PREVENTION OF FETAL ALCOHOLIC SYNDROME, SUBSIDIES FOR THE PRACTICE OF OBSTRICAL NURSES
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10048007
Roseneide dos Santos Pires1
Carlos Cesar Custódio2
RESUMO: A síndrome alcoólica fetal (SAF) é uma condição clínica que ocorre em bebês que foram expostos ao álcool durante a vida intrauterina. Esta síndrome pode levar a problemas de desenvolvimento, cognitivos e comportamentais ao longo da vida. Sua prevenção é de extrema importância para garantir o bem-estar do feto e sua saúde futura. Os enfermeiros e enfermeiras afetos à área de obstetrícia têm um papel importante na prevenção da SAF. Uma das principais armas para a prevenção é educar as mulheres em idade fértil sobre os perigos do consumo de álcool durante a gravidez. Os enfermeiros podem ajudar a identificar mulheres em risco de consumo de álcool e oferecer aconselhamento e encaminhamento para tratamento, se necessário. Além disso, podem fornecer orientação sobre estilo de vida saudável, uma dieta adequada, exercícios e cuidados pré-natais adequados, além de encorajar as mulheres grávidas a fazer exames regulares, como testes de triagem pré-natal para identificar quaisquer riscos para o desenvolvimento fetal, e trabalhar com outros profissionais de saúde para garantir que as mulheres no período gestacional recebam o apoio necessário para uma gestação saudável. Ressalta-se que os enfermeiros e enfermeiras afetos à área de obstetrícia têm um papel importante na prevenção da SAF, educando as mulheres em idade fértil sobre os perigos do consumo de álcool durante a gestação, identificando mulheres em risco de consumo de álcool e fornecendo orientação sobre estilo de vida saudável e cuidados pré-natais adequados.
PALAVRAS-CHAVE: Síndrome. Alcoólicas. Fetal. Prevenção. Saúde. (DEF)
ABSTRACT: Fetal álcool syndrome (SAF) is a Clinical condition that occurs in babies who have been exposed to alcohol during intrauterine life. This syndrome can lead to lifelong developmental, cognitive and behavioral problems. Its prevention is extremely important to guarantee the well-being of the fetus and its future health. Nurses working in obstetrics play an important role in preventing APS. One of the main weapons for prevention is to educate women of childbearing age about the dangers of drinking alcohol during pregnancy. Nurses can help identify women at risk of alcohol consumption and offer advice and referral for treatment if necessary. Additionally, they can provide guidance on healthy lifestyle, a proper diet, exercise and adequate prenatal care, as well as encourage pregnant women to have regular checkups such as prenatal screening tests to identify any risks to fetal development., and work with other healthcare professionals to ensure that pregnant women receive the support they need for a healthy pregnancy. It is noteworthy that nurses working in obstetrics have an important role in preventing SAF, educating women of childbearing age about the dangers of alcohol consumption during pregnancy, identifying women at risk of alcohol consumption and providing guidance on healthy lifestyle and adequate prenatal care.
KEYWORDS: Syndrome. Alcoholics. Fetal. Prevention. Health.
1 INTRODUÇÃO
O consumo de bebidas alcoólicas é extremamente prejudicial, gerando danos ao usuário, sua família, seu ambiente de trabalho e à convivência social. Tal fato torna-se ainda mais grave, quando quem faz o consumo de bebidas alcoólicas é a mulher em fase gestacional, pois esta prática pode desenvolver a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), gerando danos também no feto, que está em desenvolvimento intrauterino durante o uso dessa substância. É essencial compreender que o álcool é um teratógeno que pode facilmente atravessar a placenta, resultando na exposição do feto à substância. Devido ao metabolismo reduzido do feto, o álcool permanece na corrente sanguínea fetal por um período prolongado. Isso resulta em danos irreversíveis e complicações sistêmicas, especialmente no sistema nervoso, prejudicando significativamente o desenvolvimento adequado da criança (CASTRO, SANTOS, VIEIRA, FARES, COSTA FILHO, 2023).
O problema da pesquisa foi investigar como as enfermeiras obstétricas podem aprimorar os cuidados na prevenção da SAF por meio de intervenções que envolvem conscientização, triagem e encaminhamento para tratamento de mulheres grávidas que consomem álcool.
O objetivo geral deste estudo foi investigar subsídios para enfermeiras obstetras para a prevenção da SAF, com o objetivo de fornecer informações e estratégias para melhorar a eficácia da sua prevenção na gravidez.
Os objetivos secundários visaram a conceituação da SAF e a descrição dos riscos associados durante a gravidez, a identificação das barreiras enfrentadas pelas enfermeiras na prevenção nesse período, a investigação das estratégias de prevenção utilizadas pelas enfermeiras durante o pré-natal e a apresentação desta síndrome no decorrer do período gestacional.
A SAF é uma condição que pode ter impactos negativos na saúde dos recém-nascidos, embora não exista uma cura, a prevenção desempenha um papel fundamental no combate ao desenvolvimento dessa condição. As enfermeiras desempenham um papel importante na prevenção da SAF ao educar e aconselhar as mulheres grávidas sobre os impactos do consumo de álcool durante o período gestacional.
