PRESERVANDO TRADIÇÕES DA FESTA DO BOM JESUS EM CRISÓPOLIS-BA

PRESERVING TRADITIONS OF THE FEAST OF BOM JESUS ​​IN CRISÓPOLIS-BA

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202506101934


Alex da Fonseca Reis¹


RESUMO

Este trabalho analisa a conservação do patrimônio imaterial da Festa do Bom Jesus em Crisópolis-Bahia, evento marcado por tradições religiosas, culturais e sociais que valorizam a identidade local. O estudo destaca os desafios enfrentados na sustentação das celebrações católicas, como a perda de práticas tradicionais, e sugere estratégias para preservar a memória cultural das comunidades. Por meio de entrevistas semiestruturadas com moradores, líderes religiosos e professores, aliadas à análise de conteúdo, busca-se compreender a história e o simbolismo da festa. O estudo destaca a importância do evento como expressão de fé e pertencimento, contribuindo para a valorização do turismo cultural e fortalecendo a coesão social. As orientações propostas visam incluir os jovens e as crianças nas celebrações e garantir a continuidade das tradições. Este trabalho ressalta a relevância de políticas públicas voltadas à proteção do patrimônio imaterial, assegurando que as gerações futuras possam desfrutar e valorizar essa herança cultural singular.

Palavras-chave: Patrimônio Imaterial, Festa do Bom Jesus, Celebrações, Tradições, Proteção.

ABSTRACT

This work analyzes the conservation of the intangible heritage of the Festa do Bom Jesus in Crisópolis-Bahia, an event marked by religious, cultural and social traditions that value local identity. The study highlights the challenges faced in sustaining Catholic celebrations, such as the loss of traditional practices, and suggests strategies to preserve the cultural memory of communities. Through semi-structured interviews with residents, religious leaders and teachers, combined with content analysis, we seek to understand the history and symbolism of the festival. The study highlights the importance of the event as an expression of faith and belonging, contributing to the appreciation of cultural tourism and strengthening social cohesion. The proposed guidelines aim to include young people and children in celebrations and ensure the continuity of traditions. This work highlights the relevance of public policies aimed at protecting intangible heritage, ensuring that future generations can enjoy and value this unique cultural heritage.

Keywords: Intangible Heritage, Festival of Bom Jesus, Celebrations, Traditions, Protection.

1. INTRODUÇÃO

Tendo como evidência a igreja católica do Bom Jesus em Crisópolis- BA, construída entre 1875 e 1876 por Antônio Vicente Mendes Maciel, o conhecido “Conselheiro”, e seus seguidores, a igreja transmite histórias de fé, tradição e pertencimento. Este estudo parte da seguinte questão norteadora: “Como a preservação das tradições associadas à Festa do Bom Jesus pode fortalecer a identidade cultural de Crisópolis, diante das transformações provocadas pela globalização?” Dessa forma, o objetivo geral consiste em investigar como a festa pode atuar não apenas como um símbolo de resistência cultural, mas também como um vetor de desenvolvimento regional, promovendo turismo cultural e fortalecendo os laços da comunidade com suas raízes históricas e religiosas. Como objetivos específicos busca-se fortalecer o engajamento da comunidade católica local na preservação das tradições da Festa do Bom Jesus, além de documentar de forma abrangente as tradições religiosas dessa Festa, realizando registros audiovisuais e escritos detalhados das celebrações e promover a conservação de artefatos simbólicos e históricos associados à Festa do Bom Jesus, por meio da catalogação e restauração de itens importantes, como bandeirolas, instrumentos da banda de pífano e objetos usados nos leilões.  .

De acordo com dados do Instituto do Patrimônio Histórico e Cultural da Bahia (IPAC), a Igreja do Bom Jesus foi tombada pela Resolução nº 28.398/81, de 10 de novembro de 1981. Sua construção foi concluída em 1892, conforme registrado na porta de entrada. Desde então, fiéis católicos celebram com devoção e gratidão a imagem do Bom Jesus, em uma tradição que se fortaleceu com a inauguração da obra idealizada por Antônio Conselheiro.

Segundo Maria Conceição Pereira (2024) uma das participantes ativa da Festa do Bom Jesus “Esses festejos eram marcados por fervorosas manifestações de fé. Com novenas, missas, cânticos em louvor ao Bom Jesus, as ruas eram enfeitadas para passagem das procissões (marchas solenes em que padres e os fiéis desfilam carregando imagens veneráveis), acompanhadas por bandas de pífano, barracas de comidas e bebidas, fogos de artifício todos os dias da festa religiosa e a tão esperada Roda de Fogo. As celebrações também incluíam festas profanas”. 

