REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/th102501200153
Maria Luzielly Rocha dos Santos¹
Jacob Rocha Eremita²
Haértori da Silva Leal³
RESUMO
Introdução: Atualmente as cervicalgias são muito comuns em acadêmicos, geralmente devido a sua má postura. A presença de estresses mecânicos constantemente impostos a essa área, pode gerar sintomas agudos e progredir para disfunções crônicas. Os dados mostram que no Brasil, aproximadamente 49% dos jovens acadêmicos sofrem com esses distúrbios na região do pescoço. Objetivo: Analisar a prevalência de dor cervical e sua influência na vida acadêmica de discentes de uma instituição de ensino superior. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de campo, descritiva e observacional, de natureza quantitativa. Realizada em uma instituição de educação superior privada no Piauí, entre os meses de setembro a dezembro de 2024. A população da pesquisa foram os acadêmicos matriculados no curso de fisioterapia, pelo cálculo amostral tendo como parâmetro uma população finita (n=141), prevalência de 50%, precisão de 5% e intervalo de confiança de 95%, totalizando a amostra de 104 indivíduos. Foram utilizados o Questionário de Dados Sociodemográficos, o Questionário de dor e incapacidade cervical: Oswestry Neck Pain and Disability Questionnaire e o Questionário de desconforto cervical e sua influência no dia a dia: Neck Bournemouth Questionnaire. Os dados foram analisados pelo programa Microsoft Excel de estatísticas analíticas e descritivas. O estudo foi produzido com base na resolução n.° 466/12 do Conselho Nacional de Saúde e aprovado na Plataforma Brasil. Resultados: Dos 104 participantes, 88 (84,6%) eram mulheres e 16 (15,4%) eram homens, com idades variadas entre 18 e 46 anos. A prevalência de dor cervical foi de 76% (n=79) e em 39,4% (n=41) dos entrevistados era acompanhada de cefaleia. O tempo de estudos por dia mais comum foi de 3 a 5 horas (38,5%, n=40) e a maioria dos discentes pratica algum tipo de atividade física (62,5%, n=65). A intensidade da dor foi considerada zero, leve ou moderada em grande parte dos casos (96,2%, n=100) e não implicou alterações negativas no cuidado pessoal, trabalho, levantamento de pesos, condução, sono e recreação, porém, a capacidade de se concentrar, ler e a dor de cabeça foram bastante afetadas. Além disso, a recuperação da dor cervical foi limitada e uma porcentagem significativa (61,5%, n=64; 39,4%, n=41) relatou níveis moderados a intensos de ansiedade e tristeza, respectivamente. Conclusão: A prevalência da dor cervical foi de 76% (n=79) dos estudantes universitários. A relação entre dor cervical e fatores posturais e psicossociais, como estresse e ansiedade, foi evidenciada, indicando que a dor cervical pode ser agravada pelo contexto acadêmico. Os exercícios físicos mostraram benefícios para a dor cervical, porém, a eficácia dessas atividades ainda necessita de mais investigação.
Palavras–chave: Dor cervical. Vida acadêmica. Fisioterapia.
INTRODUÇÃO
Atualmente as cervicalgias são muito comuns em acadêmicos, geralmente devido a sua má postura. A coluna cervical é um segmento do corpo responsável pela sustentação de estruturas que formam a cabeça, ainda assim seu mecanismo flexível permite sua mobilidade. Dessa forma, ela é composta por sete vértebras organizadas em sobreposição de C1 a C7 e possui uma curvatura lordótica iniciada a partir de forças impostas sobre a coluna durante a infância. Devido ao seu padrão anatômico, a cervical proporciona uma amplitude de movimento (ADM) durante as atividades de vida diárias (AVDs). Portanto, a presença de estresses mecânicos constantemente impostos a essa área, pode gerar sintomas agudos e progredir para disfunções crônicas (Neto et al., 2021).
Em nível mundial as cervicalgias se caracterizam por um estado doloroso e de diminuição da (ADM), devido a sua ocorrência a saúde e a qualidade de vida podem ser comprometidas. Nessa conjuntura, nota-se que os estudantes dedicam boa parte do seu tempo em postura de flexão da cabeça, essa conduta é considerada um dos fatores que mais acometem a porção cervical. Os dados epidemiológicos mostram que no Brasil, aproximadamente 49% dos jovens acadêmicos sofrem com esses distúrbios na região do pescoço (Sousa; Silva; Sousa, 2021).
A postura estática adquirida pela maioria dos estudantes durante um longo período acaba influenciando no surgimento da dor cervical. Geralmente, a postura estática também está associada ao mau posicionamento corporal, a posturas viciosas com flexão do segmento cervical e à posição sentada. Além de outros fatores, como a falta de atividades físicas, o uso de dispositivos eletrônicos, tabagismo e alterações psicológicas que geram maior tensão na musculatura cervical. Desse modo, a causa da dor cervical pode ser multifatorial e ter ligações com aspectos biopsicossociais (Zheng et al., 2022).
Estudos relatam que a dor do pescoço em estudantes pode ser influenciada pelo membro superior que o indivíduo usa para escrever. Esse uso contínuo do membro gera fadiga muscular pela redução da energia presente na contração, diminuindo também o aporte sanguíneo local. A resposta fisiológica a esse esforço muitas vezes é a dor, como forma de sinalizar uma possível lesão. Nesse contexto, o incômodo causado pela dor constante pode impedir o paciente de realizar tarefas comuns (Yan et al., 2023).
Analisando a complexidade e a relevância do tema, além da suscetibilidade à exposição dos acadêmicos à dor cervical e a negligência implicada nos fatores relacionados ao surgimento e aos efeitos da mesma. Essa pesquisa planejou investigar as repercussões da dor cervical na vida acadêmica de estudantes do curso de fisioterapia, considerando seus hábitos de vida, os fatores sociodemográficos e as atividades diárias. Acredita-se que existe uma prevalência significativa de dor cervical em estudantes universitários, reduzindo significativamente a qualidade de vida e impactando o bem-estar físico, emocional e o desempenho acadêmico. O objetivo da presente pesquisa foi analisar a prevalência de dor cervical e sua influência na vida acadêmica de discentes de uma instituição de ensino superior.
