PREVALÊNCIA DE TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS ENTRE ESTUDANTES DA ÁREA DA SAÚDE

PREVALENCE OF PSYCHIATRIC DISORDERS AMONG HEALTH CARE STUDENTS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7734923


Ailton Victor Gaia Figueiredo4 
André Grisani²
Caio Fabio Lacerda¹
Geovanna Lyssa Lima Ribeiro¹ 
Ítalo Cordeiro Ferreira4
João Vitor Sousa Alves¹
Katarina Destro Uliana¹
Marcelo Gonçalves Araújo³
Matheus Henrique Turmena¹ 
Murilo Hernesto Menezes³
Phabola Souza de Carvalho³ 
Philipe Lima Rezende¹ 
Ranya Santos Soares¹ 
Rebeca Leal Martins¹
Ricardo Augusto Mendes5
Sóya Lélia Lins de Vasconcelos¹
Vitor Souza Carvalho³
Vitória Ribeiro Benevides¹
Wolfgang Willians Martins Barbosa³


RESUMO

Ao delongo das últimas décadas é observado uma elevação considerável dos Transtornos Mentais difundidos pelos estudantes universitários dos cursos da área da saúde. Um conjunto de fatores é desencadeante, como a sobrecarga de estudos excessivos, a responsabilidade da excelência, e a competitividade acadêmica. Nessa atmosfera é fundamental delinear sobre os fatores que auxiliam na prevalência dos transtornos psiquiátricos nessa amostra em análise. O objetivo desse atual projeto é verificar a prevalência de transtornos psiquiátricos entre Estudantes Universitários da Área da Saúde. A construção da arquitetura do estudo caracteriza-se por pesquisas em periódicos de renome, como as bases de dados LILACS, PUBMED, MEDLINE e Scielo, que a partir de critério de inclusão e exclusão foi selecionado 19 artigos para compilação do presente estudo. A temática em abordagem se faz necessária, dado que, as celeumas que os transtornos psiquiátricos, essencialmente Ansiedade e Depressão, podem gerar em acadêmicos da área da saúde, é capaz de gerar consequências irreversíveis e nesse contexto, o alerta, a busca de auxílio, a disposição das Instituições com apoio psicológico, se torna indispensável e fundamental.

Palavras-Chave: Transtornos psiquiátricos. Prevalência. Área da Saúde

ABSTRACT

Over the last few decades, a considerable increase in Mental Disorders spread by university students of courses in the health area has been observed. A set of factors is triggering, such as the overload of excessive studies, the responsibility for excellence, and academic competitiveness. In this atmosphere, it is essential to outline the factors that help in the prevalence of psychiatric disorders in this sample under analysis. The objective of this current project is to verify the prevalence of psychiatric disorders among University Students in the Health Area. The construction of the study’s architecture is characterized by research in renowned journals, such as the LILACS, PUBMED, MEDLINE and Scielo databases, which, based on inclusion and exclusion criteria, selected 19 articles for compiling the present study. The theme under discussion is necessary, given that the stir that psychiatric disorders, essentially Anxiety and Depression, can generate in academics in the health area, is capable of generating irreversible consequences and in this context, the alert, the search for help, the availability of institutions with psychological support becomes indispensable and fundamental.

Keywords: Psychiatric disorders. Prevalence. Health area

1 INTRODUÇÃO

Torna-se evidente que a realidade dos indivíduos em sociedade vem sendo cada vez mais envolvidas por Transtornos Psiquiátricos. Estudos nacionais e internacionais onde a amostragem são estudantes universitários, pela qual se deparam com um ambiente repleto de obrigações e intensa responsabilidade, com regras, estudos, provas, queda do tempo de lazer, ou seja, ambientação diferente em relação ao ensino médio. O estresse é intensificado. No decorrer da história acadêmica, o universitário irá deparar-se com doença, morte, sofrimento familiar, abalo sentimental, no tocante a esse aspecto, se converte em fator facilitador para o desencadeamento de Transtornos Psiquiátricos (PANDOVANI et al., 2014).