A SAF é uma condição inteiramente evitável e sujeita a prevenção, que pode ocorrer tanto em níveis primários quanto secundários. A identificação dos fatores socioeconômicos associados a um maior risco de alcoolismo materno desempenha um papel fundamental no diagnóstico precoce, permitindo intervenções e medidas preventivas oportunas. Dado que os efeitos prejudiciais da SAF são duradouros, aqueles afetados por ela necessitam de um acompanhamento constante, assim como o suporte de suas famílias (QUEIROZ, 2017).
A consulta de enfermagem no pré-natal é uma atividade exclusiva do enfermeiro que visa proporcionar condições para promover a saúde da gestante. Isso é alcançado através do acolhimento, acompanhamento do pré-natal, interesse pelo seu estilo de vida e identificação precoce dos fatores de risco gestacional. Entre esses fatores de risco, destaca-se o uso de tabaco e de substâncias ilícitas e lícitas, de modo especial o álcool, que podem contribuir para condições desfavoráveis durante a gravidez. O foco da nossa investigação está no cuidado de enfermagem nesse processo. Devido aos impactos negativos do consumo excessivo de álcool na saúde geral das mulheres e ao risco de SAF durante a gravidez, é de extrema importância compreender os níveis e padrões de consumo de álcool por parte das mulheres antes, durante e após a gestação (POOLE, 2019).
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 DA SÍNDROME ALCOÓLICA FETAL E SEUS RISCOS DURANTE A GRAVIDEZ
O combate à SAF é de extrema importância, devido ao fato de que ela provoca danos irreversíveis ao cérebro, embora seja completamente prevenível se a gestante se abstiver do consumo de bebidas alcoólicas durante a gravidez. Até o momento, ainda não foi determinado um nível seguro de consumo de álcool durante a gestação, o que reforça a necessidade de alertar as gestantes sobre a importância da abstinência total de álcool. No contexto brasileiro, as primeiras referências à SAF surgiram na década de 1980, chamando a atenção para a seriedade e gravidade desse problema de saúde (SEGRE, 2017).
A carga de saúde pública associada à SAF abrange uma série de impactos, como incapacidade física e cognitiva ao longo da vida, presença de comorbidades psiquiátricas e médicas, redução da produtividade, aumento do desemprego, falta de moradia e envolvimento em casos de encarceramento. Apesar de possuir uma prevalência global equivalente à do Transtorno do Espectro Autista, que é de 0,6%, a SAF continua sendo subdiagnosticada devido ao estigma social associado, à complexidade do diagnóstico, à dependência de características faciais específicas e à sobreposição de sintomas com outros diagnósticos possíveis, incluindo o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (WOZNIAK, 2019).
A consulta de enfermagem de pré-natal é um momento importante para acolher a mulher desde o início da gestação até o parto, levando a um nascimento saudável. (NETO; SANTOS; ESTEVES, 2021)
Estudos recentes têm enfatizado a importância de compreender o perfil das gestantes, a fim de direcionar esforços para a prevenção e intervenção no nascimento de bebês com SAF. Além disso, esses estudos destacam uma mudança em relação às pesquisas, que se concentravam principalmente em populações vulneráveis com baixo e alto risco socioeconômico e baixa escolaridade, onde o consumo de substâncias químicas entre os parceiros e famílias era mais comum. No entanto, resultados atuais têm demonstrado que o consumo de álcool durante a gravidez está aumentando em mulheres de diversas classes sociais e diversos perfis demográficos, indicando que essa questão afeta mulheres de todas as camadas sociais (POPOVA, 2020).
O consumo de bebidas alcoólicas durante a gravidez é uma realidade observada na prática diária de profissionais obstetras e pediatras, sendo confirmado por diversos estudos científicos. É imprescindível que concentremos nossos esforços na redução, ou melhor ainda, na eliminação desse prejudicial hábito. Enquanto os pediatras lidam com as severas ramificações que definem a SAF em todas as suas manifestações, os ginecologistas e obstetras têm um papel decisivo na prevenção desse quadro. (SEGRE, 2017)
O uso de álcool durante a gravidez, às vezes mesmo nos primeiros meses quando a mulher ainda não tem conhecimento da gravidez, tem sido identificado como um fator causador de uma série de defeitos congênitos, variando em gravidade. Isso pode resultar em atrasos no desenvolvimento psicomotor, incluindo prematuridade, além de complicações neurológicas que ocasionalmente se manifestam como distúrbios cognitivos e comportamentais. Globalmente, as consequências prejudiciais do consumo de álcool durante a gravidez têm sido objeto de estudo em países desenvolvidos, despertando grande interesse devido às suas implicações na saúde, educação e economia, (NETO, SANTOS, ESTEVES, 2021)
Durante a consulta, é de suma importância fornecer orientações claras sobre o consumo de alimentos e bebidas que contenham álcool. O consumo de álcool durante a gravidez pode levar a diversas deformações e alterações fetais, que podem ser identificadas e acompanhadas durante o pré-natal por uma equipe multidisciplinar coesa e bem treinada para lidar com essas situações. É fundamental que a abordagem da equipe seja sensível, livre de julgamentos, visando estabelecer um vínculo de confiança com a gestante, de modo a incentivá-la a refletir sobre o consumo de álcool durante a gestação. (NETO, SANTOS, ESTEVS, 2021)
O critério para o diagnóstico da SAF é a presença das quatro primeiras características do transtorno do espectro alcoólico fetal (TEAF), não sendo inteiramente exigida uma confirmação do uso materno de álcool, pois, embora seja um ponto de grande ajuda no diagnóstico, muitas mulheres não se sentem confortáveis em dividir essa informação, em razão do estigma (OPAS, 2020).
