FIRST AID SUPPORT WITH A FOCUS ON CHILDREN IN DAYCARE CENTERS AND SCHOOLS AT RISK OF CHOKING AND FALLING
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10069431
Eliane Soares de Andrade
Esther Augusta Joaquim Cardoso
José Willian de Aguiar
RESUMO
Objetivos: Investigar e descrever os tipos de acidentes que ocorrem em escolas e creches, bem como avaliar a situação de segurança nesses locais. O estudo visa fornecer uma visão abrangente das ocorrências de acidentes e situações de risco, a fim de orientar medidas de segurança e prevenção. Metodologia: Este estudo corresponde a uma revisão integrativa da literatura, uma abordagem que envolve uma análise abrangente dos estudos disponíveis em bases de dados, contribuindo assim para uma síntese mais completa e para a obtenção de resultados de pesquisa mais robustos. Resultados: O estudo concluiu que profissionais em ambientes escolares e creches enfrentam um déficit de conhecimento em situações de primeiros socorros. Embora tenham recebido alguma formação, uma pesquisa revelou que sua capacitação estava desatualizada. Além disso, a pesquisa ressaltou o papel importante que os órgãos de vigilância, sejam educacionais ou de saúde, devem treinar para fornecer mais palestras e cursos de capacitação. Portanto, o estudo destaca a necessidade de investir na preparação e atualização dos profissionais em primeiros socorros e na melhoria da regulamentação e supervisão para garantir a segurança das crianças em ambientes escolares e de cuidados infantis. Considerações finais: Essa análise ressalta a importância de políticas educacionais, regulamentações mais rigorosas e eficazes para garantir que profissionais e instituições estejam preparados para enfrentar emergências de forma adequada. Investir em treinamento contínuo e conscientização sobre a importância do tempo de resposta pode salvar vidas e reduzir os riscos para as crianças em ambientes educacionais e de cuidados infantis.
Palavras-chave: Escolas; Creche; Engasgo; Queda; Primeiros Socorros; Crianças.
ABSTRACT
Objectives: Investigate and describe the types of accidents that occur in schools and daycare centers, as well as assess the safety situation in these locations. The study aims to provide a comprehensive view of the occurrences of accidents and risk situations, in order to guide safety and prevention measures. Methodology: This study corresponds to an integrative literature review, an approach that involves a comprehensive analysis of studies available in databases, thus contributing to a more complete synthesis and obtaining more robust research results. Results: The study concluded that professionals in school and daycare environments face a lack of knowledge in first aid situations. Although they received some training, a survey revealed that their training was outdated. Furthermore, the research highlighted the important role that surveillance bodies, whether educational or health, must train to provide more lectures and training courses. Therefore, the study highlights the need to invest in preparing and updating professionals in first aid and improving regulation and supervision to ensure the safety of children in school and childcare environments. Final considerations: This analysis highlights the importance of educational policies and more rigorous and effective regulations to ensure that professionals and institutions are prepared to face emergencies appropriately. Investing in ongoing training and awareness about the importance of response time can save lives and reduce risks to children in educational and child care settings.
Keywords: Schools; Nursery; I choque; Fall; First aid; Children.
1. INTRODUÇÃO
O grande número de ocorrências de acidentes com crianças, não só em escolas e creches, vem aumentando, segundo dados coletados do ano de 2022 pela plataforma do ministério da saúde (gov.br/saúde).
O ambiente escolar é um local onde as crianças estão mais propícias a acidentes como quedas ou engasgos, devidas as brincadeiras de recreação, principalmente em parques infantis ou na hora da alimentação, que em sua maioria, as crianças não possuem uma supervisão única e centrada (Almir Rogério, ACIDENTES E LESÕES NO AMBIENTE ESCOLAR: CONSCIENTIZAR E
PREVENIR). Com isso, torna-se evidente a necessidade de adotar abordagens mais proativas para melhorar a segurança nas escolas e creches, especialmente em relação à prevenção de acidentes e à resposta eficaz em situações de emergência, abordagem que inclui treinamento de pessoal. Garantir que todos os funcionários das escolas e creches recebam treinamento adequado em primeiros socorros e técnicas de supervisão de crianças. Isso ajudará a capacitar esses profissionais para responder de forma eficaz a incidentes.
Com a falta de experiência e treinamento dos servidores, a chance de sobrevida da criança fica mais dificultosa. Nas escolas ou creches particulares, a instituição ainda pode contar com o auxílio de um brigadista, funcionário capacitado em primeiros socorros ou possuir um posto de cuidados que podem auxiliar nos primeiros cuidados ao se portar mediante a uma situação recorrente ao engasgo, quedas e traumas até a chegada do Corpo de Bombeiros ou Samu, ambiente totalmente controverso quando colocado em pauta, comparando com a maioria das escolas públicas. Portanto, é imperativo considerar e abordar a disparidade na qualidade do treinamento em primeiros socorros e na disponibilidade de recursos de segurança entre escolas públicas e particulares. Garantir a segurança das crianças nas escolas é uma responsabilidade que deve ser partilhada por todas as instituições de ensino, independentemente do seu financiamento ou natureza.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, no caso do engasgo, os principais acometimentos estão relacionados com a colocação de corpos estranhos nas cavidades, por exemplo, boca ou nariz, objetos esses que por muitas vezes, podem ser colocados de forma acidentalmente pela própria criança, e até mesmo o próprio engasgo relacionado com líquidos ou alimentos, podendo levar a um quadro de obstrução de vias aéreas. Neste caso, o socorro deve ser prestado imediatamente, onde entra a importância da prestação qualitativa, objetiva e correta dos primeiros socorros (SOCIEDADE BRASILEIRA 2014). Assim, é fundamental compreender que o envolvimento em crianças é uma situação de risco significativo, podendo ser causado por objetos estranhos ou alimentos. Em ambos os casos, a obstrução das vias aéreas é uma ameaça à saúde da criança. Portanto, é essencial que o socorro seja prestado imediatamente em situações de engajamento, enfatizando a importância de realizar os primeiros socorros de forma qualitativa, objetiva e correta para garantir a segurança e a saúde da criança. A capacidade de agir de maneira adequada em uma situação de engasgo pode fazer a diferença entre uma recuperação rápida e uma situação perigosa.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Este estudo teve uma abordagem descritiva. Foram realizadas pesquisas em sites do governo federal, apostilas, livros, pesquisas publicadas e matérias jornalísticas referentes ao assunto em questão.
As pesquisas foram direcionadas a ambientes escolares e creches, que contam com crianças na primeira infância com faixa etária entre 0 a 10 anos de idade. Mediante aos estudos, pôde ser verificado a falta de capacidade de como os colaboradores das instituições lidam com os acidentes relacionados ao engasgo e a queda, e como se portam ao se depararem de frente. os profissionais de educação a uma situação como essa, a fim de colocar em prática as manobras e técnicas de primeiros socorros nos casos de asfixia por engasgo, o próprio engasgo e sobre as quedas que podem gerar e causar traumas.
Pode ser concluído que as escolas e creches não possuem um treinamento adequado para atender esses tipos de casos que normalmente ocorrem em ambientes escolares. Visando que esse ambiente é propício para esses tipos de acontecimentos.
Foi colocado a resolução da Lei Lucas em pauta, da qual diz “que os profissionais da rede de educação precisam obter capacitação e noções básicas de primeiros socorros (Brasil,2018).”
2.1. A lei nº13. 722/18 conhecido como Lei Lucas
Publicado em 05 de outubro de 2018, essa lei torna obrigatória que os professores e funcionários de escolas públicas e privadas, de ensino infantil e básico deverão ser capacitados em primeiros socorros.
A necessidade dessa lei ocorreu devido a um acidente que ocorreu com Lucas Begalli, uma criança de apenas 10 anos de idade, que perdeu a vida em um passeio escolar. Essa fatalidade poderia ter sido evitada se houvesse preparo sobre primeiros socorros pelas pessoas responsáveis pelo evento (“cmosdrake”).
3. ENGASGO
“O engasgo é considerado a causa mais comum entre as crianças, pode ocorrer desde a introdução de um objeto ou corpo estranho na boca ou nariz até a deglutição de um líquido, podendo causar a obstrução de vias aéreas. (LOMBA, LOMBA, 2005)”.
Na maioria dos casos, a obstrução de vias aéreas ocorre entre crianças menores de 5 anos, sendo aproximadamente em mais de 94% dos casos em crianças menores de 1 ano de idade (MARTINS, 2022).
O mecanismo de reflexo tenta expelir o objeto promovendo a tosse. Para que a tosse aguda ocorra, o organismo faz com que as contrações musculares coordenadas na região da faringe, laringe, diafragma e dos músculos abdominais aumentem a pressão dentro dos pulmões, forçando a expulsão do objeto (LOMBA, LOMBA, 2000).
Quando o objeto obstrui por completo as vias aéreas, impede a passagem de ar para o pulmão, ocorrendo à asfixia por falta de oxigênio, nesse caso é necessário a realização da manobra de Heimlich para tentar remover o objeto e resgatar a função respiratória (KAWAMOTO, 2002).
