PREVALÊNCIA DE CINESIOFOBIA ASSOCIADO A LESÃO EM INDIVÍDUOS PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO

PREVALENCE OF KINESIOPHOBIA ASSOCIATED WITH INJURY IN INDIVIDUALS WHO PRACTICE BODYBUILDS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12209562


Ilana Laura Vaquer Araújo da Rosa1
Kleber da Silva Vieira1
Eliziane das C. dos Santos Rios 2


RESUMO

A cinesiofobia é um termo introduzido para denominar o medo irracional, excessivo e limitante aos movimentos e atividades físicas, resultante de uma possível lesão física. OBIJETIVO: Avaliar a prevalência da cinesiofobia associado a lesão em indivíduos praticantes de musculação. Questionar os indivíduos praticantes de musculação sobre o histórico de lesão; Quantificar o nível cinesiofóbico dos indivíduos praticantes de musculação com e sem histórico de lesão; Comparar o nível cinesiofóbico dos indivíduos com e sem histórico de lesão. METODOLOGIA : O estudo é de caráter quantitativo, primário, observacional, transversal, descritivo exploratório, comparativo.  Ocorreu a seleção dos possíveis participantes da pesquisa conforme os critérios de inclusão e exclusão. Que responderão dois questionários onde o 1º foi um formmulario clinico de histórico de lesão o 2º é a escala tampa de cinesiofobia que por meio desses identificamos o nível cinesiofibico dos participantes. Os praticantes interessados assinarão um termo de responsabilidade/ consentimento para liberação do uso dos dados fornecidos e coletados através do formulário. RESUSTADO: Participarão desse estudo 50 voluntarios onde 35 eram do sexo feminono e 15 do sexo masculino sem limite de idade, residentes de porto velho, onde 52% possui histórico de lesão e 48% não tem histórico de lesão, e 82% não fazem acompanhamento preventivo de e só 16% tem um acompanhamento preventivo de lesão. Foi indentificado que os indivíduos com níveis leves de cinesiofobia tem mais facilidade de se recuperar de lesões do que indivíduos com níveis moderados ou graves. CONCLUSÃO: Contudo, emboar a nossa amosta tenha sido pequena, comparada com o número de praticantes de musculação da cidade de Porto Velho, os números mostram uma relevância significativa entre os niveis cinesiofobicos entre os sexos baseados na frequência que fazem musculação  e exercícios preventivos com a fisioterapia.

Palavras-chave: Cinesiofobia 1. Traumatismo em atletas 2. Treinamento de força 3.

ABSTRACT

Kinesiophobia is a term introduced to denote the irrational, excessive, and limiting fear of movement and physical activities, resulting from a potential physical injury. OBJECTIVE: To assess the prevalence of kinesiophobia associated with injury in individuals who engage in weight training. To inquire about the injury history of individuals who practice weight training; to quantify the kinesiophobic level of individuals who practice weight training with and without an injury history; to compare the kinesiophobic level of individuals with and without an injury history. METHODOLOGY: This study is quantitative, primary, observational, cross-sectional, descriptive, exploratory, and comparative. Potential research participants were selected according to inclusion and exclusion criteria. They responded to two questionnaires: the first was a clinical form on injury history, and the second was the Tampa Scale for Kinesiophobia, through which we identified the kinesiophobic level of the participants. Interested practitioners signed a responsibility/consent form for the release of the data provided and collected through the questionnaire. RESULTS: Fifty volunteers participated in this study, of which 35 were female and 15 were male, with no age limit, residing in Porto Velho. Of these, 52% had an injury history and 48% did not. Additionally, 82% did not have preventive follow-ups, and only 16% had preventive injury follow-ups. It was identified that individuals with mild levels of kinesiophobia recover from injuries more easily than individuals with moderate or severe levels. CONCLUSION: Although our sample was small compared to the number of weight training practitioners in the city of Porto Velho, the numbers show a significant relevance in the kinesiophobic levels between genders based on the frequency of weight training and preventive exercises with physiotherapy.