Os acadêmicos das áreas da saúde, apesar de atuarem nas instituições de Saúde supervisionados por um profissional competente, ainda assim se deparam com problemáticas de natureza organizacional, caracterizada por exacerbada exigência e rebaixado controle em relação aos riscos psicossociais envolvidos. Como exemplo, tem-se alta carga horária, cuidado com pacientes críticos e eminente risco de morte, poder de decisão ainda baixo e a própria inexperiência para o enfrentamento de situações imprevisíveis. Nessa realidade, há modificações de padrão de sono, cansaço excessivo, ansiedade, sensações desagradáveis no trato gastrointestinal e cefaleia, evidenciando manifestações clínicas iniciais ao desenvolvimento de Transtornos Psiquiátricos (OLIVEIRA et al., 2012).

Em relação às prevalências, os Transtornos Mentais Comuns, apresentam-se como personagens com maior frequência nesse cenário de perturbações psiquiátricas em acadêmicos da área da saúde. Os Transtornos Mentais Comuns configuram-se em sintomas não psicóticos, menos graves e alta frequência, cursando com insônia, nervosismo, irritabilidade, queda na concentração, estresse exaustivo. Apensar de promoverem sofrimento mental, não se enquadra em transtornos graves (FIOROTTI, RASSONI, BORGES & MIRANDA, 2010)

Diante o exposto o presente estudo pretende evidenciar estudos que facilitem a compreensão dos principais agentes causais que elevam esses índices crescentes de Transtornos Psiquiátricos em estudantes universitários da área da saúde, bem como, os cursos de maior evidencia com estudantes que apresentem sinais ou manifestações de Transtornos Psiquiátricos. Logo, o cerne fundamental desse estudo é buscar uma reflexão para busca de metodologias que possam amenizar o estresse absurdo vivenciado pelos estudantes, no intuito de promover uma melhor qualidade de vida e uma excelência acadêmica e profissional, afastados dos riscos perturbadores dos Transtornos Psiquiátricos.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 A Prevalência dos Transtornos Psiquiátricos entre os estudantes da área da Saúde

Os Transtornos Mentais e de natureza comportamental se configuram em condicionamentos clínicos que se caracterizam em sua conjuntura por alterações de pensamento e das emoções ou simplesmente comportamentos correlacionados à angústia intrapessoal e/ou à decomposição do pleno funcionamento psíquico, a ter efeitos devastadores, atingindo o indivíduo e todos aqueles que o englobam, como família e a sociedade. A prevalência dos transtornos mentais é espalhada por todo o globo, sendo considerada uma estimativa de entorno de 10% dos adultos apresentem tal condição, sendo a mínima manifestação possível e cerca de 25% da população geral tende a desencadear ao menos um transtorno mental ao delongo da vida. (OMS, 2002).

Um dos transtornos psiquiátricos mais comuns e com grande difusão são os chamados Transtornos Mentais Comuns (TMCs). Em termos de conceito, trata-se de transtornos psiquiátricos não psicóticos, com manifestações de menor gravidade e maior frequência de distribuição (SILVA; COSTA, 2012; GRETHER et al., 2019). Estudos de relevância constataram que os Transtornos Mentais Comuns chegam a acometer cerca de 30% dos adultos brasileiros, com apresentação clínica de depressão, ansiedade, insônia, fadiga, irritabilidade esquecimento, dificuldade de concentração e tomada de decisões, somadas a manifestações clínicas somáticas como; cefaleia falta de apetite, tremores e má digestão (SCHMIDT et al., 2011; GRANER; CERQUEIRA, 2019).

