PREVENTION OF STI AND UNWANTED PREGNANCY: CONTRACEPTION FOR ADOLESCENTS IN PRIMARY HEALTH CARE
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10613798
Janine Florêncio de Souza1
Maria Jeanette de Oliveira Silveira2
Aristócles Hítallo Bezerra3
Ana Maria da Silva Anselmo4
Karinne Martins Coelho5
Allana Renally Cavalcante Santos de Moraes6
Eclésio Cavalcante Santos7
Filipe José da Silva8
Leonardo Leitão Batista9
Edenilson Cavalcante Santos10
Resumo
A proposta deste trabalho foi analisar a relação do uso de métodos contraceptivos por parte dos adolescentes que frequentam a atenção básica. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, na qual a coleta de dados ocorreu entre janeiro e abril de 2023 nas bases da PubMed, Scielo, Lilacs e MEDLINE, sendo encontrados 243 artigos dos quais após aplicação de critérios de elegibilidade de acordo com o protocolo PRISMA, constatou-se a avaliação de 13 artigos finais. Na Atenção Primária à Saúde, a efetivação do direito dos adolescentes, especialmente as meninas, faz-se assegurado quando realizado a consulta do adolescente, bem como promoção e prevenção em saúde voltada para esse público que carece de cuidados e um olhar mais atento a tamanhas transformações e descobrimentos, dentre eles os relacionados à sexualidade. Os fatores inerentes ao perfil de cada indivíduo seja a sua singularidade ou influência cultural do meio se soma a algumas dificuldades ou facilidades que podem ser encontradas na APS, como a atualização médica diante dos avanços científicos e de métodos contraceptivos; barreiras físicas da estrutura ou de acolhimento do jovem paciente; construção falha de elo entre a UBS, escola e família; falta de adesão dos profissionais acerca da relevância dessa temática.
Palavras-chave: Adolescentes. Atenção Primária à Saúde. IST. Contracepção.
Abstract
The purpose of this work was to analyze the relationship between the use of contraceptive methods by adolescents who attend primary care. This is an integrative review of the literature, in which data collection took place between January and April 2023 in the databases of PubMed, Scielo, Lilacs and MEDLINE, 243 articles being found, after applying eligibility criteria in accordance with the PRISMA protocol, the evaluation of 13 final articles was verified. In Primary Health Care, the realization of the rights of adolescents, especially girls, is ensured when adolescent consultations are carried out, as well as health promotion and prevention aimed at this public that lacks care and a closer look at such transformations and discoveries, including those related to sexuality. The factors inherent to each individual’s profile, whether their uniqueness or the cultural influence of the environment, add to some difficulties or facilities that can be found in PHC, such as medical updating in the face of scientific advances and contraceptive methods; physical barriers of the structure or reception of the young patient; failed construction of links between the UBS, school and family; lack of adherence from professionals regarding the relevance of this topic.
Keywords: Adolescents. Primary Health Care. STI. Contraception.
1 INTRODUÇÃO
A Organização Mundial da Saúde (OMS) inclui na adolescência todos os indivíduos que estão na faixa etária entre 10 a 19 anos de idade faixa etária que vem a se constituir um período de transformações não apenas físicas e orgânicas, mas também psicológica onde a maturidade sexual finda por se tornar um importante papel biopsicossocial em busca da identidade adulta e autonomia da identidade sexual. A Sociedade Brasileira de Pediatria (2018) ressalta, ainda, que a iniciação sexual é um evento que tende a se iniciar, majoritariamente, na adolescência, o que ocasiona a necessidade de educação para a sexualidade e contracepção nessa fase, bem como acerca das infecções sexualmente transmissíveis e a importância da prática sexual de forma segura (OLIVEIRA et al., 2018).
Para tanto, a assistência à saúde do adolescente ofertada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) tende a acontecer em vários níveis de atenção, dentre eles, na Atenção Primária à Saúde (APS), atenção em saúde de importante representatividade tendo em vista ser a porta de entrada do SUS e, portanto, o primeiro contato do adolescente com a sistema de saúde (SILVA et al., 2021).
Nesse contexto, Silva et al. (2021) relata que os profissionais de saúde devem ter ciência do conhecimento do território de trabalho bem como dos seus aspectos culturais, valores, questões de gênero, perfis epidemiológicos e da propensão a doenças e agravos para acolher o adolescente nesses serviços de forma eficiente. O Médico de Família e Comunidade vem a atuar nessa realidade, portanto, sendo, por vezes, a primeira consulta do adolescente no seu cuidado da saúde, seja por meio do acompanhamento na infância, por meio da puericultura, seja por algum cuidado de saúde em alguma queixa aguda.
Para tanto, a APS e os profissionais nela atuantes, ao acolher a população adolescente no seu serviço de saúde, devem compreender que os adolescentes vêm iniciando sua vida sexual cada vez mais precoce oferecendo assim maior vulnerabilidade nessa faixa etária, uma vez que é ainda mais evidente a falta do uso de preservativo por falta de conhecimento sobre sexualidade ou sobre o uso correto do mesmo. O resultado é um aumento no número de IST entre jovens de 15 a 25 anos, principalmente nas regiões Norte e Nordeste (OLIVEIRA et al., 2018).
