PREVALÊNCIA DE SINTOMAS DE DEPRESSÃO PÓS-PARTO NAS PUÉRPERAS DO MUNICÍPIO DE SANGÃO

PREVALENCE OF POSTPARTUM DEPRESSION SYMPTOMS IN PUERPER WOMEN IN THE MUNICIPALITY OF SANGÃO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10233418


Ângelo Formentin¹, Janaina de Lima Fogaça de Oliveira1, Karen Silva de Oliveira1, Alan Goulart Bussolo², Kelser de Souza Kock3, Richard Coan Cardoso4


RESUMO

Introdução: A depressão pós-parto atinge cerca de 25% das mães e em 2004 foi considerada a terceira causa de morbidade no mundo, podendo ser a primeira em 2030. Os sintomas de depressão, iniciam durante a gravidez ou dentro de 4 semanas de pós-parto. Nesse sentido, a depressão é uma enfermidade que merece requer diagnóstico e tratamento adequado, pois algumas vezes são subdiagnosticadas e incompreendidas. Na presente pesquisa restou demonstrada a necessidade de estudos para uma melhor abordagem e desfecho clínico. O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil clínico epidemiológico de depressão pós-parto nas puérperas do município de Sangão. Métodos: Estudo epidemiológico com delineamento observacional, do tipo transversal, realizado pela aplicação de anamnese e do questionário de Edimburg nas puérperas, no período compreendido entre setembro de 2021 a fevereiro de 2022, em uma cidade do sul do Brasil. Resultados: Foram incluídas 59 puérperas residentes no município de Sangão-S.C, com uma média de idade 27.1 (±6,3) anos, variando de 18 a 41 anos. Predominou-se a etnia branca, um total de 52 pessoas, a maioria casadas, totalizando 36 mulheres. A profissão prevalente na localidade foi de donas de casa um total de 19. Escolaridade, com predomínio de ensino médio completo, total de 23. Religião prevalente é a católica, com 39 puérperas, sendo que 54 não apresentaram doenças psiquiátricas prévias e 55 mantiveram o aleitamento materno exclusivo. Das 59 parturientes, 33 tiveram gravidez planejada, e 51 tiveram gravidez desejada, 52 relataram que foi desejada pelo parceiro e 53 pela família e 33 tinham essa rede de apoio. Conclusões: Neste estudo identificou-se uma prevalência de DPP de 16 (27,5%) das 59 puérperas analisadas e que existem existe uma relação de fatores que podem desencadear a DPP, possibilitando caracterizar um perfil clínico epidemiológico. Por sua vez, os resultados obtidos também podem contribuir para a melhora da abordagem médica, psiquiátrica e obstétrica dos pacientes. A orientação dos profissionais, a valorização e melhor análise desses casos pelos profissionais resultará na prevenção ou significativa diminuição da DPP.

Descritores: Depressão pós-parto. Puérperas. Fatores associados.

Keywords: Postpartum depression. Puerperal women. Associated factors.

INTRODUÇÃO

A gravidez dura em torno de 40 semanas e é o resultado do processo da concepção e posterior fixação do embrião na cavidade uterina. Nesse período, ocorre o desenvolvimento do feto no útero da mulher até o nascimento do bebê no momento do parto (1).

A gestação é um momento de transformação, que faz parte do desenvolvimento do ser humano em que a mulher passa por grandes mudanças em seu organismo e em seu estado emocional, psicológico, social e cultural, com a finalidade de proporcionar condições adequadas para o desenvolvimento fetal, em sintonia com o organismo materno. Já no pré-natal, por sua vez, não são avaliadas apenas as alterações biológicas, mas também as psicológicas, pois as mulheres nesta fase possuem medos, conflitos, fantasias e inseguranças. Nessa etapa de transição, algumas mulheres podem apresentar distúrbios psiquiátricos, com interferência na vida maternal, e malefícios na qualidade de vida (1). 

A depressão pós-parto (DPP) ou o transtorno do humor na gravidez acomete de 10% a 20% das mães no primeiro ano que sucede ao nascimento e 25% após o primeiro ano. A DPP é considerada um “episódio depressivo maior” por especialistas, sendo descrita no Manual Estatístico de Transtornos Mentais, Quinta edição (DSM-V). Os sintomas da DPP podem ter seu início ainda na gestação ou dentro das primeiras 4 semanas pós-parto (2).

