PREPARO PRÉ-CONCEPCIONAL ENTRE MULHERES E A RELAÇÃO COM O PLANEJAMENTO DA GRAVIDEZ


PRECONCEPTIONAL PREPARATION AMONG WOMEN AND THE RELATIONSHIP WITH PREGNANCY PLANNING

REGISTRO DOI:10.5281/zenodo.10946894


Maria Eduarda Bezerra do Nascimento1; Ana Beatriz Oliveira de Melo2; Elizabete da Silva Dantas de Jesus3; Lígia Lopes Ribeiro4; Regina Wanderley De Barros5; Marcos Vinicios Alves de Sá6; Kelly Beatriz Zanforlin Silva7; Cintia Rosa de Oliveira8; Fernanda Pereira Lopes9; Sandro Pinheiro da Costa10


Resumo Globalmente, recomenda-se que atividades de promoção da saúde e prevenção de doenças sejam implementadas antes da gravidez para melhorar o desenvolvimento da gravidez. O objetivo é examinar o conhecimento sobre o cuidado pré-natal e explicar por que ele não é praticado nos serviços públicos de saúde. A coleta de dados foi realizada por meio da Base de Dados de Enfermagem (BDENF), da Biblioteca Científica On-line (SCIELO), da PubMed e da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Entre os entrevistados que já ouviram falar, as principais fontes de informação foram familiares e amigos (44,0%) e a medida mais popular foi a suplementação de vitaminas e minerais (22,2%). O principal motivo para não fazer o pré-planejamento é a falta de conhecimento e de como chegar lá.

Palavras-chave: Planejamento familiar, Saúde da Mulher, Gestação.

1 INTRODUÇÃO

É por isso que se considera que as atividades de promoção da saúde e prevenção de doenças em todo o mundo são implementadas antes da gravidez. Estas práticas incluem o cuidado pré-natal, que é definido como “a prestação de serviços de saúde biológica, comportamental e social no período anterior à gravidez”, e visa melhorar o estado de saúde e os comportamentos que contribuem para resultados adversos de saúde e reduzir os fatores. A saúde materno-infantil inclui, entre outras coisas, a promoção de uma alimentação adequada e saudável, a promoção de um ambiente seguro, a prevenção e controlo de doenças, o aconselhamento genético. (Borges ALV, et al., 2016)

Apesar da importância do planejamento pré-gestacional para melhorar a saúde da mãe e do filho, pesquisas mostram que a prática ainda é difícil, pois está intimamente relacionada ao planejamento da gravidez. As mulheres que planeiam uma gravidez têm maior probabilidade de se prepararem antes da gravidez, mas nem todas as mulheres que planeiam uma gravidez têm a oportunidade de se prepararem para a gravidez. Outros fatores estruturais, como a organização dos serviços de saúde, a falta de compreensão da importância dos profissionais de saúde e das mulheres, podem determinar a falta de prática antes da gravidez. Do ponto de vista individual, a educação, o estado civil e a experiência reprodutiva são os fatores mais importantes na prática de planeamento precoce. (Brasil, 2015)

A Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde recomendam hábitos saudáveis ​​durante a gravidez. Essas etapas são conhecidas como preparação pré-concepção e são importantes para uma gravidez saudável. Isto inclui a prevenção, o diagnóstico e o tratamento e avaliação de doenças infecciosas e crónicas, com destaque para a promoção de hábitos alimentares saudáveis ​​e de suplementação vitamínica e mineral, a promoção do exercício físico, o aconselhamento sobre o uso de medicamentos e a redução ou cessação do tabagismo, álcool e consumo de álcool e outras drogas possíveis, condições de trabalho, orientação e monitoramento genético e avaliação de fim de vida. (Bacelo TM, 2008)