Keywords: Kinesiophobia 1. Trauma in athletes 2. Strength training 3.

INTRODUÇÃO

No cenário clínico, o medo do movimento é um fator que afeta diretamente no desempenho do atleta. A prevalência de cinesiofobia da dor persistente varia de 50 a 70% (Luque-Suarez et al., 2019). Um número considerável de estudos longitudinais descobriu que um alto nível de cinesiofobia na linha de base pode ser usado para prever a diminuição da qualidade de vida, aumento da dor e incapacidade (Liu et al., 2015; Helminen et al., 2016.)

Segundo alguns autores a Lesão Esportiva, doravante LE, é uma adversidade física e psicológica a ser enfrentada pelo atleta (Heil, 1993; Pargman, 2007; Samulski, 2009; Weinberg & Gould, 2008). O medo do movimento/ (re)lesão pode ser considerado um fator importante para a incapacidade, síndrome do desuso e depressão em pacientes com dor musculoesquelética, levando a um comportamento de evitação e medo de movimento/(re)lesão.

O indivíduo pode por consequência entrar em um ciclo mal adaptativo, de evitação de dor por interpretá-la de maneira distorcida (ruim). A catástrofe da dor leva ao medo do movimento e da reincidência de lesão que, por sua vez, aumenta o comportamento evitador, resultando ao longo do tempo, em desuso e incapacidade funcional (Vlaeyen et al.). Por isso, a identificação precoce de indivíduos que possuem cinesiofobia é fundamental para intervenções, com objetivo de minimizar os riscos de possíveis lesões e contribuir com o melhor desempenho do movimento desejado e qualidade de vida.  

Para isso, é importante que os profissionais de saúde responsáveis pela sua recuperação física compreendam que tal processo de reabilitação envolve componentes clínicos, psicológicos e sociais (Costa & Silva, 2013). Dessa forma, a identificação prematura de praticantes de musculação, que possuem cinesiofobia em grau moderado ou grave é de suma importância para possibilitar intervenções, com objetivo de minimizar os riscos de possíveis lesões e contribuir com o melhor desempenho do movimento desejado. 

Sendo assim, vale ressaltar a importância da concentração durante o exercício físico para um bom desenvolvimento da consciência corporal e boa prática dos movimentos, considerando que a hesitação do movimento pode aumentar o risco de lesões e (re) lesões.

METODOLOGIA

Esta pesquisa foi realizada com praticantes da modalidade de musculação da academia Fit + (mais) previamente autorizados no anexo A, com o objetivo de avaliar os níveis cinesiofóbicos da população selecionada. O público avaliado foi especificamente os alunos matriculados na academia Fit + (mais) de Porto Velho/RO, após a autorização do comitê de ética e pesquisa (CEP) das faculdades integradas Aparício Carvalho – FIMCA

Os instrumentos usados para pesquisa foram formulários de perguntas distribuídos para uma quantidade X de praticantes da modalidade sugerida, dentre eles, homens e mulheres sem faixa etária estabelecida. A partir disso, foi realizada a análise das respostas e a seleção do material de pesquisa. 

Para coleta de dados o estudo aconteceu com os seguintes instrumentos:

  • Termo de consentimento (anexo A);
  • Tampa Scale for Kinesiophobia (TSK): Escala autodeclarada, muito utilizada atualmente para avaliar a cinesiofobia. Essa escala consiste em um questionário auto explicativo, composto de 17 questões que abordam a dor e a intensidade dos sintomas. Os escores variam de um a quatro pontos, sendo que a resposta “discordo totalmente” equivale a um ponto, “discordo parcialmente”, a dois pontos, “concordo parcialmente”, a três pontos e “concordo totalmente”, a quatro pontos. Para obtenção do escore total final é necessária a inversão dos escores das questões 4, 8, 12 e 16. O escore final pode ser de, no mínimo, 17 e, no máximo, 68 pontos, sendo que, quanto maior a pontuação, maior o grau de cinesiofobia. (Apêndice A).
  • Formulário clínico onde foi feito uma triagem e um levantamento de histórico de lesão. 