REFERENCIAL TEÓRICO
Coluna Cervical
A coluna vertebral humana é dividida em quatro segmentos: cervical, torácica, lombar e sacral. A coluna cervical é constituída por sete vértebras que, juntamente com os ligamentos, músculos e estruturas cartilaginosas, como os discos intervertebrais, permitem os movimentos necessários para a realização de tarefas. Além disso, a coluna cervical também contém a medula espinhal, raízes nervosas, meninges e vasos sanguíneos responsáveis por irrigar o cérebro e a cabeça. Por ser ligada a estruturas tão complexas, alterações nesse segmento podem levar a sintomas clínicos importantes (Rahman; Das, 2020).
A biomecânica da coluna cervical funciona com o objetivo de manter a posição da cabeça e do tronco de forma que não ocasione sobrecargas, instabilidades, desgastes ou deformidades nas estruturas cervicais. A carga imposta nos segmentos depende da posição corporal do indivíduo, desse modo, a carga da posição sentada difere de quando o indivíduo está ereto, adicionando uma maior tensão nos músculos posteriores do pescoço, dificultando a manutenção da extensão cervical por fadiga muscular. Estudos demonstram que a biomecânica cervical considerada normal é aquela que não impõe tensões exageradas nos músculos, estiramentos nos ligamentos ou cargas anormais nos discos cartilaginosos, ou facetas (Lee, 2022).
A coluna cervical ainda sofre modificações decorrentes de outras estruturas, como os ombros e a coluna torácica. Assim, a posição dos ombros, rupturas musculares, calcificações ou estiramentos influem no alinhamento, na biomecânica e na amplitude de movimento da porção cervical (Katsuura et al., 2020). Os músculos do manguito rotador e o complexo escapulotorácico atuam na relação ombro-cervical e toracocervical. Desse modo, equilíbrio da coluna torácica implica na disposição da coluna cervical, alterando sua curvatura. Patologias presentes nos ombros e/ou no segmento torácico devem ser examinadas no diagnóstico de sintomas cervicais (Kalinsky et al., 2020; Abelin-Genevois, 2021).
Dor cervical
A cervicalgia é o sintoma mais comum nas disfunções cervicais e está frequentemente associado com a manutenção de uma má postura. A anteriorização da cabeça é o evento mais comum e está relacionado com a dor cervical (Ribeiro et al., 2019). Essas dores estão geralmente associadas a radiculopatias, essa condição é caracterizada por disfunção do nervo espinhal ou das raízes nervosas e sua etiologia é habitualmente atribuída à compressão mecânica ou irritação das raízes nervosas. Entre os sintomas associados está a dor no pescoço e nos membros superiores (Alshami; Bamhar., 2021).
Ainda assim, pode-se notar que exposição a estresses duradouros, ansiedade e depressão, são variáveis de risco para dores no pescoço. No que diz respeito a implicações biológicas, a dor cervical pode suceder como repercussões de doenças, como distúrbios neuromúsculoesqueléticos ou doenças autoimunes (Kazeminasab et al., 2022). Diante disso, é possível observar que a graduação pode ser desgastante para a saúde dos acadêmicos. A tensão dos estudos e a falta de atividade física, tornam os estudantes susceptíveis a desenvolver problemas musculoesqueléticos (Behera et al., 2020).
Estudos também demonstram que um longo período de abaixamento da cabeça poderia advir dores na região do pescoço, assim como o uso constante de aparelhos eletrônicos como smartphone e computador. Em suma, é possível considerar que a dor cervical é muito abrangente, sendo considerada multifatorial com determinantes individuais, físicos e psico-sociais que intensificam sua manifestação e persistência, podendo ser provinda da postura sentada de maneira inadequada ou até mesmo de problemas emocionais (Gao et al., 2023).
Influência da dor cervical na vida acadêmica
A dor cervical é bastante comum no ambiente acadêmico, essa dor pode causar incapacidades nos indivíduos, geralmente leves, porém, quando se torna crônica e de acordo com sua intensidade pode levar o estudante a diminuir seu desempenho nas atividades. Esse sintoma pode ser piorado por más posturas, levantamento de peso, leituras prolongadas, grande tempo usando eletrônicos, estresse, sedentarismo e pela má qualidade de sono. Esses hábitos são comuns na vida da maioria dos acadêmicos (Gul et al., 2024; Ghafoor et al., 2024).
No estudo conduzido por Shahzad et al. (2023), foi mostrado que a cervicalgia causa mais incapacidade em jovens do que outros problemas comuns de saúde, como a asma. O uso de bebidas alcoólicas e drogas também se mostrou menos incapacitante do que a dor cervical na vida dos jovens. Em geral, a incapacidade gerada pela dor cervical é de leve a moderada, e uma parcela mínima mostra essa dor gravemente incapacitante, porém, a incapacidade moderada tem grande possibilidade de se tornar grave, se não houver as intervenções necessárias. Desse modo, a cervicalgia se torna um problema preocupante que requer atenção e estudos especializados.
Em outro ponto de vista, há questões emocionais e psicológicas influenciadas pela dor cervical. Galijašević et al. (2024) em seu estudo, apontou uma forte ligação entre a presença de dor cervical, a restrição de amplitude de movimento da região cervical, a incapacidade gerada por ela e a presença de depressão em estudantes. Nesse contexto, a dor cervical pode causar problemas psicológicos como ansiedade e depressão, mas também pode decorrer desses problemas.
Outras complicações advindas da dor cervical são os distúrbios do sono, problemas em participar da vida diária, restrição da mobilidade, diminuição do tempo de estudo, dificuldade em realizar atividades cotidianas, cefaleia, aumento do estresse emocional e distúrbios musculoesqueléticos nos ombros, braços e dedos das mãos. Esses distúrbios influenciam em como o indivíduo se comporta e na sua capacidade física e mental, tendo efeitos significativos no âmbito acadêmico (Kaljić et al., 2022).
Fisioterapia no tratamento da dor cervical
A fisioterapia tem se mostrado bastante eficaz quando se trata de intervenções no manejo de pacientes com enxaqueca provinda de disfunções na coluna cervical, abordando tanto as causas quanto os sintomas. Estudos indicam que a terapia manual, exercícios específicos, mobilizações, técnicas de alongamento e relaxamento são componentes essenciais no tratamento fisioterapêutico da dor cervical. A terapia manual, é um exemplo, que pode ajudar a aliviar a dor através da manipulação das articulações e tecidos moles, enquanto os exercícios fortalecem os músculos que envolvem o pescoço, melhorando sua estabilidade e desempenho (Tolentino et al., 2021).
