PREVALENCE OF CERVICAL OSTEOPHYTOSIS IN AN OSTEOLOGICAL COLLECTION FROM THE NORTHEAST REGION OF BRAZIL AND ITS RELATIONSHIP WITH SEXUAL DIMORPHISM AND AGE RANGE
REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/fa10202507301343
Jorge Eberson de Oliveira Santana1, Mariana Mesquita Silva1, Lanna Louise Costa Campos Luz1, Géssica Albuquerque Pedroza Dias1, Julia Palácio Magnago Riemma1, Iara Teixeira da Silva1, Maria Alice Santos Nardini1, Carla Giselly Gomes de Carvalho1, Erasmo de Almeida Júnior2, Émerson de Oliveira Ferreira2
RESUMO
Um dos segmentos do corpo que apresentam grande variabilidade de suas estruturas são o crânio e a pelve, inclusive sendo muito utilizados no estudo do dimorfismo sexual em Antropologia Forense. A coluna vertebral é um segmento do corpo que apresenta também várias alterações morfológicas de suas vértebras. Com o passar dos anos, a coluna vertebral pode apresentar algumas alterações como o aparecimento de osteofitose, que diminui muito a qualidade de vida dos seus portadores. Osteofitose cervical é uma condição não inflamatória caracterizada por calcificação ou ossificação ao longo de ligamentos paravertebrais anterolaterais da coluna cervical sendo comuns nos idosos, com prevalência de 20 a 30%, e podem ser uma causa de disfagia nessa população. O objetivo do nosso estudo foi verificar a prevalência de osteófitos cervicais em uma Coleção Osteológica da Região Nordeste do Brasil e sua relação com o dimorfismo sexual e faixa etária. Para o nosso estudo foram utilizadas 392 ossadas secas de adultos, sendo 146 ossadas do sexo feminino e 246 ossadas do sexo masculino. A amostra está compreendida na faixa etária entre 20 e 102 anos, todos da Região Nordeste do Brasil, em especial do Estado de Sergipe. As observações foram realizadas por dois pesquisadores devidamente calibrados com o tema. Após a análise dos dados, verificamos que das 392 ossadas, 153 (39,03%) não apresentaram osteófitos em nenhuma das vértebras, enquanto 239 (60,97%) apresentaram esta alteração, pelo menos em uma das vértebras. Com relação a presença de osteófito por vértebra na amostra total, encontramos os seguintes resultados. C1 foi encontrada com osteófito em 79 ossadas, representando 20,15% dos casos. C2 em 86 ossadas (21,94%), em vértebra típica 142 (36,22%) e em C7 104 casos, representando 26,53% dos casos analisados. Analisando a relação de osteofitose com a faixa etária verificamos o seguinte. No grupo de ossadas que não apresentaram a presença de osteófitos (n=153) a maioria dos casos se localizaram na faixa etária entre 20 e 30 anos com 35,3% dos casos, seguido de 23,5% na faixa de 31 a 40 anos. Com relação ao grupo que apresentou casos de osteófitos (n=239), a maioria se encontrou na faixa etária de 61 a 70 anos com 23,01% dos casos, seguido de 20,08% na faixa de 71 a 80 anos. Com isto verificamos que quanto maior for a faixa etária maior propensão de se encontrar osteófitos. Esperamos que mais estudos sejam realizados em nossa população, devido à grande miscigenação encontrada em nosso país.
Palavras-chave: prevalência, osteófitos, vértebras cervicais secas.