Procedimentos:

Fase 1. Ocorreu a seleção dos possíveis participantes da pesquisa conforme os critérios de inclusão e exclusão. A seleção para a pesquisa foi realizada na academia de musculação FIT + (mais), após o devido consentimento do representante legal da academia (anexo B). 

Fase 2. Após o consentimento do representante no anexo B, levamos o formulário presente no apêndice A, para que os praticantes de musculação da academia pudessem preencher caso se interessem em fazer parte da pesquisa. Os praticantes interessados assinaram um termo de responsabilidade/ consentimento para liberação do uso dos dados fornecidos e coletados através do formulário do anexo A. 

Fase 3. Uma vez coletados os dados, os pesquisadores paralelo a tabulação de dados e análise estatísticas derão retorno dessa pesquisa para a academia.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Tabela 1 – Sexo.

  FrequênciaPorcentual Porcentagem válidaPorcentagem acumulativa
VálidoFeminino3570,070,070,0
Masculino1530,030,0100,0
Total50100,0100,0 

A Tabela 1 apresenta a distribuição de gênero dos participantes da pesquisa. Dos 50 participantes, 70% são do sexo feminino, enquanto 30% são do sexo masculino. Isso indica uma predominância significativa do sexo feminino na amostra. Essa disparidade na distribuição de gênero pode influenciar nas análises posteriores, uma vez que diferentes gêneros podem apresentar percepções distintas em relação à cinesiofobia e lesões associadas à musculação. 

Tabela 2 – Idade.

  FrequênciaPorcentualPorcentagem válidaPorcentagem acumulativa
Válido18 a 231632,032,032,0
24 a292448,048,080,0
30 a35510,010,090,0
35 a 40510,010,0100,0
Total50100,0100,0 

A Tabela 2 mostra a distribuição da idade dos participantes, categorizados em faixas etárias. A maioria dos participantes está na faixa etária de 24 a 29 anos, representando 48% da amostra. Em seguida, temos os participantes de 18 a 23 anos, totalizando 32% da amostra. As faixas etárias de 30 a 35 anos e 35 a 40 anos possuem uma representação menor, com 10% cada. Essa distribuição indica uma concentração significativa de participantes jovens na amostra. 

Durante a análise das tabelas que investigam a prevalência de cinesiofobia associada a lesões em praticantes de musculação, podemos observar fatores importantes sobre a demografia dos participantes e a influência dessas variáveis na percepção da dor e medo de movimento. Estudos como o de Fillingim et al. (2009) demonstram que as mulheres tendem a relatar níveis mais altos de dor e uma maior sensibilidade à dor em comparação com os homens. Essas diferenças são observadas em várias condições dolorosas, incluindo dor musculoesquelética, neuropática e visceral. Essa maior sensibilidade pode influenciar na prevalência de cinesiofobia, já que as mulheres podem ser mais propensas a evitar atividades que causam dor devido ao medo de lesão. Além disso, as mulheres podem ser mais propensas a expressar suas emoções em relação à dor e buscar mais apoio social para lidar com ela. Quanto à atitude em relação ao exercício, descobriu-se que mulheres podem ser mais propensas a evitar atividades físicas devido a preocupações com dor e lesões. Essas preocupações podem ser influenciadas por fatores sociais, culturais e biológicos que moldam percepções de capacidade física e resistência ao desconforto.

Outro estudo relevante, realizado por Linton et al. (2016), investigou diferenças na percepção da dor e do medo de movimento em diferentes faixas etárias.

Foi observado que percepções da dor e medo de movimento variam entre faixas etárias, com participantes mais jovens relatando menores níveis de medo de movimento e participantes mais velhos apresentando maior preocupação com dor crônica (Linton et al., 2016). Essas variações ilustram como percepções de dor e medo de movimento podem mudar de acordo com idade e sexo, o que é relevante ao analisar a relação entre idade, sexo e cinesiofobia em praticantes de musculação.