Além da terapia manual e exercícios, a educação do paciente é importante para o tratamento fisioterapêutico quando se trata de dor cervical. Podendo ser por meio de instruções sobre ergonomia, e ajustes posturais, dessa forma os pacientes podem aprender a prevenir reincidentes e controlar os sintomas. A prática dos exercícios prescritos por fisioterapeutas pode ajudar a manter a flexibilidade e a força muscular, reduzindo a incidência de dor e melhorando a qualidade de vida. A abordagem educativa também inclui estratégias para a gestão do estresse, sendo frequentemente um fator contribuinte para a tensão muscular e a dor cervical (Peña et al., 2023).
Ainda assim, a utilização de modalidades terapêuticas, como a eletroterapia e a terapia com calor ou frio não devem ser esquecidas, pois essas abordagens também podem ser adicionadas ao tratamento da dor cervical. Essas estratégias auxiliam na redução da dor e inflamação, contribuindo para o relaxamento muscular. A combinação dessas técnicas com a terapia manual e exercícios personalizados proporciona uma abordagem abrangente e eficaz no tratamento da dor cervical. Um exemplo seria o ultrassom terapêutico, seu principal benefício é a redução da dor, além de ser um procedimento seguro e bastante eficiente (Qing et al., 2021).
METODOLOGIA
O tipo de pesquisa e abordagem
A presente pesquisa foi classificada como pesquisa de campo, descritiva e observacional, de natureza quantitativa.
A pesquisa de campo tem características que levam o pesquisador a se direcionar ao local da pesquisa para buscar os dados diretamente com a população. Essa forma de estudo beneficia a troca de informações e a imersão do pesquisador no tema abordado e no campo de pesquisa escolhido. O estudo de campo necessita de elementos como a amostragem, instrumentos e técnicas para a realização da pesquisa e a análise dos dados (Guerra, 2023).
No estudo descritivo são utilizados dados qualitativos ou quantitativos, visando descrever informações baseadas nestes dados, sem alterações. Esse tipo de pesquisa é bastante realizada na área das ciências humanas, como forma de buscar, analisar e apresentar informações sobre determinada população, local ou questão. Pode ser feita por meio de questionários ou entrevistas, sem procurar explicar ou aplicar algum método, apenas observar os fatos (Deckert; Wilson, 2023).
A pesquisa observacional desempenha um papel fundamental nas ciências sociais e comportamentais, possibilitando a obtenção sistemática e direta de dados em ambientes naturais, sem intervenção direta do pesquisador. A observação fornece dados sobre o comportamento humano relacionado a processos de saúde e contexto social. Esse método possibilita a investigação detalhada de comportamentos, interações sociais e fenômenos naturais em um cenário real, oferecendo informações valiosas para entender complexidades que podem não ser capturadas em outros tipos de pesquisa (Gemmae et al., 2022).
Na abordagem quantitativa, o interesse é coletivo, ou seja, o foco não é individual e sim no grupo estudado no campo de pesquisa. Esse método permite que haja a definição de tendências presentes no cotidiano com dados representativos e objetivos. Desta forma, o pesquisador se orienta por analisar e avaliar uma variável na coleta de dados para um registro quantitativo. O pesquisador coleta valores que descrevem os dados obtidos, esses são alcançados por meio de estudos e cálculos. Dessa maneira, esse tipo de pesquisa permite o acesso a valiosas informações da população estudada (Mussi et al., 2019).
O campo de pesquisa foi uma instituição de educação superior privada, localizada em uma cidade interiorana do Piauí. O município tem uma área territorial de cerca de 577,248 km² com densidade demográfica de 143,93 habitantes por quilômetro quadrado, está localizado na região centro-sul do Piauí e é banhado pelas águas do Rio Guaribas (IBGE, 2022).
Entende-se, portanto, que o campo de pesquisa escolhido foi ideal, já que universidades são ambientes onde jovens adultos passam longas horas em atividades acadêmicas e sedentárias. Por exemplo, estudos prolongados, mudanças de hábito, estresse, além do uso de smartphones e computadores, podem propiciar problemas relacionados à postura e musculoesqueléticos, incluindo a dor cervical. De tal forma, foi possível realizar a aplicação da metodologia do presente estudo.
População e amostra a ser analisada
A população visada para a realização da pesquisa, foram os acadêmicos matriculados no curso de fisioterapia de uma instituição de ensino superior privada do centro-sul do Piauí. Os participantes da pesquisa incluíram indivíduos com idade entre 18 e 59 anos, sem distinção de sexo e aspectos demográficos, que aceitem participar da pesquisa por meio da assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (APÊNDICE A). Foram descartados os que recusaram participar do estudo, menores de idade, gestantes, deficientes físicos e pessoas que estavam matriculadas em outros cursos da instituição. Estimou-se o quantitativo por cálculo amostral tendo como parâmetro uma população finita (n=141), prevalência de 50% de dor cervical em discentes, precisão de 5% e intervalo de confiança de 95%, totalizando a amostra de 104 indivíduos.
Instrumentos e técnicas de coleta de dados
Para o início da pesquisa, foi requerida à direção da instituição de ensino superior a liberação para a realização de todos os estágios da pesquisa. Após a liberação, foram recolhidos os dados dos participantes que aceitaram participar da pesquisa entre os meses de outubro e novembro de 2024, nos dias letivos e nos horários dos intervalos das aulas, assim como a instituição aprovou.
O recolhimento dos dados foi feito mediante a abordagem dos acadêmicos de fisioterapia que tinham interesse em participar da pesquisa. Desse modo, os participantes que aceitaram se envolver no estudo foram convidados a assinar o termo de consentimento livre e esclarecido (APÊNDICE A) em duas vias, uma para o participante e outra para os pesquisadores, confirmando a sua participação e concordando com todos os estágios da pesquisa.
O estudo foi executado através da entrega de questionários aos acadêmicos. Esses foram preenchidos pelos participantes e entregues novamente aos pesquisadores com data e hora marcadas para melhor controle na análise dos dados. Os questionários estão descritos a seguir:
Questionário sociodemográfico (APÊNDICE B)
- Questionário de Dados Sociodemográficos
Neste questionário foram investigados fatores como sexo, idade, curso, ocupação, estado civil, presença de dor cervical, prática de atividade física, entre outros. Esses dados são importantes para a associação de determinado fator à presença de dor cervical e auxiliam na tomada de decisões.
