PREVALENCE OF TINNITUS IN WORKERS AT A BIOENERGY COMPANY
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/pa10202409291909
Claudio Monteiro Sasaki1
Mabel Barbosa Esteves2
Resumo
O zumbido é caracterizado como uma sensação sonora endógena em que o som é percebido sem que haja estímulo externo audível, sendo um sintoma muito comum em trabalhadores expostos a ruído em indústrias. Atualmente, a preocupação com o meio ambiente incentivou o crescimento das indústrias de bioenergia e, com isso, o número de trabalhadores expostos aos ruídos dos maquinários encontram-se elevada. Com isso, o objetivo desse estudo é verificar a prevalência do zumbido nos trabalhadores de uma empresa de bioenergia. Trata-se de um estudo transversal, descritivo e exploratório cuja população de estudo foi composta por trabalhadores de uma empresa de bioenergia localizada no município de Candeias, Bahia. Os dados foram obtidos por meio de entrevista estruturada sendo submetidos ao estudo 89 funcionários. Foram encontrados 27% de indivíduos que referiram zumbido, tendo associação estatisticamente significante com baixa escolaridade (p = 0,00), dores na região cervical (OR: 4,97; IC95%: 1,59 – 15,53) e na região da articulação temporomandibular (OR: 6,30; IC95%: 1,07 – 37,00). Os demais achados, apesar de não possuírem significância estatísticas, devem ser discutidos. Concluiu-se que a prevalência de zumbido pode ser considerada elevada levando em consideração à preocupação com outros segmentos do ciclo de produção da bioenergia; mas esse número se assemelha com encontrados em indústrias de outra natureza.
Palavras-chave: Zumbido. Saúde do trabalhador. Bioenergia
Abstract
Tinnitus is characterized as an endogenous sound sensation in which sound is perceived without audible external stimuli, a very common symptom in the medical practices, much described in studies with workers exposed to noise in conventional industries. Currently, the concern about the environment causes made a growth of the bioenergy industries and with that, the number of workers involved in this practice is increased. This is a cross-sectional, descriptive and exploratory study whose study population consisted of workers from a bioenergy company located in the city of Candeias, Bahia. Data were obtained through a structured interview using a questionnaire prepared by the authors containing sociodemographic, life habits, professional and clinical data. Statistical analysis was performed using the Chi-square test, Fischer’s exact test in addition to the Prevalence Ratio and Odds Ratio. There were 89 employees, of whom 27% reported tinnitus, having an association with low schooling, pain in the cervical region and in the region of the temporomandibular joint. It was concluded that the prevalence of tinnitus can be considered high considering the concern with other segments of the bioenergy production cycle; But this number resembles those found in industries of another nature.
Key words: Tinnitus. Worker’s health. Bioenergy.
Introdução
Definido como uma ilusão auditiva ou uma sensação sonora endógena que se traduz em uma percepção de um som sem que haja a existência de uma estimulação acústica externa (BENTO, MINITI e MARONE, 1998), o zumbido é um sintoma frequente nos consultórios médicos estando entre os piores sintomas para o ser humano perdendo apenas para as dores e tonturas (SANCHEZ et al, 1997). Oiticica e Bittar em 2015 apontaram uma prevalência na ordem de 22% na cidade de São Paulo, equivalente à encontrada na população mundial (JARACH et al, 2022).
O zumbido deve ser tratado com atenção já que ele é capaz de trazer repercussões das mais diversas como alterações de vida diária, nas atividades laborais, na qualidade de vida, no comportamento e que podem, em casos extremos, causar depressão e até transtornos psiquiátricos (PRIDMORE, WALTER e FRIEDLAND, 2012). Apesar da perda auditiva e da exposição ao ruído serem um fator de risco bem estabelecido e de maior prevalência (PADOVANI et al, 2004), outras causas podem ser verificadas a exemplo de alterações ortopédicas, mais precisamente na região da coluna cervical e na articulação temporomandibular (FUKUDA, 2000; OITICICA e BITTAR, 2015).