No período pós-parto, o baby blues, também chamado de tristeza pós-parto, acomete mais de 50% das mulheres e se caracteriza por uma síndrome leve e transitória constituída de choro, baixo astral, irritabilidade. O baby blues e a DPP se diferenciam pela gravidade e pela duração dos sintomas. No primeiro, os sintomas geralmente duram menos de 2 semanas e na DPP se estendem por um maior período, e podem apresentar uma sintomatologia mais grave, como preocupações obsessivas graves ou ideação suicida. Em um desfecho mais extremo, a DPP é considerada psicose pós-parto e configura um quadro de alucinações, delírios, agitação e depressão severa (3).

Vários fatores estão envolvidos na etiologia da DPP, a presença de história de depressão antes da gravidez, discórdia conjugal, vínculo familiar insuficiente, situação social e ocupacional de risco estão nos mais listados. Mulheres têm o dobro do risco de sofrerem depressão quando comparadas aos homens. Essas discrepâncias são atribuídas às oscilações e efeitos dos hormônios sexuais femininos e pelo impacto da gravidez e o estresse por ela causado (4,5). 

A DPP pode predispor a doenças crônicas ou depressão recorrente. Filhos de mães acometidas estão mais predispostos a problemas comportamentais e de cognição quando comparados aos filhos de mães não deprimidas (6). As maiores taxas de DPP são registradas nos países menos desenvolvidos e a prevalência aumenta quando a mãe não reside com o companheiro, tem baixa escolaridade, em primigestas e em mulheres que idealizaram o aborto (7). 

Embora atualmente haja um avanço no diagnóstico e tratamento dos transtornos mentais e psiquiátricos, a DPP permanece subdiagnosticada e pouco explorada (2). O diagnóstico nem sempre é fácil, pois o quadro clínico apresenta-se de diversas formas e diferentes intensidades e pode ser negligenciado pelos familiares, pelo profissional de saúde e até ser idealizado de forma errônea como uma condição comum do puerpério (8).

Ferramentas de triagem são importantes para diagnosticar e tratar corretamente a DPP; recomendam-se testes validados para rastreio da depressão, tanto para o uso durante a gravidez quanto no pós-parto (9). A escala de depressão pós-parto de Edimburgo é o instrumento mais utilizado para rastrear a DPP nos estudos sobre esse assunto. Trata-se de um questionário que aborda 10 itens de fácil aplicação pelo profissional da saúde; é auto avaliativa e autoaplicável. Cada item é composto por quatro alternativas e é associada a uma pontuação que varia de zero a três, a soma total do questionário é de 0 a 30 pontos sendo que uma pontuação igual ou superior a 10 indica possível depressão (3).

Nesse contexto, a depressão pós-parto é um transtorno psiquiátrico que pode afetar a relação da mãe com o bebê, muitas vezes quebrando o vínculo. O ciclo entre a gravidez e o puerpério tem alto índice de risco ao desenvolvimento de depressão e ansiedade, devido às mudanças hormonais, físicas e emocionais vivenciadas pela mulher. Essas alterações podem causar um impacto direto sobre a saúde mental da gestante.

Conforme os dados apresentados pela Organização Mundial da Saúde, a depressão pós-parto atinge cerca de 25% das mães e em 2004 a depressão foi considerada a terceira causa de morbidade no mundo, podendo ser a primeira em 2030. (11). Os sintomas de depressão começam a aparecer durante a gravidez ou dentro de 4 semanas de pós-parto. Assim sendo, a depressão é uma doença que merece diagnóstico correto e tratamento adequado pois algumas vezes as grávidas ou puérperas são subdiagnosticadas e incompreendidas; evidencia-se a necessidade de estudos nesta área para uma melhor abordagem e desfecho clínico. Desta forma este estudo teve como objetivo geral avaliar o perfil clínico epidemiológico de depressão pós-parto nas puérperas do município de Sangão.

MÉTODOS

Estudo epidemiológico com delineamento observacional, do tipo transversal, realizado pela aplicação de anamnese e do questionário de Edimburgo nas puérperas no momento da aplicação do teste do pezinho. O estudo foi realizado no município de Sangão, no período compreendido entre novembro de 2021 a fevereiro de 2022.