A prevalência de cinesiofobia entre praticantes de musculação pode ser influenciada por fatores demográficos como gênero e idade. A predominância de mulheres na amostra pode indicar maior sensibilidade à dor e cinesiofobia, enquanto a concentração de participantes jovens pode refletir menor preocupação com dor crônica.

Tabela 3 – Você_possui_lesões_ou_se_ja_lesionou

  FrequênciaPorcentualPorcentagem válidaPorcentagem acumulativa
VálidoSIM2652,052,052,0
NÃO2448,048,0100,0
Total50100,0100,0 

A Tabela 3 apresenta a distribuição dos participantes em relação ao histórico de lesões durante a prática de musculação. Observa-se que 52% dos participantes (n=26) relataram ter sofrido lesões, enquanto 48% (n=24) afirmaram não ter histórico de lesões. Este dado sugere que a ocorrência de lesões é relativamente alta entre os praticantes de musculação, com mais da metade dos participantes relatando algum tipo de lesão.

Tabela 4 – Já_lesionou_praticando_musculção.

 FrequênciaPorcentualPorcentagem válidaPorcentagem acumulativa
VálidoSIM1224,024,024,0
NÃO3876,076,0100,0
Total50100,0100,0 

A Tabela 4 demonstra que a frequência de lesões em praticantes de musculação é relativamente baixa, com 76% dos indivíduos (n=38) relatando não ter sofrido lesões decorrentes da prática, enquanto 24% (n=12) relataram ter sofrido lesões.

Tabela 5 – Informe_qual_segmento.

 FrequênciaPorcentualPorcentagem válidaPorcentagem acumulativa
Válido,00714,014,014,0
1,001122,022,036,0
2,00510,010,046,0
3,002754,054,0100,0
Total50100,0100,0 

A Tabela 5 refere-se aos segmentos corporais lesionados entre os praticantes de musculação, com as frequências variando de 0 a 3. O segmento com a maior frequência de lesões é representado pelo valor 3, com 54% (n=27), enquanto o menor é representado pelo valor 0, com 14% (n=7).

Tabela 6 – Faz_acompanhamento_fisio_de_prevenção.

 FrequênciaPorcentualPorcentagem válidaPorcentagem acumulativa
VálidoSIM816,016,016,0
NÃO4284,084,0100,0
Total50100,0100,0 

A tabela 6 mostra que a maioria dos praticantes de musculação não realiza acompanhamento fisioterapêutico de prevenção, com 84% afirmando que não fazem esse tipo de acompanhamento. Apenas 16% relatam fazer acompanhamento preventivo.

Tabela 7– Faz_acompanhamento_fiso_de_recuperação.

 FrequênciaPorcentualPorcentagem válidaPorcentagem acumulativa
VálidoSIM510,010,010,0
NÃO4590,090,0100,0
Total50100,0100,0 

A tabela 7 mostra que 90% dos praticantes de musculação não fazem fisioterapia para recuperação, enquanto apenas 10% fazem.

Tabela 8 – Pratica_musculação_regularmente.

  FrequênciaPorcentualPorcentagem válidaPorcentagem acumulativa
VálidoSIM3162,062,062,0
NÃO1938,038,0100,0
Total50100,0100,0 

A tabela 8 mostra que 62% dos entrevistados praticam musculação regularmente, enquanto 38% não praticam.

As informações apresentadas anteriormente nas tabelas ressaltam a necessidade de investimentos adicionais em medidas preventivas e de reabilitação fisioterapêutica para os praticantes de musculação. A literatura de maneira geral respalda a importância da fisioterapia tanto na prevenção quanto na recuperação de lesões, visando manter um bom desempenho e reduzir os riscos de lesões graves.