ABSTRACT
The skull and pelvis are two of the body segments with significant structural variability, and these are often used in the study of sexual dimorphism in forensic anthropology. The spine also exhibits several morphological changes in its vertebrae. Over time, the spine may undergo changes such as osteophytosis, which significantly reduces the quality of life of those affected. Cervical osteophytosis is a non-inflammatory condition characterized by calcification or ossification along the anterolateral paravertebral ligaments of the cervical spine. It is common in the elderly, with a prevalence of 20 to 30%, and can be a cause of dysphagia in this population. The objective of our study was to determine the prevalence of cervical osteophytes in an osteological collection in the Northeast region of Brazil and their relationship with sexual dimorphism and age. For our study, 392 dry adult bones were used, 146 female and 246 male. The sample ranged in age from 20 to 102 years, all from the Northeast region of Brazil, specifically the state of Sergipe. The observations were carried out by two researchers duly calibrated in the subject. After data analysis, we found that of the 392 bones, 153 (39.03%) did not present osteophytes in any of the vertebrae, while 239 (60.97%) presented this alteration in at least one of the vertebrae. Regarding the presence of osteophytes per vertebra in the total sample, we found the following results. C1 was found with osteophytes in 79 bones, representing 20.15% of the cases. C2 in 86 bones (21.94%), in typical vertebrae 142 (36.22%) and in C7 104 cases, representing 26.53% of the cases analyzed. Analyzing the relationship between osteophytosis and age group, we found the following. In the group of bones that did not present the presence of osteophytes (n = 153), most cases were located in the age group between 20 and 30 years old with 35.3% of cases, followed by 23.5% in the range of 31 to 40 years old. Regarding the group that presented cases of osteophytes (n = 239), the majority were found in the age group of 61 to 70 years old with 23.01% of cases, followed by 20.08% in the range of 71 to 80 years old. Thus, we found that the older the age group, the greater the propensity of finding osteophytes. We hope that more studies will be conducted in our population, given the high level of racial admixture found in our country.
Keywords: prevalence, osteophytes, dry cervical vertebrae.
Introdução
Em Anatomia, variação anatômica é um desvio da morfologia normal de um órgão ou estrutura de um indivíduo que não traz prejuízo à função, podendo ocorrer interna ou externamente. Além disto, existe os fatores gerais de variação do corpo humano que são: idade, sexo, raça, biotipo e evolução, ocorrendo também fatores individuais como impressões digitais e arcadas dentárias (DÂNGELO; FATTINI, 2007). Um dos segmentos do corpo que apresentam grande variabilidade de suas estruturas são o crânio e a pelve, inclusive sendo muito utilizados no estudo do dimorfismo sexual em Antropologia Forense. A coluna vertebral é um segmento do corpo que apresenta também várias alterações morfológicas de suas vértebras. Esta estrutura pertence ao esqueleto axial e é composta por 33 vértebras sobrepostas, oferecendo ao corpo forte sustentação com flexibilidade necessária para movimentação do tronco (MOORE; DALLEY, 2007; RIZZI et al. 2015). Entre suas funções está a de proteger a medula espinhal, suporte e mobilidade da cabeça e fixação de diversos músculos (DANGELO; FATTINI, 2007). Com o passar dos anos, a coluna vertebral pode apresentar algumas alterações como o aparecimento de osteofitose, que diminui muito a qualidade de vida dos seus portadores. Osteofitose cervical é uma condição não inflamatória caracterizada por calcificação ou ossificação ao longo de ligamentos paravertebrais anterolaterais da coluna cervical. Osteófitos cervicais são comuns nos idosos, com prevalência de 20 a 30%, e podem ser uma causa de disfagia nessa população. Geralmente são achados radiológicos assintomáticos ou provocam sintomas pouco específicos, como limitação do movimento cervical ou dor local. Caso sejam mais volumosos, podem chegar a comprimir a parede posterior da faringe ou do esôfago, levando à disfagia orofaríngea. As causas plausíveis incluem osteoartrite, doenças inflamatórias e degenerativas da coluna (AIRES et al., 2022; NAMKING et al., 2013). O objetivo do nosso estudo é verificar a prevalência de osteófitos cervicais em uma Coleção Osteológica da Região Nordeste do Brasil e sua relação com o dimorfismo sexual e faixa etária.