Questionário de dor e incapacidade cervical (ANEXO A)
- Oswestry Neck Pain and Disability Questionnaire
Esse questionário fornece informações aos pesquisadores sobre a intensidade da dor cervical e de como essa dor afeta na vida cotidiana dos indivíduos, oferecendo dados sobre a concentração, tempo de leitura, problemas no sono e recreação, entre outros. As questões levantadas por ele são relacionadas à vida acadêmica em sua maioria e auxiliam na percepção de como ela é alterada.
Questionário de Bournemouth no Pescoço (ANEXO B)
- Neck Bournemouth Questionnaire
Esse questionário é uma ferramenta utilizada para avaliar dor e incapacidade em pacientes com cervicalgia. É composto por várias perguntas que ajudam a quantificar a intensidade da dor, o impacto na qualidade de vida e possíveis respostas quando se trata do controle da dor.
Análise de dados
Após a coleta de dados, houve a análise dos mesmos utilizando o programa Microsoft Excel (versão 16.0.14026.20246) de estatísticas analíticas e descritivas. As variantes qualitativas estão apresentadas na frequência absoluta (n) e na frequência relativa (%). Já as variantes numéricas estão apresentadas pela média ± desvio padrão.
Aspectos éticos
Esta pesquisa foi submetida e aprovada na Plataforma Brasil, a base nacional para o registro de pesquisas que envolvem seres humanos em todo o sistema CEP/Conep. Onde foi apreciada pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos da Universidade Federal do Piauí – (parecer nº 7.261.799), sendo assim, a coleta de dados se iniciou posteriormente à aprovação. Além disso, foi produzido com base na resolução n.° 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE A) em duas vias, esse termo fornece informações detalhadas sobre o estudo. Incluindo, o objetivo da pesquisa, os procedimentos envolvidos, os direitos dos participantes, a garantia do sigilo e confidencialidade das informações pessoais dos participantes, os benefícios esperados, os possíveis riscos, e a confirmação de que a pesquisa não causa danos ou prejuízos aos participantes.
Benefícios e riscos
Os benefícios da seguinte pesquisa para os participantes foram o entendimento sobre as causas, consequências e alternativas de tratamento para a dor cervical. Quando possível, foi auxiliado a tomada de decisões sobre seu tratamento por meio do uso de materiais educativos sobre prevenção e tratamento da dor cervical, durante a realização da pesquisa. Para os pesquisadores, a pesquisa representou um avanço acadêmico no conhecimento da área, fornecendo dados que podem auxiliar no desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas, na evolução das práticas atuais e na identificação de áreas que ainda precisam ser estudadas. No âmbito da pesquisa, o estudo contribuiu para a ampliação da base de evidências científicas, como forma de permitir uma melhor compreensão dos fatores associados à dor cervical. Consequentemente, a disseminação desse tipo de pesquisa é essencial para o manejo da dor cervical, buscando beneficiar tanto a prática clínica quanto a saúde dos pacientes.
Os riscos nos quais os participantes envolvidos no estudo estavam expostos são o desconforto emocional, o constrangimento e o estresse quando questionados em relação à dor, a preocupação com a proteção de seus dados e o risco de contaminação pelo vírus da Covid-19. Os sintomas emocionais devido à pesquisa foram contornados por meio da individualização dos questionários, cada participante foi abordado privadamente, onde somente o indivíduo teve acesso à pesquisa e não foi exposto a qualquer desconforto público. A confidencialidade dos dados está sob responsabilidade dos pesquisadores, esses dados foram resguardados sigilosamente, onde somente os pesquisadores têm acesso. A prevenção da contaminação por Covid-19 foi feita por meio do uso de álcool em gel, máscaras e a manutenção do distanciamento social.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após a abordagem pessoal, 104 alunos do curso de fisioterapia aceitaram participar da pesquisa, entre os quais 88 (84,6%) eram mulheres e 16 (15,4%) eram homens, com idades variadas entre 18 e 46 anos. Na análise das respostas dos participantes, foi observado que a maioria era solteira (98,1%, n=102) e tinha como ocupação somente os estudos (100%, n=104). Sobre a dor cervical, essa condição esteve presente em 76% (n=79) dos entrevistados e em 39,4% (n=41) era acompanhada de cefaléia. Os aspectos quanto ao estilo de vida, indicaram que o tempo de estudos por dia mais comum foi de 3 a 5 horas (38,5%, n=40) e a maioria dos discentes pratica algum tipo de atividade física (62,5%, n=65).
A intensidade da dor foi considerada zero, leve ou moderada em grande parte dos casos (96,2%, n=100) e não implicou alterações negativas no cuidado pessoal, trabalho, levantamento de pesos, condução, sono e recreação, porém, a capacidade de se concentrar, ler e a dor de cabeça foram bastante afetadas. Embora 23,1% (n=24) dos participantes não relataram dor, 14,4% (n=15) indicaram dificuldades leves em atividades recreativas. Além disso, a recuperação da dor cervical foi limitada e uma porcentagem significativa (61,5%, n=64; 39,4%, n=41) relatou níveis moderados a intensos de ansiedade e tristeza, respectivamente.
Quadro 1 – Questionário de dados sociodemográficos.
Variáveis | N | % |
Idade | ||
Entre 18 – 25 anos | 101 | 97,2 |
Entre 26 – 33 anos | 2 | 1,9 |
Entre 34 – 42 anos | 0 | 0,0 |
Entre 43 – 50 anos | 1 | 1,0 |
Sexo | ||
Masculino | 16 | 15,4 |
Feminino | 88 | 84,6 |
Estado civil | ||
Solteiro (a) | 102 | 98,1 |
Casado (a) | 2 | 1,9 |
Divorciado (a) | 0 | 0,0 |
Viúvo (a) | 0 | 0,0 |
Ocupação | ||
Estudante | 104 | 100 |
Outras | 0 | 0,0 |
Curso | ||
Fisioterapia | 104 | 100 |
Você tem dores no pescoço? | ||
Sim | 79 | 76,0 |
Não | 25 | 24,0 |
Além de dores no pescoço, você tem dores em outras regiões do corpo? | ||
Sim, na cabeça. | 41 | 39,4 |
Sim, nos ombros. | 35 | 33,7 |
Sim, nos braços. | 3 | 2,9 |
Não tenho dores em outras regiões do corpo. | 25 | 24,0 |
Tempo de estudo e realização de tarefas acadêmicas por dia: | ||
Menos de 3 horas. | 37 | 35,6 |
De 3 a 5 horas. | 40 | 38,5 |
De 5 a 7 horas. | 20 | 19,2 |
Mais de 7 horas. | 7 | 6,7 |
Pratica alguma atividade física? Se sim, qual? | ||
Sim | 65 | 62,5 |
Não | 39 | 37,5 |
Atividades físicas | ||
Musculação | 53 | 50,9 |
Futebol | 8 | 7,6 |
Boxe | 1 | 1,0 |
Caminhada | 3 | 2,9 |
Pilates | 1 | 1,0 |
Corrida | 6 | 5,7 |
Voleibol | 3 | 2,9 |
Capoeira | 2 | 1,9 |
Beach Tennis | 2 | 1,9 |
Fonte: dados dos pesquisadores, 2024.