Também referidos como Transtornos Psiquiátricos menores, os Transtornos Mentais Comuns como já referidos, apresentam maior frequência e menor gravidade em relação a outros estados psiquiátricos mais graves.  Transtornos de humor, Transtornos de ansiedade e demais transtornos somáticos fazem parte desse leque. A explicação médica global não é capaz de explicar toda a conjuntura desses transtornos, mas auxilia na condução do melhor entendimento, por exemplo, por explicar o prejuízo cognitivo gerado no âmbito social ou laboral (DSMIVTR, 2002)

Seguindo uma corrente de pensamento de Neponuceno, Carvalho e Neves (2019) a metodologia moderna de ensino distancia-se cada vez mais dos aspectos psicológicos e tende a aproximar-se de uma formação técnico-científica, no intuito de gerar uma valorização acentuada da cobrança de práticas que potencializam índices acadêmicos. Nessa atmosfera, a manutenção fundamental do equilíbrio entre corpo são mente são é distorcida. Com isso observa-se que estudantes da academia, com maior enfoco àqueles da área da saúde, devem refletir sobre o benefício-malefício entre abster-se da vida social para estudar muito ou aprender a conciliar o exaustivo dia-a-dia dos estudos com a manutenção de uma vida social ativa.

Déficit de memória, rebaixamento da capacidade de concentração, dificuldade na tomada de decisões, insônia, fadiga, irritabilidade excessiva, estão entre as principais manifestações dos transtornos psiquiátricos menores. A incluir também nesse leque de manifestações; queixas somáticas. Mesmo sem diagnóstico formalizado, tais sintomatologias geradas pelo estresse abusivo, são a gênese do sofrimento psíquico, de impactos diretos nas relações intraespecíficas e interespecíficas, assim como degeneração do desempenho das atividades cotidianas do indivíduo (FIOROTTI et al., 2010).

Neponuceno, Carvalho e Neves (2019) observaram em sua amostragem um crescente número de TMCs entre os estudantes de medicina, supondo que exista certa negligência quanto ao autocuidado e acerca da saúde mental destes. Segundo estes autores esse índice é resultado das excessivas cobranças e exigências inerentes ao curso, que por sua vez, influenciam diretamente em eventos de suicídio, depressão, uso de drogas, distúrbios conjugais e disfunções acadêmicas, refletindo em incapacidade temporária ou permanente de desempenhar seu papel acadêmico e profissional. Já Anacleto-Estrela et al. (2008) observou em sua pesquisa um elevado índice de estresse, sobretudo em estudantes do sexo feminino, sem bolsa de estudo, que pensam em desistir do curso, ou que tomam medicamentos e não procuram por tratamento psicológico especializado.

A pressão em excesso, a imposição intrapessoal e da própria academia sobre seus desempenhos somados a uma sobrecarga de disciplinas, trabalhos, leituras de artigos, redução evidente do laser, a competição entre os companheiros de formação, o contato com a as doenças que acometem os pacientes e possíveis óbitos por consequências são aspectos vivenciados pelos estudantes da área da saúde, que podem vir a transmutar-se em perturbações de forte impacto mental (LIMA et al., 2019). O desgaste mental nasce da tentativa falha de conciliar tudo concomitantemente, sendo esse um grande fator ao desgaste mental dos acadêmicos da saúde (NEPONUCENO; CARVALHO; NEVES, 2019).

O senso de responsabilidade é trabalhando desde o início vida acadêmica, dado que a própria academia já induz a realidade de um dia o universitário ter que lhe dar com a vida pós-formação. A complexidade para compreensão da fisiologia pura e aplicada de determinadas doenças, o manejo do paciente para a proposta terapêutica gera uma pressão para tomada final de decisão. Logo, a soma do estresse diário devido tais situações exemplificadas anteriormente se torna fator crescente do número de casos de Transtornos Mentais Comuns na vida do universitário da área da Saúde tempos (SERRA; DINATO; CASEIRO, 2015; LIMA et al., 2019). 

É evidente que a saúde mental conturbada apresenta forte relacionamento com o mundo acadêmico e também social do estudante, ocorrendo uma decadência de produtividade, rebaixamento da capacidade relacional e estímulo para engajar-se em projeto, dificuldade de absorver informações teórico-práticas oferecidas em sala de aula, laboratórios ou hospitais, em adição a imensa dificuldade de relacionar-se com as pessoas em sua volta, a gerar com toda essa conjuntura um desgaste e adoecimento mental, o que leva o estudante a apelar para fármacos psicoestimulantes em uma crença de aumento da performance, que na verdade a longo prazo gera distúrbios que associam-se aos risco eminente de suicídio (COSTA, et al., 2012; LEÃO et al., 2018). Então, os dados coletados a respeito dos Transtornos Psiquiátricos, são imensamente importantes para criação posterior de ações preventivas voltadas ao autocuidado por parte do acadêmico da área da saúde. 