Nessas celebrações, era comum que participassem tanto os moradores locais quanto os das regiões vizinhas. Reunidos em grupos religiosos, organizavam eventos para homenagear o santo padroeiro Bom Jesus, promovendo um ambiente de devoção e alegria para todos que participavam da festa religiosa. No entanto, à medida que a globalização impõe novos padrões culturais, essas tradições enfrentam desafios, exigindo estratégias para sua preservação e valorização. (Josemeire Oliveira Silva, 2024).

Ao explorar as práticas culturais e sociais de Crisópolis, é perceptível observar que se tem como pilar a religiosidade. Baseada nessa conjuntura, a Festa do Bom Jesus, ou “Festa de janeiro”, como é popularmente chamada, torna-se um exemplo da forte presença do catolicismo na cidade. Ela segue um costume de tradição e traz consigo diversas memórias, além da ótica do patrimônio cultural e imaterial. Desse modo, de acordo com pároco do município:

a preservação dessa tradição é fundamental para manter a memória e a identidade cultural do povo crisopolense. Portanto, a festa católica da Igreja do Bom Jesus não apenas cumpre seu papel religioso, mas também representa um espaço de valor histórico para os moradores da região. (Gilmar José da Silva, 2024, e.g., online). 

Assim, é fundamental investigar os mecanismos de preservação que garantam a sua continuidade para as futuras gerações. Contudo, essas festas são construídas sobre laços de reciprocidade, solidariedade e participação coletiva da comunidade, enraizados nas relações de parentesco e na convivência entre vizinhos. 

A comunidade local, bem como os filhos da terra que não mais residem na cidade, retornam sempre à cidade na data festiva para participar das comemorações ao padroeiro do Bom Jesus. Isso demonstra a importância dessa festa para os fiéis católicos, considerada um dos eventos culturais e religiosos de maior expressividade, atraindo um grande número de visitantes ao município. As famílias católicas se animam, envolvem-se, participam e contribuem de forma expressiva com donativos para elevar cada vez mais a Festa do Bom Jesus em Crisópolis, que é considerada umas das principais manifestações de devoção popular ao Bom Jesus na região. (Gilmar José da Silva, 2024).

Este estudo justifica-se pela necessidade de resguardar as memórias e raízes culturais da Festa do Bom Jesus, para preservar a identidade do povo e evitar a perda de tradições valiosas em um mundo globalizado, onde as tradições locais muitas vezes são ameaçadas por pressões de uniformização e correm o risco de desaparecer. A relevância deste estudo está na valorização e manutenção da identidade cultural de Crisópolis, particularmente através da Festa do Bom Jesus, que se estabelece como um vínculo essencial entre o passado e o presente da comunidade. Desse modo, esta comemoração não é somente um ato de fé e devoção religiosa, mas também um local de expressão cultural, social e histórica, que fortalece os vínculos comunitários, o turismo cultural e atrai visitantes que apreciam vivências autênticas e significativas, intensificando, dessa forma, a riqueza cultural regional, e enfatizando a singularidade da festa do Bom Jesus e a sensação de pertencimento do povo crisopolense. 

Neste cenário, a festa religiosa tem um papel fundamental no progresso local, fomentando a economia criativa, incentivando o artesanato, a culinária e outras manifestações culturais tradicionais. Além disso, atua como um local de interação intercultural, no qual diversos públicos têm a oportunidade de interagir e se conscientizar sobre a relevância de proteger o patrimônio cultural, não somente de Crisópolis, mas de toda região.

Assim, ao examinar a Festa do Bom Jesus sob a ótica da globalização e suas dinâmicas culturais e sociais, podemos entender como as tradições locais podem funcionar como instrumentos de resistência e revitalização cultural. Ao mesmo tempo, ressalta-se a capacidade da celebração como um estímulo para a valorização da região e a formação de uma identidade cultural que se conecta com o presente sem renunciar à essência de suas origens. Portanto, este estudo auxilia na documentação e entendimento da dinâmica dessa reconfiguração, enfatizando a importância do equilíbrio entre a manutenção da autenticidade das tradições e sua adequação às novas circunstâncias.

