PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA SOBRE PROFISSIONAIS DA SAÚDE

PREVENTION OF VIOLENCE TOWARDS HEALTHCARE PROFESSIONALS

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.12740366


Pinto, Amaro1


RESUMO

Introdução: A proliferação de comportamentos violentos, nos contextos de trabalho, dá uma sensação de impunidade/poder aos agressores e de insegurança às potenciais vítimas. Esta dinâmica vicia o ambiente de trabalho, degrada o clima organizacional e repercute-se na saúde dos profissionais e na própria organização. Objetivo: identificar ações preventivas que atuem sobre o fenómeno da violência contra os profissionais de saúde e capacitá-los com conhecimentos e estratégias para um melhor desempenho na prestação dos cuidados de saúde. Material e métodos: laborou-se uma pesquisa de revisão sistemática da literatura segundo as diretrizes PRISMA utilizando a estratégia PICo. Decorreu via EBSCO, nas Bases de dados: Cinalh, Medline, Mediclatina, Cochrane Database of Systematic Reviews em junho de 2023. Utilizaram-se os descritores controlados combinados com operadores booleanos dispostos no Medical Subject Headings (MeSH): “workplace violence” OR “bullying” OR “physical agression” AND “healthcare workers” OR “nurses” AND “prevention program”. Discussão: a violência no local de trabalho é um problema e os parceiros sociais, as organizações, os próprios trabalhadores e o Estado devem colaborar para erradicar essa prática perniciosa e alcançar um ambiente de trabalho saudável e livre de qualquer tipo de agressão. Conclusão: é imperativa a capacitação dos profissionais focados em construir a relação profissional de saúde-utente, melhorar as habilidades de comunicação, o comprometimento da gestão de topo e o envolvimento dos funcionários no programa de prevenção. A intervenção precoce e adequada, pode reduzir significativamente o número de episódio de violência.

Palavras chave: violência; profissionais de saúde; enfermeiros; local de trabalho; serviços de urgência e emergência.

ABSTRACT

Introduction: The proliferation of violent behavior in work contexts gives a feeling of impunity/power to aggressors and insecurity to potential victims. This dynamic vitiates the work environment, degrades the organizational climate and has repercussions on the health of professionals and the organization itself. Objective: Identify preventive actions that address the phenomenon of violence against healthcare professionals and equip them with knowledge and strategies for better performance in the provision of healthcare. Material and methods: A systematic literature review research was carried out according to the PRISMA guidelines using the PICo strategy. It took place via EBSCO, in the databases: Cinalh, Medline, Mediclatina, Cochrane Database of Systematic Reviews in June 2023. Controlled descriptors combined with Boolean operators arranged in the Medical Subject Headings (MeSH) were used: “workplace violence” OR “ bullying” OR “physical aggression” AND “healthcare workers” OR “nurses” AND “prevention program”. Discussion: Violence in the workplace is a problem and social partners, organizations, workers themselves and the State must collaborate to eradicate this harmful practice and achieve a healthy work environment free from any type of aggression. Conclusion: It is imperative to train professionals focused on building the healthcare professional-user relationship, improving communication skills, top management commitment and employee involvement in the prevention program. Early and adequate intervention can significantly reduce the number of episodes of violence.

Keywords: violence; Health professionals; nurses; workplace; urgent and emergency services

INTRODUÇÃO

O uso da violência por um indivíduo, grupo ou organização é, infelizmente, uma prática que faz parte do nosso quotidiano.

A proliferação de comportamentos violentos, nos contextos de trabalho, dá uma sensação de impunidade/poder aos agressores e de insegurança às potenciais vítimas. Esta dinâmica acaba por viciar o ambiente de trabalho, degrada o clima organizacional e repercute-se na saúde dos profissionais e na própria organização. Há a considerar, como relevantes, os custos económicos decorrentes do absentismo e da quebra de desempenho dos profissionais.

Os contextos de prestação de cuidados de saúde podem gerar ambientes vulneráveis e propensos à violência exercida sobre os profissionais de saúde, por parte de utentes/acompanhantes. Os serviços de urgência inserem-se nestes contextos. São os locais com mais notificações registadas e, além disso, o fenómeno tem sofrido um aumento significativo nos últimos anos, de que são exemplos as agressões “mediáticas” ocorridas nos Hospitais contra os enfermeiros no posto de Triagem de Manchester.