Material e métodos
Para o nosso estudo foram utilizadas 392 ossadas secas de adultos, sendo 146 ossadas do sexo feminino e 246 ossadas do sexo masculino. A amostra está compreendida na faixa etária entre 20 e 102 anos, todos da Região Nordeste do Brasil, em especial do Estado de Sergipe. Estas ossadas tinham sexo e idade conhecidos com absoluta segurança e foram obtidos de acordo com a lei Nº 8501 de 1992, que trata do uso de cadáveres não reclamados com a finalidade de estudos e pesquisas. Todas estas ossadas pertencem ao acervo do Centro de Antropologia Forense da Faculdade de Medicina da FAP-Araripina, localizada no Estado de Pernambuco, Brasil. Esta Coleção Osteológica é composta de 500 esqueletos catalogados por sexo e idade e está cadastrada no site da Forensic Anthropology Society of Europe (FASE). O critério de inclusão para este estudo, foi selecionar as ossadas que apresentaram todas as vértebras cervicais. Para coleta dos dados, foi utilizado o método de abordagem indutivo com técnica de observação sistemática e direta para coleta dos dados destas vértebras e procedimento descritivo para análise dos mesmos. As observações foram realizadas por dois pesquisadores devidamente calibrados com o tema.
Resultados e discussão
Após observarmos todas as ossadas, verificamos a presença de osteofitose em todas as vértebras cervicais, ou seja, em C1, C2, em uma das vértebras típicas (C3, C4, C5 e C6) e em C7. Consideramos a presença de osteófitos tanto na margem superior como na margem inferior do corpo em C2, nas vértebras típicas e na C7, sendo que na C1 observamos a presença desta estrutura nas margens superior e inferior do arco anterior (Figuras 1, 2, 3 e 4).
Figura 1. Presença de osteófito em C1, margem inferior do arco anterior.

Figura 2. Presença de osteófito em C2, margem inferior do corpo.

Figura 3. Presença de osreófito em uma vértebra típica. Margens superior e inferior do corpo.

Figura 4. Presença de osteófito em C7. Margens superior e inferior do corpo.

Após a análise dos dados, verificamos que das 392 ossadas, 153 (39,03%) não apresentaram osteófitos em nenhuma das vértebras, enquanto 239 (60,97%) apresentaram esta alteração, pelo menos em uma das vértebras (Tabela 1).
Tabela 01. Presença e ausência de osteófitos (n=392)
Amostra total – 392 ossadas | Número de ossadas | Porcentagem |
Ausente | 153 | 39,03% |
Presente | 239 | 60,97% |
Com relação a presença de osteófito por vértebra, encontramos os seguintes resultados. C1 foi encontrada com osteófito em 79 ossadas, representando 20,15% dos casos. C2 em 86 ossadas (21,94%), em vértebra típica 142 (36,22%) e em C7 104 casos, representando 26,53% dos casos analisados. Verificamos que o maior número de casos foi observado em vértebras típicas (Tabela 2).
Tabela 02. Presença de osteófitos por vértebra (n=392)
Amostra total – 392 ossadas | C1 | C2 | Vértebra típica | C7 |
Quantidade e porcentagem | 79 (20,15%) | 86 (21,94%) | 142 (36,22%) | 104 (26,53%) |
Em 246 ossadas pertencentes ao sexo masculino, C1 apresentou osteófito em 78 delas (31,71%), C2 em 91 ossadas (36,99%), vértebra típica em 123 (50,00%) e C7 108 casos, representando 43,90%. Observamos que em vértebra típica, metade dos casos (50,00%) houve a presença de osteócitos (Tabela 3).
Tabela 03. Presença de osteófitos por vértebra no sexo masculino (n=246)
Amostra do sexo masculino – 246 ossadas | C1 | C2 | Vértebra típica | C7 |
Quantidade e porcentagem | 78 (31,71%) | 91 (36,99%) | 123 (50,00%) | 108 (43,90%) |
Nas ossadas do sexo feminino observou-se o seguinte. C1 apresentou 43 casos (29,45%), C2 40 casos (27,40%), vértebra típica 72 casos (49,32%) e C7 60 casos, representando 41,10%. Também no sexo feminino, as vértebras típicas apresentaram maior porcentagem de casos, quase a metade (Tabela 4).