Keogh e Winwood (2017) destacam que a musculação, apesar de seus benefícios, apresenta riscos significativos de lesões, especialmente quando os praticantes não seguem práticas seguras. A execução correta dos exercícios, o uso adequado dos equipamentos e a supervisão são essenciais para minimizar tais riscos. A importância de programas de prevenção e reabilitação é enfatizada para reduzir a incidência de lesões.

Além disso, Linton et al. (2016) investigaram a relação entre a percepção da dor e o medo de movimento (cinesiofobia) em diferentes grupos etários e de gênero. Constatou-se que a cinesiofobia desempenha um papel significativo na recuperação de lesões, com muitos evitando atividades físicas por receio de dor ou relesão, especialmente em exercícios de alta intensidade, como a musculação.

A alta prevalência de lesões entre os praticantes de musculação, conforme evidenciado na Tabela 3, sublinha a necessidade de intervenções educativas e preventivas para reduzir a incidência de lesões e o medo de movimento após lesões. 

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2020), embora a prática de atividades físicas esteja aumentando no Brasil, a falta de orientação adequada ainda é um desafio significativo, contribuindo para o aumento de lesões entre os praticantes.

A Tabela 4 indica que 24% dos praticantes de musculação relataram ter sofrido lesões, enquanto 76% não tiveram. Este dado está em consonância com a literatura, que aponta uma prevalência relativamente baixa de lesões, desde que as práticas sejam realizadas corretamente e sob supervisão profissional (Keogh & Winwood, 2017).

A prevalência de cinesiofobia associada a lesões em praticantes de musculação é amplamente documentada, embora haja poucos estudos específicos. De acordo com Siewe et al. (2014), as lesões mais comuns na musculação ocorrem nos ombros, joelhos e coluna lombar, geralmente devido a técnicas inadequadas, cargas excessivas e falta de aquecimento.

Conforme evidenciado pela Tabela 5, os segmentos corporais mais frequentemente lesionados são a coluna lombar, os ombros e os joelhos. Estudos como os de Siewe et al. (2014) confirmam que esses segmentos são comumente afetados devido aos tipos de exercícios realizados e à carga aplicada durante a musculação. A má técnica e a falta de aquecimento são fatores de risco significativos para lesões nesses segmentos (Keogh & Winwood, 2017).

As Tabelas 6 e 7 fornecem dados sobre o acompanhamento fisioterapêutico dos participantes.

Apenas 16% dos indivíduos realizam acompanhamento fisioterapêutico preventivo (Tabela 6), enquanto 84% não o fazem. Além disso, 90% dos participantes não recebem acompanhamento fisioterapêutico para recuperação de lesões (Tabela 7), indicando uma baixa adesão a programas de reabilitação. Esses dados sugerem que a maioria dos praticantes de musculação não está adotando medidas preventivas ou de recuperação adequadas, o que pode aumentar o risco de lesões e a prevalência de cinesiofobia.

Kenneally et al. (2017) enfatizam a importância da fisioterapia na prevenção e recuperação de lesões, destacando que o acompanhamento profissional pode reduzir significativamente a incidência de lesões e o medo associado ao movimento.

A Tabela 8 mostra que 62% dos participantes praticam musculação regularmente, enquanto 38% não o fazem. A regularidade na prática de exercícios pode influenciar a percepção de dor e cinesiofobia, uma vez que a exposição contínua a atividades físicas pode ajudar a reduzir o medo de lesões por meio do fortalecimento muscular e da melhoria da técnica. No entanto, a falta de orientação adequada pode tornar essa prática regular um fator de risco, como sugerido por estudos que relacionam a prática excessiva sem supervisão ao aumento de lesões (Keogh & Winwood, 2017).

A cinesiofobia, ou medo de movimento, é um aspecto crucial a ser considerado na recuperação de lesões. O modelo do medo-evitação, proposto por Vlaeyen et al. (1995), explica como a percepção de dor pode levar à evitação de atividades físicas, resultando em descondicionamento físico e aumento do medo de novas lesões. Este ciclo pode ser particularmente prevalente entre indivíduos que já sofreram lesões, como demonstrado pela alta prevalência de lesões na Tabela 3. 