A festa tradicional do Bom Jesus, despertou-me interesse devido as suas particularidades, que refletem uma rica confluência de elementos religiosos, culturais e sociais, marcando-a como um patrimônio imaterial de grande relevância para a comunidade. O pároco Gilmar José (2024), ressalta que a festa é centrada na fé dos católicos e na veneração ao Bom Jesus, representado por imagens sacras e rituais religiosos, como missas, procissões, novenas e celebrações que incluem cânticos, rezas, ladainhas, hino do Bom Jesus e momentos de reflexão espiritual. Isso fortalece o vínculo da comunidade com o sagrado. O envolvimento e a participação dos fiéis, desde a organização até a execução, promovem integração entre diferentes grupos sociais, reforçando laços de amizade e cooperação e criando um espaço de pertencimento e solidariedade. A arquitetura e a história da igreja construída por Antônio Conselheiro, onde se celebra a festa, dialogam diretamente com os ritos e práticas festivas, formando um elo entre o material e o imaterial. (Gilmar José da Silva, 2024). 

Figura 1 – Igreja Matriz do Bom Jesus e o santo Cruzeiro

Fonte: Facebook: crisópolismelhorfimdomundodomundo. Acessado em 15/12/2024.

Figura 2 – Festa do Bom Jesus em Crisópolis (2020).

Fonte: Facebook: crisópolismelhorfimdomundodomundo. Acesso em 15/12/2024

2. DIAGNÓSTICO

A preservação do patrimônio imaterial da Festa do Bom Jesus em Crisópolis envolve desafios significativos em meio à riqueza cultural e histórica que detém. Essa festa abrange uma ampla gama de elementos, e é composta por uma série de tradições que, juntas, criam uma experiência única de fé e comunhão para a comunidade local.

O pároco do município de Crisópolis: Gilmar José da Silva, ao relatar a respeito do novenário do Bom Jesus destaca que: 

No centro das festividades, encontra-se a novena católica, uma cerimônia devocional com duração de nove dias. Durante esse período, os fiéis se reúnem para rezar, cantar e meditar, com o propósito de fortalecer a sua fé e pedir a intercessão divina para intenções especiais. Cada dia da novena é marcado por uma reflexão ou tema específico, geralmente relacionado à vida de um santo ou a uma virtude que se busca desenvolver. (e.g., online, 2024).

Esses encontros, estão repletos de um clima de espiritualidade e de comunhão, onde a comunidade católica se une pela fé e partilha os seus desejos, agradecimentos e esperanças.

O pároco Gilmar José também destaca que: “no final da novena, a celebração culmina com a realização de uma missa solene e uma procissão, é habitual ver fiéis cumprindo promessas feitas ao Bom Jesus, um ato de intensa devoção e reconhecimento. Os cantos religiosos são entoados em coro nas ruas, criando um ambiente de fé e emoção coletiva. O andor do Bom Jesus, cuidadosamente decorado com flores e velas, é conduzido por fiéis que veem essa missão como um privilégio” (Gilmar José da Silva, 2024).

Esses momentos finais são carregados de emoção e significado, reafirmando o compromisso espiritual dos devotos que se sentem fortalecidos para enfrentar os desafios da vida com confiança. As ruas e a Igreja do Bom Jesus se transformam em um cenário de beleza e devoção, adornadas com bandeirolas, luzes, foguetes e velas que iluminam as noites festivas e abrilhantam o clima da celebração. 

De acordo com as entrevistas realizadas ao narrar os eventos da festividade, umas das fiéis Maria da Fonseca Oliveira (2024), rememora que “Logo após a missa, uma tradição complementar à espiritualidade ganhava destaque: os leilões solidários. Esses eventos, eram organizados para arrecadar fundos para a manutenção da igreja, envolviam a participação ativa da comunidade, que doava diversos itens para serem leiloados. 

A narrativa da senhora Maria da Fonseca (2024), demonstra que essa prática não apenas auxiliava na preservação do espaço religioso, mas também fortalecia os laços entre os fiéis, que participam com entusiasmo dessa ação coletiva.

“Os moradores relatam que esse era um momento muito divertido, o marcador dos leilões ditava o preço inicial do produto e os fiéis iam estipulando os valores, até o produto ser “arrematado” ou vendido. Geralmente, o comprador ofertava ou doava a mercadoria a um amigo presente na festa.” (Santos, Lúcio, 2021, p. 67).

Assim, a Festa do Bom Jesus em Crisópolis é mais do que um evento religioso: ela representa uma síntese de fé, cultura e solidariedade, constituindo um patrimônio imaterial que precisa ser valorizado e preservado para as futuras gerações.

Maria da Fonseca Oliveira na entrevista concedida em 2024 também destaca que: 

Durante toda a novena, os zabumbeiros, formados por músicos da cidade, têm um papel muito importante na comemoração. Utilizam instrumentos como triângulos, flautas e zabumbas… a banda não só toca canções religiosas, mas também toca músicas populares que fazem lembrar nossas origens. Os músicos saem pelas ruas, estabelecendo um clima de felicidade e comunhão que atraí moradores e visitantes. Ah! O povo também se reúne em frente à igreja ou nas praças, criando grupos de dança e demonstrando sua fé por meio da música e do movimento. (…) (e.g., online, 2024).