A responsável que coletava o teste do pezinho informava sobre o projeto e convidava a mãe a participar. Com isso, a enfermagem passava o seu contato aos pesquisadores. Estes entravam em contato via telefone com a puérpera para marcar o dia da aplicação dos questionários de Edimburgo, anamnese e da assinatura do termo de consentimento livre esclarecido. Com o aceite para a participação, dois questionários eram preenchidos: o primeiro tratava-se da anamnese e o segundo era a escala de depressão pós-parto de Edimburgo, que consiste em um eficiente instrumento de triagem que avalia 10 itens que pergunta sobre a frequência dos sintomas. Portanto os pesquisadores tiveram dois contatos com o paciente, por via telefone para agendar o dia da entrevista e outro, um atendimento físico no dia da vacinação. Os questionários aplicados foram preenchidos pelos pesquisadores no momento da entrevista. Essa coleta de dados e aplicação de questionário aconteceu em até 45 dias do puerpério.

Foram incluídas no presente estudo todas as puérperas residentes no município de Sangão e que estavam devidamente cadastradas no Programa se Saúde da Família (PSF), e que aceitaram participar do estudo mediante assinatura do TCLE.

As variáveis de interesse ao estudo foram o perfil epidemiológico e fatores sociodemográficos, como idade, religião, cor, estado civil, profissão, escolaridade, IMC, presença doenças psiquiátricas, aleitamento materno, gravidez planejada/desejada, situação de moradia, rede assistência e de apoio, número de gestações e partos. Verificou-se, então, que esses fatores epidemiológicos e sociodemográficos, podem influenciar no diagnóstico. Por intermédio da pontuação do questionário de Edimburgo, o rastreou-se o total de puérperas com a possibilidade de depressão pós-parto na população do município de Sangão.

A depressão pós-parto é uma doença multifatorial e atrela à patologia fatores psicológicos, fisiológicos, socioeconômicos e comportamentais (1). Situações como gravidez não desejada, separação do casal durante a gestação, antecedentes psiquiátricos anteriores, grande número de filhos e baixo suporte social predispõe mulheres à depressão pós-parto (2). Por isso a importância de traçar o perfil sociodemográfico das puérperas do estudo.

A Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo (EPDS) é validada na língua portuguesa, e, ao aplicar o questionário, as mulheres são consideradas rastreadas para DPP. O mencionado teste consiste em um eficiente instrumento de triagem que avalia 10 itens que pergunta sobre a frequência dos sintomas (nunca=0; não muito=1; algumas vezes=2; frequentemente=3) nos últimos 7 dias (5). A EPDS é uma escala do tipo Likert. A sua pontuação varia de 0 a 30, o ponto de corte são 10 pontos para marcar os sintomas da DPP10.

O banco de dados foi organizado no Excel e analisado no software SPSS v. 21 (IBM, Armonk, New York, USA). As variáveis quantitativas foram descritas por meio de medidas de média, mediana e desvio padrão. As variáveis qualitativas foram descritas por meio de frequência absoluta e percentual. Para comparação entre as variáveis independentes e o desfecho, utilizou-se o teste qui-quadrado de Pearson ou prova exata de Fisher para variáveis qualitativas e o teste de T student para a comparação de médias. O nível de significância estatística adotado foi de 5%.

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul, em novembro de 2021, sob o protocolo 4.632.402.

RESULTADOS

A partir dos questionários aplicados, foi realizada uma análise do perfil sociodemográfico e sua associação com a escala de depressão pós-parto de Edimburgo (EPDS). Foram incluídas 59 puérperas residentes no município de Sangão, SC, com uma média de idade 27.1 (±6,3) anos, variando de 18 a 41 anos. Além disso, observa-se um predomínio de etnia branca, um total de 52 puérperas. Em relação à situação conjugal, observou-se que a maioria são casadas-um total de 36 mulheres, e a profissão mais prevalente foi de donas de casa um total de 19. Outro ponto analisado foi a escolaridade, com predomínio de ensino médio completo, total de 23. A religião prevalente é a católica, com 39 puérperas. Destas, 54 puérperas não apresentaram doenças psiquiátricas prévias e 55 puérperas mantêm o aleitamento materno exclusivo. O estudo revelou que 33 mulheres tiveram gravidez planejada, e 51 puérperas tiveram gravidez desejada, 52 relataram que foi desejada pelo parceiro e 53 pela família. Em relação a assistência nas atividades domésticas e com o bebê, 33 tinham essa rede de apoio. Quanto ao número de partos teve predominância de 25 mulheres com apenas, 1 parto. Além disso, notou-se um número de 46 mulheres que não moram com os demais integrantes da família, além do marido e filhos. (Tabela 1).