Tabela 04. Presença de osteófitos por vértebra no sexo feminino (n=146)
Amostra do sexo feminino – 146 ossadas | C1 | C2 | Vértebra típica | C7 |
quantidade e porcentagem | 43 (29,45%) | 40 (27,40%) | 72 (49,32%) | 60 (41,10%) |
Analisando agora a relação de osteofitose com a faixa etária verificamos o seguinte. No grupo de ossadas que não apresentaram a presença de osteófitos (n=153) a maioria dos casos se localizaram na faixa etária entre 20 e 30 anos com 35,3% dos casos, seguido de 23,5% na faixa de 31 a 40 anos. Com relação ao grupo que apresentou casos de osteófitos (n=239), a maioria se encontrou na faixa etária de 61 a 70 anos com 23,01% dos casos, seguido de 20,08% na faixa de 71 a 80 anos. Com isto verificamos que quanto maior for a faixa etária maior propensão de se encontrar osteófitos (Tabela 5).
Tabela 5. Presença de osteófitos com relação a faixa etária
Faixa etária | Sem osteófito | Com osteófito |
20 a 30 anos | 54 (35,3%) | 20 (8,36% |
31 a 40 anos | 36 (23,5%) | 16 (6,69%) |
41 a 50 anos | 23 (15,0%) | 20 (8,37%) |
51 a 60 anos | 14 (9,1%) | 31 (12,97%) |
61 a 70 anos | 12 (7,8%) | 55 (23,01%) |
71 a 80 anos | 08 (5,2%) | 48 (20,08%) |
81 a 90 anos | 04 (2,6%) | 39 (16,32%) |
90 + | 02 (1,3%) | 10 (4,2%) |
Total | 153 | 239 |
Durante alguns anos, estudos vêm sendo realizados com relação a prevalência de osteófitos cervicais e sua relação com a idade, sexo, etnia e clínica médica em diversas populações. No ano de 2011, Chanapa e Mahakkanukrauh tiveram como objetivos estudar a localização e o tamanho dos osteófitos nas vértebras cervicais. Utilizaram duzentas colunas cervicais (139 homens e 61 mulheres), com idade média de 71 anos (36-98 anos). De acordo com os resultados, osteófitos foram encontrados em 184 colunas (92%), a maioria em C5, C6, C4, C7 e C3 (83, 77, 74, 65 e 64%, respectivamente). No nosso estudo também encontramos maior prevalência de osteófitos nas vértebras típicas igualmente a este. Ainda no mesmo ano de 2011,Verlaan et al. concluíram em seu estudo que o local mais comum de acometimento de osteófitos foi entre as vértebras C3 e C5. Afirmaram ainda que as excrescências ósseas costumam variar de 1 a 2 mm, mas podem chegar a 30 mm. Um ano depois, em 2012, Astik e Dave tiveram como objetivo em seu estudo estimar as alterações anatômicas médias na coluna vertebral cervical devido à ocorrência de osteófitos e mudanças nos diâmetros sagitais do canal vertebral cervical na população indiana. Dissecaram 50 cadáveres humanos adultos (25 homens e 25 mulheres) e obtiveram 200 radiografias simples em vista lateral da coluna cervical de pacientes vivos (100 homens e 100 mulheres) para análises morfométricas e radiológicas. De acordo com os resultados, encontraram osteófitos posteriores com mais frequência do que anteriores, sendo que a maior frequência de osteófitos posteriores foi observada em C5, e de osteófitos anteriores, na C6. Este é outro estudo em que a prevalência de osteófitos foram maiores nas vértebras típicas, semelhante aos nossos resultados. Em 2013, Namking et al. realizaram um estudo com o objetivo de verificar a prevalência e a distribuição da formação de osteófitos vertebrais na população do nordeste tailandês. Duzentas colunas vertebrais tailandesas, provenientes de 120 homens e 80 mulheres com idades entre 18 e 94 anos, foram examinadas quanto à presença de osteófitos. Nos níveis cervicais, os locais mais frequentes foram C5 (46%), C6 (44%) e C4 (38%). Concluíram que a frequência de formação de osteófitos em todos os níveis vertebrais aumentou significativamente com a idade e que entre os sexos, a formação de osteófitos ocorreu com maior frequência em homens do que em mulheres. Nossos resultados também demonstraram estes dados, ou seja, maior frequência de