Ao manuseio dos alimentos como de frutas, o recomendado é que seja feito um corte em quatro partes no formato de cruz, para que a criança possa segurar o alimento e conduzir até a boca de uma forma mais segura.
As fatalidades envolvendo engasgo, podem ser evitadas em ambientes escolares. Com a instrução das técnicas e manobras aplicadas de forma correta e eficaz, mais de 50% dos engasgos envolvendo asfixia são evitados. Em uma reportagem realizada no fantástico em uma creche em Petrópolis do Rio de Janeiro, uma criança chamada Maria Teresa Vitoria Ribeiro, tinha 1ano e 3 meses. Chegou a óbito após ter se engasgado com ¼ de maça e a professora responsável, não obtinha o conhecimento das manobras e técnicas de desengasgo. A criança chegou a óbito dois dias após o ocorrido. Os danos causados pela não oxigenação dos órgãos foi irreversível. O Sindicato defendeu a funcionária, pois não houve investimentos em primeiros socorros na instituição pública, da qual a criança foi matriculada.
Mediante a esse contexto, a ênfase da importância do treinamento e aperfeiçoamento dos primeiros socorros entram em vigor. Mais casos como o mencionado, podem ser evitados. Os primeiros socorros para asfixia ou engasgo devem ser tomados até que seja possível o atendimento especializado.
3.1. MANOBRA DE HEIMLICH REALIZADA EM CRIANÇAS
Consiste em uma manobra de desengasgo, a vítima consiste em sofrer uma pressão na região epigástrica, o socorrista faz movimentos de dentro para cima (como se fosse a letra J), até que objeto sai por completo ou que seja possível visualizar e retirar o corpo estranho. Caso seja um bebê, a manobra consiste em cinco compressões entre a escápula na parte posterior da criança e é alternada com cinco compressões sobre o esterno, como demonstrado na imagem abaixo, essa técnica só pode ser utilizada em casos que a vítima se encontre consciente (Figura 1).
Figura 1- Demonstração da Manobra de Heimlich em crianças.
4. QUEDA
A queda é o tipo de acidente mais comum, sendo mais frequente em crianças de até um ano de idade (60,9% de casos registrados), quedas do mesmo nível (altura) entre crianças de seis a nove anos (58,4%), entre crianças de dois a cinco anos (50,2%), e de zero a um ano (36,1%), sendo registrado como queda de próprio leito (MALTA. 2017).
De acordo com dados do Ministério da Saúde (2019), crianças e adolescentes com faixa etária entre 0 a 14 anos, foram as mais hospitalizadas por acidentes envolvendo quedas (AQUILLES, 2022).
Uma das principais causas de quedas está relacionada aos riscos como de pisos molhados ou escorregadios, berços sem proteção, camas elevadas, brinquedos espalhados e brincadeiras. A queda pode ser provocada por circunstâncias multifatoriais, resultando em danos ou não, podendo levar a ocasião de lesões ou de morte (EBSERH, 2020).
As lesões podem ser ocasionadas acidentalmente, por limitações ou por uma eventual incapacidade. Estudos mostram que a incidência de eventos com lesão em crianças é maior que 1% do número de casos de acidentes registrados em ambiente escolar. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a queda pediátrica é a segunda maior causa de morte registrada no mundo (ADÉLIA, 2023).
Segundo (TERASSI et.al 2013) “as crianças passam em média um terço do seu dia em escolas ou creches”. Sendo assim, os acidentes em ambiente escolar são mais frequentes. Em escolas de ensino primário, o maior quadro de registros de quedas, está relacionado a brincadeiras e brinquedos recreativos, como por exemplo, escorregador, balanços, pular corda, dentre outros.
A queda na infância pode acarretar diversos problemas de saúde da criança. Uma simples queda de um recém-nascido, por exemplo, pode acometer problemas de desenvolvimento motor, neurológico, traumas e em casos mais graves, podendo levar à morte. Um exemplo de trauma, relacionado a queda, pode ser descrito o TCE (traumatismo craneoencefálico) infantil, causando um problema de saúde pública mundial, os dados estatísticos chegam a 30.000 pacientes pediátricos atendidos em ambiente hospitalar (BALLESTERO, FURTADO, OLIVEIRA.,2021).