Conforme o Quadro 1, a prevalência apontada para dor cervical em estudantes universitários foi de 76% (n=79), número considerado alto e preocupante. Uma porcentagem próxima a essa foi alcançada no estudo conduzido por Almutairi et al., em 2024. A pesquisa foi realizada com 263 alunos da Universidade Majmaah, na Arábia Saudita, e cerca de 79% destes apresentavam cervicalgia. Desse modo, a dor cervical é um sintoma comum entre os estudantes, podendo se tornar crônica e levar a outras condições e incapacidades. Evidenciando a necessidade de medidas preventivas no ambiente universitário, para minimizar os impactos negativos na qualidade de vida.
A relação da cervicalgia com a alta presença dor de cabeça e nos ombros (72,1%, n=76), indicada no Quadro 1, se explica pela biomecânica intrínseca dessas estruturas. Dores nessas regiões podem estar acompanhadas ou serem resultados da limitação da amplitude de movimento cervical. A dor de cabeça advinda das alterações cervicais é chamada de cefaleia cervicogênica e não é um problema incomum, existente entre 15 a 20% dos casos de dor crônica na cabeça. A dor referida pode decorrer da irritação dos nervos espinhais superiores, entre C1 e C3 e levar ao tensionamento dos músculos occipitais, temporais e trapézio ipsilateral (Verma; Tripathi; Chandra, 2021).
Conforme os dados sobre o tempo de estudo, a maioria dos estudantes universitários dedica entre 3 a 5 horas diárias a tarefas acadêmicas (38,5%, n=40), seguido por 35,6% (n=37) que estudam menos de 3 horas e uma pequena parcela que ultrapassa 5 horas. Esse cenário pode estar relacionado à alta prevalência de cervicalgia encontrada no estudo realizado por Tourinho e Junior (2020), no qual foi observada uma prevalência de 63,3% de dor cervical na amostra de estudantes de Fisioterapia. Nessa pesquisa os fatores mais mencionados pelos estudantes ao serem questionados sobre as possíveis causas das dores cervicais que vivenciam foram a postura adotada na sala de aula e durante as horas de estudo fora da classe, uso de notebooks, smartphones e tablets.
Ainda assim, os dados mostram que (62,5%, n=65) dos estudantes praticam alguma atividade física, sendo a musculação a mais comum (50,9%, n=53), seguida por esportes como futebol (7,6%, n=8) e corrida (5,7%, n=6). Dessa forma, entende-se que a prática regular de exercícios pode influenciar na presença de dor cervical, já que atividades físicas fortalecem a musculatura do pescoço, ombros e escápulas, auxiliando na manutenção da postura e na prevenção de dores. No entanto, foi destacado que existe pouca evidência de que o fortalecimento dessas regiões seja eficaz para reduzir a dor cervical, sugerindo que o impacto pode variar dependendo do tipo de atividade física, frequência e postura adotada durante o exercício (Jones; Jadhakhan; Falla, 2024).
Quadro 2 – Oswestry Neck Pain and Disability Questionnaire
Afirmações | N | % |
Intensidade da Dor | ||
Não sinto dor no momento. | 42 | 40,4 |
A dor é muito leve no momento. | 18 | 17,3 |
A dor é moderada no momento. | 40 | 38,5 |
A dor é bastante intensa no momento. | 3 | 2,9 |
A dor é muito forte neste momento. | 1 | 1,0 |
A dor é a pior que se pode imaginar no momento. | 0 | 0,0 |
Cuidados Pessoais (lavar, vestir, etc.) | ||
Posso cuidar de mim normalmente sem causar dor extra. | 88 | 84,6 |
Posso cuidar de mim normalmente, mas isso causa dor extra. | 12 | 11,5 |
Sou lento e cuidadoso porque me dói olhar atrás de mim mesmo. | 1 | 1,0 |
Preciso de ajuda, mas cuido da maior parte dos meus cuidados pessoais. | 2 | 1,9 |
Preciso de ajuda todos os dias na maioria dos aspectos do cuidado. | 0 | 0,0 |
Não me visto, lavo com dificuldade e fico na cama. | 1 | 1,0 |
Levantamento | ||
Posso levantar pesos pesados sem dor extra. | 63 | 60,6 |
Posso levantar pesos pesados, mas isso causa dor extra. | 38 | 36,5 |
Não consigo levantar pesos pesados do chão, mas consigo levantá-los se estiverem convenientemente posicionados como numa mesa. | 3 | 2,9 |
Não consigo levantar pesos pesados, mas consigo levantar pesos leves a médios se eles estiverem convenientemente posicionados. | 0 | 0,0 |
Não consigo levantar peso devido a dores no pescoço. | 0 | 0,0 |
Leitura | ||
Posso ler o quanto quiser sem dor no pescoço. | 24 | 23,1 |
Posso ler o quanto quiser com uma leve dor no pescoço. | 50 | 48,1 |
Posso ler o quanto quiser com dores moderadas no pescoço. | 27 | 26,0 |
Não consigo ler tanto quanto quero devido a dor moderada no pescoço. | 3 | 2,9 |
Mal consigo ler por causa das fortes dores no pescoço. | 0 | 0,0 |
Dores de cabeça | ||
Não tenho nenhuma dor de cabeça. | 15 | 14,4 |
Tenho leves dores de cabeça que ocorrem com pouca frequência | 38 | 36,5 |
Tenho dores de cabeça moderadas que ocorrem com pouca frequência. | 20 | 19,2 |
Tenho dores de cabeça moderadas frequentes. | 26 | 25,0 |
Tenho dores de cabeça moderadas frequentes. | 4 | 3,8 |
Tenho fortes dores de cabeça o tempo todo. | 1 | 1,0 |
Concentração | ||
Posso me concentrar totalmente quando quero, sem dificuldade. | 29 | 27,9 |
Consigo concentrar-me totalmente quando quero, com ligeira dificuldade. | 28 | 26,9 |
Tenho um certo grau de dificuldade em concentrar-me quando quero. | 35 | 33,7 |
Tenho muita dificuldade em me concentrar quando quero. | 11 | 10,6 |