Por isso, para ser classificada como portadora da SAF, uma criança deve ter: as características faciais, incluindo pelo menos duas ou mais das principais delas; anomalias de crescimento pré-natal e/ou pós-natal; anomalias do sistema nervoso central (SNC) e comprometimento neurocomportamental (FRANKLIN; FERNANDES; VILELA, 2020).
Muitos pediatras podem não estar completamente cientes desse problema, e o diagnóstico da SAF muitas vezes é confirmado apenas após a exclusão de todas as outras possíveis causas de malformações faciais, microcefalia e atraso no desenvolvimento psicomotor. Portanto, o diagnóstico da SAF frequentemente ocorre por eliminação de outras condições e, geralmente, é feito durante a fase escolar, quando as sequelas se tornam evidentes devido às deficiências no desenvolvimento infantil resultantes da falta de intervenção precoce. (NETO, SANTOS, ESTEVES, 2021)
As intervenções focadas na prevenção representam a abordagem mais eficaz para evitar anormalidades no feto. O rastreamento precoce proporciona oportunidades de acesso a serviços especializados de tratamento e oferece alternativas para lidar com o uso de álcool e outras substâncias durante a gravidez. Isso contribui para evitar ou reduzir complicações tanto para a mãe quanto para o recém-nascido, ajudando a minimizar as consequências adversas associadas à gestação (ANJOS, 2021).
Os critérios utilizados para o diagnóstico da SAF incluem:
I | Exposição pré-natal ao álcool; |
II | Deficiência de crescimento; |
III | Malformações faciais, como nariz achatado, lábio superior fino e olhos pequenos; |
IV | Disfunções do sistema nervoso central (SNC); |
V | Alterações dos traços faciais; |
VI | Dificuldades de concentração, memória e aprendizado; |
VII | Falta de coordenação motora e de equilíbrio; |
VIII | Problemas de visão e audição; |
IX | Dificuldades de comunicação e linguagem; |
X | Hiperatividade; |
XI | Problemas cardíacos e renais; |
XII | Dificuldades respiratórias; |
XIII | Problemas de sono; |
XIV | Comportamento impulsivo e agressivo; |
XV | Dificuldades de relacionamento social. |
O principal objetivo da consulta de enfermagem pré-natal é acolher a mulher desde o início da gestação até o parto levando a um nascimento saudável, visando a saúde física, mental e social da gestante e o desenvolvimento do feto. Durante esse período são realizadas as orientações sobre os principais desconfortos da gravidez, o preparo para a maternidade, a realização de diagnóstico e tratamento de patologias ou sintomas associados à gestação, informar sobre o tipo de parto e os direitos durante o período gravídico puerperal. São atribuições do enfermeiro durante a consulta orientar a gestante e a família sobre o pré-natal, amamentação e vacinação; cadastramento no SisPreNatal e fornecer o Cartão da Gestante; realizar consulta de pré-natal; solicitar exames complementares de acordo com o protocolo local; realizar testes rápidos; prescrever medicamentos padronizados para o pré-natal; identificar gestantes de alto risco; realizar exames clínicos das mamas e coleta para exame citológico; desenvolver atividades educativas; orientar gestantes e equipe quanto a fatores de risco e vulnerabilidade; realizar busca ativa; realizar visitas domiciliares (BRASIL, 2021).