As alterações na saúde relacionadas ao trabalho são relatadas de longa data, porém foi a partir da revolução industrial que houve uma preocupação sobre o assunto e, na atualidade, as intervenções nas relações entre o trabalho e a saúde (preventiva ou curativa) são situações levadas com rigor (BRASIL, 2001; OLIVEIRA e MOROFUSE, 2001). As doenças otorrinolaringológicas também estão relacionadas ao trabalho e devem ser levadas em consideração. Essas doenças são causadas por agentes ou mecanismos irritativos, alérgicos e/ou tóxicos causando danos, no ouvido interno, decorrentes da exposição a substâncias neurotóxicas e fatores de risco de natureza física como ruído, pressão atmosférica, vibrações e radiações ionizantes (BRASIL, 2001).
A expansão industrial e, principalmente, os novos tipos de indústria, de gestão e produção é algo presente atualmente. Estas apresentam relações trabalhistas que vêm sendo desenvolvidas e estudadas no intuito de entender o perfil de saúde-doença e as características das ocupações (FONSECA e ARAÚJO, 2014). É importante observar que, nas empresas, riscos à saúde estão presentes e esse crescimento no número de trabalhadores tendem a aumentar as doenças ocupacionais (OLIVEIRA e MOROFUSE, 2001).
Uma das “novas” indústrias no Brasil é a de bioenergia. As fontes energéticas, de maneira global, são não renováveis tendo os derivados de petróleo como sua principal origem o que gera problemas ambientais como o efeito estufa, alterações climáticas e tendem à escassez houve o interesse por alternativas energéticas que sejam consideradas renováveis (OHASHI, 2008 e INTERNATIONAL ENERGY AGENCY, 2009). Essa importância na utilização de novas fontes bioenergéticas é notada, mesmo de maneira discreta, quando a participação de usinas hidroelétricas cai de 75,2% para 68% e a de biomassa cresce de 6% para 7% em um período de um ano (BRASIL, 2014).
O aumento do número de trabalhadores na área da bioenergia, em especial o setor de biocombustível, referente ao período de 2006 a 2013 foi significativo no Brasil. Estima-se que houve um crescimento superior a 50%, passando de 81.038 para 123.416 empregos no país (SANTOS e CARNEIRO, 2015).
Sendo assim, o objetivo deste trabalho é verificar a prevalência do zumbido nos trabalhadores de uma empresa de bioenergia sendo de extrema relevância dada a necessidade do reconhecimento precoce do zumbido de forma a minimizar os problemas supracitados mantendo uma qualidade de vida do funcionário e, consequentemente, a produtividade da empresa.
Material e Método
Trata-se de um estudo transversal de caráter descritivo e exploratório cuja população de estudo foi composta por 89 trabalhadores de uma empresa de bioenergia localizada no município de Candeias, Bahia.
A empresa é referência na geração de energia a partir da biomassa do plantio do eucalipto perpassando pela extração, cavaqueamento (cavaco = madeira picada – utilizada como combustível) até a produção de vapor e bioenergia. Dividida em três unidades de acordo com sua operação, em São Paulo encontra-se a unidade jurídico- administrativo e na Bahia, as outras duas unidades. Em Alagoinhas, situa-se a sede responsável pelo plantio do eucalipto e em Candeias, dentro de uma grande empresa petroquímica, ocorre a produção de energia, fornecida às linhas de transmissão e o vapor, em menor pressão, é cedido para indústria para fabricação de material químico. Os dados foram obtidos por meio de entrevista estruturada realizada no período entre maio e agosto. Foram realizadas 7 visitas à unidade Candeias, em turnos diferentes, para coletar dados de todos os funcionários envolvidos na produção de bioenergia. Essa frequência de encontros se deveu pelo fato dos funcionários se dividirem em turmas (cinco) sendo periodicamente alterado o esquema de horários entre eles ao longo das semanas.
Os funcionários foram abordados dentro da empresa de bioenergia durante horário de trabalho, em um único momento em que, após explicação dos objetivos do estudo, leitura e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, responderam ao questionário o qual foi aplicado pelo próprio autor da pesquisa, sendo preservado o anonimato do entrevistado. Todos os funcionários foram entrevistados e apenas os funcionários locados fora dessa unidade (São Paulo e Alagoinhas) não participaram do estudo.
O levantamento para determinar a prevalência de zumbido foi feito por meio de um questionário específico elaborado pelos autores contendo dados sociodemográficos, hábitos de vida, dados profissionais e dados clínicos (anexo 1) sendo a variável desfecho considerada a presença de zumbido, definida como sim ou não.
Os dados obtidos foram organizados e divididos de acordo com os tópicos presentes nos questionários aplicados, sendo então realizado uma análise descritiva utilizando frequências absolutas e relativas para todas as variáveis categóricas, e de alguns fatores que interferem negativamente para a presença do zumbido, como ambiente silencioso, estresse, cansaço físico, abertura bucal e apertamento bucal.
Para analisar a prevalência entre o desfecho e as variáveis explicativas foi empregado o teste Qui-quadrado e o teste Exato de Fischer para os casos em que o número de eventos fosse menor que cinco em tabelas de contingência 2×2, considerando um p- valor estatisticamente significante de 5%. Foi calculado a razão de prevalência (RP) entre a presença do zumbido e as variáveis ocupacionais e de saúde.
Para verificar a existência de associação entre a variável desfecho com cada variável explicativa utilizou-se a odds ratio (OR) e seus respectivos intervalos de 95% de confiança através de regressão logística bivariada. A análise foi realizada através do pacote estatístico STATA 12.0 e os gráficos e tabelas foram construídos no programa Excel for Windows.
A pesquisa foi aprovada pela Plataforma Brasil, CEP FTC – Instituo Mantenedor de Ensino Superior da Bahia – IMES com o número CAAE 51055615.5.0000.5032, respeitando todos os critérios exigidos.
Resultados
Dentre os 89 funcionários entrevistados, 27% apresentaram zumbido sendo observado as frequências das características sociodemográficas e hábitos de vida dos trabalhadores com a população do estudo composta, majoritariamente pelo sexo masculino (89,9%), na faixa etária dos 30 aos 45 anos (49,4%), com cor da pele parda (51,7%) e escolaridade superior completo (43,8%).
Ao serem analisadas as características ocupacionais e de saúde dos trabalhadores observou-se uma frequência elevada de funcionários que já realizaram atividade laborais anteriores (96,6%) e que eram expostos à ruídos de forma constante (43%). Em relação à atividade atual, o índice de funcionários expostos ao ruído de forma constante permaneceu alto (47,2%) comparado com a atividade laboral anterior (43%). A maioria faz uso de protetor auricular (87,6%) sendo o tipo de protetor semi moldável (71,8%) o mais utilizado e tendo tido instrução quanto à colocação do protetor (92,3%). A maioria não apresentou outra queixa auditiva além do zumbido (79,8%) como, também, dores na região cervical (82%) e na região temporomandibular (93,3%) (Tabela 1).
Tabela 1. Características ocupacionais e de saúde dos trabalhadores de uma empresa de bioenergia, Candeias, 2016.
Variáveis | N | % |
Atividades laborais anteriores | ||
Sim | 86 | 96,6 |
Não | 3 | 3,4 |
Exposição a ruídos nas atividades laborais anteriores | ||
Nunca/Raramente | 29 | 33,7 |
Intermitente | 20 | 23,3 |
Constante | 37 | 43,0 |
Exposição a ruídos na atividade laboral atual | ||
Nunca/Raramente | 16 | 18,0 |
Intermitente | 31 | 34,8 |
Constante | 42 | 47,2 |
Uso de protetor auricular durante a atividade laboral | ||
Sim | 78 | 87,6 |
Não | 11 | 12,4 |
Tipo de protetor | ||
Semi moldável | 56 | 71,8 |
Concha | 22 | 28,2 |
Instrução quanto a colocação do protetor | ||
Sim | 72 | 92,3 |
Não | 6 | 7,7 |
Queixa de dor na região cervical | ||
Sim | 16 | 18,0 |
Não | 73 | 82,0 |
Queixa de dor temporomandibular | ||
Sim | 6 | 6,7 |
Não | 83 | 93,3 |
Presença de zumbido | ||
Sim | 24 | 27,0 |
Não | 65 | 73,0 |
Na tabela 2 apresentam-se as prevalências da queixa de zumbido entre as características sociodemográficas, hábitos de vida, ocupacionais e de saúde dos trabalhadores. Observa-se que dos indivíduos que referiam zumbido, 83,3% eram do sexo masculino (p=0,24), 50% apresentam escolaridade até o ensino médio (p=0,00), 62,5% não utilizam fones de ouvido seja para uso laboral ou recreativo (p=0,27), 91,7% trabalharam em outros locais (p=0,11), 40,9% com exposição ao ruído de forma constante na atividade anterior (p=0,95), 58,3% expostos ao ruído de forma constante na atividade atual (p=0,27), 95,8% fazem uso de protetor auricular (p=0,28), 78,3% utilizam o protetor semi moldável (p=0,41), 82,6% foram instruídos quanto a forma de colocação do protetor (p=0,06), 62,5% não relataram dor na região cervical (p=0,00) e 83,3% não relataram dor na região temporomandibular (p=0,04).
Tabela 2. Prevalência da queixa de zumbido entre as características sociodemográficas, hábitos de vida, ocupacionais e de saúde dos trabalhadores de uma empresa de bioenergia, Candeias, 2016.
Presença de zumbido | ||
Sim (%) | P-valor | |
Sexo | ||
Masculino | 83,3 | 0,24** |
Feminino | 16,7 |
Escolaridade | ||
Até ensino médio completo | 50,0 | 0,00* |
Até ensino superior completo | 16,7 | |
Ensino técnico | 33,3 | |
Uso de fone de ouvido para ouvir música | ||
Sim | 37,5 | 0,27* |
Não | 62,5 | |
Atividades laborais anteriores | ||
Sim | 91,7 | 0,11** |
Não | 8,3 | |
Exposição a ruídos nas atividades laborais anteriores | ||
Nunca | 36,4 | 0,95* |
Intermitente | 22,7 | |
Constante | 40,9 | |
Exposição a ruídos na atividade laboral atual | ||
Nunca/Raramente | 8,4 | 0,27* |
Intermitente | 33,3 | |
Constante | 58,3 | |
Tipo de protetor | ||
Semi moldável | 78,3 | 0,41* |
Concha | 21,7 | |
Instrução quanto a colocação do protetor | ||
Sim | 82,6 | 0,06** |
Não | 17,4 | |
Queixa de dor na região cervical | ||
Sim | 37,5 | 0,00* |
Não | 62,5 | |
Queixa de dor temporomandibular | ||
Sim | 16,7 | 0,04** |
Não | 83,3 |
*Teste qui-quadrado, ** Teste Exato de Fischer
Quando analisada a razão de prevalência (RP) entre a presença de zumbido e características ocupacionais e de saúde, verificou-se que ter desenvolvido atividades laborais anteriores possuía uma associação protetora para a presença de zumbido (RP: 0,38; IC95%: 0,16 – 0,92) quando comparado aos que não desenvolver atividades laborais. Ao ser analisada a presença de zumbido com queixa de dor na região cervical e temporomandibular houve uma associação negativa onde há um aumento do risco de referirem a presença do sintoma (RP: 2,74; IC95%: 1,46 – 5,11) e (RP: 2,77; IC95%: 2,40 – 5,47), respectivamente (Tabela 3).
Tabela 3. Razão de Prevalência (RP) entre a queixa de zumbido e características ocupacionais, de exposição e de saúde dos trabalhadores de uma empresa de bioenergia, Candeias, 2016.
Presença de zumbido | ||
RP | IC (95%) | |
Atividades laborais anteriores | ||
Sim | 0,38 | 0,16 – 0,92 |
Não | 1 | |
Queixa de dor na região cervical | ||
Sim | 2,74 | 1,46 – 5,11 |
Não | 1 | |
Queixa de dor temporomandibular | ||
Sim | 2,77 | 1,40 – 5,47 |
Não | 1 |
Através de análises bivariadas, considerando-se as variáveis independentes em relação a presença de zumbido, verificou-se uma associação estatisticamente significante para o nível de escolaridade até ensino superior completo (OR: 0,14; IC95%: 0,04 – 0,51) quando comparado ao ensino médio completo, ou seja, ter ensino superior completo é condição de proteção para o sintoma. Também houve associação estatisticamente significante entre a presença do zumbido e a queixa de dor na região cervical (OR: 4,97; IC95%: 1,59 – 15,53), sendo também observada uma associação positiva entre a presença do zumbido e a queixa de dor temporomandibular (OR: 6,30; IC95%: 1,07 – 37,00) onde possuir dor aumenta a chance de se ter zumbido (Tabela 4).
Tabela 4. Regressão logística (OR) entre a queixa de zumbido e características sociodemográficas, hábitos de vida, ocupacionais e de saúde dos trabalhadores de uma empresa de bioenergia, Candeias, 2016.
Presença de zumbido | ||
Variáveis | OR | IC (95%) |
Escolaridade | ||
Até ensino médio completo | 1 | |
Até ensino superior completo | 0,14 | 0,04 – 0,51 |
Ensino técnico | 0,67 | 0,21 – 2,10 |
Queixa de dor na região cervical | ||
Sim | 4,97 | 1,59 – 15, 53 |
Não | 1 | |
Queixa de dor temporomandibular | ||
Sim | 6,30 | 1,07 – 37,00 |
Não | 1 |
Discussão
A prevalência de zumbido nos trabalhadores de uma empresa de bioenergia em candeias foi de 27%. Esse dado corrobora com Delecrode et al que, em 2012, observaram 28,05% dos funcionários expostos a ruído relataram possuir esse sintoma, com Andrade et al, em 2015, onde foi encontrado um percentual de 24 em trabalhadores de uma determinada indústria da cidade de João Pessoa/Pb e Lewkowski e colaboradores em 2021. Um estudo realizado por Ogido et al em 2009, em trabalhadores expostos a ruído, sendo a sua maioria funcionários de indústria metalúrgica, foi verificado que 81% deles apresentavam zumbido. Esse último dado foge da média encontrada nas indústrias em geral bem como dos dados mundiais que estão em 10 a 15% (HENRY, 2016; FUJII et al, 2011).
Degeest et al em 2016, ao estudarem uma população de adultos jovens e traçar de forma epidemiológica, observou uma prevalência mais elevada de zumbido no gênero masculino sendo, inclusive, de maneira crônica (57,6%) quando comparado com o gênero feminino. Da mesma forma, Baigi et al em 2011 sugeriram que essa prevalência elevada no gênero masculino se deve ao fato dessa população não se proteger tanto quanto as mulheres. No presente estudo, por conta de uma frequência alta de homens (89,9%) houve uma prevalência elevada de queixa de zumbido de 83,3%, podendo corroborar com estudos supracitados, porém esses dados não foram estatisticamente significantes (p = 0,24), podendo ter como causa o baixo número de trabalhadores do gênero feminino.
Apesar dos estudos supracitados apresentarem prevalências maiores de zumbido no gênero masculino, o quesito zumbido associado ao gênero ainda é bastante questionado. Seydel e colaboradores em 2013 observaram que existia diferença no gênero e zumbido, porém essas diferenças dependiam de fatores como a idade e na duração do zumbido, mesmos achados por Jarach e colaboradores em 2022.
As condições educacionais são, em sua maioria, diretamente proporcionais à boa saúde de maneira geral. As pessoas com níveis educacionais maiores propendem a se preocupar mais com sua saúde já que tendem a possuir um melhor nível instrucional. Em uma revisão sistemática realizada por Souza em 2012, em que foi observada a saúde autorreferida precária com foco em estimativas da prevalência e fatores associados, os indicadores socioeconômicos e educacionais foram os principais preditores de uma saúde autorreferida precária.
Tendo em vista que o zumbido é um sintoma, ou seja, um indicativo que algo relacionado à saúde não se encontra em harmonia e o nível educacional pode ser associado à não preocupação com a saúde e, somado a isso, pessoas com níveis educacionais menores tendem a executar tarefas braçais e muitas vezes expostas à ruídos, foi observado que um percentual elevado de portadores de zumbido apresentava nível de escolaridade mais baixa (OITICICA e BITTAR, 2015).
No presente estudo, quando verificado a prevalência de queixa de zumbido associado com a escolaridade, 50% apresentaram escolaridade até o ensino médio possuindo significância estatística (p = 0,00) da mesma forma quando realizada uma análise bivariada em que se observa uma proteção ao zumbido quando o nível instrucional é até o ensino superior completo (OR: 0,14; IC95%: 0,04 – 0,51) corroborando com estudos publicados à respeito de saúde/zumbido com nível educacional.
Muitos trabalhadores da empresa que possuem zumbido já atuaram em outras áreas seja industrial ou não. Foi encontrada uma prevalência de 91,7% de pessoas que já desempenharam atividades anteriores (p = 0,11) e, ao realizar uma análise de razão de prevalência, houve uma associação protetora para presença de zumbido (RP: 0,38; IC95%: 0,16 – 0,92) ou seja, provavelmente o fato do trabalhador já ter atuado em outras áreas fez com que houvesse certa experiência e os cuidados por eles realizados, a exemplo do uso de equipamento de proteção individual (EPI), se tornasse maior. A saúde do trabalhador é uma área da saúde pública que tem com objeto de estudo e intervenção as relações entre o trabalho e a saúde, proporcionando, então, a promoção e a proteção da saúde do trabalhador, desenvolvendo ações para minimizar os riscos existentes nas condições de trabalho e nos ambientes, assistindo o trabalhador nas áreas preventivas e curativas. (BRASIL, 2001), sendo essas ações motivacionais ou não, dependendo da forma que seja explicada e realizada (STEG, 2016).