As demandas dessa faixa etária, sob a ótica da integralidade, devem ser atendidas em serviços de saúde, bem como nas escolas, o que exige treinamento dos profissionais para acolhimento, prevenção de agravos e promoção da saúde. A informação e educação, nesse contexto, deve oferecer condições para desenvolvimento de autonomia e corresponsabilidade dos jovens para promoção da sua própria saúde (ARAÚJO et al., 2019).
Definir a forma com que jovens fazem uso de métodos anticoncepcionais e entender os fatores que interferem na adesão são ferramentas essenciais para delimitar intervenções adequadas e eficazes para a prática sexual segura entre adolescentes. Maciel et al. (2017) confirma a importância de orientações sobre sexualidade para diminuição dos riscos de transmissão e contaminação de ISTs, gestação precoce e busca por abortamento. Além disso, reforça como a ausência de tais informações podem aumentar a vulnerabilidade à situações de risco entre os jovens.
Pesquisas realizadas por Lara et al. (2018) e Ribeiro et al. (2019) apontam que os principais métodos contraceptivos utilizados por adolescentes são a pílula, preservativo masculino, pílula do dia seguinte e preservativo feminino. Esse dado representa desconhecimento acerca dos efeitos colaterais e dos riscos da contracepção de emergência que possui indicações específicas, apesar de ser largamente utilizada. O uso destes, ainda se apresenta de forma irregular e por vezes inadequados.
As informações sobre relações desprotegidas entre adolescentes se apresentam através de dados alarmantes, como é percebido nas taxas de gravidez nessa faixa etária em relatório divulgado por Fundo de População da ONU (UNFPA) em relatório de 2019. Este apresenta a taxa de fecundidade de 62 a cada mil nascidos vivos entre meninas de 15 a 19 anos no Brasil. Este dado se mostra acima da média mundial (ARAÚJO et al., 2019).
Dentro do desenvolvimento sexual ocorrido no período da adolescência, Maciel et al. (2017) refere que muitos são os fatores que influenciam, dentre eles a crença, valores pessoais e familiares assim como as normas morais e tabus sociais colaboram com essa formação. Sendo essencial o debate e educação acerca dessa temática de modo a reforçar o autocuidado, resiliência e proporcionar informações adequadas sobre a saúde e a sexualidade.
O uso de métodos contraceptivos por parte dos adolescentes é determinante na prevenção de IST/Aids, gestação não planejada e aborto. Assim, o conhecimento acerca desses métodos é fundamental para que os adolescentes possam vivenciar o sexo de maneira adequada e saudável, conferindo a essa abordagem grande relevância na prevenção de gravidez indesejada e IST/Aids, bem como possibilitar o direito humano de desvincular o exercício da sexual da procriação (MACIEL et al., 2017).
Desse modo, proporcionar o conhecimento a esse perfil social especialmente na Atenção Primária, porta de entrada do SUS, torna-se primordial tendo em vista a garantia da autonomia diante suas escolhas, gerando uma maior responsabilidade e evidenciando a importância de realizar uma prática sexual consciente e segura deixando às consequências diretamente ligadas às escolhas realizadas e não ao acaso de modo a diminuir o risco dessa população a situações indesejadas e de transformação no estilo de vida.
Para tanto, este trabalho procura responder às seguintes questões: Como se dá a relação dos adolescentes usuários da APS com o uso de métodos contraceptivos? Quais os métodos mais utilizados? Qual o impacto da educação em saúde acercar dos métodos contraceptivos na prevenção de IST e gravidez indesejada?
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Uso de contraceptivos como prevenção de gravidez e ISTs na adolescência
Para Olsen et al. (2018), o debate acerca da gravidez na adolescência é algo amplamente realizado quando comparado a abordagem da contracepção na mesma faixa etária. Ainda, relatos de Infecções Sexualmente Transmissíveis se tornam tabu dentre os adolescentes ou até mesmo em meio a educação escolar ou familiar. A reflexão que deveria ser feita deveria partir do pressuposto que o uso de métodos contraceptivos é a base para os cuidados na prevenção de uma gravidez indesejada ou ainda no contágio de infecções acarretadas pelo ato sexual desprotegido.
A abordagem desse eixo temático nas escolas ou nos outros meios de educação ainda se encontra defasado. Vê-se, por exemplo, que a temática da gravidez na adolescência perpassa por diferentes abordagens teórico-metodológico e disciplinas, sem, no entanto, entender as questões sociais que esses adolescentes estão inseridos, onde sua cultura o condiciona a um diferente saber. Ainda, o uso de contraceptivo, muitas vezes, é tratado na saúde coletiva diante um olhar técnico, o qual tange o indivíduo com escolhas, opção de uso e acesso aos métodos e não do ponto de vista cultural o qual oferece um grande impacto nessa relação (BRANDÃO; CABRAL, 2017).