Na análise do score de depressão pós-parto de Edimburg aplicado nas puérperas e sua associação com o desfecho, observou-se que das 59 mulheres participantes do estudo, 43 não apresentaram sintomas de DPP. (Tabela 1).

Foi realizada a análise do formulário da escala de depressão pós-parto de Edimburgo, aplicada às puérperas e sua associação ao desfecho. Neste estudo concluiu-se que 54 (91,5 %) mulheres assinalaram o item “não pensaram em nenhuma vez fazer mal a si mesmas”. (Gráfico 1).

Por fim, constatou-se que um total de 46 (78 %) mulheres assinalaram o item “teriam achado graça sido capaz de rir e achar graça das coisas como sempre fizeram”. (Gráfico 2).

DISCUSSÃO

No período gestacional, ocorrem significativas modificações, externas e internas, no corpo feminino, com grandes alterações no âmbito social, psicológico e físico, exacerbando assim, a possibilidade do aparecimento de transtornos psiquiátricos. A DPP aparece como uma doença subdiagnosticada e que por vezes gera efeitos devastadores não só para gestante, mas também para a família em si. A DPP se insere numa trilogia de distúrbios da psiquiatria perinatal, caracterizada por três associações distintas: o blues puerperal, as psicoses puerperais e as depressões pós-parto. Vários fatores são determinantes para a fisiopatologia, como dimensões afetivas, cognitivas e ansiosas, pois essa síndrome é considerada multifatorial e heterogênea. (13-15).

No presente estudo realizado no período compreendido entre setembro de 2021 a fevereiro de 2022, verificou-se a prevalência de 27% de puérperas com sintomas de DPP no município de Sangão. Essa prevalência é considerada elevada, quando comparada ao estudo realizado em Salvador (BA), em 2017, em que uma pesquisa com 151 mulheres no período pós-natal revelou prevalência de 19% de mulheres com sintomática de DPP. (16). Em outro estudo do município de Rio Grande (RS), com pesquisa realizada com 2.687 puérperas, chegou-se ao número de 14% de puérperas com sintomas de DPP. (17). Ambos os estudos utilizaram a escala de depressão pós-parto de Edimburgo (EPDS) como instrumento de rastreio. 

No que se refere ao perfil sociodemográfico, houve predomínio de uma população branca, com faixa etária de 18-41anos, casadas, com média de 27,1 anos. Do total de 59 puérperas, 16 delas (27,5%) exibiram sintomatologia para DPP, embora a idade não tenha apresentado associação significativa com o desfecho. Verificou-se que as mulheres com cor de pele parda exibiram um índice maior de DPP em comparação com as puérperas de pele branca. O resultado exposto contraria o estudo realizado em Salvador, onde as puérperas de cor preta tiveram mais sintomas de DPP quando comparadas às brancas e pardas. (16).

Entre as entrevistadas, as casadas e com união estável somaram 36, as solteiras somaram 22 puérperas, o percentual de puérperas com sintomas depressivos em ambas as categorias foi de aproximadamente 27%, não havendo diferença significativa entre os grupos. No estudo de Silva e colaboradores em 2018, os números de puérperas depressivas foi 18,7% entre as solteiras, 25,9% nas mães que se encontravam em uma relação estável, 26,8% no grupo das mães casadas e 100% das mães divorciadas, sendo esse último grupo composto por apenas uma mãe, o que justifica o percentual máximo (17). Em um estudo realizado na cidade de Bauru com 30 puérperas, obtiveram-se os seguintes números de puérperas depressivas: 25% entre àquelas solteiras, 28,6% no grupo das puérperas casadas 35,3% no grupo daquelas que indicaram estar em uma união consensual (18). Os resultados dos estudos sobre DPP não associaram diretamente a variável estado civil com a DPP, não expressando uma prioridade para rastreio da doença. (17-19).

Quanto à profissão das participantes, verificou-se que a maioria se intitulou como donas de casa, correspondendo um total de 19 mulheres, 7 delas (36,8%) com probabilidade a DPP. As outras profissões emergidas neste estudo foram muito diversificadas, por esse motivo optou-se por agrupar em uma única categoria (outras). Encontrou-se um índice maior que o nacional, que é de aproximadamente 9% de donas de casa nas famílias brasileiras. (12).