A exposição constante a ruídos pode influenciar na presença de zumbido já que esse sintoma aparece como consequência de lesões do ouvido interno a exempla traumas acústicos causados por exposição elevada a ruídos (LANGGUTH et al, 2013). No estudo, foi observado uma prevalência de 40,9% de zumbido em trabalhadores expostos a ruídos nas atividades laborais anteriores aumentando para 58,3% na atividade atual dado condizente com o encontrado por Lewkowski et al em 2021 que observou um maior número de trabalhadores com zumbido em empresas automotivas. Apesar da não significância estatística, esse dado deve ser levado em consideração já que há um aumento de trabalhadores expostos a ruídos e, segundo Weber e Périco em 2011, mesmo sem haver perda auditiva nos trabalhadores de uma empresa, o ruído intenso e de forma constante apontaram ser um possível causador de zumbido e que interferiam na concentração.
Tendo em vista que a exposição ao ruído constitui um dos principais problemas de saúde ocupacional e ambiental sendo causa de doenças otorrinolaringológicas que podem desencadear o zumbido (BRASIL, 2001), sintoma esse que perpassa a área médica já que pode afetar a qualidade de vida de seus portadores, sua prevenção se torna uma forma eficaz de ação para este problema. A utilização de EPIs (Equipamento de Proteção Individual) – protetores auditivos – junto com um programa de prevenção são artifícios que reduzem o índice de problemas relacionados à audição desde que o seu cumprimento fosse seguido (COSTA, MORATA e KITAMURA, 2007).
O uso de protetores auriculares foi questionado no presente estudo onde a prevalência de zumbido em trabalhadores que utilizam o equipamento foi elevado (95,8%) mas sem relevância estatística. O fato de praticamente todos os funcionários utilizarem protetores auriculares não foi suficiente para o não aparecimento do sintoma. Esse dado passa por outras informações a exemplo do tipo de protetor utilizado e a instrução quanto a sua colocação. O protetor mais utilizado foi o tipo semi moldável seguido do tipo concha. De acordo com as especificações do fabricante, o tipo semimoldável possui um índice de atenuação de aproximadamente 17dB enquanto o tipo concha de 21dB. O uso, de acordo com a NR-6 (Norma Regulamentadora) e o tempo de exposição a ruídos (NR-15) do Ministério do Trabalho e do Emprego continua sendo uma forma correta para minimizar os efeitos deletérios do ruído.
Murphy e colaboradores em 2015, ao analisarem o nível de atenuação de ruído para alguns tipos de protetores observaram que o que possui melhor resultado foi o tipo concha. Nesse estudo verificou-se que a atenuação do ruído com o tipo plug foi de 12dB a 18dB enquanto o tipo concha foi de 20dB a 25dB. Pelas normas, há uma obrigação do uso do protetor, porém não existe de forma explícita o modelo a ser utilizado cabendo ao empregador fornecer o melhor modelo para o trabalhador utilizar (CIOTE, CIOTE e HABER, 2005)
A instrução quanto à colocação do protetor auricular é um fator que pode minimizar o efeito do protetor. Gonçalves e colaboradores em 2009 observaram que houve diferença na atenuação dos protetores nos indivíduos com e sem treinamento para sua colocação onde a falta de orientação não era suficiente para minimizar os problemas causados pelo ruído. No presente estudo, 82,6%% relataram ter sido instruído quanto a forma de colocação do equipamento, o que não justificaria um índice razoável de pessoas com zumbido; isso pode ser justificado pelo tempo que essa instrução foi realizada. Alguns funcionários relataram que haviam sido orientados a muito tempo, inclusive em outras empresas trabalhadas anteriormente.
O zumbido pode ter inúmeras causas e é comum um mesmo indivíduo possuir um conjunto de causas associadas (SANCHEZ, 2006). Dentre as causas mais comuns estão as otológicas como a perda auditiva e, segundo Oiticica e Bittar em 2015, a exposição ao ruído também é um fator de risco bem estabelecido e conhecido, e uma das causas mais comuns de zumbido, além de ter influência na perda auditiva. Outra causa que vem sendo estuda está relacionada às questões músculoesqueléticas e que passam por questões ergonômicas. Posturas inadequadas geram contrações musculares maiores que, por sua vez geram tensões musculares e influenciando no aparecimento ou potencializando o zumbido (ROCHA, 2005). Áreas da região cervical bem como a região temporomandibular (ATM) e, em boa parte, nas duas, estão como locais que, quando alterados, são causadores do sintoma (MICHIELS, 2023)
A prevalência de trabalhadores que referiram dor na região cervical e relataram presença de zumbido foi de 37, 5% com diferença significativa (p = 0,00), sendo também observado significância estatística nas análises de razão de prevalência (RP: 2,74; IC95%: 1,46- 5,11) e análise bivariada (OR: 4,97, IC95%: 1,59 – 15,53) possuindo então uma associação positiva entre presença de zumbido e dor cervical. Segundo Sanchez e Rocha em 2011, em um estudo de revisão, a prevalência de alterações cervicais em indivíduos com zumbido é alta, sendo essa associação entre cervicalgia e zumbido bastante observada em vários estudos.
A associação entre alterações na coluna cervical e zumbido vem sendo discutida também em relação às formas de tratamento. Estudos demonstram que ao tratar alterações cervicais o zumbido é minimizado e, em alguns casos, abolido. Rocha e Sanchez em 2012, em um estudo randomizado e duplo-cego, observaram que os indivíduos que realizaram tratamento para alterações cervicais obtiveram melhora não somente da dor como também do zumbido e que durante a terapia houve modulação (alteração para mais ou para menos) do zumbido. Em 2016, Michiels e colaboradores concluíram que a fisioterapia na região cervical possui efeito positivo nos casos de zumbido subjetivo quando todos os indivíduos relataram melhora significativa do sintoma. No mesmo ano, Oostendorp et al, observaram que a melhora do zumbido aumentava com a inclusão de orientações educacionais além da terapia manual na região cervical.
Outra região que possui associação com o zumbido é a região da ATM que segundo Buergers et al em 2014 verificou que a prevalência de zumbido foi oito vezes maior nos indivíduos com disfunção temporomandibular (DTM). Toledo et al em 2016, em uma revisão sistemática, verificaram, nas diversas bases de dados existentes, uma prevalência elevada de sintomas otoneurológicos sendo 52,1% associado ao zumbido. Essa associação pode ser confirmada com o efeito do tratamento sobre a ATM e a redução do zumbido. Michiels e colaboradores em 2016 observaram que houve redução significativa na percepção do zumbido submetido ao tratamento para DTM e em um estudo mais recente, 2016, Martins e colaboradores reforçaram essa associação e encorajando os profissionais da área a estabelecerem condutas que possam minimizar os efeitos de DTM na atenção primária e consequentemente reduzir a incidência de zumbido.
Conclusão
Neste trabalho foi encontrado um índice relativamente elevado quando comparado com a população mundial, mas em geral, sem grandes variações quando comparados com estudos na área em segmentos empresariais, não havendo redução do percentual de zumbido nos trabalhadores por se tratar de uma empresa de bioenergia. A preocupação com o meio ambiente não deve ser vista apenas com a redução da poluição ou com a matéria prima para fabricação de bioenergia, mas também, com o bem-estar físico, psíquico e social dos funcionários que fazem parte do ciclo de produção. A demanda por esse tipo de energia limpa vem, e deve continuar aumentando. Com isso, é fundamental que o cuidado com o trabalhador deva ter um papel importante no processo, não apenas como uma empresa de outro segmento, mas como uma empresa que cuida de forma otimizada da saúde do empregado bem como do meio ambiente.
Referências
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BENTO R. F.; MINITI A.; MARONE S. A. M. Doenças do ouvido interno. In: Tratado de otologia. São Paulo: Edusp; 1998. p. 322-331.
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1Mestre, docente adjunto dos cursos da saúde da UNIFTC; docente substituto da Universidade Federal da Bahia – UFBA. E-mail: claudiosasaki.br@gmail.com
2Doutora, docente adjunta dos cursos de medicina da Universidade Salvador – UNIFACS e da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública – EBMSP. E-mail: mabel.esteves@gmail.com