Diante do relato acima, percebe-se que a banda de pífano não se limita a ser um grupo musical, mas também representa a identidade cultural e a persistência das tradições locais. Cada nota executada parece narrar histórias de fé, pertencimento e celebração. Esta valiosa tradição, que atravessa gerações, persiste ao longo de toda festividade, convertendo a cidade num autêntico palco de alegria e espiritualidade, e reforçando os vínculos que unem a comunidade em torno de sua história e cultura.

Figura 3 – Banda de Pífano na Festa do Bom Jesus, em Crisópolis (década de 1960)

Fonte: Santos, Lúcio, 2021.

Ao final da novena, após a procissão, culminava em um dos momentos mais aguardados da festa: a queima da “Roda de fogo”. Segundo o pároco Gilmar José da Silva (2024) “esse artefato, embora desprovido de significado religioso, era confeccionado com ferros e madeiras, coberto de pólvora e fogos de artifício, que enaltecia a celebração”. 

Na entrevista concedida por Maria Conceição Pereira de Lima Cardoso (2024), membra ativa da comunidade do Bom Jesus, ao narrar sobre a Roda de Fogo destacou:

(…) é simplesmente uma criatividade de uma pessoa que foi chamando atenção de outras…A roda de fogo tem um gatilho…(…) é um engenho, uma invenção de fogos que para o tempo é uma tecnologia muito avançada… as pessoas ficavam encantadas ao ver a beleza daquela roda girar, ao mesmo tempo soltar fogos…(…) é um artifício muito bem feito… (…) é uma arte peculiar. (e.g., online, 2024).

A ausência da “Roda de Fogo” é sentida de forma intensa como relata a entrevistada Dona Maria José de Lourdes (2024):

“Olha, meu fio, é uma tristeza danada num ter mais a tal da ‘Roda de Fogo’. Era coisa bonita de se vê, sabe? Num era só um enfeite, era um trem que mexia com a alma da gente, trazia uma emoção que só vendo. Tinha um brilho, uma força que fazia a festa ser diferente, sabe? (e.g., online, 2024).

A entrevistada Josimeire Oliveira Silva (2024), participante dos grupos religiosos da igreja, também enfatiza a falta que o artefato causa para comunidade:

(…) você nem imagina como é triste essa festa sem a ‘Roda de Fogo’. Antigamente, aquilo era o ponto alto, o coração da celebração. Quando a roda girava e o fogo subia pro céu, o povo ficava tudo com os olhos brilhando, batendo palma e gritando. Era uma coisa que arrepiava até a alma, sabe? Parecia que o fogo conversava com a gente, que carregava as preces tudo lá pra cima…O povo vem, dança, reza, mas falta aquele brilho. (e.g., online, 2024).

A ausência da “Roda de Fogo” ultrapassa seu efeito cultural e emocional, impactando também a dinâmica social da comunidade. Esta prática, com seu método artesanal de elaboração, oferecia uma chance singular de envolvimento comunitário, com os residentes se reunindo para trocar histórias, colaborar na produção e festejar coletivamente o resultado final. A eliminação dessa tradição não só silenciou uma porção vibrante da celebração, mas também pôs fim a um instante de convívio que reforçava os vínculos comunitários. 

A entrevistada Maria Rosana Alves de Souza Almeida (2024) argumenta que:

A perda da tradicional roda de fogo ultrapassa a ausência de um espetáculo visual; representa a quebra de um momento de troca e aprendizado intergeracional. A técnica de criar a “Roda de Fogo” é um patrimônio imaterial em risco, e sua extinção destaca a urgência de preservar tradições que sustentam a memória e a identidade dos crisopolenses. (e.g., online, 2024).

Santos e Nunes (2005) argumentam que tradições são pilares fundamentais do tecido social, fortalecem o senso de pertencimento e impulsionam o desenvolvimento local. Sendo assim, perder a “Roda de Fogo” significa um enfraquecimento expressivo do legado cultural da festa do Bom Jesus, e um lembrete da importância de valorizar e proteger a memória coletiva de um povo.

Figura 4 – Artefato “Roda de Fogo”

Fonte: Facebook: crisópolismelhorfimdomundodomundo. Acesso em 15/12/2024.

Figura 5 – Queima da Roda de Fogo.