Na variável nível de escolaridade houve maior prevalência de puérperas que tinham o ensino médio completo, sendo que das 23 mulheres com ensino médio completo, 73,9% delas não apresentaram sintomas depressivos. Dada tal circunstância, o nível de escolaridade funcionou de forma preventiva para o não desenvolvimento da DPP, pois a baixa escolaridade está ligada a uma redução de conhecimento sobre a doença. A literatura correlaciona maior prevalência de DPP em puérperas com baixa escolaridade. Em estudo realizado com 330 mulheres usuárias da maternidade pública de Cariacica, (ES), houve maior prevalência de sintomas depressivos nas entrevistadas com menos de oito anos de estudo. (7,20). 

Em relação à religião, a católica foi a mais representativa, em um total de 39 puérperas, destas, 10 (25,6%) com probabilidade de desenvolver DPP. No último censo, o Brasil se manteve na posição de maior nação católica do mundo em um total de 64,6% da população. (12). Porém, não foram encontradas pesquisas que correlacionam o catolicismo com a DPP, apenas estudos que demonstram que a religiosidade, independente de qual seja, constitui um recurso protetivo e como uma forma de apoio para a não ocorrência de sintomas depressivos. (21).

Outro aspecto analisado na amostra, foi a presença de Diabetes Mellitus (DM), tendo um total de 58 mulheres sem DM e 1 (100%) puérpera com DM, e que apresentou sintomatologia de DPP, tendo um valor de p tendencioso a associação. Nos EUA, em Chicago, foi realizado um estudo com uma mostra de 305 mulheres, onde os pesquisadores acharam significativa relação entre diabetes e DPP. Porém, acredita-se que necessite novos estudos com amostras maiores. Identificou-se também, que o diabetes gestacional, associado à história prévia de depressão, aumente 70% a chance de manifestar DPP. (22). 

Na avaliação do aleitamento materno exclusivo, houve um predomínio de 55 mulheres, deste total, 72.7% não desenvolveram sintomas de DPP. Segundo Rodrigues e colaboradores, existe uma relação direta entre DPP e amamentação, pois quando ocorre abandono do aleitamento materno, devido alguma intercorrência, provoca-se um sentimento de frustração e nervosismo em relação ao maternar, pois a mãe não consegue atender as necessidades fisiológicas do bebê (23). Porém as puérperas deste estudo não apresentaram essa relação porque a maioria manteve a amamentação exclusiva, sendo um fator protetivo contra a DPP. (24).

Neste estudo foi significativo(a) a frequência da DPP em mulheres com transtornos psiquiátricos prévios à gestação (valor de p=0,028), das entrevistadas com doenças psiquiátricas prévias, 75% delas desenvolveram sintomática depressiva. O estudo de Hartmann e colaboradores revelou que entre as mulheres que passaram por problema mental anterior, 46,2% delas sofreram sintomas depressivos no período pós-parto, já nas mulheres que nunca passaram por problema mental esse número cai para 23% (7). Uma revisão bibliográfica sobre “Fatores de risco, proteção, diagnóstico e tratamento da depressão pós-parto no contexto da atenção primária”, realizada em 2020, considerou o histórico de depressão antes da gestação como um dos principais fatores de risco para o surgimento da DPP. (25). Estudos sobre impactos da saúde mental materna e depressão indicam que as mães que se sentem deprimidas estabelecem seus sentimentos em elementos psicoativos, persuadindo de maneira negativa para o vínculo mãe-bebê, o que torna a depressão um agente que dificulta ligações afetivas. (7,26).

Pode-se contemplar também que o planejamento da gestação foi um fator protetivo para o não desenvolvimento da DPP, pois das 51 gestantes que planejaram, 76,5% não desenvolveram sintomas da doença. A maioria das puérperas do estudo teve uma gravidez desejada, por ela própria, pelo parceiro e pela família, um percentual de aproximadamente 75% dessas puérperas não desenvolveu sintomas depressivos. Em um estudo observou-se que o planejamento da gestação foi um fator de proteção, pois apresentou uma redução de cerca de 30% do risco de a puérpera desenvolver a doença. A gravidez não planejada demonstra forte relação com a DPP, pois muitas vezes a gestação ocorre na ausência ou uso incorreto dos métodos contraceptivos e/ou falta de informação. A falta de planejamento familiar acarreta consequências psíquicas na mulher. (7,14).