O Estado de Direito é afetado não só pela percepção que, a sociedade em geral e os trabalhadores, em particular, têm em como a tutela é incapaz de garantir a segurança aos que sofrem situações de violência no trabalho, mas, também, pelo ónus que o sistema público de Segurança Social tem que suportar face aos danos na saúde das vítimas.

As despesas associadas com o absentismo ao trabalho e com o tratamento de lesões físicas por agressões são elevadas, não incluindo aqui os custos intangíveis emocionais e psicológicos dos profissionais afetados (1). Ou seja, a incidência crescente de exposição a comportamentos violentos diminuiu o comprometimento emocional dos profissionais de saúde na prestação de cuidados e leva-os a questionar as respetivas carreiras profissionais. Identifica os profissionais de enfermagem nos serviços de urgência com maior vulnerabilidade e um perfil de risco de violência física e verbal exercida pelos utentes, que se repercute na queda de produtividade no trabalho e no surgimento de sintomas relacionados com síndrome de Burnout (2)

A violência contra os profissionais de saúde exercida por utentes é o foco deste estudo e pode ser significativamente reduzida melhorando as capacidades de prevenção.

Um contexto de segurança, confiança e justiça contribuirá para a criação de ambientes de trabalho seguros e saudáveis, prevenirá situações de violência, aumentará a satisfação do trabalhador e resultará numa prestação de serviço de melhor qualidade (3).

A violência exercida por utentes, acompanhantes ou familiares sobre profissionais de saúde em ambiente de trabalho e que cause ou possa causar dano físico, psicológico ou moral, constituem um risco psicossocial, perante isto, esta revisão sistemática tem como objetivos identificar a necessidade da implementação e aperfeiçoamento de políticas voltadas para a prevenção da mesma no local de trabalho e contribuir para a máxima eficácia da organização e na prestação dos cuidados.

MATERIAIS E METODOS

Para dar resposta à questão – que estratégias institucionais e no âmbito da saúde ocupacional contribuem para a prevenção da violência sobre os profissionais de saúde, realizou-se uma revisão sistemática da literatura com o propósito de desenvolver ações preventivas que atuem sobre o fenómeno.

Efetuou-se uma pesquisa exploratória inicial sobre a problemática no portal da DGS e da OIT-WHO nos dias 30 de abril e 5 de maio 2023. Posteriormente e tendo por base as orientações emanadas pela Colaboração Cochrane e pela Colaboração Joanna Briggs Institute, elaborou-se uma pesquisa de revisão sistemática da literatura conduzida pelas diretrizes PRISMA e utilizando a estratégia PICo. Decorreu via EBSCO (acesso via Ordem dos Enfermeiros), nas Bases de dados: Cinalh complete, Medline complete, Mediclatina, Cochrane Database of Systematic Reviews em junho de 2023. Utilizaram-se, como estratégia de busca, os descritores controlados combinados com operadores booleanos dispostos no Medical Subject Headings (MeSH): “workplace violence” OR “bullying” OR “physical agression” AND “healthcare workers” OR “nurses” AND “prevention program”.

Desta forma e, de acordo com a metodologia PICo, os profissionais de saúde ou enfermeiros a trabalhar em serviço de Urgência apresentam-se como a população (P), a necessidade de comprovar a eficácia de diferentes programas de prevenção de violência e que mostraram a prevalência da violência a profissionais de saúde em serviço de Urgência como o fenómeno de interesse (I) e, todos os Estudos que incluíram:  “número de eventos”, “tipo de eventos”, considerou “prevalência”, “grupo profissional”, “consequências”, “existência de programas de prevenção”, “eficácia dos programas de prevenção” (CO).

O método de seleção dos estudos teve em consideração a presença dos termos de pesquisa no título e resumo dos artigos. A seleção dos estudos incluiu duas fases. A primeira com o objetivo de refinar a seleção inicial dos artigos (leitura dos títulos e resumos). A segunda incluiu a leitura integral dos artigos selecionados. Foram considerados os estudos publicados em Inglês e Português, sendo os demais excluídos, com data de publicação posterior a 1 de janeiro de 2017 e artigos completos publicados, revistos por pares e indexados em bases de dados científicas. Foram excluídos estudos que incluíram violência sobre utentes, acompanhantes, ou que foram realizados noutros serviços fora do meio hospitalar.   