 Fonte: Facebook: crisópolismelhorfimdomundodomundo. Acesso em 15/12/2024.

Dessa forma, reforçar-se-ia a importância do patrimônio imaterial da festa do Bom Jesus para Crisópolis e suas futuras gerações, uma vez que, desde o século XIX, todas essas tradições estão profundamente enraizadas na cultura crisopolense, demonstrando assim, o seu significado religioso. 

3. METODOLOGIA

A pesquisa será de natureza qualitativa, utilizando análises documentais e entrevistas com pessoas- chave, como o Pároco da igreja local e as pessoas mais velhas da comunidade ou jovens que possuam conhecimentos, experiências e ligação direta com a festa religiosa do Bom Jesus. As perguntas serão desenvolvidas com base nos objetivos da pesquisa e aplicadas individualmente utilizando técnicas de entrevista semiestruturada, que oferecem flexibilidade e profundidade na exploração das percepções e experiências dos participantes. Para garantir a fidelidade das informações, os relatos serão gravados e/ou transcritos, com a autorização dos participantes, sendo indispensáveis para compreender as perspectivas históricas, culturais e emocionais que complementam a pesquisa. 

Serão utilizados dados secundários e primários, coletados durante a pesquisa para fornecer uma visão detalhada do objeto de estudo, investigando as características específicas desse patrimônio imaterial e dos desafios para sua conservação. Os participantes, tanto para as entrevistas quanto para as apresentações orais, serão informados sobre os objetivos do estudo, e seu consentimento será obtido por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Após a coleta, os dados serão organizados para análise qualitativa, utilizando a Análise de Conteúdo para identificar padrões, temas e significados emergentes das narrativas e compará-los com as informações obtidas na revisão bibliográfica.

Além das entrevistas a revisão bibliográfica será desenvolvida por meio de consulta a livros, registros históricos, fontes secundárias sobre a fundação da igreja, disponíveis em acervos municipais, eclesiásticos, arquivos públicos, artigos científicos, dissertações, e outros materiais relevantes. Essa revisão ajudará a compreender abordagens anteriores e identificar lacunas de estudo, utilizando fontes atualizadas e renomadas, que abordem diretamente o tema ou ofereçam teorias e metodologias relevantes.

Por fim, a escolha desse método visa garantir que os dados coletados reflitam as percepções e vivências dos entrevistados de forma rica e detalhada. A análise permitirá compreender as dimensões subjetivas e culturais que influenciam o fenômeno em estudo, oferecendo subsídios sólidos para responder às perguntas de pesquisa e alcançar os objetivos propostos. Com essa abordagem integrada e detalhada, será possível obter uma visão rica e aprofundada sobre o valor cultural e social da festa, apontando caminhos práticos para a salvaguarda do patrimônio imaterial e contribuindo para a preservação da identidade cultural de Crisópolis-BA.

4. REFERENCIAL TEÓRICO

Segundo a Unesco (2003), a Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial oferece diretrizes importantes sobre como preservar práticas culturais vivas, incluindo festas e celebrações religiosas, sem congelá-las no tempo. Para Laraia (2001), a preservação desse patrimônio é crucial para garantir a continuidade das tradições e a manutenção da identidade cultural.

A cultura popular pode ser entendida como a expressão coletiva de uma comunidade que reflete os valores, crenças e práticas transmitidas ao longo do tempo. Segundo Hall (2003), cultura é um sistema de significados compartilhados, construído socialmente e se manifesta em diferentes formas, como reuniões, rituais e celebrações. Neste contexto, as festas católicas populares desempenham um papel importante, pois integram as crenças religiosas com aspectos da cultura, história e identidade da comunidade, como as adaptações nas celebrações da Festa do Divino Espírito Santo para incorporar novos atores e interesses comunitários. Portanto, compreender a preservação destas festas exige um olhar mais atento às suas dimensões simbólica, social e econômica.

No Brasil, a legislação sobre patrimônio imaterial, como o Decreto 3.551/2000, enfatiza a importância de proteger as expressões culturais que incorporam a diversidade e a riqueza cultural do país. Sendo assim, é importante discutir como iniciativas de salvaguarda aplicadas a essas festas, promovidas por instituições como o IPHAN, têm ajudado a consolidar práticas que se tornam símbolos de identidades locais e regionais. Portanto, as festas religiosas, como as celebrações em honra aos santos católicos, são consideradas um elo entre o passado e o presente, e a sua preservação é vital para a memória coletiva.