O enfermeiro realiza o acolhimento da mulher em suspeita de gestação, solicita o exame de Beta Hcg, no retorno com o exame positivo, realiza a primeira consulta, com a abertura do SISprenatal, solicita-se os exames do primeiro trimestre de gestação, de modo especial no estado do Paraná, segue-se o protocolo da linha guia da Rede Mãe Paranaense, e procede-se a avaliação da situação vacinal, adequação das vacinas faltantes, realização dos testes rápidos, ressaltando que todas estas informações devem estar registradas na carteirinha da gestante, sendo este o principal documento que acompanhará a gestante a partir de então. Além das terapias complementares disponíveis no Sistema Único de Saúde – SUS, como avaliação nutricional, com o educador físico, é muito importante, avaliação odontológica, sendo este último um dos indicadores do programa Previne Brasil, que norteia o cuidado e a assistência à mulher, pontuando o município no score de indicadores, que qualificam o nível de assistência, acolhimento e manejo prestado. (guia; paranaense; SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DO PARANÁ, 2014)
Uma das questões de saúde pública da atualidade que tem preocupado grande parte das nações, inclusive o Brasil, é o alcoolismo, consequência do uso abusivo de bebida alcoólica. Tal fato é analisado por importantes órgãos internacionais, por exemplo, a Organização Mundial de Saúde (OMS), a qual o insere e classifica no Código Internacional de Doenças – CID. (OLIVEIRA, 2016)
O consumo de bebidas alcoólicas durante a gravidez pode causar danos ao desenvolvimento embrionário, como a diminuição sanguínea placentária, baixo peso ao nascer, aborto, atrasos de desenvolvimento, retardo mental, síndrome de abstinência alcoólica pós-parto. Dentre as possíveis sequelas ocasionadas pelo consumo do álcool durante a gestação, estão a Síndrome Alcoólica Fetal – SAF. (SANTOS, 2017)
É possível observar uma série de efeitos prejudiciais do álcool no feto, afetando praticamente todos os órgãos devido a uma ação direta que altera a função, multiplicação e migração celular. Além disso, o álcool também exerce uma influência indireta, que se origina das suas consequências na gestante, como a interferência no apetite, levando a problemas de nutrição, a promoção de vasoconstrição na placenta e, como resultado, a dificuldade na transferência de nutrientes e oxigênio para o feto. Esses efeitos combinados resultam em limitações no crescimento do feto e no surgimento de malformações congênitas. (SEGRE, 2017)
A enfermagem desempenha um papel fundamental no apoio ao binômio mãe e filho, bem como na integração com a família, oferecendo suporte, aconselhamento e acompanhamento das condições de saúde da mãe e do bebê. Para que esse apoio seja eficaz, é crucial contar com profissionais qualificados que possam interagir adequadamente com as gestantes. É preocupante observar um aumento significativo no consumo de álcool entre as mulheres nos últimos anos, estimando-se que cerca de 20% delas façam uso de álcool durante a gravidez. Apesar de ser uma causa evitável, essa prática é alarmante devido aos riscos associados à embriotoxicidade e teratogenicidade fetal. Como resultado, crianças afetadas pela Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) podem experimentar atrasos no crescimento pré e/ou pós-natal. Isso transforma a SAF em um sério problema de saúde pública, com graves repercussões físicas, cognitivas e comportamentais. A síndrome pode se manifestar como um quadro clínico completo, denominado SAF, ou de forma incompleta, conhecida como Efeito Alcoólico Fetal (EAF). (SIMÕES, SILVA, SILVA, 2018)
É recente o desenvolvimento de pesquisas acerca das consequências da exposição do feto ao etanol. Hoje muitas mulheres têm consciência de que o consumo de álcool durante a gravidez produz efeitos no feto, mas poucas conhecem o espectro de distúrbios fetais relacionados ao álcool, como por exemplo, a sua forma mais grave: a SAF (LIMA, 2018).
O diagnóstico da SAF deve ser realizado em uma faixa etária de 2 a 11 anos, quando a característica facial dismórficas estiver mais evidência. Ele é realizado por profissionais que possuem um treinamento e qualificados para isso (SILVA 2018).
A SAF é uma doença complexa e multifacetada que pode ter efeitos duradouros na vida das crianças afetadas e suas famílias. O diagnóstico precoce é importante para a intervenção e o tratamento adequados, mas a prevenção é o pilar mais importante para reduzir a incidência da SAF. A prevenção deve incluir a conscientização das mulheres em idade reprodutiva sobre os riscos do consumo de álcool durante a gravidez, bem como a educação dos profissionais de saúde para que possam identificar e aconselhar adequadamente as mulheres grávidas sobre o consumo de álcool (MARTINS, 2021).
A SAF é um conjunto de manifestações físicas, neurológicas e comportamentais que podem ocorrer em bebês cujas mães consumiram álcool durante a gravidez. O consumo de álcool durante a gestação pode prejudicar o desenvolvimento do feto em diferentes níveis, dependendo da dose e do momento em que foi consumido. Além disso, é importante lembrar que não há níveis seguros de consumo de álcool durante a gravidez, portanto, a abstinência é a recomendação mais segura. A prevenção da SAF é fundamental para garantir o bem-estar e o desenvolvimento saudável do feto (MOREIRA; ANDRADE; NARDI, 2021).
A prática de um acolhimento eficaz às gestantes durante o período de gravidez desempenha um papel fundamental na construção de uma relação de confiança entre os profissionais de saúde e as mulheres grávidas. Essa abordagem facilita a consecução dos objetivos da consulta, que incluem a identificação de possíveis doenças maternas, a vigilância e detecção precoce de fatores de risco, o preparo psicológico e educacional da família para promover uma adaptação saudável às mudanças decorrentes da gestação, bem como a orientação sobre o momento do parto e os cuidados com o recém-nascido e sua saúde. Mesmo que algum aspecto tenha passado despercebido no pré-natal, é essencial que os enfermeiros e técnicos de enfermagem da atenção secundária e terciária estejam capacitados para fornecer os cuidados necessários (NASCIMENTO, 2017).
A SAF é um problema de saúde pública mundial que afeta de 1 a 5% das gestações, e tem um impacto significativo na saúde e no desenvolvimento dos bebês. O consumo de álcool durante a gravidez pode afetar o desenvolvimento do sistema nervoso central do feto, o que pode levar a atraso cognitivo, problemas comportamentais e outras consequências para a saúde. Por isso, é importante que as mulheres recebam informações claras e precisas sobre os riscos do consumo de álcool durante a gestação, bem como medidas de prevenção e tratamento para a SAF (MARTINS; SILVA; SOARES, 2020 p. 4118).