A Tabela 4 reforça essa questão, mostrando que 24% dos participantes relataram lesões decorrentes da musculação, evidenciando a necessidade de intervenções eficazes para reduzir o medo do movimento.

Tabela 9 – Sente_medo_de_se_lesionar_praticando_musculção.

A tabela 9 refere-se ao medo de se lesionar praticando mausculção, onde há uma frequência media de 26 prá sim e 24 prá não, de pessoas com medo de se lesionar, tendo em vista que a porcentagem maior é 52% que não e de 48% que sim.

Tabela 10 – Quantitativo_do_seu_medo_em_se_lesionar.

A tabela 10 mostra um quantitativo de medo de sofrer alguma lesão decorrente da pratica de musculação que foi separada por: Leve onde 62% não tem medo. Moderado onde 17% já tem um receio maior em se lesionar. Grave onde 2% que realmente tem medo de sofrer alguma lesão decorrente da musculação.

A ocorrência dessas lesões pode se dá, principalmente, por exercícios físicos realizados de maneira desgastante, sem medidas preventivas, por exaustão competitiva e por treino inapropriado (Bertorello, 2003).

Entende-se que os atletas que praticam musculação regularmente ou três vezes na semana tem um liminar de dor onde faz com que eles dimuam a intenciade ou até mesmo interrompam seus treinos por medo de uma relesão e sejam resistentes em procurar uma ajuda especializada parar tratamento tanto fisioterapêutico como psicológico. 

Assim, o sucesso no esporte não depende exclusivamente da preparação dos aspectos físicos (força, resistência, flexibilidade, coordenação), mas também dos aspectos psíquicos (concentração, autoestima, motivação, ansiedade). As reações de natureza fisiológica e psicológica ocorrem de forma inter-relacionada entre si, ou seja, psicofisiologicamente (Augustini, 2008).

Tabela 11 – Cinesiofobia_clasificação.

A tabela 11 mostra a clacisifação cinesiofobica dos participantes que tem  os níveis cinesiofobicos de leve, moderado e grave. Distribuídos por frequência e porcentual em que leve tem 26%, moderado tem 68% e grave que mostra 6% de cinesiofobia.

Tabela 12– Cinesiofibia_TAMPA.

A tabela 12 refere-se a escala TAMPA de cinesiofobia que mosta o nível de cinesiofobia de atletas e não atletas com percentuais variados de leve, moderada e grave que mostram que os participante dessa pesquisa  tendem a ter níveis cinesiofobicos elevados onde grave é de 68% em relação a moderado que é de 26% e leve de 6%.

Veloso & Pires (2007) constataram que os recursos de confronto (concentração, pensamentos positivos, atitudes de enfrentamento) são aptidões e estratégias que permitem aos atletas lidarem com situações potencialmente estressantes, reduzindo a possibilidade de incidência de lesão.

 A escala tampa de cinesiofobia vem como um divisor de águas nessa pequisa pois de modo cláro e objetivo tráz à mensuração do nivel cinesiofóbico à serem marcados na escala de 1 à 4, dediscordo totalmente à concordo totalmente, transformando-se em uma somatória que nos dará uma relevância desse nível cinesiofóbico como leve, moderado e grave.

Tabela 13 – Nível Cinesiofobico por Sexo.

A tabela 13 mensura o nível cinesiofobico por sexo onde no sexo feminino apresenta um nível cinesiofobico maior em relação ao sexo masculino, sendo que no nível  leve feminino apresenta um n=12 e no masculino apresenta o n= 1. No nível moderado feminino o n=22 e no masculino o n=12. No nível grave feminino o n=1 e no masculino o n=2. Totalizando um n amostral de 50 praticantes de musculação.

Tabela 14- Histórico de Lesão X Cinesiofobia .