As festas populares católicas são momentos de comunhão entre diferentes gerações, nos quais os rituais e práticas são transmitidos, adaptados e ressignificados. Dessa forma, essas celebrações contribuem para a construção e manutenção da identidade coletiva de uma comunidade, conforme apontam Bhabha (1998) e Canclini (2003). Assim, festas populares como o Congado, que exerce forte influência africana e são festividades em honra a Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, incluem cortejos e danças que simbolizam a resistência cultural afro-brasileira. Outro exemplo é a Festa do Círio de Nazaré, celebrada desde o século XVIII é considerada uma das maiores manifestações de fé católica no Brasil, dedicada à Nossa Senhora de Nazaré. 

Para Oliveira (2007, p. 1) “As festas populares de forma geral aparentam prazer e desordem; mas contém uma natureza ritual. Isto é, são demonstrações de fé coletiva”.

Damatta (1986, p. 44) expressa uma opinião equivalente:

Todas as sociedades alternam suas vidas entre rotinas e ritos, trabalho e festa, corpo e alma, coisas dos homens e assunto dos deuses, períodos ordinários – onde a vida transcorre sem problemas – e as festas, os rituais, as comemorações, os milagres e as ocasiões extraordinárias, onde tudo pode ser iluminado e visto por novo prisma, posição, perspectiva, ângulo.

Para Amaral (1998, p. 50) “A festa religiosa parece representar, portanto, um espaço imaginário diferente, onde o homem se liberte do constrangimento das hierarquias econômicas e sociais, propondo seus ideais ou fantasiando sobre o futuro. Os mistérios e dramas litúrgicos são aspectos dessa imensa tentativa de impor ao mundo uma igualdade mítica que contradiz a realidade cotidiana: utopia viva, a festa supõe uma imagem do homem diferente daquela que lhe impõe o sistema social”.

Portanto, as promessas e procissões que ilustram essas celebrações, na realidade, são expressões de insatisfação perante a dura realidade em que vivem, aliada à desconfiança nas autoridades políticas e sociais, levando-os a buscar um ser divino.

Durkheim (1989) argumenta que:

a própria ideia de cerimônia religiosa de alguma importância, desperta naturalmente a ideia de festa. Inversamente, toda festa …, apresenta determinadas características de cerimônia religiosa, pois em todos os casos, tem como efeito aproximar os indivíduos, colocar em movimento as massas e suscitar assim um estado de efervescência, às vezes até de delírio que não deixa de ter parentesco com o estado religioso. O homem é transportado para fora de si mesmo, distraído de suas ocupações e de suas preocupações ordinárias. Assim, de ambas as partes observam-se as mesmas manifestações: gritos, cantos, música, movimentos violentos, danças, procura de excitantes que restaurem o nível vital, etc. Observou-se muitas vezes que as festas populares levam a excessos, fazem perder de vista o limite que separa o lícito do ilícito, o mesmo se dá com as cerimônias religiosas que determinam uma necessidade de violar as regras normalmente mais respeitadas. (Durkheim, 1989, p.456).

Durkheim ressalta a conexão entre cerimônias religiosas e festividades populares, devido à sua habilidade de unir pessoas, gerar agitação coletiva e tirar as pessoas da rotina. Ambas possuem expressões fortes, como gritos, danças e cantos, que desafiam a normalidade e provocam sentimentos intensos. Ele também nota que esses instantes, devido à sua intensidade, podem resultar em exageros e desafiar as regras sociais, evidenciando o efeito transformador dessas vivências na vida em comunidade.

Segundo Santos e Nunes (2005):

As festas constituem um dos principais momentos do catolicismo popular. É difícil imaginar o cotidiano de uma pequena cidade brasileira sem as agitações das novenas, santas missões, acompanhamentos e procissões. Essas são algumas expressões de religiosidade que acabam por se tornar um grande instrumento para se compreender a sociedade na qual estão inseridas. (Santos e Nunes, 2005, p. 98).

Segundo o IPHAN (2014) a Festa do Senhor do Bonfim, em Salvador é uma das celebrações mais simbólicas do estado, que ocorre desde o século XVIII, reúne ritos e representações religiosas, além de manifestações profanas e de conteúdo cultural combina elementos católicos e de religiões afro-brasileiras. A lavagem das escadarias da Igreja do Bonfim é um dos momentos mais emblemáticos dessa celebração, que envolve fé, música e dança, demonstrando a força do sincretismo religioso e exaltando a identidade afro-brasileira e a coesão social em Salvador.  