O enfermeiro desempenha um papel de extrema relevância durante o período pré-natal, pois ele é o profissional que mantém uma proximidade constante com a gestante ao longo desse período. Durante as consultas de enfermagem, o enfermeiro estabelece uma relação de confiança com a gestante, o que resulta em uma conexão mais sólida entre ambos. NETO, SANTOS, ESTEVS, 2021
No caso de gestantes que enfrentam problemas relacionados ao consumo de álcool, a equipe de saúde que prestará assistência deve ser altamente qualificada e basear suas intervenções em conhecimentos especializados. Isso se torna especialmente crucial quando se trata de cuidar do binômio mãe/filho, quando existe a suspeita ou confirmação de alguma alteração decorrente do uso de álcool durante a gravidez. Durante as consultas de enfermagem, o diagnóstico da SAF é estabelecido mediante a avaliação de diversos elementos. Essa avaliação leva em consideração não apenas os relatos da paciente, mas também quaisquer alterações que possam ser identificadas no feto, permitindo assim uma abordagem integral e cuidadosa desse delicado contexto (NETO, SANTOS, ESTEVS, 2021).
A exposição pré-natal ao álcool pode resultar no desenvolvimento de um amplo espectro de deficiências, atualmente agrupadas sob a categoria diagnóstica de Desordens do Espectro do Alcoolismo Fetal (FASD, do inglês Fetal Alcohol Spectrum Disorders). A manifestação mais grave e conhecida dentro desse espectro é a SAF. Além da SAF, outras manifestações incluem a Síndrome do Alcoolismo Fetal Parcial, Desordens do Neurodesenvolvimento Relacionadas ao Álcool (ARND, do inglês Alcohol-Related Neurodevelopmental Disorders) e Malformações Congênitas Relacionadas ao Álcool (ARBD, do inglês Alcohol-Related Birth Defects) (QUEIROZ, 2017).
No entanto, como mencionado, o consumo de álcool entre as mulheres em idade reprodutiva tem aumentado, o que ressalta a importância de compreender os motivos ou fatores que levam as gestantes a consumirem bebida alcoólica. Isso é fundamental para direcionar a formulação de políticas públicas comprometidas com a promoção, prevenção e tratamento do vício, com o objetivo de reduzir os casos de SAF e outras desordens do espectro do alcoolismo fetal. (QUEIROZ, 2017)
2.2 DIFICULDADES QUE AS ENFERMEIRAS OBSTÉTRICAS ENFRENTAM NA PREVENÇÃO DA SÍNDROME ALCOÓLICA FETAL DURANTE A GESTAÇÃO
A grande maioria dos profissionais não sabe do que se refere essa síndrome como também nenhum sinal presente nela, com isso, percebe que esse problema mundial não está associado apenas a não conexão dos níveis de atenção mais também ao desconhecimento da síndrome partindo dos profissionais que têm contato direto com esses recém-nascidos (RNs) (SIMÕES, 2018).
De acordo com a literatura, a exposição materna ao álcool apresenta impacto em cerca de 1 a 3% dos recém-nascidos nos Estados Unidos. No contexto brasileiro, a falta de informações sobre a incidência em neonatos é notável, uma vez que o diagnóstico da síndrome enfrenta obstáculos. Dada a natureza de negação associada ao alcoolismo, é altamente provável que os indivíduos afetados minimizem ou neguem o consumo habitual, um comportamento particularmente observado entre mulheres grávidas. (SANTOS, 2017)
As enfermeiras obstétricas enfrentam várias barreiras ao tentar prevenir a SAF durante a gestação, incluindo a falta de conhecimento das gestantes sobre os riscos do consumo de álcool, a dificuldade em identificar as gestantes que bebem e a falta de tempo para oferecer aconselhamento e educação sobre o tema. Além disso, a falta de políticas públicas efetivas e o estigma associado ao uso de álcool durante a gravidez também dificultam a prevenção da SAF. (DA SILVA., 2021)
É amplamente aceito que o alcoolismo representa um desafio significativo para a sociedade, sendo consensual que uma abordagem multidisciplinar e abrangente é necessária para desenvolver estratégias de abstinência alcoólica em mulheres grávidas. A colaboração entre a sociedade civil e iniciativas de prevenção governamentais poderia ser um meio eficaz para reduzir a incidência da síndrome resultante, acarretando benefícios sociais notáveis. Enquanto isso, profissionais de obstetrícia e pediatria têm a oportunidade e a responsabilidade de educar e informar as futuras mães, visando a uma redução substancial do impacto social negativo associado ao consumo de álcool durante a gravidez. (SEGRE, 2017)
Os principais cuidados que as enfermeiras obstétricas devem ter para prevenir a SAF são:
1. Realizar a prevenção da SAF em vários níveis, como primário, secundário, educacional e parental. (SANTOS; ESTEFANIO; FIGUEIREDO, 2017)
2. Identificar e orientar as gestantes sobre os riscos do consumo de álcool durante a gravidez. (SANTOS; ESTEFANIO; FIGUEIREDO, 2017)
3. Promover ações educativas para a comunidade e profissionais de saúde sobre a SAF. (SANTOS; ESTEFANIO; FIGUEIREDO, 2017)
4. Refletir sobre a SAF para que a prática de enfermagem obstétrica e neonatal seja baseada em evidências científicas. (Silva, Silva, Silva, Lopes, Gonçalves, Oliveira da Silva, Ribeiro, 2020)
5. Realizar a consulta de enfermagem pré-natal para acolher a mulher desde o início da gestação até o parto, levando a um nascimento saudável. (NETO; SANTOS; ESTEVES, 2021)