Nessa perspectiva, adolescentes continuam engravidando de modo não programado colocando em risco o seu desenvolvimento psicossocial, bem como o da criança, ao abarcar uma nova responsabilidade não esperada. Assim, Sociedade Brasileira de Pediatria (2018) recomenda o protocolo usado pela Organização Mundial da Saúde o qual aponta que apenas a idade não se torna motivo de atraso ao uso de qualquer método reversível, sendo as condições sociais e comportamentais abordadas de modo individual em cada consulta.
Tendo em vista que os métodos para prevenção de gravidez podem ser diversos, hormonais ou não hormonais, ao requerer a prevenção de ISTs, torna-se indispensável à indicação de preservativo, um método de barreira que deve ser considerado sempre, com ou sem outro método, visando além de sobrepor o risco de falha apresentado por outro método em uso, a prevenção de doenças com transmissão sexual. Assim, o uso de preservativo se torna recomendado independentemente da indicação anticonceptiva (SBP, 2018).
Desse modo, observa-se a importância e o direito de todo adolescente ao obter informações adequadas com relação aos métodos contraceptivos, bem como poder fazer uso de sua autonomia quanto a escolha do que fará uso objetivando, assim, seu desenvolvimento saudável físico e mental, sendo, imprescindível, para tal, o uso de dupla proteção de modo a prevenir gravidez indesejada bem como ISTs (BRANDÃO; CABRAL, 2017).
2.2 O acompanhamento do adolescente pela APS: do desenvolvimento da sua sexualidade ao uso de contraceptivos
A transição da infância para a adolescência no que tange a sexualidade extrapola alterações biológicas e fisiológicas, associando-se também a transformações culturais, políticas, espirituais e religiosas. Esses fatores são responsáveis por moldar a personalidade do jovem e influenciam diretamente no conhecimento do próprio corpo, do corpo do outro e no comportamento sexual (ARAÚJO et al., 2019).
As ações de educação sexual não costumam abordar a sexualidade de forma multidimensional, Ferreira et al. (2019) refere que um dos principais motivos é por não reconhecer os aspectos de gênero e reprodução que marcam o processo de iniciação sexual nessa faixa etária. Isso também se confirma na visão dos próprios adolescentes que apresentam conhecimentos limitados ao ato sexual e ainda guardam fortes relações entre a prática sexual e consequências negativas resultantes dessa.
É certo que esse período que marca a transição da infância para a fase adulta, carrega fatores de grande influência sobre a vulnerabilidade no contexto de sexualidade. Um deles é o meio social em que o jovem está inserido que pode se associar a exposição à violência estrutural e sexual, envolvimento com drogas, promiscuidade e exploração sexual, baixo nível educacional, dentre outros fatores. Além disso, a dificuldade no acesso a serviços de comunicação e a falta de visibilidade de adolescentes por parte dos profissionais de saúde também acrescentam ao estado de vulnerabilidade desses jovens, uma vez que suas necessidades de saúde, suas experiências e vivências sexuais deixam de ser reconhecidas e compreendidas (OLIVEIRA et al., 2018).
Ainda para Oliveira et al. (2014), a condição de vulnerabilidade, destacam-se também as questões de gênero e como estas afetam especialmente adolescentes do sexo feminino, pois a sexualidade ainda é marcada por relações hierárquicas entre homens e mulheres. No contexto dos jovens, a visão do relacionamento como símbolo de segurança e proteção e a associação do uso do preservativo com infidelidade e desconfiança podem colocar essa população feminina em um lugar de submissão, inferioridade dentro de negociações e limitar a comunicação, tornando-as mais vulneráveis a gravidez precoce e IST/HIV.
As possíveis consequências desse estado de vulnerabilidade se apresentam principalmente através de maternidade precoce, contaminação por ISTs e busca por abortamento. A gestação nos anos iniciais da vida reprodutiva, como é discutido em estudo de Ribeiro et al. (2019), envolve mudanças relacionadas a responsabilidade adquirida, riscos de saúde para mãe e bebê, além disso, pode interferir na escolaridade das adolescentes e levar a situações de negligência em relação aos filhos e dificuldades financeiras. Maciel et al. (2017) aponta que a imaturidade dessas jovens, assim como a insegurança e falta de apoio sócia, familiar e financeiro que podem experimentar ao engravidar são os principais fatores relacionados a realização de aborto na adolescência. Por fim, as ISTs também se mostram um fator de grande preocupação nessa faixa etária pela evidente negligência aos seus métodos de prevenção. Situações que aumentam a vulnerabilidade desses jovens, também se relacionam diretamente com maior risco de contrair essas infecções (OLIVEIRA et al., 2018).