Não consigo me concentrar de jeito nenhum. | 1 | 1,0 |
Trabalho | ||
Posso trabalhar tanto quanto quiser. | 68 | 65,4 |
Só posso fazer meu trabalho normal, mas nada mais. | 25 | 24,0 |
Posso fazer a maior parte do meu trabalho habitual, mas nada mais. | 10 | 9,6 |
Não posso fazer meu trabalho habitual. | 0 | 0,0 |
Mal consigo fazer qualquer trabalho. | 1 | 1,0 |
Não consigo fazer nenhum trabalho. | 0 | 0,0 |
Condução | ||
Posso dirigir meu carro sem dor no pescoço. | 78 | 75,0 |
Posso dirigir meu carro o tempo que quiser com uma leve dor no pescoço. | 20 | 19,2 |
Posso dirigir meu carro o tempo que quiser com dores moderadas no pescoço. | 4 | 3,8 |
Não posso dirigir meu carro pelo tempo que quiser. | 0 | 0,0 |
Mal consigo dirigir por causa de fortes dores no pescoço. | 0 | 0,0 |
Não consigo dirigir meu carro de jeito nenhum. | 2 | 1,9 |
Dormir | ||
Não tenho problemas para dormir. | 61 | 59,2 |
Meu sono é levemente perturbado (menos de 1 hora sem dormir). | 17 | 16,5 |
Meu sono é levemente perturbado (1 hora sem dormir). | 11 | 10,7 |
Meu sono é moderadamente perturbado (2 a 3 horas sem dormir). | 6 | 5,8 |
Meu sono é muito perturbado (4 a 5 horas sem dormir). | 7 | 6,8 |
Meu sono é completamente perturbado (6 a 7 horas sem dormir). | 1 | 1,0 |
Recreação | ||
Consigo realizar todas as minhas atividades recreativas sem dores no pescoço. | 63 | 60,6 |
Consigo realizar todas as minhas atividades recreativas com algumas dores no pescoço. | 35 | 33,7 |
Sou capaz de participar na maioria das minhas atividades recreativas habituais, mas não em todas. | 4 | 3,8 |
Consigo participar em algumas das minhas atividades recreativas habituais. | 1 | 1,0 |
Quase não consigo fazer atividades recreativas. | 1 | 1,0 |
Não posso fazer nenhuma atividade recreativa devido a dores no pescoço. | 0 | 0,0 |
Fonte: dados dos pesquisadores, 2024.
O Quadro 2 evidencia os impactos da dor cervical nas atividades diárias. A intensidade da dor cervical no momento em que os indivíduos responderam os questionários foi descrita como nenhuma dor no momento, dor leve ou moderada geralmente (96,2%, n=100). Tais dados condizem com os achados da pesquisa realizada por Desai e Ansari (2022), relatando que apesar da dor cervical ser uma condição comum, a sensação descrita pela maioria dos pacientes não é excruciante, porém, leva a incômodos e incapacidades.
Os cuidados pessoais, descritos no quadro acima, foram considerados pelos entrevistados, atividades não interferidas pela dor cervical. Em geral, 84,6% (n=88) dos participantes conseguem realizar todos os cuidados pessoais sem dor extra e não precisam de ajuda no desempenho de tarefas como vestir-se e lavar-se. Entretanto, quando se trata de dor crônica no pescoço, estudos apontam repercussões diferentes na inaptidão e qualidade de vida. Os pacientes se tornam dependentes de outras pessoas para realizar tarefas básicas do dia a dia, dependendo da etiologia e da gravidade de sua limitação (Childress; Stuek, 2020).
O transporte e levantamento de cargas pesadas influi significativamente no surgimento das dores musculoesqueléticas, devido à sobrecarga mecânica, principalmente na região da coluna vertebral e dos membros superiores. Indivíduos abordados na presente pesquisa relataram, em 36,5% (n=38) dos casos, o aumento da dor causado pelo levantamento de pesos pesados. Já 60,6% (n=63) dos participantes, podem levantar qualquer peso sem dor extra. Um estudo transversal exploratório realizado na Tanzânia, por Kadota et al., (2020), comprovou o aumento do desconforto e das lesões musculoesqueléticas com o prolongamento da exposição a cargas pesadas.
Dentre as variáveis apresentadas no Quadro 2, a leitura foi uma das mais prejudicadas pela cervicalgia. A maioria dos alunos salientou a dificuldade de permanecer lendo por maior período sem dores no pescoço. 77% (n=80), indicaram que a posição de leitura causa dor leve a moderada no pescoço. Tal postura é classificada como “pescoço de texto” na literatura, caracterizada pela retificação da curvatura lordótica do segmento cervical devido à manutenção da flexão da cabeça. A posição prolongada da cabeça inclinada para frente durante a interação com dispositivos eletrônicos, aumenta significativamente a carga sobre a coluna cervical. Desse modo, a cada 15 graus de inclinação da cabeça, o peso percebido pela cervical aumenta exponencialmente, causando desde dores musculares e cefaleias, até degenerações precoces articulares e nos discos intervertebrais. Estratégias como pausas regulares, ajustes ergonômicos e fortalecimento muscular, são recomendadas para mitigar os impactos dessa postura pelo uso errôneo de computadores e smartphones, como elucidado por Tsantili, Chrysikos e Troupis (2022).
A perturbação da capacidade de concentração também é um dado preocupante, cerca de 45,3% (n=47) dos estudantes consideram que se concentrar é uma tarefa difícil e 26,9% (n=28) têm ligeira dificuldade. O estudo conduzido por Czępińśka, Zawadka e Gawda (2024), demonstrou resultados semelhantes a esses. Onde, a habilidade de concentração e aprendizagem foi consideravelmente afetada em alunos, bem como problemas na leitura, trabalho e sono. Além disso, todas essas estatísticas foram relacionadas à presença de dor cervical.