Sabe-se que o vínculo familiar insuficiente e a falta de uma rede de apoio no período puerperal são fatores que predispõem a DPP. Um forte suporte social e emocional é considerado fator protetor contra a doença, outro dado encontrado neste estudo foi que mulheres que não tem uma rede de assistência com as atividades domésticas e com o bebê desenvolveram mais sintomas depressivos. Neste estudo, a maioria das mulheres possuíam rede de assistência nas atividades domésticas e com o bebê, sendo que de 33 mulheres com rede de apoio, 78,8% não apresentaram sintomas depressivos, demonstrando a importância de uma rede de apoio efetiva. Estudos apontam o apoio social como um apoio informativo e emocional, proporcionado pela rede social que inclui amigos, família e vizinhos, que contribuem para o bem-estar psicológico através do suporte. (4,5,24,27).

No presente estudo houve maior prevalência de primíparas, entretanto, esse foi o grupo que menos teve sintomas depressivos. Notou-se que os sintomas depressivos tornaram-se crescentes de acordo com o número de partos (2 ou mais). As puérperas multíparas tiverem maiores percentuais de sintomas depressivos. No resultado do estudo de Silva em 2019, verifica-se que diversos autores associaram a DPP com a multiparidade (28). Isso pode ser explicado pelo estresse e sobrecarga na família quando se tem outros filhos. Já no estudo de Araújo e colaboradores os resultados indicam que a quantidade de partos não influenciou aumentou o número de portadoras dos sintomas depressivos, mantendo um número semelhante ao das primíparas. (8).

Quanto à composição familiar, este estudo comprovou um valor de p tendencioso a associação ao estudo, pois parturientes que moram com o pai do bebê tem menor chance de desenvolver DPP, das 58 mulheres que moram com os maridos, 43 delas (74.1%) não apresentou. A variável “morar com o pai do bebê” agiu de forma protetiva para não evoluir com sintomas da DPP. No quesito morar com mais pessoas da família no mesmo domicílio encontrou-se um p tendencioso a significância; um total de 13 participantes moravam com mais pessoas da família no mesmo domicílio e 6 delas (46,2%) desenvolveram sintomas de DPP. Neste contexto, há um estudo que afirma que mulheres que viviam em famílias nucleadas apresentou uma redução dos índices de DPP, por outro lado, mulheres que viviam com famílias polinucleares apresentavam maior incidência de DPP. (29).

No que se refere ao escore da Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo, pode-se rastrear 16 puérperas (27%) de um total de 59 que expressaram frequência de sintomas de risco para o surgimento da DPP. Para uma análise mais específica, o score tem que deve apresentar pontuação acima de 10 pontos, para considerar-se a probabilidade da sintomatologia de depressão. (10,30,31).

Já na análise do formulário da Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo, foi notório que a maioria das puérperas não pensam nenhuma vez(em) fazer mal a si mesmas e muito menos se sentem infelizes ou têm dificuldade de dormir. Embora muitas mulheres criem uma idealização da relação mãe-bebê, regada de um amor incondicional, porém a adaptação inicial do bebê com a família, algumas vezes pode ser de forma conflituosa e tensa, o que traz uma vulnerabilidade, pois gera frustação por não conseguir manter o cuidado com o bebê idealizado ou fantasiado pela gestante acarretando, assim, em uma série de sintomas depressivos que refletem em toda dinâmica familiar (32).  Observou-se, também, que as puérperas apresentaram capacidade de rir tanto como antes, e, que a minoria destas, tem sido capaz de rir menos do que antes. Esse pequeno número de puérperas, são consideradas como grupo de risco para desenvolver a sintomatologia depressiva, pois a mãe se defronta com uma nova realidade que aumenta a responsabilidade por ter alguém que dependa totalmente dela a partir de agora. (30). Vale ressaltar, que as puérperas do tocante estudo foram bem aparadas por uma rede de apoio, conforme os números encontrados, fato esse que, provavelmente, permitiu fortalecer a autoestima e a confiança pelo fato de sentirem-se amparadas e fortes para enfrentar as dificuldades do novo ciclo. (30, 32-34).

Esta pesquisa viabilizou um mapeamento das puérperas que possuíam sintomatologia de DPP, no local onde foi realizado o estudo e retratou as condições sociodemográficas deste público, o quê acredita-se que será capaz de sensibilizar gestores e profissionais da saúde para o planejamento de intervenções que possam auxiliar na assistência a puérpera neste ciclo tão crucial para o desenvolvimento do bebê.