Para Araújo et al. (2019), apesar da importância evidente das consequências negativas advindas de práticas sexuais desprotegidas, a visão de sexualidade por parte dos adolescentes não deve ser permeada por medos e inseguranças associadas a tais desfechos. Uma abordagem positiva sobre esse tema, garantindo informação, consciência e responsabilidade nesse início da vida sexual são fatores de fundamental importância para a exploração segura de experiências, curiosidades, desejos, comunicação e relações interpessoais. A forma de alcançar esse objetivo é por meio do reconhecimento das demandas desses jovens e construção de canais de comunicação entre eles e escolas, famílias e serviços de saúde.
Na Atenção Primária à Saúde, a assistência de saúde oferecida ao adolescente deve ser vista como aquela que detém grande importância tendo em vista a sua representatividade na atenção à saúde. No entanto, a presença dessa faixa etária na APS vem se apresentando de forma escassa sendo consequência de uma baixa procura acrescida do déficit de vínculo entre adolescentes e profissional da saúde não sendo reconhecido, por muitas vezes, que essa população perpassa por um período de transição, criação de autonomia e identificação, descobertas e carências de novos saberes e orientações sendo pertinente, portanto, o acompanhamento da equipe multidisciplinar de saúde para um melhor desenvolvimento humano do adolescente atendido na APS (SILVA et al., 2021).
No que tange os direitos sexuais e reprodutivos, Gonçalves et al. (2019) refere que os indivíduos ganham autonomia com relação as suas escolhas de uma vida sexual segura e satisfatória diante da liberdade garantida por conquistas sociais as quais geraram mudanças e permitem que atualmente se possa optar pela seguridade do direito da frequência de ter um filho assegurado pelas políticas de planejamento familiar disponível no Sistema único de Saúde (SUS). Nessa perspectiva, os métodos contraceptivos devem ser garantidos pelo Estado, sendo esse direito desenvolvido, no Brasil, desde 1983 com o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) no qual foi estabelecida, pelo Ministério da Saúde, a promoção do empoderamento individual ao garantir o planejamento reprodutivo.
Ao ser abordado a autonomia individual diante das escolhas de uma vida sexual segura, o olhar ao adolescente não deve ser diferente, tendo em vista que essa fase da vida é marcada pelo início da vida sexual, por grande parte da população de homens e mulheres. Ter o conhecimento acerca do que cerca essa nova fase da vida e as novas experiências que esta proporciona, garante ao adolescente que possa fazer suas escolhas com maior responsabilidade e visando o bem comum (GONÇALVES et al., 2019).
Assim, Mendes et al., (2011) ressalta que a sexualidade que, embora faça parte da trajetória humana se apresenta com maior intensidade na adolescência, ganha um novo significado quando o indivíduo a entende como ato seguro e um bem estar que carece de responsabilidade e saber individual e coletivo. O conhecimento acerca dos métodos contraceptivos proporciona aos adolescentes que usufruam da sua condição sexual de modo a priorizar o seu bem estar ao invés de acarretar em prejuízos a sua saúde e desenvolvimento humano.
3 METODOLOGIA
O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura, a qual se classifica como uma revisão bibliográfica e um estudo descritivo que permite a inclusão de estudos experimentais e não-experimentais para uma compreensão completa do fenômeno analisado. Esse tipo de estudo tem o objetivo de analisar achados de trabalhos empíricos e teóricos, permitindo uma síntese dos resultados e aprofundamento da compreensão sobre um fenômeno específico. Propõem, ainda, a ser uma forma sistematizada de realizar a revisão da literatura, pois deve seguir um método rigoroso de busca, análise e síntese dos dados (CASARIN et al., 2020).
Assim, utilizou-se a proposta de seis fases sugerida no estudo de Ercole, Melo e Alcoforado (2014): identificação do tema e seleção da hipótese ou questão de pesquisa; busca e seleção da amostra da pesquisa; definição dos dados a serem coletados; avaliação dos resultados; interpretação do resultado e por fim, apresentação da revisão/síntese do conhecimento conclusões finais acerca dos resultados obtidos.
A primeira etapa a qual se refere a questão norteadora do trabalho, estabeleceu-se a seguinte questão para o estudo: Como se dá a relação dos adolescentes usuários da APS com o uso de métodos contraceptivos? A partir desse questionamento, a coleta de dados se deu por meio de pesquisa em bases de dados eletrônicas no período entre janeiro e abril de 2023. Sendo, para isso, utilizado as bases da U.S National Library of Medicine (PubMed) e Scientific Electronic Library Online (Scielo), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) e Medical Literature Analysis and Retrieval System On-line (MEDLINE).
Com a finalidade de encontrar estudos relevantes que respondessem à pergunta norteadora, utilizou-se de descritores indexados no idioma português. A escolha das palavras baseou-se nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) com auxílio do operador booleano (AND) resultando nas seguintes combinações de palavras-chaves: Adolescentes; Contracepção; Atenção básica.
A amostra final do estudo resultou em 13 artigos, utilizando o protocolo PRISMA (2020) para a seleção dos artigos, conforme mostra o Fluxograma 1. Esse protocolo se atenta aos principais itens para relatar revisões sistemáticas e meta-análises, observando dados como: autor, ano, resumo, métodos, resultados e conclusão de cada artigo (PAGE et al., 2021).