Como citado acima, o trabalho é conjuntamente impactado pela disfunção cervical. Oliv et al., (2019), em sua pesquisa, descreve que altos níveis de dor no pescoço levam ao afastamento periódico do trabalho. Indicando que o absenteísmo pelo desconforto cervical é comum em trabalhadores e está relacionado a exposição a demandas laborais. Desse modo, quanto maior a demanda aplicada ao trabalhador, maiores as chances do comprometimento cervical e afastamento. No presente estudo, os indivíduos entrevistados, em sua maioria (96,2%, n=100), não relataram altos níveis de dor, em concordância, a habilidade laboral está preservada, em geral (65,4%, n=68).
A cervicalgia ainda pode afetar a capacidade de direção, devido a postura adquirida de flexão dos membros superiores e constante movimento, podem repercutir sintomas se houver alterações estruturais como tensão muscular ou diminuição da amplitude de movimento da secção cervical. Segundo Agarwal et al., (2024), estão amplamente relativas a essa limitação, etiologias consideradas mais graves, como a mielopatia espondilótica. Referente ao Quadro 2, pessoas com leve restrição cervical não têm comprometimentos na condução de veículos (75%, n=78).
Relacionado a qualidade de sono, foi observado conforme o Quadro 2 e após a análise dos dados, que indivíduos que descreveram maior intensidade da dor também tinham o sono mais perturbado (mais do que 4 horas sem dormir) (7,8%, n=8). Apesar de ser uma população pequena, essa informação é importante para avaliar os efeitos negativos da dor cervical na qualidade de vida. No mais, grande parte da amostra (59,2%, n=61) não apresentou problemas para dormir. Tais dados estão consoantes ao afirmado pelo estudo de carácter observacional transversal produzido por Andreucci et al., (2020), indicando forte correlação entre dor cervical e qualidade do sono.
Gráfico 1 – Escala visual analógica de (EVA)
Fonte: dados dos pesquisadores, 2024.
A Escala Visual Analógica foi empregada para os estudantes indicarem a gravidade da sua dor cervical. A análise dos resultados apresentados no Gráfico 1 revelou que uma porção significativa dos estudantes relatou um nível moderado de dor cervical, com 21,2% (n=22) dos participantes marcando 5 pontos na escala. Esse dado está alinhado com os resultados do trabalho de Silva et al., (2020), no qual a maioria dos participantes indicou dor de grau 4, sugerindo uma prevalência considerável de dor cervical em níveis intermediários entre os indivíduos estudados.
Quadro 3 – Neck Bournemouth Questionnaire
1-Durante a última semana, qual foi o nível de dor do seu pescoço? | |||
PONTUAÇÃO EVA | DESCRIÇÃO | N | % |
0 | Sem dor | 24 | 23,1 |
1 | Dor muito leve | 10 | 9,6 |
2 | Dor leve | 13 | 12,5 |
3 | Dor leve a moderada | 13 | 12,5 |
4 | Dor moderada | 11 | 10,6 |
5 | Dor moderada a intensa | 10 | 9,6 |
6 | Dor intensa | 13 | 12,5 |
7 | Dor intensa a muito intensa | 7 | 6,7 |
8 | Dor muito intensa | 1 | 1 |
9 | Dor quase insuportável | 0 | 0 |
10 | Nível máximo de dor | 2 | 1,9 |
2-Durante a última semana, quanto a sua dor no pescoço prejudicou nas suas atividades diárias (trabalho de casa, tomar banho, colocar roupa, levantar, ler e dirigir)? | |||
0 | Não prejudicou | 50 | 48,1 |
1 | Prejuízo muito leve | 12 | 11,5 |
2 | Prejuízo leve | 10 | 9,6 |
3 | Prejuízo leve a moderado | 10 | 9,6 |
4 | Prejuízo moderado | 10 | 9,6 |
5 | Prejuízo moderado a intenso | 6 | 5,8 |
6 | Prejuízo intenso | 3 | 2,9 |
7 | Prejuízo intenso a muito intenso | 2 | 1,9 |
8 | Prejuízo muito intenso | 1 | 1 |
9 | Prejuízo severo | 0 | 0 |
10 | Incapaz de desenvolver atividades | 0 | 0 |
3-Durante a última semana, quanto a sua dor no pescoço prejudicou nas suas atividades recreativas, sociais e familiares? | |||
0 | Não prejudicou | 58 | 55,8 |
1 | Prejuízo muito leve | 11 | 10,6 |
2 | Prejuízo leve | 15 | 14,4 |
3 | Prejuízo leve a moderado | 7 | 6,7 |
4 | Prejuízo moderado | 5 | 4,8 |
5 | Prejuízo moderado a intenso | 3 | 2,9 |
6 | Prejuízo intenso | 3 | 2,9 |
7 | Prejuízo intenso a muito intenso | 2 | 1,9 |
8 | Prejuízo muito intenso | 0 | 0 |
9 | Prejuízo severo | 0 | 0 |
10 | Incapaz de desenvolver atividades | 0 | 0 |
4- Durante a última semana, você sentiu-se ansioso (tenso, nervoso, irritado, com dificuldade para se concentrar/relaxar)? | |||
0 | Não ansioso | 13 | 12,5 |
1 | Ansiedade muito leve | 7 | 6,7 |
2 | Ansiedade leve | 11 | 10,6 |
3 | Ansiedade leve a moderada | 9 | 8,7 |
4 | Ansiedade moderada | 10 | 9,6 |
5 | Ansiedade moderada a intensa | 12 | 11,5 |
6 | Ansiedade intensa | 7 | 6,7 |
7 | Ansiedade intensa a muito intensa | 8 | 7,7 |
8 | Ansiedade muito intensa | 9 | 8,7 |
9 | Ansiedade severa | 7 | 6,7 |
10 | Nível máximo | 11 | 10,6 |
5- Durante a última semana, você sentiu-se deprimido (“para baixo, triste, pessimista, infeliz”)? | |||
0 | Não triste | 19 | 18,3 |
1 | Tristeza muito leve | 11 | 10,6 |
2 | Tristeza leve | 5 | 4,8 |
3 | Tristeza leve a moderada | 11 | 10,6 |
4 | Tristeza moderada | 11 | 10,6 |
5 | Tristeza moderada a intensa | 11 | 10,6 |
6 | Tristeza intensa | 8 | 7,7 |
7 | Tristeza intensa a muito intensa | 10 | 9,6 |
8 | Tristeza muito intensa | 7 | 6,7 |
9 | Tristeza severa | 5 | 4,8 |
10 | Nível máximo | 6 | 5,8 |
6-Durante a última semana, quanto a sua dor no pescoço piorou (ou poderia ter piorado) com o trabalho (tanto em casa como fora)? | |||
0 | Não piorou | 42 | 40,4 |
1 | Muito leve | 11 | 10,6 |
2 | Levemente | 10 | 9,6 |
3 | Leve a moderado | 14 | 13,5 |
4 | Moderadamente | 5 | 4,8 |
5 | Moderado a intenso | 8 | 7,7 |
6 | Intensamente | 3 | 2,9 |
7 | Intenso a muito intenso | 7 | 6,7 |
8 | Muito intensamente | 3 | 2,9 |
9 | Severamente | 1 | 1 |
10 | Piorou ao nível máximo | 0 | 0 |
7- Durante a última semana, quanto você conseguiu controlar (reduzir) sozinho a sua dor no pescoço | |||
0 | Sem redução | 39 | 37,5 |
1 | Redução muito leve | 13 | 12,5 |
2 | Redução leve | 13 | 12,5 |
3 | Redução leve a moderado | 9 | 8,7 |
4 | Redução moderada | 7 | 6,7 |
5 | Redução moderado a boa | 7 | 6,7 |
6 | Redução boa a significativa | 4 | 3,8 |
7 | Redução significativa | 6 | 5,8 |
8 | Redução muito significativa | 0 | 0 |
9 | Redução quase total | 1 | 1 |
10 | Redução total | 5 | 4,8 |
Fonte: dados dos pesquisadores, 2024.