De acordo com Abreu Coriolano (2003, p. 79), “as festas religiosas estão entre as mais fortes expressões da cultura brasileira, sendo significativa a quantidade e a diversidade de celebrações que acontecem, tornando-se lócus do turismo religioso”. Isso destaca a importância das festas religiosas como uma manifestação cultural central no Brasil, refletindo sua diversidade e riqueza simbólica. Essas celebrações não apenas reafirmam identidades culturais e tradições, mas também possuem uma dimensão econômica e social significativa ao atrair o turismo religioso.

Le Goff (1984) afirma que o patrimônio cultural é uma extensão da memória coletiva e representa o patrimônio e as mudanças vivenciadas por uma sociedade. Portanto, as igrejas, enquanto edifícios históricos, refletem elementos estéticos, simbólicos e sociais que expressam as crenças religiosas, os valores e as tradições da época em que foram construídas. Nesse sentido, o valor de uma tradição religiosa para uma comunidade é múltiplo. Mais do que um espaço de culto, é um centro de encontros, celebrações e tradições populares, solidificando-se como ponto de referência e sentimento de pertença para os residentes locais.

Além disso, o turismo cultural tem um significado econômico importante, e a presença de tais monumentos promove frequentemente o desenvolvimento desse turismo. Andrade define o turismo religioso como:

“o conjunto de atividades com utilização parcial ou total de equipamentos e a realização de visitas a receptivos que expressam sentimentos místicos ou suscitam a fé, a esperança e a caridade aos crentes ou pessoas vinculadas à religião”. (Andrade, 2006, P.77).

Silva e Souza (2008) argumentam que o turismo patrimonial pode impulsionar a economia local e valorizar a cultura regional, aumentando a consciência e a preocupação da comunidade e do governo com esses bens.

Sendo assim, o papel espiritual da igreja católica e suas tradições também a distingue de outros edifícios patrimoniais, pois, para muitos, representa um espaço de fé e devoção que transcende gerações. Como patrimônio cultural, a igreja não só protege a história material do lugar, mas também protege o patrimônio espiritual do povo. 

Santos (2010) acredita que a preservação das igrejas históricas reflete o cuidado com o espírito popular, preservando espaços de refúgio e acolhimento à comunidade, nutrindo e transmitindo valores de geração em geração.

5. RESULTADOS ESPERADOS

Com a realização desta pesquisa sobre a Festa do Bom Jesus em Crisópolis-BA, espera-se alcançar resultados que contribuam significativamente para a valorização, preservação e continuidade dessa manifestação cultural tão importante para comunidade local. Estes resultados não apenas fortalecem o reconhecimento da festa como patrimônio imaterial, mas também possibilitam a criação de estratégias eficazes para superar os desafios enfrentados e garantir a sustentabilidade dessa tradição ao longo do tempo.

Dentre os resultados esperados, destaca-se o reconhecimento da importância cultural e religiosa da festa. A pesquisa visa ampliar a compreensão coletiva sobre o valor histórico, cultural e espiritual da Festa do Bom Jesus, reafirmando-a como um elo vital que conecta a comunidade às suas raízes e à sua fé. A documentação dos relatos, simbolismos e memórias dos moradores oferecerá subsídios para registrar e divulgar a riqueza desta manifestação, promovendo o fortalecimento da identidade cultural local e incentivando a transmissão dos saberes para as gerações futuras.

Desse modo, evidenciará o potencial da festa como uma atração cultural capaz de fortalecer o turismo na região, promovendo o desenvolvimento econômico local e valorizando a cultura de Crisópolis. Essa conexão entre a cultura local e o turismo contribuirá para a geração de renda, beneficiando a comunidade e promovendo a inclusão social. A divulgação dos resultados da pesquisa servirá ainda como inspiração para outras comunidades preservarem e valorizarem suas tradições.

Em última análise, a pesquisa serve como um ponto de partida para futuras pesquisas acadêmicas e para a formulação de políticas públicas focadas na proteção do patrimônio imaterial. A expectativa é que ele fortaleça o sentimento de pertencimento da comunidade crisopolense, ao documentar e divulgar as histórias, memórias e significados atribuídos à festa pelos moradores, auxiliando no estreitamento dos vínculos comunitários e no orgulho da vasta herança cultural da região.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A concretização desse estudo fortalece a relevância da Festa Católica do Bom Jesus em Crisópolis-BA como uma expressão única que transcende seu papel religioso, promovendo a união de diferentes gerações e grupos sociais, tornando-se um importante elo entre o passado, o presente e o futuro da comunidade. A investigação demonstrou como a festa do Bom Jesus, enquanto patrimônio imaterial, desempenha um papel central na manutenção coletiva e na promoção da coesão social, agindo como um espaço privilegiado de integração intergeracional e resistência cultural frente aos desafios da atualidade. Desse modo, a festa desempenha um papel integrador, unindo diferentes gerações e grupos sociais em torno de uma crença, cultura e sentimento de pertença comuns. 