O fluxograma, de acordo com a metodologia PRISMA (Tabela 1), permite a compreensão clara das decisões tomadas ao longo do processo, indicando os resultados da pesquisa. Face aos critérios de seleção consideraram-se 14 artigos na revisão.

Os dados extraídos dos artigos incluíram aspetos sobre a população/participantes, as intervenções e os resultados, tendo em conta a questão da revisão. Os principais dados colhidos são síntese dos artigos incluídos, objeto desta revisão sistemática (Tabela 2).

RESULTADOS

Da análise dos dados extraídos e em jeito de síntese, destacam-se os principais resultados:

Na problemática em estudo, identifica um grupo profissional com maior vulnerabilidade – os profissionais de enfermagem nos serviços de urgência e um perfil de risco de violência exercida por utentes sobre estes profissionais. Identifica a alta incidência de violência física e verbal que se repercute na queda de produtividade no trabalho e no surgimento de sintomas relacionados com síndrome de Burnout (2); (4-11).

Tendo em conta aquela prevalência, incluíram pesquisas sobre “Avaliação de Riscos”, “Taxas de Ocorrência”, “Gerenciamento de Riscos” e “Consequências Físicas/Não Físicas”, demonstraram que a Demência, esquizofrenia, ansiedade, reação aguda de estresse, ideação suicida e intoxicação por álcool e drogas foram encontrados como preditores de violência física perpetrada por utentes/familiares contra os profissionais de saúde (7- 8).

Cerca de 96,5%foram expostos à violência verbal (4). Entrevistas qualitativas com enfermeiros revelaram que a violência a que foram submetidos no ambiente de trabalho os afetou física, psicológica e socialmente e os levou a pensar em deixar os seus empregos (2) (4). A incidência crescente de exposição a comportamentos violentos e violência verbal diminuiu o comprometimento emocional na prestação de cuidados. Os sentimentos vivenciados pelos profissionais de saúde, dado que alguns episódios são “inevitáveis” e que se sentem habituados a níveis elevados de stress, sofrem de sentimentos de “inadequação”, mas também têm consciência de que eles próprios podem desencadear conflitos com utentes, sofrem a sensação de “estar sozinhos” ao enfrentar esses problemas, uma sensação de “ser deixados por conta própria” pela instituição e sentem-se “magoados”, “assustados”, “com raiva” e têm a sensação de que “não é justo” (7).

A Direção-Geral da Saúde destaca que nos primeiros 10 meses de 2021 foram reportadas mais de 700 situações de violência contra profissionais de saúde e que a grande maioria das situações reportadas são de natureza psicológica, ameaças e injúrias. O assédio no local de trabalho também preocupa as autoridades – em 2021 representou 14% das situações reportadas, quando em 2020 tinha sido 9% e no ano anterior 12%. As situações de violência física têm apresentado uma evolução decrescente (12).  Refere também que os utentes são apresentados como os principais agressores, mas também os acompanhantes e familiares surgem em percentagem significativa conforme relatório(s) de progresso de monitorização – Notific@ (13).  Relativamente aos indivíduos que cometem as agressões, será possível, com base nos factos registados partir para a responsabilização (12-13).

Os estudos também referem que é urgente a discussão sobre o fenómeno com a participação de gestores e profissionais para a elaboração de programas institucionais que reconheçam a periculosidade e impacto no trabalho hospitalar. Assim como a sensibilização da sociedade, conselhos e sindicatos de classe e órgãos responsáveis voltados à saúde do trabalhador para proteção contra a violência e promoção de um ambiente laboral saudável (14-15).

A violência contra os profissionais de saúde pode ser significativamente reduzida melhorando as habilidades de prevenção. São necessárias ações na programação das atividades, melhoria na comunicação com os utentes e com a formação dos profissionais, assim como Intervenções de educação na população, juntamente com regulamentos hospitalares e aconselhamento aos utilizadores, podem reduzir a incidência de eventos (5); (9-10); (16-15).

O sistema de segurança de saúde deve ser melhorado, reduzir o número de turnos noturnos por trabalhador, aumentar os rácios pessoal e treiná-los para lidar adequadamente com a violência são altamente recomendados. Além disso, fazer cumprir as regras e os regulamentos é uma tarefa importante para controlar e prevenir a mesma contra os profissionais de saúde (1); (4); (10); (14); (17).

Um programa de prevenção abrangente, direcionado aos utentes e ao ambiente, pode reduzir a incivilidade. A notificação dos episódios de violência, adoção de medidas de segurança física/barreiras que impeçam o acesso livre às áreas de prestação de cuidados e a presença de agentes de segurança são importantes, mas não esgotam as formas de enfrentar a problemática (5); (10); (17-18). Os mesmos autores identificaram uma multiplicidade de formas de abordar a questão em análise, desde a ausência de regras ou protocolos institucionais em que, a abordagem passa pela capacidade inata e individual ou pela abordagem em equipa, à existência de procedimentos de notificação e programas de mentoria, educação e formação, incluindo treino em gestão de conflitos aos profissionais e ações de sensibilização e literacia ao utentes, juntamente com regulamentos hospitalares e aconselhamento ao paciente para reduzir a incidência de qualquer tipo de agressão.

DISCUSSÃO

Desenvolver ações preventivas que atuem sobre o fenómeno das agressões de utentes sobre profissionais de saúde na organização promoverá ambientes saudáveis, utilizadores colaborantes na erradicação da violência e capacita os profissionais de saúde em literacia acerca do fenómeno. É fundamental abordar adequadamente os episódios de violência, apoiar as vítimas, mitigar as consequências, prevenir episódios futuros, intervir sobre as suas causas e envolver em simultâneo o cidadão/comunidade no apoio à tomada de decisão além de promover a literacia em saúde e a cidadania (3); (6).

São necessárias melhorias na programação das atividades, na comunicação com os utentes e na formação dos profissionais (5); (16). Um programa de prevenção abrangente direcionado aos utentes, aos profissionais e ao ambiente pode reduzir a incivilidade e a violência física e verbal contra os profissionais de saúde.

É fundamental refletir sobre a temática nos diversos contextos de Saúde numa ótica de prevenção, esta não dispensa, em caso da sua ocorrência, uma resposta efetiva, célere e ajustada às necessidades da vítima. Os profissionais de saúde deverão estar atentos aos indicadores de violência e sinalizar precocemente as situações, através de sistemas de registo e formulários próprios orientadores de boas práticas: Registo Clínico de Violência contra profissionais de Saúde na plataforma Notific@ (6).

É também necessário fornecer apoio psicológico, eventualmente religioso e espiritual à equipa de saúde (e utentes) mediante solicitação. Por vezes, intervenções de baixo custo destinadas a reduzir os eventos, inclusive por meio de materiais de consciencialização sobre a violência para utentes e familiares/acompanhantes, formação e treino para profissionais de saúde e crachás para a identificação dos visitantes podem traduzir uma redução do número de agressões perpetradas contra profissionais de saúde (10); (16). A análise de resultados, portanto, não é uma etapa final, mas sim um fator que deve estar inserido e acelerar a evolução da curva de aprendizagem dos intervenientes e que estes adquiram a sensibilidade necessária para o tema. Ou seja, é imperativo encontrar soluções para minimizar a violência no local de trabalho contra os profissionais de saúde.

CONCLUSÃO

Aceite cientificamente que uma intervenção precoce e adequada, pode reduzir significativamente o número de episódio de violência, é imperativa a implementação de mecanismos organizacionais que permitam a sua rápida identificação e prevenção atempada. As organizações de saúde necessitam de se direcionar não só para a melhoria da qualidade, mas também, para a melhoria da responsabilidade social, na promoção da saúde.  Para tal é necessário um olhar aprofundado para os processos de cuidados/serviços.

Urge encontrar um caminho estratégico para a gestão das agressões contra profissionais de saúde, de acordo com a objetividade dos resultados dos artigos da pesquisa. Devem-se priorizar cursos de capacitação focados em: construir a relação profissional de saúde-utente, melhorar as habilidades de comunicação dos profissionais, relatar com precisão cada incidente violento e melhorar o contexto laboral com o comprometimento da gestão de topo e do envolvimento dos funcionários no programa de prevenção.

Há necessidade de trabalhar a educação permanente com os profissionais de saúde e ações educativas com os utentes para promover relações harmoniosas entre profissionais e utentes, e que possam compreender a dinâmica de trabalho em redes de atendimento e de prestação de cuidados. A educação combinada com o treino pode não ter efeito sobre a agressão no local de trabalho direcionada aos profissionais de saúde, embora a educação e o treino possam aumentar o conhecimento pessoal e as atitudes positivas. É necessário aumentar esse esforço contínuo para melhorar a educação e a sensibilidade entre os profissionais para poderem apoiar-se emocionalmente uns aos outros (17); (19).

Conhecer os problemas derivados da violência, detectar os riscos e situações conflituosas e saber gerir tudo isto internamente, numa perspectiva integral, são aspetos que favorecem uma solução negociada, preventiva e ampla. O caminho para alcançar a prevenção do risco de agressão parte do consenso e da vontade tanto dos agentes económicos como sociais, sejam empregadores ou trabalhadores, prestadores de serviços ou os utentes. Uma verdadeira tutela, conhecedora, que oferece uma solução rápida, eficaz, flexível, simples e próxima, capaz de solucionar os problemas decorrentes de uma situação de violência no ambiente de trabalho, permitirá mitigar a frequência e as consequências deste fenómeno. Enfim, uma proposta de abordagem de solução conjunta, abrangendo a prevenção proativa de riscos ocupacionais, situações de violência de baixa intensidade, o tratamento ideal da situação e da vítima, da possível sanção ao(s) agressor (es), a gestão e solução do problema organizacional, entre outros para melhorar o sistema de segurança institucional para lidar adequadamente com a violência são altamente recomendados (14).

Fazer cumprir as regras e os regulamentos é uma tarefa importante para controlar e prevenir a violência contra os profissionais de saúde. Facilita a identificação dos fatores que favorecem situações de violência no trabalho e orienta no processo de solução (20). Desta forma, melhora-se a organização do trabalho e promove-se um clima favorável que reverte para a melhoria da saúde e segurança dos trabalhadores e da própria organização.

É necessário que todos os profissionais de saúde envolvidos, rescaldados na compreensão das relações humanas, munidos dos seus instrumentos de trabalho (Protocolos, Normas de Procedimento e sobretudo da relação de ajuda), tenham consciência do que podem fazer para obter ganhos em saúde, o mesmo quer dizer, qualidade de vida e de trabalho num ambiente saudável. Revela-se, contudo, necessário proceder com alguma cautela quando procuramos introduzir mudanças no sistema, uma vez que aqueles aspetos que funcionam bem não deverão ser afetados

Valorizar a diversidade de saberes e vivências, apropriar conhecimentos e experiências que possibilitem melhorar as relações próprias do mundo do trabalho, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade alinhadas com o exercício da cidadania.

BIBLIOGRAFIA

1. Sossai D, Molina F, Amore M, Ferrandes G, Sarcletti E, Biffa G, et al. Analysis of incidents of violence in a large Italian hospital. La Medicina del lavoro. 2017; 108(5):6005. DOI:10.23749/mdl.v108i5.6005

2. Contreras J, Solís Á, Soto J, Ponce N, López-Alegría F. Violência no trabalho contra os profissionais de enfermagem em serviços de emergência: revisão integrativa. Revista panamericana de salud publica. 2020; 44: e173. DOI:10.26633/RPSP.2020.

3. Direção-Geral da Saúde. Plano de Ação para a Literacia em Saúde 2019-2021. 2018; Disponível em https://www.dgs.pt/documentos-e-publicacoes/plano-de-acao-para-a-literacia-em-saude-2019-2021-pdf.aspx

4. Kiymaz D, Koç Z. Workplace violence, occupational commitment and intention among emergency room nurses: A mixed-methods study. Journal of clinical nursing. 2023; 32(5-6):764-779. DOI:10.1111/jocn.16331

5. Touzet S, Occelli P, Denis A, Cornut P-L, Fassier J-B, Le Pogam M-A, et al. Impact of a comprehensive prevention programme aimed at reducing incivility and verbal violence against healthcare workers in a French ophthalmic emergency department: an interrupted time-series study. BMJ. 2019; 9(9): e031054. DOI: 10.1136/bmjopen-2019-031054

6. Ministério da Saúde. Plano de Ação para a Prevenção da Violência no Setor da Saúde, despacho nº 1/2020, de 30 de janeiro 2020. Disponível em https://www.sns.gov.pt/wp-content/uploads/2020/02/DGS_Plano_AP_Violencia_S_Saude_2020-02-29-FINAL.pdf.

7. D’Ettorre G, Pellicani V, Vullo A. Workplace violence against healthcare workers in Emergency Departments. A case-control study. Acta bio-medica : Atenei Parmensis. 2019; 90(4):621–4. DOI:10.23750/abm.v90i4.7327

8. Nithimathachoke A, Wichiennopparat W. High Incidence of Workplace Violence in Metropolitan Emergency Departments of Thailand; a Cross Sectional Study. Archives of Academic Emergency Medicine. 2021; 9(1):1–9. Disponível em https://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=ccm&AN=150471095&lang=pt-br&site=ehost-live

9. Bagnasco A, Catania G, Zanini M, Alvaro R, Cicolini G, Alberto DM, et al. Gli episodi di violenza rivolti agli infermieri italiani sul posto di lavoro: protocollo di studio osservazionale analitico multicentrico nazionale. Studio CEASE-IT. L’Infermiere. 2021; 58(2):e18–25. Disponível em https://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=ccm&AN=150004810&lang=pt-br&site=ehost-live

10. Bordignon M, Monteiro MI. Analysis of workplace violence against nursing professionals and possibilities for prevention. Revista gaucha de enfermagem. 2021; 42:e20190406. DOI:10.1590/1983-1447.2021.20190406

11. Freitas R, Pereira M, Lima C, Melo J, Oliveira K. Violence against nursing professionals in the embracement sector with risk classification. Revista gaúcha de enfermagem / EENFUFRGS. 2017; 38(3):1–8. DOI:10.1590/1983-1447.2017.03.62119

12. Direção-Geral da Saúde. Histórico de Destaques – Violência sobre Profissionais de Saúde – mais de 700 situações de violência reportadas em 2021. Disponível em https://www.dgs.pt/em-destaque/violencia-sobre-profissionais-de-saude-mais-de-700-situacoes-de-violencia-reportadas-em-2021.aspx

13. Direção-Geral da Saúde. Sistema Nacional de Notificação de Incidentes – NOTIFICA. 2022a.   Disponível em https://www.dgs.pt/servicos-on-line1/notific-sistema-nacional-de-notificacoes-de-incidentes-e-de-eventos-adversos.aspx

14. Anazi R, Qahtani S, Mohamad A, Hammad M, Khleif H. Violence against Health-Care Workers in Governmental Health Facilities in Arar City, Saudi Arabia. The Scientific World Journal. 2020; 2020:6380281. DOI:10.1155/2020/6380281

15. Sé A, Machado W, Silva P, Passos J, de Araújo S, Tonini T, et al. Violência Física, Abuso Verbal e Assédio Sexual Sofridos Por Enfermeiros do Atendimento Pré-Hospitalar. Enfermagem em Foco. 2020; 11(6):135–42. Disponível em https://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=ccm&AN=150341207&lang=pt-br&site=ehost-live

16. Shaikh S, Shahzad H, Khan M, Baig L, Jamali S, Hashmi I, et al. Effect of low-cost interventions to reduce the incidence of violent events in two public sector tertiary-care emergency departments, Pakistan. Eastern Mediterranean Health. 2022; 28(2):144–51. DOI:10.26719/emhj.22.026 

17. Geoffrion S, Geoffrion S, Hills D, Ross H, Pich J, Hill A, et al. Education and training for preventing and minimizing workplace aggression directed toward healthcare workers. Cochrane Database of Systematic Reviews. 2022(9). DOI:10.1002/14651858

18. Antão H, Sacadura-Leite E, Manzano M, Pinote S, Relvas R, Serranheira F, et al. Workplace Violence in Healthcare: A Single-Center Study on Causes, Consequences and Prevention Strategies. Acta medica portuguesa 2020; 33(1): 31–7. DOI:10.20344/amp.11465

19. Lal A, Sahu K, Mishra A. Workplace Safety: Both Physical and Emotional. Ata biomédica: Atenei Parmensis 2021; 92(2): e 2021048. DOI:10.23750/abm.v92i2.9175

20. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Handbook for the documentation of interpersonal violence prevention programmes. Geneva: World Health Organization, 2004. Disponível em http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/42856/9241546395.pdf;jsessionid=E9D167846CF49C19C0B4160AE2AFECD8?sequence=1


Tabela 1 – Fluxograma de acordo com a metodologia PRISMA

(Tabela 2) – Síntese dos artigos incluídos na revisão sistemática


1Amaro Silva Pinto
Enfermeiro Gestor
Serviço de Urgência Médico – Cirúrgica; Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano EPE
Mestre em Enfermagem Médico-Cirúrgica. Pós-Graduado em Enfermagem do Trabalho e Executive Master em Gestão e Administração de Serviços de Saúde
https://orcid.org/0000-0001-9579-869X