Para essa pesquisa, foram considerados critérios de inclusão: estudos originais publicados na íntegra nos idiomas inglês e português; gratuitos; publicados entre 2018 e 2023; indexados nas plataformas virtuais Medline, Lilacs, Scielo e Pubmed; artigos com a temática proposta no título, resumo ou descritores. E como critério de exclusão foram utilizados: artigos que tangenciam a temática proposta neste trabalho ou que não respondem à pergunta norteadora desta revisão; estudos duplicados em bases de dados; artigos que não foram disponibilizados na íntegra; editoriais e cartas ao editor.
Os artigos selecionados a partir da metodologia utilizada foram 234, dentre esses, 16 duplicados, 98 excluídos por não atender a temática da pesquisa; 123 foram mantidos; desses 100 foram retirados por não incluir os objetivos propostos na pesquisa; 23 avaliados para elegibilidade, sendo incluído para composição do trabalho o total de 13 artigos.
Figura 1 – Fluxograma de seleção e análise dos estudos encontrados nas bases de dados, conforme recomendações do PRISMA.
Fonte: DE SOUZA et al., 2023.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
O quadro 1 mostra, por meio das conclusões de cada trabalho, a prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis e gravidez indesejada em adolescentes que frequentam a atenção básica. A partir disso, pretende-se avaliar a importância do uso de métodos contraceptivos, bem como investir em abordagens que abarquem esta demanda trazida por essa população na instituição considerada porta de entrada do SUS.
Quadro 1 – Conclusões às quais as pesquisas chegaram, separadas de acordo com os artigos incluídos neste estudo.
Autores | Título | Conclusão |
Freitas et al. (2023) | Internações de adolescentes por condições sensíveis à atenção primária à saúde na perspectiva da integralidade | Ancorar os pressupostos teóricos do estudo na integralidade da saúde do adolescente permitiu refletir que o planejamento de ações para indivíduos e coletivos dessa faixa etária deve considerar as categorias de gênero, classe social, raça, etnia, geração e singularidade das necessidades em saúde desse segmento populacional. |
Pasvol et al. (2022) | Recorte temporal acerca da prescrição de contraceptivos na atenção primária do Reino Unido no período de 2000–2018: um estudo transversal | Nosso estudo destaca diferenças temporais e sociodemográficas na tendência na prescrição de contraceptivos em todo o mundo, bem como no Reino Unido. A prescrição de métodos contraceptivos precisa ser adaptada aos novos métodos e suas demandas, objetivando as escolhas das mulheres e suas necessidades. |
Hlongwa et al. (2021) | Conhecimento e percepções dos profissionais de saúdesobre o uso de contraceptivos modernos entre meninas adolescentes em Umlazi Township, KwaZulu-Natalprovíncia, África do Sul | Os resultados deste estudo revelaram que a atenção à saúde por parte dos profissionais da APS pode afetar negativamente as mulheres jovens com relação ao seu acesso a contraceptivos. Desafios do sistema de saúde como longas filas de espera do atendimento, más condições estruturais e escassez de métodos contraceptivos devem ser abordados para melhorar a qualidade dos serviços de planejamento familiar prestados a mulheres mais jovens. |
Borges et al. (2021) | Uso da anticoncepção de emergência entre mulheres usuárias de Unidades Básicas de Saúde em três capitais brasileiras | É preocupante que metade das mulheres que não usava qualquer método continuasse sem adotar nenhum, mesmo após usar a contracepção de emergência. Esse grupo vulnerável à gestação não intencional merece mais atenção por parte dos serviços de atenção básica à saúde, seja por meio de um melhor diálogo durante a oferta da própria contracepção de emergência. |
Nascimento et al. (2021) | Fatores associados à variação espacial da gravidez na adolescência no Brasil, 2014: estudo ecológico de agregados espaciais | As associações entre a variação espacial da fecundidade na adolescência e piores indicadores socioeconômicos e de saúde, encontradas neste trabalho, evidenciam um crescente problema de Saúde Pública no Brasil. Entretanto, considerando-se a heterogeneidade municipal no país, as estratégias de intervenção devem ser multifacetadas, buscando-se proposições efetivas para a saúde e qualidade de vida das adolescentes. |
Nmadu et al. (2020) | Barreiras no acesso e saúde reprodutiva dos adolescentes em serviços de saúde em uma comunidade no noroeste da Nigéria: um estudo qualitativo e exploratório na atenção primária | A experiência ao acesso dos adolescentes ao serviço de saúde reprodutiva em Kaduna foi influenciada por fatores localizados intrínsecos e extrínsecos inerentes a estes ou ao meio em que vivem. As barreiras encontradas no desenvolvimento dessa demanda da saúde do adolescente surgiram através dos três níveis: específicos do indivíduo, social e fatores em nível do sistema de saúde. |