Ao tratar das dinâmicas sociais, políticas e econômicas associadas à realização do evento, a pesquisa destacou a relevância de uma observação cuidadosa para as mudanças que colocam em risco a persistência das tradições. A modernização, a globalização e a excessiva mercantilização podem prejudicar o sentido simbólico e espiritual da celebração, reduzindo-a a um mero evento comercial. 

Além disso, é importante destacar que preservar esta tradição não é apenas um ato de resistência, mas uma celebração da identidade cultural de Crisópolis face aos desafios colocados pela modernidade e pela globalização. A investigação destacou que o investimento no fortalecimento das festas religiosas representa um compromisso com a memória coletiva e o fortalecimento da coesão social, valorizando uma herança que reflete a essência do povo crisopolense. No entanto, garantir sua continuidade exige um olhar atento para as dinâmicas sociais, econômicas e políticas que podem enfraquecer a transmissão intergeracional de seus significados bem como as suas práticas. 

Ademais, é crucial levar em conta os desafios futuros, tais como a necessidade de engajar a comunidade na administração e renovação das tradições festivas, prevenindo que se transformem apenas em um evento comercial, desvinculado de seu significado simbólico e espiritual. 

Este trabalho tem um impacto profundo e multifacetado na comunidade. Inicialmente, reforça o sentimento de pertença e o orgulho dos crisopolenses em relação à sua herança cultural herdada. O estudo, ao reconhecer e apreciar a importância histórica e simbólica da festa, fomenta uma maior sensibilização para a importância de preservar não somente a celebração em si, mas também todos os componentes de seu universo simbólico, como canções, danças, preces e rituais.

Adicionalmente, o projeto auxilia no progresso social e econômico da região, ao propor medidas que fomentem o turismo cultural sustentável e a criação de renda para a comunidade. Neste cenário, a celebração pode se estabelecer como um ponto turístico de importância regional, preservando sua autenticidade e significado para os moradores locais.

Com base nessas considerações, Crisópolis pode servir de exemplo para outras localidades que procuram manter suas tradições culturais em meio às intrincadas exigências do mundo atual.

Sendo assim, este estudo busca inspirar, reunir e transformar a comunidade crisopolense, servindo como exemplo vivo da riqueza do patrimônio imaterial brasileiro. A festa, assim, deixa de ser apenas uma celebração do passado e se transforma em um catalisador de desenvolvimento cultural, social e econômico, projetando a riqueza do patrimônio imaterial de Crisópolis para o futuro.

Portanto, espera-se que este estudo promova novas ações de pesquisa e preservação em outros lugares, ressaltando a abundância e a variedade do patrimônio imaterial do Brasil. Com sua força histórica e integradora, a Festa do Bom Jesus de Crisópolis não só homenageia o passado, mas também apresenta uma perspectiva para o futuro, onde tradição e modernidade podem coexistir em equilíbrio, convertendo obstáculos em chances para consolidar a identidade cultural e o sentimento de pertencimento da comunidade.

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ENTREVISTAS

ALMEIDA, Maria Rosana Alves de Souza. Entrevista concedida a [Alex da Fonseca Reis]. Crisópolis-BA, 12/09/2024. Entrevista gravada.

CARDOSO, Maria Conceição Pereira de Lima. Entrevista concedida a [Alex da Fonseca Reis]. Crisópolis-BA, 12/09/2024. Entrevista gravada.

OLIVEIRA, Maria da Fonseca. Entrevista concedida a [Alex da Fonseca Reis]. Crisópolis-BA, 12/09/2024. Entrevista gravada.

SOUZA, Maria José de Lourdes de. Entrevista concedida a [Alex da Fonseca Reis]. Crisópolis-BA, 12/09/2024. Entrevista gravada.

SILVA, Gilmar José da. Entrevista concedida a [Alex da Fonseca Reis]. Crisópolis-BA, 12/09/2024. Entrevista gravada.
SILVA, Josemeire Oliveira. Entrevista concedida a [Alex da Fonseca Reis]. Crisópolis-BA, 12/09/2024. Entrevista gravada.


1Licenciado em História (UVA); Pós Graduado em História da Cultura Afro- Brasileira (Cândido Mendes); Especialista em Gestão Social e Políticas Públicas do Patrimônio Cultural (UFBA); Bacharel em Administração Pública (IFBA); Mestrando em Ciências da Educação (ENBER). E-mail: alexreis853@gmail.com