É importante ressaltar um ponto chave para iniciar a compreensão da alta prevalência de transtornos psiquiátricos comuns entre os estudantes universitários da área da saúde. Silva e Costa (2015) após estudos minuciosos sobre esta temática.

É importante ressaltar um ponto chave muito importante para iniciar uma melhor compressão sobre o aumento gradual dos transtornos psiquiátricos difundidos entre os estudantes da área da saúde. Silva e Costa (2015) após análises minuciosas sobre a temática relacionada analisaram que existe uma maior probabilidade de ocorrência dos transtornos mentais comuns durante as primeiras fases de adaptação, sendo mais preciosa na fase de admissão do universitário no mundo acadêmico. As primeiras pressões consigo mesmo, de alcançar excelências, demonstrar a meritocracia por ali estar, provar pra si mesmo que pode chegar a resultados extraordinário, se configuram como os primeiros pontos geradores de agravos ao estresse e desenvolvimento de perturbações mentais. Em soma a esse contexto, Grether et al. (2019) em seus estudos com uma amostra de 340 estudantes de Medicina, deflagrou 50.9% de prevalência de algum transtorno psiquiátrico, dentre as seguintes características contidas na amostra; a) Estudantes que jamais pensaram na possibilidade de desistência do curso;  b) Estudante com carga horária acadêmica que ultrapassam 8 horas/dia; c) Estudantes com média de lazer inferior a 2 horas/dia, como fator de soma a essas características, o senso de competitividade enraizado entre os estudantes, celeumas de socialização, sentimentos de rejeição ou déficit de auxílio emocional.

Outro estudo que corrobora com a compreensão do significativo aumento da prevalência nesse contexto foi de Lima et al. (2019). Sua amostra foi de 383 estudantes universitários da área da saúde, onde utilizou como equipamento de coleta de dados a aplicação do inventário de depressão de Beck – BDI. Evidenciou a prevalência da depressão nos universitários da área da saúde, totalizando cerca de 62,92%. Os maiores índices de sintomas depressivos, observados no curso de Enfermagem, com uma taxa de 71,02%, prevalentemente no sexo feminino. Universitários de Medicina alcançaram índices de 22,73% e no curso de Odontologia, índices de 60,64%

Ainda com mais estudos demonstrativos, pesquisas com outros achados causais relacionados a prevalência de transtornos psiquiátricos nos estudantes universitários da área da saúde. Os Transtornos Mentais Comuns (TMCs) resultou do rebaixamento da qualidade de vida, causas ambientais, alterações psicológicas, físicas e relacionais (SANTOS et al. 2017). Pesquisas com 1572 estudantes da área da saúde geraram resultados onde os transtornos de ansiedade foram a natureza de transtorno mental mais prevalente, chegando a taxas de 28,6%. Em seguida, vieram os transtornos de humor, transtornos provocados por substancias psicoativas, transtornos comportamentais e transtornos individuais como; fobias e transtorno depressivo maior (AUERBACK et al., 2016). 

A insatisfação com o presente curso de graduação também se mostrou como agente causai de relevância estatística. Estudo realizado com 476 estudantes da área da saúde, de prevalência feminina, com uso de questionários; sociodemográfico, inventário de depressão de Beck (adaptado e padronização ao Brasil), inventário de ansiedade de Beck (Adaptado e padronizado ai Brasil), foram suficientes para evidenciar como achados 28,6% da amostra com características de depressão e 36,1% com características de ansiedade. Estudantes com menor satisfação ao curso apresentam cerca de 4 vezes mais chances de desenvolvimento de transtornos mentais de depressão. Fatores agravantes destacados aumentam as chances de desencadear tais transtornos, como; insatisfações familiares, insuficiência de sono, relacionamento distante entre os amigos. A prevalência de ansiedade foi polarizada com maiores chances de associação com estudantes da área da saúde do sexo feminina (LEÃO et al., 2018). Nessa vertente, é válido ressaltar os inúmeros parâmetros característicos que podem afetar a instabilidade mental dos universitários que cursam graduações na área da saúde. 

Alargando as interpretações das prevalências dos transtornos psiquiátricos para demais áreas da saúde, um estudo feito com estudantes de Medicina, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, mostra-se como reforçador de que quaisquer estudantes da área da saúde estão sujeitos ao desenvolvimento de transtornos que abalam as plenas condições mentais. Estudo com 342 acadêmicos de Medicina, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, com intuído de revelar a prevalência do desenvolvimento de transtornos depressivos com potencial risco para suicídio, concluíram em termos estatísticos os seguintes dados; acadêmicos de Terapia Ocupacional em primeiro lugar com índice de 28,2%, Acadêmicos de Medicina em segundo lugar com índices de 8,9% e em terceiro lugar acadêmicos do curso de Fisioterapia com 6,7%. O instrumento de coleta de dados foi o M.I.N.I (CAVESTO e ROCHA, 2005).

Acadêmicos do sexo masculino apresentam médias chances de desenvolver transtornos mentais comuns, no entanto existem altas taxas de ansiedade. Essa contratação independe do curso (COSTA et al., 2017). A qualidade de desenvolvimento acadêmico é rebaixada de forma significativa quando se associa fatores negativos como; ansiedade, depressão, estresse acentuado (ARINÕ e BARDAGI, 2018). 

Um estudo mais específico aos estudantes de Medicina, foram traçadas características evidentes do desenvolvimento dos TMCs. Facundes e Ludermir (2005) fomentaram um estudo com 443 estudantes de Medicina, utilizando a ferramenta de coleta Self Reporting Questionnaire – SRQ – 20 e um questionário sobre características do processo de aprendizagem. Entre os estudantes de Medicina cerca de 42,6% apresentaram algum tipo de transtorno metal comum. Características importantes colaboraram para elevada prevalência, sendo carga horária acima de 30 horas/ semana, configurando-se sobrecarga acima do suportável mentalmente.

Observa-se ao delongo da construção do presente referencial teórico, a gama de estudos estatísticos com intuito final de estabelecer relação de prevalência dos Principais Transtornos Psiquiátricos difundidos pelos Acadêmicos dos cursos da Área da Saúde. Evidencia-se com forte impacto a transição entre o Ensino Médio e o Ensino Superior, onde a mudança ambiental trás consigo novas responsabilidades, dado que o agora universitário se ver próximo do mercado de trabalho e a graduação é o veículo de desenvolvimento e preparo futuro. É interessante ressaltar um ponto, que é alta frequência e demanda de leituras esgotantes para adquirir conhecimentos necessários a vida profissional, onde muito não eram habituados a leituras de grande porte antes de adentrar na academia (SILVA E SILVA, 2008).

2.2 O papel do Psicólogo como auxiliador dos desafios acadêmicos

É fundamental compreender as dificuldades vivenciadas pelos universitários, dado que, como já expresso em linhas anteriores, o conjunto de fatores que facilitam a gênese de transtornos psiquiátricos são vastos. O novo papel social, agora de acadêmico, quando não direcionada, pode gerar instabilidade emocional e desencadear desequilíbrios psicológicos. O papel fundamental do Psicólogo como suporte acadêmico visa a prevenção do adoecimento do universitário (FRIEDRICH, MACEDO & REIS, 2015; PADOVANI et al., 2014). Nessa realidade, se torna crucial a participação do Psicólogo como interventor sobre essa população específica, compactuando como facilitador do estudante, mostrando-o suas habilidades, demonstrando que a sobrecarga se torna fator negativo para seu desenvolvimento acadêmico, ou seja, o profissional psicólogo tende a participar na redução dos riscos de desenvolvimento de transtornos psiquiátricos e estabilidade da saúde mental dos estudantes universitários da área da saúde (FERREIRA, OLIVEIRA, & VANDENBERG, 2014)

Se transmuta em temática de intensa importância evidencia sobre os Transtornos Psiquiátricos difundido entre os universitários da área da saúde, principalmente nos tempos atuais devido a grade disseminação mundial de acometimentos que perturbam o estado mental do ser humano. Os dados demonstrados através de pesquisa com excelente acurácia e amostragens pertinentes, se observa os principais agente causais que auxiliam na precipitação de problemas de natural mental, uma vez que, a própria vida fugas do acadêmico já se converte em agente causal para formação de um cotidiano estressante. 