Figura 2. TCE
(https://www.sanarmed.com/traumatismo-cranioencefalico-nos-pacientes- pediatricos-colunistas)
“Mediante a pesquisa publicada pela revista Amazônica de Ensino de Ciências, (BARRETO, CECILIA 2014)”, mostrou que um estudo realizado, constatou que as quedas são as primeiras causas de acidentes na infância. Nos estudos realizados no Pronto Socorro (PS) Infantil, constatou-se que as quedas aparecem como a causa mais comum entre crianças entre um e quatro anos de idade; fase da qual estão entendendo suas limitações (GARIJO, et.al 2001; SOUZA, RODRIGUES, BARROSO, 2000).
Diante aos riscos mencionados, o Ministério Público da Saúde, desenvolveu o Programa Saúde nas Escolas (PSE), com o intuito de promover a saúde e prevenir agravos e doenças, por meio de um trabalho conjunto entre escolas e unidades de saúde.
Segundo um estudo realizado pelas docentes da Faculdade de Ciências da Saúde (MATTEUSSI, FOSSA, CAMPAGNOLI, FEREZINI; 2017 SP) quando relacionado a primeiros socorros, recorrendo a alguma situação de queda ou trauma, os cuidadores ou responsáveis, indicaram desconhecimento e falta de capacitação dos profissionais das instituições, além de sentimentos de despreparo e insegurança.
Os danos causados estão relacionados às lesões comumentes dos membros superiores, está relacionada com a quebra de ossos como o rádio ou ulna, podendo levar a uma fratura exposta, causando acometimento de músculos, deslocamento da clavícula, luxação dos membros, pancadas em região frontal, occipital e temporal do crânio (cabeça), podendo levar ao aparecimento de “galos” e/ou coágulos sanguíneos, causando inchaço, vermelhidão, calor e roxidão (PAULO et al, 2013; SÃO PAULO, 2007; WAKSMAN, 2005).
5. RESULTADOS/DISCUSSÃO
A pesquisa evidenciou que há uma lacuna significativa no conhecimento e na preparação em primeiros socorros em ambientes escolares, com foco em crianças sujeitas a engasgos e quedas. Os profissionais entrevistados revelaram que, embora tenham recebido instruções sobre como agir em situações de emergência, muitos deles não sabiam como realizar manobras de desengasgo ou como lidar com quedas e fraturas. Além disso, muitos profissionais não estavam atualizados com as diretrizes de primeiros socorros, conforme exigido pela lei nº 13.722/18, que estabelece a necessidade de atualização anual. (Universidade de cardiologia 2019)
A importância da formação em primeiros socorros foi enfatizada, considerando que a falta de preparação adequada pode resultar em atrasos críticos no atendimento e respostas específicas em situações de emergência, colocando em risco a vida das crianças. A pesquisa também destacou a necessidade dos órgãos reguladores, tanto na área educacional quanto na de saúde, desempenharem um papel mais ativo na supervisão e orientação da preparação em primeiros socorros. Eles devem fornecer treinamento adicional, palestras e cursos para capacitar profissionais e famílias de crianças, garantindo que o atendimento dos primeiros socorros seja realizado de maneira eficaz até a chegada de equipes especializadas, como o SAMU ou o Corpo de Bombeiros. (Corpo de bombeiro-2016)
6. CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Analisando os dados obtidos durante a elaboração, é evidente que existem questões sérias em relação à segurança das crianças. Os números alarmantes de acidentes registrados, especialmente em ambientes como escolas e creches, exigem uma resposta cuidadosa e proativa. A coleta e análise desses dados destaca a necessidade de se compreender as causas subjacentes desses acidentes. Essa compreensão é fundamental para a implementação de medidas preventivas eficazes.
Além disso, é importante destacar que a conscientização sobre a segurança infantil desempenha um papel crucial na mitigação desses riscos. Campanhas educacionais são permitidas para informar e educar tanto os pais quanto as crianças sobre as práticas de segurança adequadas. A segurança das crianças não deve ser negligenciada, e é fundamental que sejam cumpridas medidas rigorosas para garantir ambientes mais seguros em escolas, creches e em outros locais frequentados por crianças. A colaboração entre pais, cuidadores, instituições e autoridades é fundamental para abordar essa questão de maneira abrangente e eficaz.
A falta de conhecimento necessário para a utilização das técnicas e manobras pode impossibilitar um socorro rápido e eficaz. Com o auxílio de redes de informação, palestras e aulas interativas com a população, pode ser ministrado o conhecimento e o ensinamento tanto para as crianças como para os responsáveis, ressaltando a importância e de como se portar mediante a uma situação de emergência como as mencionadas, evitando assim, os agravos gerados. (COSTA et al.,2015)
REFERÊNCIAS
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