Araújo e Nery (2018) | Conhecimento sobre contracepção e fatores associados ao planejamento de gravidez na adolescência | Conclui-se que o conhecimento não é o único fator responsável, mas contribui significativamente para o desfecho da gravidez não planejada, pois o fato de a adolescente não saber utilizar a pílula do dia seguinte aumenta em 3,93 vezes a chance de ter uma gravidez não planejada. Porém, outros fatores, como idade, sexarca, renda, estado civil e escolaridade estão também associados à gravidez na adolescência e ao não planejamento da gestação. |
Martins et al. (2019) | Acesso aos serviços de atenção primária à saúde por adolescentes e jovens em um município do Estado da Bahia, Brasil | Os dados deste estudo apontaram elevada prevalência de acesso aos serviços de atenção primária à saúde entre os adolescentes e adultos jovens. Ainda que não se tenham observado diferenças do acesso entre as áreas com cobertura da ESF, a maior participação desses indivíduos em atividades de prevenção e promoção da saúde reforçam a importância dessa estratégia no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). |
Weisman et al. (2020) | Comportamento sexual de adolescentes e uso do pronto-socorro | Adolescentes que relataram envolvimento em comportamentos sexuais de alto risco eram menos propensos a frequentar cuidados primários de saúde sendo preferível que seu cuidado de saúde ocorra, majoritariamente, no pronto socorro. No entanto, neste nível de atenção, os médicos raramente obtinham histórias sexuais e realizavam testes de IST em jovens assintomáticos, perdendo assim oportunidades de rastrear adolescentes de alto risco que podem não ter acesso a medidas preventivas de cuidado. |
Onyewuchi et al. (2019) | Melhorando o acesso ao LARC para adolescentes e adultos jovens na atenção primária de saúde | O uso de LARC (Long acting reversible contraception) é uma estratégia importante para redução de gravidez indesejada entre adolescentes em comunidades com altas taxas de gravidez não planejada. Nós demonstramos que a colocação de LARC entre jovens e adolescentes aumenta com pequenas reestruturações nas áreas clínica e condutas de gestão, treinamento de pediatra. |
Wheeler et al. (2018) | Oportunidades perdidas para abordar a prevenção da gravidez com homens jovens na atenção primária | Este estudo concluiu que uma minoria dos homens jovens, independentemente do seu nível de atividade sexual, percebeu que aprenderam sobre prevenção da gravidez na consulta de atenção primária. Essa percepção foi associada ao recebimento de necessidades de prevenção da gravidez e contracepção na última relação sexual. |
Rabiu e Rufai (2018) | O Papel dos Métodos Anticoncepcionais Tradicionais no Planejamento Familiar entre Mulheres Atendidas nos Centros de Atenção Primária à Saúde em Kano | Havia mais conhecimento dos métodos contraceptivos tradicionais do que modernos. A fitoterapia foi o método mais utilizado. Houve má utilização dos métodos anticoncepcionais modernos e utilização regular dos métodos contraceptivos tradicionais. O estudo não mostrou nenhum benefício claro do uso de anticoncepcionais tradicionais sobre seu não uso na redução do tamanho da família. |
Melo et al. (2020) | Uso de métodos contraceptivos e intencionalidade de engravidar entre mulheres usuárias do Sistema Único de Saúde | Conhecer a intencionalidade da gravidez é elemento essencial para compreender por que mulheres com forte desejo de evitar uma gravidez usam os mesmos tipos de métodos contraceptivos que as mulheres em geral. Este estudo ratifica a forte relação entre gravidez não intencional, ambivalência e uso ou não de métodos contraceptivos indicando a necessidade de políticas públicas que garantam não apenas o acesso, mas a ampliação das opções de métodos contraceptivos mais eficazes. |
Fonte: DE SOUZA et al., 2023.
A abordagem do tema de gravidez indesejada na adolescência e prevenção de IST deve iniciar por um debate mais amplo acerca da sexualidade desses jovens que se encontra cada vez mais precoce no nosso país. Algumas pesquisas apontam um início precoce da atividade sexual no Brasil, variando entre as idades de 13 a 15 anos (LARA et al., 2018; VIEIRA et al., 2021). Esses dados se encontram acima da média de outros países como apresentado em estudos realizados com adolescentes Africanos e dos Estados Unidos, o que torna essas jovens brasileiras mais susceptíveis aos riscos do início da atividade sexual precoce (ANJOS et al., 2018).
Esse início precoce das atividades sexuais está mais associado a situações de vulnerabilidade como a susceptibilidade à IST’s e gestação indesejada. Esses riscos poderiam ser justificados por fatores como falta de orientações sobre sexualidade, dificuldade de negociação de preservativo com o parceiro, práticas sexuais de risco e possibilidade de aquisição de mais parceiros (PINTO et al., 2018; VIEIRA et al., 2021). Maciel et al. (2017) destaca ainda outras consequências desse comportamento de risco como aumento no risco de mortalidade materna na adolescência e na busca por aborto.
Na Atenção Primária à Saúde, Nmadu et al., (2020) refere que a efetivação do direito dos adolescentes, especialmente as meninas, faz-se assegurado quando realizado a consulta do adolescente, bem como promoção e prevenção em saúde voltado para esse público que carece de cuidados e um olhar mais atento a tamanhas transformações e descobrimentos, dentre eles os relacionados à sexualidade.
No entanto, algumas barreiras são encontradas por parte dos adolescentes ao procurarem acolhimento por parte da equipe multidisciplinar das UBS, seja a demora do atendimento, estrutura da UBS, escassez de medicamentos na farmácia popular, o horário de funcionamento que por vezes se assemelha ao da escola, seja a falta de conhecimento profissional que desconhece a garantia da consulta individual a esse usuário sem a necessidade dos pais ou de algum responsável, seja pela falta de comunicação a UBS com a escola que, por vezes, aguarda que o usuário a procure não indo, em contraponto, ao seu encontro para oferecer-lhe saúde de qualidade, dentre alguns outros motivos (HLONGWA et al., 2021; NMADU et al., 2020).
É visto dessa forma, segundo Araújo e Nery (2018) e Martins et al., (2018) que a APS possui um papel singular na saúde do adolescente, não apenas no seu tratamento como também na sua prevenção e oferecimento de suporte e conhecimento acerca de sua saúde biopsicossocial, como ocorre com as demais formas de oferta de saúde nessa estrutura do SUS.
Em um estudo realizado por Brito et al. (2017) com adolescentes brasileiras de 10 a 19 anos grávidas, constatou-se um baixo nível de conhecimento sobre métodos anticoncepcionais sendo que mais de 80% das participantes não faziam uso de algum método ou usavam de modo irregular quando engravidaram. Ainda, observou-se que menos da metade das participantes relatou conhecimento sobre métodos anticoncepcionais reversíveis de longa ação.
Assim, as jovens mulheres que fazem uso dessa contracepção, ao não possuir o conhecimento adequado para tal, finda por se colocar em risco de desenvolver uma gestação não planejada, realidade comum encontrada no estudo de Brito et al. (2017) onde o uso inadequado do método estava diretamente proporcional a ocorrência de gravidez não planejada.
Alguns estudos, ainda, revelam que o principal método utilizado na primeira relação é o preservativo masculino (SILVA et al., 2019; MACIEL et al., 2017). Entretanto, vale salientar que o estudo de Vieira et al. (2021) identifica maior prevalência de uso de contraceptivo nas primeiras relações de jovens do sexo feminino quando comparada ao sexo masculino gerando, assim, a reflexão de que isso pode estar associado a maior atribuição da responsabilidade de contracepção sobre as mulheres e tal disparidade na conscientização desses grupos pode trazer dificuldades ao uso de contraceptivos.
Outro ponto crucial, além do uso de métodos que previnam IST e gravidez indesejada, é o seu uso de forma correta, acarretando, assim, na sua eficácia. As pesquisas apontam que os principais motivos apresentados para o não uso foram o fato de não querer usar, achar que não iria engravidar e a orientação sexual (PINTO et al., 2018; VIEIRA et al., 2021). O estudo de Silva et al. (2019) e Melo et al. (2020) também identificou que a falta de contracepção ou seu uso inconsistente pode se associar à crença de algumas jovens de que não irão engravidar ou de que estão imunes à outros riscos relacionados à falta de contraceptivos nas relações.
Pesquisas como a de Lima e Saldanha (2020) exploram a falta de conhecimento das jovens sobre a transmissão de IST’s em relações sexuais entre mulheres e falta de uso de métodos contraceptivo. Tais fatores são alimentados por crenças como as de que o homem seria o responsável por transmitir tais doenças e a manutenção de práticas sexuais com mulheres seria um fator de proteção, pela falta de orientações sobre prevenção específica nessas relações dentro dos setores de saúde e pela precariedade de métodos preventivos às IST’s para esses grupos.
Diante da heterogeneidade populacional, o olhar do profissional para o indivíduo que possui crenças, conhecimentos, história e situação diferente um do outro, se faz necessário. Freitas et al. (2023) e Nascimento et al. (2021) veem a refletir que o planejamento de ações deve suprir as necessidades coletivas dessa faixa etária bem como as individuais, de modo a considerar as categorias de gênero, classe social, raça, etnia, geração e singularidade das necessidades em saúde desse segmento populacional.
Dessa forma, Araújo e Nery (2018) ressalta que além da falta de conhecimento adequado para o uso dos métodos, fatores intrínsecos aos indivíduos são tão relevantes quanto no aumento do risco da gravidez indesejada e IST’s. Assim tornando-se fundamental uma assistência direcionada a esse público, considerando suas singularidades e a necessidade de prevenção dos agravos e, portanto, as equipes de atenção básica não podem esquivar-se mediante as dificuldades encontradas no trabalho com adolescentes sendo esta uma importante ferramenta na construção de um elo entre o adolescente e a UBS, com auxílio das escolas e famílias (ONYEWUCHI et al., 2019).
Outro fator que deve ser destacado é a pertinente informação trazida por Borges et al. (2021); Pasvol et al. (2022); Rabiu e Rufai (2018) acerca da desatualização por parte dos profissionais quando diz respeito a abordagem de métodos contraceptivos nas suas consultas. A inegável adesão, majoritariamente, de contraceptivos orais por parte da população deve se contrapor a falta de informação passada durante as consultas médicas e de enfermagem na atenção básica para com suas pacientes que pouco conhecem sobre os dispositivos de longa duração que também são distribuídos pelo SUS que sofrem uma avalanche de desinformação.
No estudo de Weisman et al. (2020), os riscos a esses jovens são apresentados devido a tantos fatores que acarretam em maior vulnerabilidade, pode ser comprovado na avaliação do adolescente que busca atendimento de saúde em pronto atendimento devido a comportamentos sexuais de alto risco. A frequentação desses adolescentes a unidades de emergência para tratar de intercorrências referentes a comportamento de risco estava diretamente proporcional a sua falta de busca por atendimento na atenção básica. Pode-se tratar o perfil, assim, de que o adolescente de maior risco em comportamento sexual é também aquele que pouco ou não busca a APS.
Essa pesquisa traz à luz a importância do impacto do trabalho desenvolvido pelas equipes multiprofissionais de UBS na prevenção de gravidez indesejada, bem como de IST’s. Wheeler et al. (2018) concluiu em sua pesquisa que homens jovens, independentemente do seu nível de atividade sexual, relataram que aprenderam sobre prevenção da gravidez na consulta de atenção primária. Essa percepção foi relacionada ao recebimento de necessidades de prevenção da gravidez e contracepção na última relação sexual e evidencia, portanto, como a APS pode mudar a realidade desse grande problema de saúde pública em nosso país.
5 CONCLUSÃO
A iniciação sexual é um evento que tende a se iniciar, predominantemente na adolescência de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (2018) e pode se estender às demais faixas etárias, porém com um predomínio significativo na juventude. Esse fato gera a necessidade de educação para a sexualidade e contracepção nessa fase, bem como acerca das infecções sexualmente transmissíveis e a importância da prática sexual de forma segura.
Devido a isso, a consulta do adolescente na Atenção Primária à Saúde se faz com um olhar não também, mas especialmente, para o desenvolvimento da sua vida sexual, tendo em vista que é nesta esfera de saúde que ocorre o acompanhamento longitudinal do indivíduo e que devido a sua integralidade pode ser desenvolvida multifacetada de acordo com a individualidade e coletividade de cada jovem.
No entanto, a partir dessa pesquisa puderam-se identificar fatores que colaboram para a relação do adolescente com o uso de métodos contraceptivos e que, consequentemente, interferem na exposição destes a IST’s e gravidez não planejada. Os fatores inerentes ao perfil de cada individual seja a sua singularidade ou influência cultura do meio se soma a algumas dificuldades ou facilidades que podem ser encontradas na APS, como a atualização médica diante dos avanços científicos e de métodos contraceptivos, bem como suas indicações, ação e efeitos adversos; barreiras físicas da estrutura ou de acolhimento do jovem paciente; construção falha de elo entre a UBS, escola e família; falta de adesão dos profissionais acerca da relevância dessa temática e seu impacto na saúde pública brasileira.
Diante desses dados, nota-se a urgente necessidade de políticas públicas com incentivo à educação sexual não somente no âmbito das instituições de saúde, mas também no contexto escolar e social. Para isso, sugere-se que o tema seja discutido desde a formação dos profissionais que lidam direta ou indiretamente com adolescentes bem como adultos jovens e que os profissionais da educação e da saúde realizam capacitação continuada e tenham apoio profissional para abordar essa temática nos âmbitos de ação social.
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1 Graduada em Medicina. UFCG. E-mail: janineflorencio06@hotmail.com
2 Supervisora da residência de Medicina de Família e Comunidade. Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande-PB. E-mail: jeanettesilveira@gmail.com
3 Graduado em Medicina. Hospital das Clínicas de Campina Grande-PB. E-mail: hitallo95@gmail.com
4 Graduada em Medicina. Hospital das Clínicas de Campina Grande-PB. E-mail: draanamariaanselmo11@gmail.com
5 Graduada em Enfermagem. Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande-PB. E-mail: karinnecmartins@hotmail.com
6 Graduada em Enfermagem. Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande-PB. E-mail: allanarenally@gmail.com
7 Mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental. Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande-PB. E-mail: eclesiocavalcante
8 Graduado em Medicina. Hospital Universitário Alcides Carneiro. Campina Grande – PB. E-mail: filipejsilvaa@gmail.com
9 Doutor em Terapia Intensiva. SOBRATI. Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande-PB. E-mail: leonardoleitaobatista@hotmail.com
10 Mestre em Saúde da Família e Comunidade. Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande-PB. E-mail: edenilsoncavalcante@gmail.com