Ao lidar com questões gestacionais, profissionais de saúde com abordagem cartesiana podem negligenciar o contexto social, deixando de considerar as relações e ambientes que contribuíram para o consumo de álcool. O papel da enfermeira perante a SAF envolve o estabelecimento de uma relação de apoio à gestante etilista. Isso implica na construção de laços, na assistência às dificuldades e no suporte ao tratamento, uma vez que os vínculos entre mãe e filho podem estar fragilizados. Para desempenhar essa função, o profissional precisa estar preparado e adotar abordagens terapêuticas como empatia, aceitação incondicional, respeito, coerência, confrontação, prontidão e concretude. (SANTOS, 2017)
Os profissionais de saúde, incluindo enfermeiras obstétricas, devem realizar a prevenção da SAF em vários níveis, como primário, secundário, educacional e parental. É importante que os enfermeiros tenham conhecimento sobre a SAF e as ações promovidas para identificar e prevenir a condição (SANTOS; ESTEFANIO; FIGUEIREDO, 2017)
2.3 PAPEL DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE POR PARTE DO ENFERMEIRO E ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO DA SÍNDROME ALCOÓLICA FETAL DURANTE O PRÉ-NATAL
De acordo com Lubini (2018), os enfermeiros reconhecem a significância das estratégias de educação em saúde na atuação dentro da ESF e se empenham em integrá-las às suas atividades diárias. Eles percebem que cada momento é propício para a implementação de práticas educativas, como nas consultas de enfermagem, uma vez que a função do enfermeiro está intrinsecamente ligada ao processo de educação. Por exemplo, os momentos em que se realiza a medição da pressão arterial oferecem oportunidades para a disseminação de conhecimentos, abordando com os pacientes temas relacionados a hábitos saudáveis e modificações que podem ser adotadas em seu cotidiano.
A prevenção da SAF é um desafio para as enfermeiras obstétricas, que muitas vezes têm dificuldade em abordar o tema com as gestantes. A falta de capacitação e orientação sobre o assunto, o medo de estigmatizar a gestante e a falta de tempo para uma abordagem mais abrangente sobre o tema são algumas das barreiras enfrentadas. Além disso, a falta de políticas públicas efetivas que apoiem a prevenção e o tratamento da SAF também dificulta o trabalho das enfermeiras obstétricas.” (SOARES, 2020 p. 10)
Dentro do âmbito da saúde feminina, uma pesquisa desenvolveu um recurso virtual denominado GESTAQ, cujo propósito é enriquecer o processo de aprendizado de jovens grávidas e disseminar informações que podem influenciar positivamente sua qualidade de vida durante o período pré-natal. Os pesquisadores acreditam que essa abordagem possa se revelar uma ferramenta digital auxiliar valiosa no contexto da Atenção Primária à Saúde, sendo adotada por enfermeiros e outros profissionais da saúde como parte do processo educacional (SANTIAGO., 2020).
As enfermeiras obstétricas enfrentam diversas barreiras ao tentar prevenir a SAF durante a gestação, incluindo a falta de conhecimento sobre o tema entre as gestantes, a falta de tempo para abordar o assunto de forma adequada, o estigma associado ao consumo de álcool durante a gravidez e a falta de políticas públicas efetivas que apoiem a prevenção e o tratamento da SAF. É importante que as enfermeiras obstétricas sejam capacitadas e orientadas sobre a prevenção da SAF e que haja um esforço conjunto entre os profissionais de saúde, gestantes e suas famílias para prevenir essa síndrome. (ALMEIDA, 2021 p. 1241)
Neste estudo, foi observado que a falta de conhecimento dos profissionais de saúde sobre como lidar com casos de SAF pode estar relacionada à ausência de capacitações nas maternidades onde trabalham. De acordo com as tabelas apresentadas nos resultados, a maioria esmagadora dos profissionais entrevistados afirmou que as maternidades não oferecem nenhum tipo de treinamento ou curso para atualizar o conhecimento de seus funcionários sobre a SAF (SIMÕES, 2018).
É evidente a importância de uma orientação adequada às mães por parte dos profissionais de saúde da atenção secundária e terciária. Isso visa estabelecer uma interação positiva entre mãe e filho, com o objetivo de promover a aceitação da situação e fornecer estratégias para um melhor controle dos sintomas. Além disso, destaca-se a relevância do rastreamento precoce e dos cuidados prestados ao bebê que apresenta repercussões neurológicas da síndrome. (SIMÕES, 2018)
Os enfermeiros desempenham um papel significativo ao prestar apoio, aconselhamento e acompanhamento à mãe e à família, especialmente quando se trata de RN com condições de saúde delicadas. Sua posição privilegiada permite interagir com mães e RNS em situações de alto risco, muitas vezes em contextos comunitários, com o objetivo de prevenir possíveis rejeições e maus-tratos a bebês extremamente vulneráveis. Além disso, os enfermeiros desempenham um papel crucial na promoção da interação entre mãe e filho, facilitando a aceitação mútua e orientando para melhorias na qualidade de vida (NASCIMENTO, 2017).