CONCLUSÃO

O presente estudo culminou com uma DPP de 27,5% parturientes, e que existem uma relação de fatores que podem desencadear a DPP, possibilitando um perfil clínico epidemiológico das puérperas. Além disso, no tocante ao presente, conclui-se que as que já apresentavam doenças psiquiátricas prévias, apresentaram sintomática depressiva. As que coabitavam com outros membros da família, por sua vez, possuíam maior tendência ao desenvolvimento de DPP. Noutro norte, as genitoras que residiam com o pai dos infantes (recém-nascidos), não desenvolveram a DPP, o que demonstra um fator protetivo resultante da presença do pai do menor (por ocasião ou em data anterior ao seu nascimento da criança). As demais não tiveram significância estatística em relação ao desfecho clínico.

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TABELAS

Tabela 1 – Características sociodemográficas das puérperas e sua associação com a Escala de depressão Pós-Parto de Edimburgo (EPDS).

TotalDepressão
NÃO
Depressão
SIM
p
Idade
18-41 anos
5943(26,8%)16(27,55%)0,718
Cor
Branca5240(76,9%)12(23,1%)0,77
Parda41(25%)3(75%)0,77
Preta32(66,7)1(33,3%)0,77
Estado Civil
Casada3626(72,2%)10(27,8)0,827
União Estável3626(72,2%)10(27,8)0,827
Solteiro2216(72,7%)6(27,3%)0,827
Separada11(100%)0(0%)0,827
Profissão
Dona de casa1912(63,2%)7(36,8%)0,247
Outras4031(77,5%)9(22,5%)0,247
Escolaridade
Ensino Fundamental completo53(60%)2(40%)0,925
Ensino Fundamental incompleto128(66,7%)4(33,3%)0,925
Ensino Médio completo2317(73,9%)6(26,1%)0,925
Ensino Médio incompleto43(75%)1(25%)0,925
Superior Completo1210(83,3%)2(16,7%)0,925
Superior incompleto32(66,7%)1(33,3%)0,925
Religião
Católica3929(74,4%)10(25,6%)0,129
Evangélica1613(81,2%)3(18,8%)0,129
Protestante10(0%)1(100%)0,129
Não declarada31(33,3%)2(66,7%)0,129
DM
Sim10(0%)1(100%)0,098
Não5843(74,1%)15(25,9%)0,098
Doenças Psiquiátricas
Sim41(25%)3(75%)0,028
Não5441(75,9%)13(24,1%)0,028
Aleitamento Materno
Sim5540(72,7%)15(27,3%)0,921
Não43(75%)1(25%)0,921
Gravidez Planejada
Sim3323(69,7%)10(30,3%)0,535
Não2620(76,9%)6(23,1%)0,535
Gravidez Desejada pela Gestante
Sim5139(76,5%)12(23,5%)0,117
Não84(50%)4(50%)0,117
Gravidez Desejada pelo Parceiro
Sim5239(75%)13(25%)0,318
Não74(57,1%)3(42,9%)0,318
Gravidez Desejada pela Família
Não64(66,7%)2(33,3%)0,718
Rede de Assistência nas Atividades Domésticas e com o Bebê
Sim3326(78,8%7(21,2%)0,25
Não2617(65,4%)9(34,6%)0,25
Número de Partos
12521(84%)4(16%)0,37
21913(68,4%)6(31,6%)0,37
385(62,5%)3(37,5%)0,37
432(66,7%)1(33,3%)0,37
5101(100%)0,37
Mora com o pai do bebê
Sim5843(74,1%)15(25,9%)0,098
Não10(0%)1(100%)0,098
Mora com mais pessoas da família
Sim137(53,8%)6(46,2%)0,08
Não4636(78,3%10(21,7%)0,08

GRÁFICOS

Gráfico 1 – Análise do formulário da Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo, aplicada as puérperas, e sua associação desfecho.

Gráfico 2 – Análise do formulário da Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo, aplicada as puérperas, e sua associação desfecho.


¹Acadêmicos do curso de Medicina da Universidade do Sul de Santa Catarina Tubarão SC

²Médico Psiquiatra Especialista em Psicopediatria e Professor do curso de Medicina da Universidade do Sul de Santa Catarina Tubarão SC.

3Doutor em Ciências Médicas e Professor do curso de Medicina da Universidade do Sul de Santa Catarina Tubarão SC.

4Médico Ginecologista e Obstetra e Professor do curso de Medicina da Universidade do Sul de Santa Catarina Tubarão SC.