A tabela 14 mostra histórico de lesão X cinesiofobia uma comparativo entre os níveis leve, moderado e grave. Onde possui histórico de lesão: Sim e Não. (Sim) que n=5 nível cinesiofóbico leve, n=19 nível cinesiofobico moderado, n=2 nível grave de cinesiofobia. (Não) que n=8 nível cinisiofobico leve, n=15 nível cinisiofobico moderado, n=1 nivel cinesiofobico grave.

Nosso estudo mostrou que as mulheres possuem um nível de cinesiofobia moderado em relação ao dos homens, com uma pequena diferença, tendo em vista que homens tem uma recuperação mais rápida do que as mulheres diante uma lesão.

Alguns fatos que podem influênciar, esta ligado principalmente a fatores estressantes, emocionais, e hormonais do corpo feminino.

Esses fatores estressantes, se não forem suficientemente sanados, podem gerar pensamentos negativos; diminuição de autoconfiança; aumento dos níveis de ansiedade e comprometimento do rendimento esportivo, da carreira, da sua saúde e da qualidade de vida do atleta (Interdonato & Greguol, 2010).

Em médio e longo prazo, a aversão em realizar movimentos e atividades físicas pode ocasionar consequências como  perda de mobilidade, de força e desuso, além de  consequências psíquicas,  como  a  depressão,  baixaautoestimae  isolamento (SILVA;ABREU;SUASSUNA, 2016).

CONCLUSÃO

Diante da leitura podemos observar que os níveis cinesiofobicos dos praticantes de musculações variam conforme  o sexo, a idade e condições adversas.

Os dados apresentados nas tabelas, embasados por estudos e pesquisa, evidenciam a necessidade de maior atenção à prevenção e recuperação fisioterapêutica entre praticantes de musculação. A baixa prevalência de acompanhamento fisioterapêutico de prevenção (16%) e recuperação (10%) aponta para um déficit significativo que pode contribuir para a ocorrência de lesões e o desenvolvimento de cinesiofobia.

 Estudos como os de Siewe et al. (2014) e Kenneally et al. (2017) enfatizam a importância da fisioterapia na manutenção da saúde musculoesquelética e na prevenção de lesões.

A prática regular de musculação está associada a diversos benefícios para a saúde, incluindo a melhoria da força muscular, a composição corporal e a saúde óssea. No entanto, é crucial que essa prática seja acompanhada por técnicas adequadas e prevenção de lesões através de fisioterapia preventiva, como discutido por Keogh e Winwood (2017), que destacam a importância da técnica correta e do aquecimento adequado para evitar lesões. (Physiomed).

Contudo, emboar a nossa amosta tenha sido pequena, comparada com o número de praticantes de musculação da cidade de Porto Velho, os números mostram uma relevância significativa entre os niveis cinesiofobicos entre os sexos baseados na frequência que fazem musculação  e exercícios preventivos com a fisioterapia.

O estudo abordou ainda, que a integração de práticas fisioterapêuticas na rotina de musculação pode não apenas reduzir a incidência de lesões, mas também minimizar o impacto da cinesiofobia, promovendo uma prática mais segura e eficaz.

A análise das tabelas e os dados coletados nesta pesquisa proporcionam uma visão detalhada sobre a prevalência de cinesiofobia e lesões em indivíduos praticantes de musculação, além de ilustrar comportamentos associados à prevenção e recuperação de lesões. Esta discussão integrará os achados das tabelas com a literatura existente para fornecer uma compreensão abrangente do tema.

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APENDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

APÊNDICE B – FORMULÁRIO CLÍNICO DE HISTÓRICO DE LESÃO

ANEXO A – TERMO DE COMPROMISSO DO ORIENTADOR

ANEXO B – Currículo dos pesquisadores
Pesquisadora principal – Eliziane das C. dos Santos Rios http://lattes.cnpq.br/9074642754372354
Pesquisador 01 – kleber da silva vieira
Pesquisador 02 – Ilana Laura Vaquer Araújo da Rosa


1 Graduandos em CURSO DE FORMAÇÃOdas Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA
2Docente das Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA