FIRST AID: KNOWLEDGE OF BASIC EDUCATION TEACHERS IN A MUNICIPALITY IN MARANHÃO
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ch10202507251640
Julia de Sousa Costa1; Suellen Regina Pereira da Cruz2; Gabriely Vieira Perinazzo da Silva3; Nathália Rocha Faria4; Senndy Madonh da Silva dos Santos5; Joanilce Nazareno Martins6; Joana Morena de Carvalho do Nacimento7; Naiara Coelho Lopes8
Resumo
O ambiente escolar é propício à ocorrência de acidentes, pois as crianças e adolescentes, pela sua natureza exploratória, têm interesse em experimentar novas situações. Durante esta fase crucial do desenvolvimento de suas habilidades, eles estabelecem interações que podem resultar em acidentes dentro desses espaços. Dessa forma, esta pesquisa objetivou identificar o nível de conhecimento dos professores da educação infantil e do ensino fundamental I da rede municipal em relação aos primeiros socorros na cidade de Loreto-MA. Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa. Como instrumento para a coleta de dados utilizou-se um questionário através da plataforma Google Forms, com questões de múltipla escolha. Os resultados revelaram que a maioria dos profissionais não recebeu capacitação específica na área de primeiros socorros. As questões com maior percentual de acertos estavam relacionadas a queimaduras e cortes e arranhões, enquanto as com menor percentual de acerto abordavam torções e lesões na cabeça. As situações em que a maioria dos profissionais demonstrou não saber como agir estavam relacionadas à PCR e torções. Além disso, muitos profissionais não possuem pleno conhecimento sobre a Lei Lucas. Diante disso, evidencia-se a necessidade de inserir o enfermeiro nas escolas, por meio do Programa Saúde na Escola (PSE), com o objetivo de implementar a educação continuada em saúde. Isso permitirá capacitar funcionários e professores para agirem de maneira adequada em situações que exijam medidas de primeiros socorros, contribuindo para a criação de um ambiente escolar mais seguro e preparado para lidar com emergências.
Palavras-chave: Conhecimento. Professores. Primeiros Socorros.
1 INTRODUÇÃO
Os acidentes representam a principal causa de óbito para crianças de 1 a 14 anos no Brasil. Anualmente, mais de 3.300 crianças perdem a vida devido a esses eventos, e outras 112 mil são hospitalizadas em estado grave. Em média, nove crianças brasileiras falecem diariamente em decorrência de acidentes (Criança Segura, 2023).
O ambiente escolar é propício à ocorrência de acidentes, pois as crianças e adolescentes, pela sua natureza exploratória, têm interesse em experimentar novas situações. Durante esta fase crucial do desenvolvimento de suas habilidades, eles estabelecem interações que podem resultar em acidentes dentro desses espaços (Silva, et al., 2019).
É estimado que entre 10% e 25% dos acidentes que resultam em lesões em crianças com menos de 14 anos aconteçam na escola ou em suas proximidades (Malta et al., 2021). Diante do aumento constante desses casos, torna-se evidente a relevância de capacitar os professores das instituições, a fim de que possam atuar de forma eficaz em situações adversas (Pedrosa; Gusmão, 2021).
Os primeiros socorros (PS) consistem em ações imediatas destinadas a uma pessoa que sofre um acidente ou mal súbito, para preservar a vida e prevenir o agravamento de condições críticas até a chegada de assistência especializada. Qualquer pessoa treinada pode executá-los com serenidade, compreensão e confiança (American Heart Association, 2020). A falta de conhecimento em primeiros socorros pode trazer inúmeros problemas, como manipulação incorreta da vítima ou falta de preparo psicológico para atender com eficiência o acidentado (Nogueira et al., 2022). Dessa forma, o domínio sobre os cuidados iniciais a serem prestados por parte dos professores é imprescindível, podendo evitar desde o chamamento desnecessário de socorro especializado até manter uma vida. Na maioria dos cursos de licenciatura, há uma ausência quase total de disciplinas dedicadas ao ensino de procedimentos básicos de primeiros socorros. Isso resulta em uma falta de preparo dos professores para lidar com situações de urgência no ambiente escolar (Faria et al., 2020).
Em 2018, no Brasil, foi criada a Lei nº 13.722, também chamada de Lei Lucas, que torna obrigatório o treinamento em primeiros socorros para professores e colaboradores de instituições de ensino da educação básica e recreação infantil, sejam públicas ou privadas (Brasil, 2018).
Apesar dessa obrigatoriedade, estudos evidenciam que os profissionais da educação possuem um baixo nível de conhecimento em primeiros socorros, não sendo capazes de lidar adequadamente com situações de emergência (Costa et al, 2023).
A partir disso, surgiu o interesse em saber qual o nível de conhecimento em primeiros socorros dos professores da educação básica em um município maranhense, devido à alta frequência de situações de urgência no ambiente escolar segundo dados apresentados pela literatura, que exigem respostas rápidas e adequadas para garantir a segurança dos alunos.
Diante do exposto, a questão norteadora da presente pesquisa é: qual o nível de conhecimento em primeiros socorros dos professores da educação básica? Para tanto, partiu-se das seguintes hipóteses: a maioria dos professores podem já ter presenciado uma situação onde fossem necessários os primeiros socorros, os professores podem apresentar pouco conhecimento sobre primeiros socorros; os professores podem não ter recebido treinamento sobre os primeiros socorros nas escolas.
A pesquisa possui como objetivo geral identificar o nível de conhecimento dos professores da educação infantil e do ensino fundamental I da rede municipal em relação aos primeiros socorros na cidade de Loreto-MA. Além de descrever o perfil sociodemográfico e profissional dos professores; verificar se os professores já presenciaram alguma situação de emergência dentro do ambiente escolar que necessitou de atendimento em primeiros socorros; investigar se os professores já receberam treinamento em primeiros socorros; e verificar o conhecimento dos professores sobre a Lei nº 13.722/18.
Acidentes escolares são imprevisíveis e podem ocorrer a qualquer momento, exigindo respostas rápidas e eficazes. Este estudo é relevante por identificar lacunas no preparo dos professores para lidar com situações de emergência, destacando a necessidade de formação contínua em primeiros socorros.
Ao abordar essas fragilidades, a pesquisa visa orientar o desenvolvimento de programas que capacitem os educadores, promovendo um ambiente mais seguro para alunos e fortalecendo a confiança de toda a comunidade escolar. Assim, o estudo contribui diretamente para a proteção e o bem-estar no espaço educacional.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Acidentes no ambiente escolar
Devido às suas características físicas, comportamentais e de desenvolvimento, as crianças e adolescentes em idade escolar apresentam maior suscetibilidade a enfrentar intercorrências de saúde (Faleiros et al, 2021).
Dentre as situações de emergência mais frequentes na escola estão: choque elétricos, ferimentos, quedas, contusões, afogamentos, engasgos, sangramentos nasais, queimaduras, asfixia devido a engasgo por corpo estranho, entorses, luxações, fraturas, cortes e escoriações, juntamente com condições clínicas específicas de cada indivíduo, como convulsões, síncopes (Grimaldi et al., 2020; Pina; Martelli; Delbim, 2022).
De acordo com Cruz et al. (2022): “Diante de um acidente, qualquer pessoa com pouco conhecimento e técnica pode prestar uma assistência e evitar o agravamento do problema, até que a vítima receba atendimento especializado”.
A instituição escolar representa um ambiente em que crianças e adolescentes permanecem uma parte substancial do dia, havendo uma incidência comum de acidentes devido à presença de áreas de risco, como pátios, corredores, parques, banheiros, salas de aula, escadas e quadras poliesportivas (Grimaldi et al., 2020). Diante disso, é essencial haver indivíduos devidamente treinados para prestar socorro nesse ambiente.
Por serem as pessoas com maior contato com as crianças e adolescentes nas instituições de ensino, os professores devem possuir o conhecimento necessário para prestar assistência em situações de emergência. No entanto, devido à sua formação centrada na educação, os professores possuem conhecimentos e habilidades limitados para fornecer esse tipo de cuidado (Cruz et al., 2022).
Estudos de comparação entre os resultados do pré e pós-teste evidenciam que o treinamento em primeiros socorros para professores aumenta de forma significativa o conhecimento sobre o assunto, havendo aumento no percentual de acerto das questões (Moreira et al., 2021; Lima et al., 2021; Oliveira et al., 2022). Esses dados sugerem que a capacitação é uma maneira eficaz para preencher a lacuna de conhecimento sobre os cuidados iniciais.
2.2 A importância dos Primeiros Socorros
Os primeiros socorros são ações iniciais que devem ser realizadas de maneira imediata em uma vítima de acidente ou mal súbito, a fim de preservar as suas funções vitais e evitar piora do quadro até a chegada de profissionais especializados para prestar atendimento. Esses cuidados iniciais podem ser realizados pela população geral, não necessariamente por um profissional da saúde, desde que tenha o conhecimento adequado (Cornacine et al, 2019).
A necessidade de aplicação de primeiros socorros é uma ocorrência comum nas escolas, sobretudo no ambiente da educação infantil. A ausência de conhecimento sobre os procedimentos iniciais pode resultar em diversos problemas, incluindo a omissão de socorro e a manipulação inadequada da vítima, agravando a situação ou resultando em chamadas desnecessárias para os serviços de emergência (Possuelo, 2022).
Segundo informações do Departamento de Informática do SUS (DATASUS), no ano de 2021, foram contabilizados 43.442 óbitos na faixa etária de zero a 14 anos. Dentre esses, 4.427 óbitos foram atribuídos a causas externas. Os acidentes de transporte constituem 966 desses casos, seguidos por afogamentos, com 839 casos, lesões autoprovocadas, com 224 casos, e quedas, com 158 casos (Brasil, 2021).
De acordo com o Ministério da Saúde (2013) um acidente é definido como um evento não intencional e evitável que resulta em lesões físicas e/ou emocionais, ocorrendo tanto no ambiente doméstico quanto em outros contextos sociais, como no trabalho, no trânsito, na escola, em atividades esportivas e de lazer.
Segundo Grimaldi et al. (2020), o ambiente escolar, onde crianças e adolescentes passam boa parte do dia, apresenta diversos locais de risco, como pátios, corredores, parques, banheiros, salas de aula, escadas e quadras poliesportivas. Por isso, é essencial que se tenha conhecimento adequado sobre como intervir em situações emergenciais, já que um atendimento inadequado pode agravar o estado de saúde da vítima.
As diretrizes da American Heart Association (2020), destacam a necessidade crucial de pronto atendimento em ressuscitação cardiopulmonar (RCP) por socorristas leigos. Isso se justifica pelo fato de que, em situações de emergência, muitas vezes são pessoas sem formação na área da saúde que se encontram presentes, tornando essencial que a população esteja familiarizada com os procedimentos adequados relacionados aos primeiros socorros.
A dificuldade em identificar uma parada cardíaca ainda impede o salvamento de um maior número de vidas. São definidos como principais pontos para o suporte básico de vida: reconhecer a parada cardíaca e iniciar RCP, solicitar ajuda ao serviço médico de urgência, iniciar as compressões torácicas, obter um desfibrilador automático externo (DEA) e aprender a fazer RCP (European Resuscitation Council, 2021).
Tendo em vista que acidentes podem acontecer em qualquer lugar e a qualquer momento, os primeiros socorros, também denominado suporte básico de vida, devem ser ensinados para a maior quantidade de pessoas possível, a fim de contribuir para um maior número de vidas salvas.
2.3 Programa Saúde na Escola
A escola é um espaço privilegiado para práticas de promoção de saúde e de prevenção de agravos à saúde e de doenças. Para normatizar as ações relacionadas à saúde no ambiente escolar, o Decreto nº 6.286, datado de 05 de dezembro de 2007, estabeleceu o Programa Saúde na Escola (PSE), que tem como objetivo colaborar para a formação integral dos estudantes da rede pública de educação básica, por meio de iniciativas voltadas à prevenção, promoção e atenção à saúde (Brasil, 2011).
O PSE é estruturado em cinco elementos fundamentais: avaliação das condições de saúde dos estudantes, abrangendo crianças, adolescentes e jovens nas escolas públicas; promoção da saúde e prevenção de doenças; educação contínua e capacitação dos profissionais de saúde e educação, além dos jovens; e avaliação constante tanto da saúde dos estudantes quanto do programa como um todo (Brasil, 2011).
O programa é resultado da parceria entre os Ministérios da Saúde e da Educação e tem como objetivos: promover a saúde e fomentar uma cultura de paz, coordenar as ações do setor da saúde e da educação, fomentar condições para a formação completa dos estudantes, contribuir para a estruturação de um sistema de atenção social, fortalecer a abordagem das vulnerabilidades, facilitar a comunicação entre escolas e unidades de saúde, reforçar a participação da comunidade nas políticas de saúde e educação básica em todos os níveis governamentais (Brasil, 2007).
O enfermeiro desempenha um papel fundamental na educação em saúde da população, especialmente por sua experiência em atividades e programas educativos, como o Saúde na Escola, voltados para a promoção da saúde no ambiente escolar. Dessa forma, é responsabilidade do enfermeiro levar conhecimento às escolas, utilizando seu saber e competência para capacitar os profissionais envolvidos nesse processo (Dutra et al., 2021).
No contexto dos primeiros socorros, possui a capacidade de orientar os profissionais da educação para agirem diante de emergências, capacitando-os a reconhecer incidentes ou condições médicas súbitas. Isso permite uma atuação correta, aplicando os procedimentos adequados para garantir uma qualidade superior no atendimento à vítima (Mantovani, 2023 apud Oliveira, 2016).
2.4 Lei nº 13.722: Lei Lucas
No dia 4 de outubro de 2018 foi sancionada a Lei nº 13.722, conhecida também como Lei Lucas, que torna obrigatória a capacitação em primeiros socorros para professores e colaboradores de instituições de ensino públicas e privadas de educação básica, bem como para estabelecimentos de recreação infantil (Brasil, 2018).
Essa lei surgiu após o falecimento de um menino de 10 anos de idade durante um passeio escolar, decorrente de um engasgo com alimento. Na ocasião, não havia ninguém que tivesse conhecimento para realizar os primeiros socorros e realizar a manobra de desengasgo. Alessandra Begalli Zamora, mãe de Lucas, relatou que o filho foi socorrido em estado grave e inconsciente pelo SAMU, apresentando parada cardiorrespiratória e sinais de morte cerebral. Infelizmente, ele faleceu dias depois devido a asfixia por engasgamento (Zamora, 2021).
A tragédia vivida pela mãe da criança a motivou a buscar uma solução para evitar que outras crianças passassem pela mesma situação. Seu esforço resultou no desenvolvimento de uma lei voltada à capacitação de profissionais da educação infantil e básica, bem como de funcionários e professores de escolas públicas e privadas, para prestar primeiros socorros aos estudantes (Ferreira et al., 2022).
A Lei Lucas determina que o curso de capacitação em primeiros socorros deverá ser ofertado anualmente e que os estabelecimentos de ensino ou recreação, tanto públicos quanto privados, devem possuir kits de primeiros socorros conforme as diretrizes das entidades especializadas em atendimento emergencial à população (Brasil, 2018).
3 METODOLOGIA
3.1 Tipo de Estudo
Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa, com o objetivo de identificar o nível de conhecimento dos professores da educação infantil e do ensino fundamental I da rede municipal em relação aos primeiros socorros na cidade de Loreto-MA.
A pesquisa descritiva visa fornecer uma descrição detalhada de um fenômeno ou situação, permitindo uma compreensão clara das características de um indivíduo, grupo ou situação, além de revelar a relação entre os eventos. Seu propósito principal é observar e registrar os fenômenos sem investigar profundamente. Assim, essa abordagem busca apenas determinar a frequência com que um sistema, método, processo ou realidade operacional funciona (Pedroso; Silva; Santos, 2017).
Nos métodos quantitativos, os dados são coletados em forma numérica por meio de medições de grandezas, resultando em números acompanhados de unidades correspondentes. Esses métodos produzem conjuntos extensos de dados que podem ser analisados utilizando técnicas matemáticas, tais como porcentagens, estatísticas, probabilidades, métodos numéricos, métodos analíticos e o desenvolvimento de equações ou fórmulas matemáticas aplicáveis a determinados processos (Pereira et al, 2018).
3.2 Cenário da Investigação
A pesquisa tem como cenário o município de Loreto, situado no sul do estado do Maranhão, na região das Chapadas das Mangabeiras. Em 2022, a população era de 11.597 habitantes, com uma densidade demográfica de 3,22 habitantes por quilômetro quadrado (IBGE, 2022).
A cidade conta com quatro escolas de ensino infantil, quatro escolas de ensino fundamental I e II, uma escola estadual de nível médio, além de uma escola particular que vai do ensino infantil ao ensino fundamental I. Para tanto, utilizou-se como campo de pesquisa as escolas da rede pública de ensino infantil e ensino fundamental I, pertencentes à Zona Urbana do município, devido a questões de acesso.
De acordo com dados das coordenações das escolas, o grupo de professores da educação infantil e do ensino fundamental I do município é composto por 83 professores, podendo entre esses haver profissionais que trabalhem em mais de uma escola.
3.3 Participantes da Pesquisa
Compuseram o estudo os professores de ensino infantil e ensino fundamental I das escolas da rede pública da cidade de Loreto-MA que se enquadraram dentro dos critérios de inclusão e manifestaram consentimento para participar da pesquisa através da aceitação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE B).
Como critérios de inclusão foram utilizados: atuar como professor na educação infantil ou de ensino fundamental I na rede municipal, ter mais de 18 anos e aceitar participar da pesquisa consentindo por meio do TCLE. E os critérios de exclusão foram: estar de licença, férias ou afastamento durante o período da coleta de dados, ter menos de 18 anos e não aceitar participar da pesquisa por meio do TCLE.
Para determinar a quantidade de professores que participariam da pesquisa e facilitar a operacionalização do estudo, foi realizado um cálculo de amostragem. De acordo com Silva, Fernandes e Almeida (2015), quando um estudo envolve um grande número de entrevistados, a delimitação de uma amostra torna-se justificável, seja por questões de inviabilidade econômica, limitação de tempo ou outras impossibilidades práticas.
Portanto, através de amostragem aleatória simples foi realizado o cálculo amostral, tendo a população conhecida de 83 professores do ensino infantil e fundamental I no município de Loreto-MA, utilizando-se a equação de Fonseca e Martins (1996):

Onde:

Assim:

Dessa forma, obteve-se um tamanho amostral de 63 professores, considerando-se erro relativo tolerável de 5% e intervalo de confiança de 95%, na população finita de 83 professores do ensino infantil e fundamental I no município de Loreto-MA. Para alcançar esse número, 66 foram convidados a participar. A pesquisa teve fim ao alcançar o tamanho amostral necessário.
3.4 Instrumentos, Procedimentos e Período de Coleta de Dados
Como instrumento para a coleta de dados utilizou-se um questionário (APÊNDICE A) através da plataforma Google Forms. O questionário compõe-se de duas partes: 10 questões com objetivo de caracterizar o perfil sociodemográfico e profissional dos participantes e 13 questões específicas de múltipla escolha sobre os primeiros socorros.
O instrumento foi elaborado tendo como base as Diretrizes Internacionais de Primeiros socorros (2020) e American Heart Association (2020) e aborda questões relacionadas a asfixia (engasgo), queimaduras, convulsão, ferimentos, fratura, entorses e torções, hemorragias, lesão na cabeça, sensação de desmaio e parada cardíaca.
A coleta foi realizada no período de julho de 2024 a agosto de 2024. Inicialmente, os participantes foram abordados nas escolas, durante horário de trabalho, para uma breve apresentação e convite para participar da pesquisa, além de respectivos esclarecimentos sobre a mesma. Após isso, foram abordados por aplicativo de mensagens (WhatsApp) para envio do link do formulário. A contabilização das respostas foi feita através do Google Forms até que fosse atingido o total da amostra.
3.5 Organização e Análise dos Dados
Os dados coletados através do Google Forms foram tabulados e analisados no Microsoft Office Excel, versão 2016.
Conforme destacado por Samara e Barros (2007), a tabulação de dados consiste na conversão das respostas em formatos numéricos, simplificando assim a interpretação e análise dos dados com o auxílio de planilhas.
Os dados foram analisados utilizando a estatística descritiva, cujo principal objetivo é sintetizar uma série de valores de mesma natureza, permitindo uma compreensão mais ampla das variações observadas. Essa abordagem estatística foca na coleta, organização e apresentação dos dados obtidos, conforme destacam Sampaio, Assumpção e Fonseca (2018).
A estatística descritiva organiza e descreve os dados de três formas principais: tabelas, gráficos e medidas descritivas (Guedes et al., 2005). As tabelas funcionam como quadros que sintetizam um conjunto de observações, enquanto os gráficos oferecem uma maneira visual de representar os dados, facilitando uma compreensão mais rápida e dinâmica do fenômeno analisado (Diehl, Souza e Domingos, 2007).
Conforme Sampaio, Assumpção e Fonseca (2018), os gráficos facilitam a visualização e a compreensão do fenômeno, permitindo a representação de distribuições de frequência e séries estatísticas. Além disso, ajudam na identificação de tendências associadas aos fenômenos analisados.
3.6 Aspectos Ético-legais
A presente pesquisa atende às exigências da Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, que reúne os aspectos éticos em pesquisa envolvendo seres humanos, e está em conformidade com a Lei nº 14.874/2024, que dispõe sobre a proteção e os direitos dos participantes de pesquisa científica no Brasil. Os participantes do estudo foram orientados sobre o anonimato, natureza, objetivos e benefícios da pesquisa.
De acordo com a resolução, considerando-se o respeito pela dignidade humana, preservando a privacidade e a individualidade dos sujeitos, por meio do compromisso firmado mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE B)
Os riscos potenciais associados à participação nesta pesquisa incluíam possíveis sentimentos de constrangimento, desconforto ou aborrecimento por parte de alguns participantes durante a fase de questionamento, pois as perguntas podem despertar sentimentos de vergonha e/ou ansiedade devido ao desconhecimento sobre o assunto abordado. Para mitigar esses riscos, foram implementadas as seguintes medidas: uma recepção acolhedora e uma orientação detalhada sobre a pesquisa e sua importância foram fornecidas, destacando-se que a coleta de informações poderia ser adiada conforme necessário, de acordo com as necessidades dos participantes.
Como benefício direto de participação na pesquisa esperou-se uma reflexão acerca da importância do tema e da aquisição de maior conhecimento sobre o assunto, que poderia influenciar positivamente na busca de informações e, consequentemente, em um melhor preparo frente às situações de emergência dentro do ambiente escolar e fora dele.
Este projeto foi submetido à Plataforma Brasil e recebeu o Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) nº 79732724.5.0000.5554, conforme preconiza a Resolução 466/2012.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS
Nesta seção, são apresentados os resultados e discussões relacionados à pesquisa. A amostra foi composta por 63 profissionais da educação infantil e do ensino fundamental I, atuantes no município de Loreto-MA. Os dados foram organizados em duas etapas: a primeira aborda o perfil sociodemográfico e profissional dos participantes, enquanto a segunda discute o conhecimento desses profissionais sobre primeiros socorros.
Tais etapas apresentam as respostas obtidas por meio do questionário online enviado para cada um dos participantes, composto por 23 questões objetivas. Os dados referentes ao perfil sociodemográfico e profissional são apresentados em tabelas, enquanto os resultados sobre o conhecimento em primeiros socorros são ilustrados por gráficos, facilitando a visualização e interpretação dos resultados.
4.1 Perfil sociodemográfico e profissional
Tabela 1 – Perfil sociodemográfico e profissional dos professores municipais da educação infantil e do ensino fundamental I em relação à sexo, idade, etnia ou raça e formação acadêmica. Loreto, MA, 2024.

Fonte: elaborado pela autora, 2024.
Conforme a tabela 1, dos 63 participantes da pesquisa a maioria pertence ao sexo feminino (90,5%) e apenas seis pertencem ao sexo masculino (9,5%). Esse resultado corrobora com estudos recentes que apontam prevalência do sexo feminino entre os profissionais da educação infantil e fundamental I (Mantovani et al, 2023; Santos e Martins, 2024).
A presença predominante de mulheres como professoras na educação básica é um fenômeno comum, explicado por fatores históricos e socioculturais. Dados do Ministério da Educação afirmam que no ano de 2023, 1,9 milhão (79,5%) dos docentes da educação básica no Brasil eram mulheres (Brasil, 2023).
Com relação à idade, a faixa entre 26 e 35 anos apresentou a maior representatividade, com 28,6%. Em seguida, as faixas entre 36 e 45 anos e entre 46 e 60 anos corresponderam a 23,8% cada. A faixa de 18 a 25 anos reuniu 20,6% dos participantes, enquanto o grupo acima de 60 anos teve a menor participação, com apenas 3,2%.
Uma pesquisa realizada com profissionais de instituições de ensino fundamental de um município no estado do Pará apontou que a faixa etária predominante entre eles varia de 35 a 50 anos, alinhando-se aos dados obtidos no estudo atual (Santos; Martins, 2024). Por outro lado, a investigação conduzida por Mantovani et al. (2023) identificou que, em seu levantamento, a maioria dos profissionais tinha entre 50 e 60 anos.
No que diz respeito à etnia ou raça, 65,1% dos 63 participantes se autodeclararam pardos, constituindo a maioria. Além disso, 19,0% identificaram-se como negros, enquanto 15,9% se declararam brancos.
Em relação à formação acadêmica dos respondentes, observa-se que 41,3% possuem graduação, constituindo a maior parcela. Além disso, 36,5% declararam ter pós-graduação, enquanto 22,2% possuem apenas o ensino médio completo. Esses dados se alinham às diretrizes do Ministério da Educação, que estabelece que os professores responsáveis pelos primeiros anos da educação infantil e do ensino fundamental devem possuir, no mínimo, formação no nível médio na modalidade normal (Vieira; Silva; Silva, 2024).
Tabela 2 – Perfil sociodemográfico e profissional dos professores municipais da educação infantil e do ensino fundamental I em relação ao tempo de experiência como professor (a), tempo de vínculo com a instituição, regime de trabalho, renda mensal, trabalhar como professor educação infantil ou ensino fundamental I em outra instituição da rede pública no município de Loreto e satisfação com a profissão. Loreto, MA, 2024.


Fonte: elaborado pela autora, 2024.
Na Tabela 2 é possível observar a distribuição do tempo de experiência dos participantes como profissionais da educação. A maior parte dos respondentes, 50,8% (32 professores), possui entre 1 e 5 anos de experiência. Seguem-se 34,9% (22 professores) com mais de 10 anos de experiência, 7,9% (5 professores) com entre 6 e 10 anos, e 6,4% (4 professores) com menos de 1 ano de experiência.
Uma pesquisa realizada em uma escola de educação infantil na região da Grande Vitória, Espírito Santo, revelou dados semelhantes. Entre os profissionais entrevistados, a maior parte (38,7%) possuía entre 0 e 5 anos de experiência no ambiente escolar (Alcântara et al., 2024).
A maioria dos professores (61,9%) possui entre 1 e 5 anos de vínculo com a instituição, seguida por 20,6% com mais de 10 anos de vínculo. Apenas 12,7% têm menos de 1 ano de vínculo, enquanto 4,8% possuem entre 6 e 10 anos de vínculo. A média geral de tempo de vínculo com a instituição é de 5,40 anos.
Em relação ao regime de trabalho, 81,0% (51 professores) trabalham meio período, 17,5% (11 professores) atuam em tempo integral e 1,5% (1 professor) está em outro regime de trabalho. Quanto à renda mensal, 57,1% (36 professores) recebem até um salário mínimo, 25,4% (16 professores) ganham de um a dois salários mínimos e 17,5% (11 professores) têm uma renda mensal de dois a cinco salários mínimos.
Quanto ao vínculo com outras instituições de ensino infantil ou fundamental I da rede pública no município de Loreto, 50,8% (32 professores) não lecionam em outras instituições, enquanto 49,2% (31 professores) atuam também em outra escola pública. Isso indica que muitos professores lidam com um maior número de crianças, o que aumenta a necessidade de estarem preparados para fornecer os primeiros socorros.
Por fim, em relação à satisfação com a profissão de professor (a), os dados indicam que a maioria dos participantes se sente realizada: 50,8% (32 professores) estão satisfeitos, e 41,3% (26 professores) se consideram muito satisfeitos. Apenas 6,3% (4 professores) manifestaram neutralidade quanto à profissão, enquanto 1,6% (1 professor) se declarou insatisfeito (a).
5.2 Conhecimento sobre primeiros socorros
Após responderem as questões relacionadas às características socioedemográficas e profissionais, os participantes responderam a questões específicas sobre o conhecimento em primeiros socorros. Essa parte foi composta por 13 questões, algumas delas envolvendo situações problemas, a fim de saber qual seria a atitude diante de algumas situações de urgência comuns dentro do ambiente escolar.
Gráfico 1 – Percentual de participantes que presenciaram situações de emergência no ambiente escolar.

Fonte: elaborado pela autora, 2024.
Inicialmente, os participantes foram questionados sobre a experiência com situações de emergência dentro do ambiente escolar em que fossem necessários os primeiros socorros. Do total de entrevistados, 50,8% (32 professores) afirmaram nunca ter presenciado esse tipo de situação, enquanto 49,2% (31 professores) relataram já ter vivenciado momentos em que esses conhecimentos seriam necessários. Isso demonstra uma distribuição praticamente igual entre os dois grupos, evidenciando a importância de capacitações preventivas para todos os profissionais da área.
Corroborando com os achados da pesquisa, Jonge et al. (2021) destacam que a escola é o local com maior incidência de eventos adversos, ainda que não intencionais. Os dados das investigações sobre o tema variam bastante: enquanto algumas pesquisas indicam que apenas 29% dos profissionais relataram ter presenciado situações de urgência que exigiram auxílio, outras apontam percentuais mais elevados e preocupantes, com 85,3% e até 94,5% dos entrevistados afirmando ter vivenciado tais ocorrências no ambiente escolar (Cunha et al., 2021; Alcântara et al., 2024; Oliveira et al., 2022).
Gráfico 2 – Percentual de participantes que participou de alguma capacitação em primeiros socorros e em que ocasião.

Fonte: elaborado pela autora.
A literatura destaca que a capacitação em primeiros socorros aprimora o conhecimento e a segurança para agir em emergências. No Brasil, apenas educadores físicos têm treinamento obrigatório nesta área, evidenciando uma deficiência na formação de outros profissionais, o que pode comprometer a resposta em situações críticas (Morais, 2023; Moreira et al., 2021).
Quando questionados sobre sua participação em capacitações de primeiros socorros, a maioria dos respondentes (79,4%) afirmou nunca ter recebido treinamento nessa área, enquanto 20,6% relataram já ter participado de alguma forma de capacitação.
Embora 49,2% dos participantes da pesquisa tenham relatado já ter presenciado emergências no ambiente escolar, a maioria não possui a capacitação necessária. A falta de conhecimento adequado sobre primeiros socorros entre os professores pode comprometer a oferta de um atendimento rápido e eficiente em situações de urgência, aumentando o risco de complicações após acidentes na escola (Cruz et al., 2022).
Dentre aqueles que receberam treinamento, 17,5% mencionaram ter participado de cursos extracurriculares, palestras ou treinamentos específicos, e apenas 3,1% declararam ter obtido essa formação durante a graduação.
Em um estudo realizado por Alcântara et al. (2024), 54,8% dos entrevistados relataram ausência de capacitação nessa área. De forma semelhante, um estudo realizado no interior de São Paulo revelou que 88,9% dos profissionais não realizaram cursos sobre o tema, enquanto apenas 11,1% participaram de alguma capacitação extracurricular (Oliveira et al., 2022).
Em uma outra pesquisa conduzida em duas escolas públicas do Sul do Tocantins, foi constatado que 73,3% dos entrevistados na escola 1 não tinham experiência prévia em treinamentos, ao passo que esse percentual foi reduzido para 41,7% na escola 2 (Nogueira et al., 2022).
Para Cruz et al. (2022, pág. 14):
O conhecimento insuficiente dos professores sobre os primeiros socorros pode reduzir a chance de oferecer atendimento adequado e oportuno nas situações de urgência e emergência, o que pode aumentar o risco de complicações após qualquer acidente no ambiente escolar.
Com isso, observa-se a falta de preparação desses profissionais diante de situações de urgência. A formação nessa área é frequentemente restrita a estudantes e profissionais de saúde, estando ausente na grade curricular de cursos voltados à educação. Além disso, nota-se a falta de cumprimento da legislação vigente, que determina treinamentos anuais obrigatórios para professores (Necker; Silva, 2019; Alvim, 2019).
A capacitação em primeiros socorros deve abranger toda a sociedade, pois emergências podem ocorrer em qualquer contexto (Fernandes et al., 2021). Países como Estados Unidos e nações europeias já incluem essa formação na grade escolar, promovendo conhecimento adequado e amplo à população desde a infância (Jesus, Dias; Souto, 2024).
Gráfico 3 – Conhecimento em primeiros socorros sobre engasgo.

Fonte: elaborado pela autora, 2024.
Quando questionados sobre qual atitude tomariam diante de uma criança engasgada, a maioria dos participantes (54%) indicou que utilizaria a manobra de Heimlich, pressionando rapidamente o abdômen da criança para desobstruir as vias aéreas.
Conforme Santos e Martins (2024, pág. 4): “a manobra de Heimlich é considerada a intervenção ideal para a desobstrução das vias aéreas, porém sua aplicação varia de acordo com a idade, comprimento da vítima e estado de consciência em que a mesma se encontra”.
Entretanto, outras respostas demonstram práticas incorretas ou incertezas: 14,3% afirmaram que colocariam a criança de cabeça para baixo, enquanto 3,2% optariam por água imediatamente para tentar desobstruir as vias aéreas. Além disso, 20,6% declararam que realizariam compressões torácicas e 7,9% afirmaram não saber como proceder.
As obstruções de vias aéreas por corpo estranho (OVACE), popularmente conhecidas como engasgos, representam um importante problema de saúde pública. Globalmente, estima se que o engasgo seja responsável por 53% dos acidentes envolvendo crianças. No Brasil, esse número é ainda mais alarmante, sendo atribuído a 94% dos incidentes em menores de sete anos (Brasil, 2022).
Um estudo comparativo realizado antes e após uma intervenção educativa sobre primeiros socorros revelou que, inicialmente, apenas 25 indivíduos identificaram corretamente a manobra de Heimlich como a conduta adequada. Após a capacitação, esse número aumentou significativamente, com 31 dos participantes (89%) indicando a resposta correta (Santos; Martins, 2024).
Gráfico 4 – Conhecimento sobre primeiros socorros em queimaduras.

Fonte: elaborado pela autora, 2024.
O gráfico 4 apresenta as respostas dos participantes sobre qual atitude tomariam diante de uma criança vítima de queimadura. A maioria (77,8%) escolheu a ação correta de resfriar a queimadura com água corrente limpa durante pelo menos 10 minutos. Em contrapartida, 15,9% dos participantes afirmaram não saber como agir, enquanto 4,8% sugeriram aplicar manteiga ou outra gordura sobre a queimadura, e 1,6% indicaram a aplicação de gelo diretamente na área queimada.
Dentre as temáticas abordadas no formulário, o tema queimaduras foi um dos que obtiveram o maior percentual de acertos, assim como cortes e arranhões, ambos com 77,8% de respostas corretas entre os pesquisados.
A literatura aponta um percentual de acertos variável com relação a queimaduras. Os acertos vão de 46,6% até 94,4%. Dentre as atitudes incorretas assinaladas, destaca-se a aplicação de gelo e colocar panos nos locais de queimadura. Destaca-se o aumento desses percentuais após passarem por treinamento (Almeida et al., 2020; Oliveira et al., 2022; Grimaldi et al., 2020; Cunha et al., 2021).
Gráfico 5 – Conhecimento sobre primeiros socorros em convulsão.

Fonte: elaborado pela autora, 2024.
As crises convulsivas são eventos frequentes no ambiente escolar, sendo fundamental que os profissionais da educação estejam atentos às medidas adequadas a serem adotadas nesses casos. Dentre as ações recomendadas, destacam-se deitar a vítima no chão, afrouxar suas roupas e proteger sua cabeça, mantendo-a lateralizada (Jesus; Dias; Souto, 2024).
Com relação às respostas sobre a temática, são evidenciandos diferentes níveis de conhecimento em primeiros socorros. A conduta correta, proteger a cabeça da criança com algo macio, foi mencionada por 38,1% dos respondentes. Contudo, 30,2% indicaram que tentariam segurar os movimentos da criança, e 11,1% afirmaram que colocariam algo em sua boca, ambas práticas inadequadas. Além disso, 20,6% declararam não saber como agir.
De forma semelhante, uma pesquisa realizada em Barbacena, Minas Gerais, revelou que 40% dos professores de escolas privadas adotariam condutas inadequadas diante de emergências desse tipo. Contudo, após a realização de um treinamento, esse percentual foi significativamente reduzido para 12% (Domiciano et al., 2024).
Por outro lado, alguns estudos indicam um alto índice de acerto em questões relacionadas a crises convulsivas. Silva et al. (2024) demonstram que 84% dos participantes adotariam a conduta correta, percentual que aumentou para 99% após a capacitação.
Gráfico 6 – Conhecimento sobre primeiros socorros em cortes e arranhões.

Fonte: elaborado pela autora, 2024.
Em casos de cortes e arranhões, deve-se higienizar as mãos, lavar o ferimento com água e sabão ou soro fisiológico, pressionar com um pano limpo ou gaze e realizar um curativo. Para ferimentos profundos, é recomendado buscar atendimento médico para avaliação e possíveis intervenções (Lima et al., 2023).
Durante a pesquisa, a temática apresentou um elevado índice de respostas corretas, com 77,8% dos participantes indicando a ação inicial adequada de lavar a ferida com água limpa e sabão. Outras respostas obtiveram percentuais menores: 12,7% sugeriram cobrir a ferida com um curativo limpo, 6,35% indicaram colocar um curativo apertado para conter o sangramento, enquanto 1,6% optaram por aplicar álcool diretamente no ferimento. Apenas 1,6% declararam não saber como agir.
Pesquisas utilizando pré e pós-testes demonstraram um percentual de acerto no pré teste de 53,3% e 83,3% para questões relacionadas a cortes, com uma melhoria significativa de, respectivamente, 86,7% e 100% no pós teste. Esses resultados ressaltam a importância da capacitação para a obtenção de conhecimentos efetivos sobre o tema (Ilha et al., 2021; Oliveira et al., 2022).
Gráfico 7 – Conhecimento sobre primeiros socorros em torção.

Fonte: elaborado pela autora, 2024.
A entorse, ou torção, pode ser definida como uma lesão que afeta parcial ou totalmente os ligamentos, resultante de uma torção abrupta da articulação. Entre os traumas ortopédicos, destaca-se como uma das ocorrências mais frequentes, ao lado de fraturas e luxações (Gorayb et al., 2024).
Quando questionados sobre como agir diante de uma torção, a maioria dos participantes (44,4%) afirmou que massagearia a área afetada, uma prática inadequada que pode agravar a lesão. Apenas 22,2% indicaram a imobilização imediata, que seria a conduta correta, enquanto 33,3% não souberam como agir.
Dentre as situações de emergência analisadas na pesquisa, essa apresentou o menor percentual de acertos, assim como os casos de lesão na cabeça (23,8%). Além disso, foi uma das questões em que os profissionais mais declararam não saber o que fazer (33,3%).
Martins (2020), ao investigar a preparação das escolas para lidar com situações de primeiros socorros, revelou que 58,8% dos professores declararam saber como agir em casos de entorse. Contudo, considerando que essa é uma das emergências mais comuns no ambiente escolar, como apontado por Oliveira et al. (2022), os dados também reforçam a necessidade de capacitação contínua para garantir respostas adequadas e eficazes a essas ocorrências.
Gráfico 8 – Conhecimento sobre primeiros socorros em hemorragias intensas.

Fonte: elaborado pela autora, 2024.
Para Rodrigues et al. (2024, pág. 2): “Hemorragias são caracterizadas pela perda de sangue dos vasos sanguíneos e do coração, desencadeando uma falência corporal, uma vez que o equilíbrio na quantidade de sangue disponível é crucial para a oxigenação dos tecidos”.
Sobre o tema de hemorragias intensas, 61,9% dos participantes apontaram a conduta correta de pressionar a ferida com um curativo limpo. Contudo, 22,2% declararam não saber como agir, e os demais mencionaram ações inadequadas, como elevar a área afetada (9,5%), aplicar compressa fria (4,8%) ou realizar massagem cardíaca (1,6%).
Da mesma forma, um estudo realizado com professores e funcionários de uma escola de ensino fundamental e médio, antes e após uma intervenção educativa sobre primeiros socorros, revelou que 57,9% dos participantes responderam de forma incorreta sobre como lidar com hemorragias externas, o que evidencia a necessidade de aprimorar o conhecimento sobre o tema (Mior; Dos Santos Cargnin; Cargnin, 2020).
De acordo com Silva et al. (2023), o controle adequado de hemorragias é essencial para a sobrevivência em casos de lesões graves. A eficácia do treinamento nesse contexto é vista como uma importante contribuição para a saúde pública, uma vez que a abordagem rápida e eficiente do sangramento ajuda a diminuir os riscos de morbidade e mortalidade decorrentes de lesões traumáticas.
Gráfico 9 – Conhecimento sobre primeiros socorros em lesão na cabeça.

Fonte: elaborado pela autora, 2024.
O trauma craniano ou lesão na cabeça em crianças pode ocorrer devido a quedas ou em qualquer outra situação em que a criança sofra um impacto na cabeça contra uma superfície ou objeto (Lima et al., 2024).
O gráfico 9 mostra que 69,8% dos participantes indicaram manter a criança imóvel e chamar ajuda médica imediatamente após um trauma craniano, enquanto 23,8% responderam adequadamente e sugeriram mantê-la em repouso e observar possíveis mudanças nos sintomas. Apenas 6,3% não souberam o que fazer.
Uma pesquisa realizada por Brito et al. (2020) investigou a conduta de profissionais de nível superior, principalmente professores, em casos de quedas infantis com trauma craniano em ambiente escolar. Os resultados indicaram que, dos 162 entrevistados, apenas 73,5% responderam adequadamente à questão sobre como proceder. O percentual se aproxima do encontrado na presente pesquisa.
A maioria dos traumas cranianos em pediatria é leve, sem causar lesões graves, com apenas 10% dos casos evoluindo para complicações significativas. Contudo, é essencial saber identificar os sinais de alerta para diferenciar casos simples de mais graves, como perda de consciência ou vômitos. O manejo adequado dessas lesões é fundamental para prevenir complicações e garantir o tratamento adequado, destacando a importância da capacitação em primeiros socorros para profissionais e cuidadores (Possuelo, 2022).
Destaca-se a dificuldade em encontrar estudos específicos sobre lesões na cabeça em crianças e os primeiros socorros necessários nesses casos, o que evidencia a necessidade de investir mais nessa área de pesquisa.
Gráfico 10 – Conhecimento sobre primeiros socorros em sensação de desmaio.

Fonte: elaborado pela autora, 2024.
A síncope, ou desmaio, ocorre devido à falta de oxigenação adequada no cérebro e pode ser desencadeada por diversos fatores, como jejum prolongado, emoções intensas, calor excessivo, ambientes abafados, mudanças repentinas de posição e algumas doenças, entre outros (Amadigi et al., 2022).
Quando questionados sobre o que fazer diante de uma criança prestes a desmaiar, 36,5% dos participantes responderam corretamente, afirmando que deitariam a criança e elevariam suas pernas. Em seguida, 30,2% sugeriram elevar os braços, enquanto 25,4% admitiram não saber como agir. Ainda, 7,9% indicaram oferecer líquidos.
Pesquisas sobre o sentimento de aptidão de profissionais da educação infantil sobre primeiros socorros revelam que entre 33% a 35,7% dos pesquisados se consideram aptos a agir diante de uma situação de desmaio (Cruz et al., 2022; Cruz et al., 2024).
Grimaldi et al. (2020) e Mior, Dos Santos Cargnin e Cargnin (2020) identificaram percentuais de acertos de 54,2% e 57,9%, respectivamente, em questões sobre desmaio antes da capacitação, com aumento significativo no pós-teste. Em comparação, a pesquisa atual apresentou um percentual de acertos inferior.
O conhecimento sobre esse tipo de urgência é crucial para avaliar os sinais vitais da vítima, a fim de garantir que não se trate de uma parada cardiorrespiratória, uma condição muito mais grave que requer intervenção imediata (Amadigi et al., 2022).
Gráfico 11 – Conhecimento sobre primeiros socorros em PCR.

Fonte: elaborado pela autora, 2024.
Em casos de parada cardiorrespiratória em crianças, a resposta correta é iniciar imediatamente as compressões torácicas, após pela solicitação de ajuda especializada, como indicado por 47,6% dos participantes. Esta foi a questão que gerou maior dificuldade, com 36,5% dos entrevistados afirmando não saber o que fazer. Além disso, algumas pessoas optaram por ações inadequadas, como dar tapas no rosto ou tentar estabilizar a respiração, práticas que não são eficazes.
Hadge et al. (2023), em uma pesquisa com simulações de casos de urgência em ambiente escolar, apontaram dados mais alarmantes: nos casos de crianças vítimas de parada cardiorrespiratória, 91,7% dos professores do ensino fundamental I (243 participantes) responderam de forma incorreta.
De forma similar aos dados apresentados nesta pesquisa, Cruz et al. (2022) revelam que apenas 8,3% dos participantes responderam corretamente à questão sobre PCR, enquanto 47,7% não souberam respondê-la. Conclui-se, portanto, que essas é uma das emergências escolares em que os educadores mais possuem dificuldade.
A American Heart Association (2020) alerta que a cada minuto sem RCP ou desfibrilação, as chances de sobrevida de uma vítima diminuem em 10%. Isso torna ainda mais evidente a necessidade urgente de capacitação de indivíduos para lidar com situações de emergência e agravos de saúde nos espaços acadêmicos.
A execução correta e imediata da reanimação cardiopulmonar em casos de parada cardiorrespiratória não só diminui os riscos de sequelas, como também aumenta significativamente as taxas de sobrevida (Batista et al., 2023).
Gráfico 12 – Conhecimento sobre a Lei Lucas.

Fonte: elaborado pela autora, 2024.
Somente 19% dos participantes da pesquisa demonstraram conhecimento sobre a Lei Lucas, que torna obrigatória a capacitação em primeiros socorros para profissionais da educação e recreação infantil. Esse baixo nível de conhecimento é atribuído à falta de visibilidade da legislação.
Embora tenha sido criada e sancionada há alguns anos, a Lei Lucas ainda é amplamente desconhecida pela comunidade acadêmica. Muitos profissionais não estão informados sobre o conteúdo e a aplicabilidade dessa lei nos ambientes educacionais (Sousa et al., 2023). Na pesquisa realizada, aproximadamente 81% dos participantes afirmaram não conhecer a legislação.
Um estudo semelhante revelou que apenas 18% dos participantes conheciam a legislação, enquanto 82% não tinham conhecimento. Isso destaca a necessidade de incluir a legislação nos currículos e capacitações, garantindo a preparação dos profissionais para emergências nas escolas (Domiciano et al., 2024).
Jesus, Dias e Souto (2024) ressaltam a importância de incluir a disciplina de primeiros socorros também na grade curricular dos alunos, capacitando-os para intervir em situações de emergência. Além disso, os autores defendem a formação de professores e funcionários escolares por meio da Lei Lucas, a fim de adquirir conhecimentos e engajar toda a comunidade escolar, preparando-a para enfrentar situações de emergência.
5 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esse trabalho buscou identificar o nível de conhecimento dos professores da educação básica sobre os primeiros socorros. Os resultados apontam que, embora quase metade dos entrevistados tenha presenciado situações de emergência na escola, a maioria não recebeu capacitação específica na área, o que limita a atuação em momentos de emergência.
As questões com maior percentual de acerto estavam relacionadas a queimaduras e cortes e arranhões, indicando que os profissionais estão mais familiarizados com esses tipos de emergência. Por outro lado, as questões com menor percentual de acerto estavam relacionadas a torções e lesões na cabeça, sugerindo uma lacuna no conhecimento sobre o manejo adequado desses casos.
Além disso, as questões em que a maioria dos profissionais demonstrou não saber como agir estavam associadas à parada cardiorrespiratória (PCR) e torções, evidenciando a necessidade de capacitação mais aprofundada nessas áreas específicas.
A Lei Lucas representa um marco significativo na educação e na saúde, pois a capacitação de profissionais em primeiros socorros é um passo crucial para a redução da mortalidade em casos de emergência nas escolas. No entanto, foi observado que ainda existem desafios na implementação plena dessa lei, uma vez que a maioria dos profissionais não recebeu o treinamento conforme estabelecido ou não tem pleno conhecimento sobre essa lei.
Diante disso, evidencia-se a necessidade de inserir o enfermeiro nas escolas, por meio do Programa Saúde na Escola (PSE), com o objetivo de implementar a educação continuada em saúde. Isso permitirá capacitar funcionários e professores para agirem adequadamente em situações que exijam medidas de primeiros socorros, contribuindo para um ambiente escolar mais seguro e preparado para lidar com emergências. Dessa forma, evita-se a repetição de tragédias como a morte do menino Lucas.
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1Enfermeira formada pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Campus Balsas. E-mail: ailuj.sousa@gmail.com;
2Enfermeira formada pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Campus Balsas. E-mail: suellenregina1526@gmail.com;
3Enfermeira formada pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Campus Balsas. E-mail: gabrielyperinazzo19@gmail.com;
4Enfermeira formada pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Campus Balsas. E-mail: farianathalia85@gmail.com;
5Enfermeira formada pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Campus Balsas. E-mail: madonhst@gmail.com;
6Enfermeira formada pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Campus Balsas. Especialista em Gestão em Enfermagem em UTI pela Universidade Única de Ipatinga (FUNIP). E-mail: nilce.martins88@gmail.com;
7Docente do Curso Superior de Enfermagem Bacharelado da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Campus Balsas. Mestre em Fisioterapia pela Universidade Ibirapuera (UNIB). E-mail: joanamorenac@hotmail.com;
8Docente do Curso Superior de Enfermagem Bacharelado da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Campus Balsas. Mestranda em Cirurgia e Pesquisa Experimental pela Universidade Estadual do Pará (UEPA). E-mail: nayaralopes12@gmail.com