2.4 PREVENÇÃO DA SÍNDROME ALCOÓLICA FETAL NA PRÁTICA DAS ENFERMEIRAS OBSTÉTRICAS
A triagem comunitária desempenha um papel crucial no diagnóstico e prevenção. A detecção precoce de mulheres que fazem uso abusivo de álcool é fundamental para o sucesso das intervenções e pode ser dividida em quatro momentos-chave: antes da concepção, durante o período pré-natal, durante o primeiro ano após o nascimento e durante a observação de crianças com menos de dois anos de idade (SILVA, 2020).
O período pré-natal assume um papel de destaque na identificação e prevenção do consumo de álcool. Durante essa fase, ocorrem diversas interações entre o profissional de saúde e a gestante, envolvendo solicitações por parte do profissional e feedback da gestante. A abordagem proposta visa estabelecer um diálogo respeitoso e esclarecedor, permitindo que o profissional e a gestante alcancem um entendimento correto da situação e das opções disponíveis. É viável orientar a gestante em direção a uma imagem razoavelmente ideal que deve ser mantida durante a gravidez. Isso deve ser feito com o devido respeito à individualidade e subjetividade da gestante, com o objetivo de modificar comportamentos que possam prejudicar sua própria saúde e a saúde do feto em desenvolvimento (SILVA, SILVA, SILVA, LOPES, FAGUNDES, SILVA, 2020).
A detecção precoce desse consumo possibilita um desfecho mais positivo, evitando ou reduzindo complicações tanto para as mães quanto para os bebês, por meio de estratégias de enfrentamento ao consumo de álcool na gravidez (PAIVA, 2021).
O perigo associado ao consumo de bebidas alcoólicas durante a gravidez é de extrema gravidade, tornando-se imperativo a implementação de campanhas de promoção e prevenção. O poder público deve assumir um papel ativo na modificação dessa realidade e na redução das estatísticas que indicam o número significativo de crianças que enfrentam desafios para levar uma vida normal devido à falta de informação por parte de suas mães e à negligência na gestão da saúde pública. Nesse contexto, o objetivo central deste estudo foi realizar uma revisão da literatura científica para identificar os efeitos do consumo de álcool durante a gestação, bem como avaliar os impactos sobre o neonato. O estudo concentrou-se na análise da Síndrome Alcoólica Fetal, abordando suas consequências e métodos de diagnóstico (FREITAS, 2019)
No contexto da prevenção da Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), uma estratégia viável é a aplicação do questionário T-ACE (Tolerante, Annoyed, Cut down e Eye-opener), que demonstrou ser particularmente eficaz no rastreamento da situação das gestantes, mesmo que a obtenção de informações precisas possa ser desafiadora. A implementação de uma intervenção breve pode servir como estímulo para que a futura mãe adote os cuidados necessários relacionados ao consumo de álcool e, assim, prevenir possíveis complicações decorrentes dessa prática tanto para a gestante quanto para o feto (SANTOS, 2017).
A prevenção da SAF requer a abstinência do consumo de bebidas alcoólicas antes, durante e após a gestação, além de um preparo adequado das equipes de saúde. Isso é essencial para garantir que as mães tenham conhecimento dos impactos prejudiciais que o álcool pode causar em seus filhos (SILVA, SILVA, SILVA, LOPES, FAGUNDES, SILVA, 2020).
2.5 TRATAMENTOS, TERAPIAS E GRUPO DE APOIO
O atendimento a gestantes nessa situação demanda acompanhamento contínuo e a integração delas em grupos de apoio, com a inclusão dos familiares. Esse processo requer habilidades técnicas por parte dos profissionais de enfermagem, bem como competência para orientar e incentivar a abstinência completa ou a redução do uso de substâncias. É importante notar que nos protocolos de pré-natal ou de saúde mental na Atenção Primária à Saúde, atualmente, não há recomendações específicas sobre como lidar com gestantes que fazem uso de crack ou cocaína, o que também representa um desafio para os profissionais de saúde (PETERS, CRUZEIRO, BERTOLINI, ASSIS, SILVA, PERES, 2020).
Em determinadas situações, a equipe da Unidade Básica de Saúde (UBS) pode identificar a necessidade de encaminhar a gestante para os serviços de pré-natal de alto risco e para o Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Outras Drogas (CAPS ad II, III). Isso pode ser realizado por meio da colaboração e coordenação com a rede de atendimento do município ou região. No entanto, é de suma importância que a gestante mantenha o vínculo com a equipe da Atenção Básica, uma vez que essa equipe está familiarizada com o contexto familiar e social da gestante. Isso permite uma abordagem conjunta e compartilhada das responsabilidades no cuidado da gestante (RIBEIRO, 2018).
A assistência de enfermagem ao RN que foi exposto ao álcool e está passando por um processo de reabilitação envolve uma série de cuidados essenciais. Isso inclui garantir que o RN receba um adequado suporte nutricional, melhorar a coordenação dos reflexos de sucção e deglutição, reduzir a irritabilidade por meio da minimização dos estímulos ambientais, evitar movimentos bruscos próximos ao RN, promover um ciclo de sono regular e manter a estabilidade da temperatura corporal (NASCIMENTO, 2017)
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Este estudo exploratório será realizado por meio de revisão bibliográfica.
