por conta própria é difícil de ocorrer, já que muitos professores acreditam que outras áreas são mais interessantes e importantes para as suas carreiras na docência. Despertar essa necessidade é o grande desafio que precisa ser vencido, pois é latente a importância no cotidiano escolar.
Posteriormente, foram então realizadas as oficinas práticas, sendo englobadas oficinas de fraturas e hemorragias, engasgamento (OVACE), parada cardiorrespiratória e problemas clínicos, tais como convulsões, crises de ansiedade e problemas relacionados ao sistema circulatório. Neste momento, foi apresentada uma situação de agravo à saúde simulando que fosse com algum aluno. Os professores e alguns servidores escolares que participaram das práticas tiveram que agir de forma correta, a fim de aplicar as técnicas de primeiros socorros em cada caso específico. Foi, de fato, um momento ímpar para os participantes e de grande aprendizado e sensibilização, pois houve a participação e interesse de todos, tendo inclusive a participação da diretoria da escola, demonstrando que o tema é de suma relevância.
Como forma de reflexão pessoal, acredito que houve um aproveitamento considerável do que foi apresentado tanto na palestra como nas práticas, o que contribuiu consideravelmente para esse fato é que foi despertada uma preocupação que até então estava adormecida em toda a equipe escolar. E potencializou o interesse pela temática. Essa preocupação fez com que o professor se imaginasse em uma situação em que poderia ocorrer desde uma pequena queda de um aluno com uma escoriação até uma fratura ou engasgamento, os quais exigem preparo e atuação imediata do professor. Casos simples ocorrem diariamente e são negligenciados, pois se acredita que casos mais complexos não são possíveis de ocorrer em suas turmas, mas é nesse pensamento apoiado no achismo e negacionismo que se perde a oportunidade de buscar a qualificação específica. Em outras palavras, podem ocorrer situações graves a qualquer momento e em qualquer lugar e será de grande valia que o professor esteja preparado para intervenção até que o socorro médico chegue ao local.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da pesquisa realizada, observamos a possibilidade de mudar a realidade da falta de preparo e conhecimento em primeiros socorros dos professores das escolas, não apenas desta região, mas do Brasil. Inicialmente, foi demonstrado, no decorrer do presente trabalho, que o nível de conhecimento dos professores acerca dos primeiros socorros era, independente da complexidade da situação de urgência e emergência, insuficiente. Essa realidade parece estar relacionada tanto à carência de carga horária e de aulas práticas durante a formação profissional na graduação, quanto ao desinteresse e falta de oferta/cobrança por parte dos órgãos responsáveis em realizar os cursos de atualização sobre os primeiros socorros.
Para melhorar o nível de conhecimento e diminuir a falta de segurança dos professores em relação aos primeiros socorros no âmbito escolar, sugere-se que, na graduação, seja oferecida uma carga horária maior com adequação de conteúdos teóricos e práticos em relação ao tema supracitado. Com o surgimento da Lei Lucas acreditamos que talvez esse seja o fator que irá preencher a lacuna existente.
A partir da Lei Lucas e dos resultados desta pesquisa, fica demonstrado que o professor não está preparado para realizar os procedimentos necessários em primeiros socorros. Este despreparo é resultado também da ausência de uma formação continuada em Primeiros Socorros após a graduação, que é apontada como um meio de manter os professores atualizados e preparados. Tendo em vista a importância e a relevância social que o conhecimento em Primeiros Socorros apresenta diante de um acidente no âmbito escolar, é dever dos professores e dos órgãos educativos responsáveis buscar meios de se manter atualizados (cursos de capacitação, congressos, palestras, entre outros). Além disso, a inserção do conteúdo “Noções Básicas de Primeiros Socorros” nas aulas de Educação Física é apresentada de forma positiva por diversos autores como ferramenta pedagógica interessante a ser utilizada no sentido de prevenir e preparar os alunos do ciclo básico de ensino de possíveis acidentes.
Por fim, estudos mais robustos e abrangentes são necessários para elucidar e descrever as dificuldades que os professores encontram na busca por essa qualificação. Além de corroborar e complementar as fragilidades presentes na Lei Lucas, tais como não apresentar carga horária dos cursos de qualificação e não descrever os conteúdos programáticos necessários a uma base comum a nível nacional.
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1Bombeiro militar do Estado de Minas Gerais, Bacharel em Direito, Graduando no curso de licenciatura em Educação Física UEMG, Unidade Ituiutaba. leonardomoura220@yahoo.com.br
2Doutora em Educação Física, Professora efetiva do curso de Educação Física da Universidade do Estado de Minas Gerais, UEMG, Unidade Ituiutaba. teresa.barragan@uemg.br
3Doutorando em Saúde Pública, Professor da disciplina de Primeiros Socorros da Universidade do Estado de Minas Gerais, UEMG, Unidade Ituiutaba. wagner.raupp@uemg.br
4Doutor em Saúde Pública, Instrutor internacional de RCP, Professor do curso de Enfermagem da Universidade de Maimonides – Argentina. Professor do Programa de Pós Graduação em Saúde Pública da Universidad de Ciencias Sociales y Empresariales, UCES, Argentina. julian1a@hotmail.com