O Quadro 3 mostra dados referente à dor cervical da última semana e como ela evoluiu ou prejudicou o voluntário.
Analisando esse quadro pode-se notar que, apesar de uma parcela considerável dos participantes não demonstrarem dor cervical significativa ou prejuízos nas atividades diárias e recreativas, muitos ainda enfrentam dores moderadas a intensas, afetando suas rotinas. Enquanto 23,1% (n=24) indicaram ausência de dor e 48,1% (n=50) não relataram dificuldades nas atividades diárias, 14,4% (n=15) apontaram dificuldades leves, evidenciando o impacto da dor na qualidade de vida. De acordo com Dias et al., (2023), a dor cervical e a mobilidade limitada interferem no controle postural, dificultando atividades diárias e sociais. Indivíduos com dores severas ou mobilidade comprometida enfrentam maiores dificuldades em manter posturas estáveis, afetando diretamente a funcionalidade. Mesmo alterações leves podem prejudicar o desempenho em tarefas que exigem posturas prolongadas, mostrando a relevância do controle e manejo adequado da dor cervical.
Sabe-se portanto, que o aumento da dor na região cervical e nos ombros ao final do período letivo está relacionado às posturas mantidas pelos estudantes durante as atividades acadêmicas ao longo do semestre, bem como às tensões acumuladas no período, incluindo estresse, ansiedade e outros sintomas associados (Macedo et al., 2022). Diante do que foi dito, e revendo os resultados do presente trabalho, a relação entre dor cervical e fatores emocionais também foi evidente, com 11,5% (n=12) dos participantes relatando níveis moderados a intensos de ansiedade. Isso aponta para uma possível interação entre dor física e saúde mental.
Ainda em relação à associação entre as variáveis psicológicas e a dor cervical é possível observar a influência que esses fatores destacam em questões emocionais e no desempenho da saúde e qualidade de vida das pessoas. Em um estudo desenvolvido por Toledo et al., (2023), é apontado que sintomas de ansiedade têm uma influência marcante, contribuindo para uma redução significativa nos aspectos físicos e mentais da qualidade de vida. No contexto apresentado, é possível perceber como estados emocionais afetam diretamente os indivíduos. O esquema ilustrado, evidencia que 10,6% (n=11) dos participantes apresentam níveis moderados de tristeza, um fator que agrava as condições de saúde física e emocional dos participantes.
Conforme Verwoerd et al., (2023), a recuperação da dor cervical e da incapacidade associada é mais significativa nas semanas iniciais, apresentando uma redução considerável no progresso a partir desse ponto. Diante disso, no Quadro 3 é identificado que a capacidade de controle da dor cervical também foi um desafio para muitos participantes, embora 40,4% (n=42) não tenha apresentado agravamento de dor cervical, 37,5% (n=39) relataram não conseguir reduzir a dor, 12,5% (n=13) mencionaram uma redução muito leve, e apenas 4,8% (n=5) conseguiram uma redução total. Isso indica que, para a maioria dos voluntários, as estratégias de alívio da dor ainda são limitadas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A dor cervical é uma condição prevalente entre estudantes universitários, com um impacto significativo nas atividades diárias, recreativas e sociais. Nessa perspectiva, a pesquisa revelou que, apesar da dor não ser incapacitante para todos, muitos estudantes enfrentam limitações na mobilidade e dificuldades em tarefas cotidianas. Em vista disso, a leitura, a capacidade de concentração e o sono perturbado são os aspectos mais prejudicados pela cervicalgia. Nesse sentido, a relação entre dor cervical e fatores posturais e psicossociais, como estresse e ansiedade, também foi evidenciada, indicando que a dor cervical pode ser agravada pelo contexto acadêmico.
Considerando que a prática de exercícios físicos pode beneficiar a musculatura cervical, a eficácia dessas atividades no alívio da dor ainda é limitada e necessita de mais investigação. Diante disso, este estudo visa explicar que o transporte e levantamento de cargas pesadas influenciam significativamente o surgimento de dores musculoesqueléticas. Além do mais, o tratamento da dor cervical, no entanto, exige uma abordagem multidisciplinar, podendo envolver fisioterapeutas, médicos, psicólogos e outros profissionais de saúde, que colaboram para um manejo mais eficaz. A combinação dessas abordagens tem se mostrado essencial para o controle da dor. Por fim, foi possível destacar que o controle da dor continua a ser um desafio para muitos estudantes, sendo crucial o acompanhamento contínuo para a melhoria da qualidade de vida e bem-estar dos pacientes.
No mais, os resultados obtidos fornecem informações para pesquisadores, pacientes e profissionais da saúde, ampliando o conhecimento sobre abordagens terapêuticas e a educação dos acadêmicos sobre sua condição, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida daqueles que enfrentam dor cervical.
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APÊNDICE A
1 Discente bolsista PIBIC/ Instituto de Educação Superior Raimundo Sá
2 Discente bolsista PIBIC/ Instituto de Educação Superior Raimundo Sá
3 Orientador PIBIC – Docente do Instituto de Educação Superior Raimundo Sá