Nesse interim, esta pesquisa visa fundamentalmente instigar a população acadêmica a uma reflexão a respeito da sua conduta, da sua forma de expor-se a intenso estresse, ao abdicar da vida social em prol de estudos e mais estudos para conseguir rendimentos excepcionais, a partir de tal reflexão o estudante torna-se agente da cura de sua própria saúde mental, uma vez que ao perceber os gatilhos para o desenvolvimento dos possíveis Transtorno Psiquiátricos, pode buscar ajuda especializada afim de reconfigurar a saúde metal para o pleno estado de funcionamento.

3 METODOLOGIA

O presente estudo se trata de uma Revisão Bibliográfica da Literatura e tem como base de compilação, estudos com natureza na mesma direção desta, publicada em periódicos renomados, sendo eles LILACS, PubMed, Medline e Scielo. Depois de estabelecido os critérios de inclusão e exclusão, dos 37 artigos encontrados, permaneceram apenas 19, que serviram de suporte base para construção do estudo em corrente desenvolvimento. Dentre os critérios de inclusão, tem-se; artigos que evidenciavam incidência e prevalência a respeito dos distúrbios psiquiátricos em estudantes da área da saúde; artigos que estabeleciam comparações estatísticas entre transtornos psiquiátricos de estudantes entre cursos, por exemplo, de enfermagem, medicina, psicologia. Entre os critérios de exclusão foram; artigos em outros idiomas além do português e artigos muito específicos, como exemplo, transtornos psiquiátricos em acadêmicos que sofrem bullying. 

Em relação aos descritores utilizados para promover a buscar, tivemos como tais; transtornos psiquiátricos em estudantes de medicina, prevalência dos transtornos psiquiátricos em acadêmicos da saúde, fatores de risco para transtornos mentais em acadêmicos, importância do psicólogo em universidades.

É importante ressaltar os aspectos em relação aos riscos e benefícios propostos pela presente pesquisa. Como benefícios, a pesquisa tem como potencial delinear de forma estatística, a partir de buscas de publicações científicas, a prevalência dos transtornos psiquiátricos em estudantes universitários da área da saúde, isso se torna fundamental e colabora para iniciar possíveis planos para reduzir esse contingente. Em termos de risco, não é visualizado riscos, pois os integrantes não serão expostos a qualquer ambiente que ponha riscos a integridade física ou mental, com exceção do próprio desgaste mental e motivacional para construção da pesquisa como um todo.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Transmuta-se em relevante, construir estudos que vão de encontro com a temática abordada com essa atual pesquisa. Transtornos Psiquiátricos podem desencadear dificuldades em termos de relações intrapessoais, interpessoais, laborais, familiar e ao cônjuge. Na perspectiva dos acadêmicos da área da Saúde, ao delongo dos anos a margem vem aumentando, dado os fatores de risco associados como sobrecarga e cobrança de si mesmo exageradamente. Nesse ínterim, o alerta para busca de auxílio profissional, diagnóstico precoce dos transtornos e terapêutica imediata, são fatores que melhoram o prognóstico destes acometidos por tais transtornos ou desordens psiquiátricas, com intuito de promover retorno da qualidade de vida.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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1 – Centro Universitário Tocantinense Presidente Antônio Carlos – UNITPAC, Araguaína/TO, Brasil.

2 – Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos – ITPAC, Palmas/TO, Brasil.

3 – Faculdade de Ciências Médicas do Pará – FACIMPA, Marabá/PA, Brasil.

4 – Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos – ITPAC, Porto Nacional/TO, Brasil.5 – Centro Universitário de Pato Branco – UNIDEP, Pato Branco/PR, Brasil