As revisões da literatura serão realizadas em bancos de dados eletrônicos como PubMed, Scopus e Web of Science, usando palavras-chave relacionadas à SAFe prevenção da SAF. A análise do artigo será realizada por meio de uma revisão sistemática da literatura com o objetivo de identificar e avaliar as evidências disponíveis sobre o tema.
Este estudo teve como objetivo analisar a literatura existente sobre a SAF e as estratégias de prevenção da SAF para identificar os principais desafios e oportunidades para a prática da obstetrícia.
O estudo foi conduzido por meio de uma revisão sistemática da literatura, pesquisando bancos de dados eletrônicos como Pub Med, Scopus e Web of Science. Palavras-chave relacionadas à síndrome alcoólica fetal e prevenção da SAF foram utilizadas.
Os critérios de inclusão dos estudos foram: (1) publicados entre 2018 e 2023, (2) revisões sistemáticas de estudos primários e secundários e literatura, (4) estudos relatando estratégias para prevenção de doenças fetais Síndrome alcoólica e/ ou prática de enfermeiras obstétricas a esse respeito.
A escolha dos estudos foi feita analisando os títulos e resumos, seguida pela leitura completa dos textos dos estudos que atendiam aos critérios de inclusão
Essa abordagem nos possibilitou obter um entendimento mais aprofundado sobre o assunto, examinando cuidadosamente as informações presentes na literatura científica e enfatizando os aspectos relevantes para a prática clínica das enfermeiras obstétricas.
A análise dos dados é realizada sistematicamente por meio de ferramentas de gerenciamento de referências bibliográficas.
Uma revisão sistemática da literatura fornecerá as informações relevantes mais recentes sobre as estratégias de prevenção da SAF que os profissionais de saúde, pesquisadores e formuladores de políticas podem usar para reduzir o número de casos de APS.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A SAF emerge como uma questão de extrema relevância no âmbito da saúde materno-fetal, representando um desafio complexo que requer uma abordagem multifacetada e atenção dedicada por parte das enfermeiras obstétricas e demais profissionais de saúde. Ao longo dos textos abordando a SAF, pôde-se observar a importância crucial das enfermeiras obstétricas na prevenção dessa condição durante a gestação.
Essas profissionais desempenham um papel extremamente relevante ao dialogar com as gestantes sobre os perigos de consumir álcool durante a gravidez. Elas empregam estratégias educativas e medidas preventivas para auxiliar as futuras mães a tomar decisões bem embasadas e proteger a saúde do bebê em desenvolvimento.
A orientação é crucial para assegurar uma gravidez saudável e segura, proporcionando um ótimo começo de vida para esses bebês especiais. As enfermeiras obstétricas desempenham um papel essencial ao cuidar e apoiar as gestantes, auxiliando-as na tomada de decisões saudáveis para elas e seus bebês.
No enfrentamento da SAF, as enfermeiras obstétricas enfrentam diversas barreiras, tais como a falta de conscientização, resistência das gestantes, escassez de recursos e a complexidade das questões sociais e culturais. Contudo, através de estratégias como a criação de um ambiente acolhedor, a colaboração interdisciplinar, a capacitação contínua, o uso de tecnologias da informação e comunicação, a formação de grupos de apoio e a promoção de campanhas de conscientização, essas profissionais buscam superar esses obstáculos e atuar de forma efetiva na prevenção da SAF.
Enfermeiras obstétricas cuidam da saúde das gestantes e bebês, estabelecendo uma relação de confiança. Buscam garantir uma gravidez saudável e segura, promovendo o bem-estar da mãe e do bebê. Seu objetivo é oferecer apoio, cuidado e valorização durante a jornada para a maternidade.
A prevenção da SÁF representa um importante desafio para as enfermeiras obstétricas, cuja atuação é essencial para a conscientização, o suporte emocional e o direcionamento adequado das gestantes em relação aos riscos do consumo de álcool durante a gravidez. Ao promover um cuidado integral e holístico, essas profissionais almejam assegurar um futuro saudável e promissor para os bebês em desenvolvimento, solidificando a relevância de seu papel no âmbito da saúde materno-fetal e na construção de uma sociedade mais consciente e comprometida com a saúde e o bem-estar de suas futuras gerações.
Após fazer os comparativos dos autores e, justifica a importância do tema, nos seguintes termos.
Ao se abordar a SAF, concluímos que muitas são as ações as quais o enfermeiro e toda a equipe de saúde pode intervir, de maneira especial, no processo de educação em saúde.
Trata-se de uma temática de extrema relevância, visto que, mesmo com todo o aparato em termos de programas, protocolos, linhas de cuidado e processo continuado de educação em saúde, por meio de palestras, roda de diálogo, grupos de gestantes, o tema ainda emerge como um problema de saúde pública.
Conscientizar é um papel fundamental, e está no cerne de ser enfermeiro. No entanto, faz-se necessário que ainda mais estudos sejam realizados, de maneira aprofundada e contínua, com vistas a minimizar os impactos para a saúde das mães e das crianças.
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2Mestra em Ensino Profissional, Economista