osteócitos nas vértebras típicas e seu aumento também relacionado com a idade. Passados um ano, Aires et al. (2014), demonstraram que a disfagia por osteofitose cervical pode levar a complicações como desnutrição, perda de peso e pneumonia aspirativa. Os autores relatam o caso de um paciente masculino de 66 anos com disfagia tipo engasgo para sólidos e refluxo nasal de alimentos há 1 ano. Tomografia computadorizada de coluna cervical identificou a presença de osteófitos cervicais anteriores entre as vértebras C3 e C6, o maior com diâmetro anteroposterior de 12 milímetros. Ezra et al. (2019), tiveram como objetivo determinar a prevalência e a gravidade da osteofitose cervical em uma grande população de estudo. De acordo com os resultados, a maior prevalência de osteófitos foi encontrada no segmento de movimento C5/C6 (48,2%), seguido por C4/C5 (44,1%) e, por último, C6/C7 e C3/C4 (40,5%). Segundo os autores, osteófitos graves são mais comumente vistos no segmento de movimento C5/C6. Este também é mais um estudo em que os resultados foram semelhantes ao nosso, ou seja, maior prevalência de osteófitos em vértebras típicas. Ezra, Kedar e Salame (2021) tiveram como objetivo em seu estudo, explorar a presença de osteófitos nas vértebras C3 a C7. A amostra do estudo compreendeu 273 esqueletos humanos de ambos os sexos, com idades entre 20 e 93 anos, armazenados no Museu de História Natural, OH, EUA. A maior prevalência de osteófitos foi encontrada na vértebra C5, a menor em C7. Não foram observadas diferenças significativas entre sexo e etnia. No ano seguinte, Sluis et al. (2022) relatam que a estimativa da idade ao morrer é uma etapa essencial em estudos bioarqueológicos e forenses quando restos mortais humanos são encontrados, pois isso também pode contribuir para a identificação do indivíduo. Segundo os autores, a formação de osteófitos na coluna vertebral aumenta com a idade e isso pode ser usado como um possível método de estimativa da idade ao morrer. Constatamos também que a prevalência de osteófitos estão relacionados com o aumento da idade. Nisanci e Ozyurt (2023) tiveram como objetivo avaliar os osteófitos observados nas vértebras cervicais de indivíduos geriátricos em vários parâmetros. Utilizaram 764 indivíduos, sendo 413 do sexo masculino e 351 do sexo feminino. Um total de 1209 osteófitos foram encontrados nestes indivíduos. Segundo os autores, a formação de osteófitos aumentou com a idade nos indivíduos e a formação de osteófitos foi observada com mais frequência em homens quando comparados a mulheres. Em um estudo mais recente, Wu, Wang e Li (2024) relatam que osteófitos são frequentemente observados em idosos e aparecem mais comumente na borda anterior do corpo das vértebras cervicais, e continuam se desenvolvendo ao longo do tempo, causando dor no pescoço. Ainda segundo os autores, a medição precisa do comprimento do osteófito anterior e a compreensão da progressão temporal do crescimento deste osteófito são de vital importância para os clínicos, a fim de planejar um tratamento eficaz. De acordo com a literatura citada, houve unanimidade em dizer que as vértebras típicas apresentam maior prevalência de osteófitos e que aumentam esta porcentagem com o passar dos anos.
Conclusão
A prevalência de formação de osteófitos nas colunas vertebrais da população da Região Nordeste do Brasil foi mais observada nas vértebras típicas. A formação de osteófitos aumentou significativamente com a idade e foi mais frequente no sexo masculino. Esperamos que mais estudos sejam realizados em nossa população, devido à grande miscigenação encontrada em nosso país.
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1Graduandos do Curso de Medicina da FAP-Araripina (PE)
2Docentes do Curso de Medicina da FAP-Araripina (PE)