A maioria dos estudos realizados sobre cuidados pré-natais foram realizados em países com elevadas taxas de gravidezes planeadas e de prestação de serviços pré-natais. Pouco se sabe sobre a disponibilidade deste serviço em países como o Brasil, onde as taxas de gravidez planejada ainda são baixas e a prestação deste serviço ainda está em fase inicial. Portanto, nosso objetivo foi medir a proporção de mulheres que receberam cuidados pré-operatórios. Descrever os procedimentos realizados para se preparar para a gravidez. Finalmente, analisamos o impacto do planeamento da gravidez e de outros fatores sociais no planeamento pré-concepcional. Começamos a argumentar que o planeamento da gravidez não é o único determinante importante do planeamento pré-gravidez, mas que outros fatores sociais contribuem para o surgimento do planeamento da gravidez.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Apesar do declínio no número de jovens na última década, existem cerca de 16 milhões de jovens entre os 15 e os 19 anos e cerca de 2,5 milhões de crianças com menos de 16 anos que apenas estão registados para nascimentos em países pobres. No Brasil, as taxas de gravidez na adolescência diminuíram entre 2000 e 2018, mas ainda têm impacto significativo nas taxas de natalidade. Porque a taxa de natalidade para cada 1.000 jovens com menos de 19 anos é de 68,4. É superior à média mundial (46 nascimentos) e à média latino-americana (65,5 nascimentos). (Neal et al., 2012).

Segundo Silva et al (2019), durante a adolescência, a maioria das jovens pensa em ser mãe, mas não planeja, e ocorre uma gravidez indesejada, que afeta a sua vida e a da família do recém-nascido. Isso pode ser prevenido por meios negativos, como o desenvolvimento pessoal, profissional e psicológico, principalmente devido aos estágios iniciais da gravidez.

Segundo Moraes e Assunção (2020), isto é um problema porque a concentração dos cuidados diários nas condições clínicas mais importantes e exigentes tende a concentrar-se mais nestes pacientes e num pequeno grupo de profissionais de saúde. Elementos para a realização de atividades dirigidas à população, é especialmente bom para pessoas em grupos de alto risco, como educação sobre doenças sexualmente transmissíveis e gravidez na adolescência, os fatores que estão ligados e favorecem o aumento de casos de gravidez não planejada entre os jovens são pessoas com baixo nível econômico e baixa escolaridade familiar, valores, conflitos na família e outros relacionados aos aspectos dos serviços de saúde e condições comportamentais. Este é um problema que está ao alcance da equipe médica para ser gerenciado.

3 METODOLOGIA

O método de pesquisa deste trabalho é a pesquisa descritiva, com método revisão integrada de literatura (RIL). O principal objetivo do RIL é coletar, sintetizar e analisar resultados de pesquisas científicas previamente publicadas sobre um tema específico para incluir informações atuais e compilar uma síntese do conhecimento acumulado. Combina vários métodos e estratégias de investigação para identificar e avaliar a qualidade e consistência das evidências existentes, bem como para comparar e sintetizar resultados (Marconi; Lakatos, 2009)

De acordo com a coleta de dados foi realizada por meio da Base de Dados de Enfermagem (BDENF), da Biblioteca Eletrônica Científica Online (SCIELO), da PubMed e da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Para obter informações relevantes sobre este tema, examinamos uma variedade de publicações, incluindo artigos científicos, pesquisas e periódicos.

As seguintes descrições foram utilizadas para realizar esta busca: “planejamento familiar”, “saúde da mulher” e “gravidez”. Esses termos foram combinados utilizando o operador booleano “AND” para refinar a busca, resultando na seguinte estratégia de busca: “Planejamento Familiar” AND “Gravidez” AND “Saúde” AND “Mulheres”. Essa abordagem permite pesquisar publicações e fazer uma leitura cuidadosa para selecionar aquelas que atendem aos seus objetivos de negócio. Uma revisão da literatura foi então preparada com base na compreensão dos autores sobre a abordagem do tema proposto.

Quanto aos critérios de elegibilidade, foram selecionados: artigos originais, revisões sistemáticas, revisões abrangentes ou relatos de casos, desde que de livre acesso, publicados entre 2007 e 2024, sem critérios de localização e idioma. Foram excluídas dos critérios de exclusão publicações não científicas, publicações científicas com textos incompletos, resumos, monografias, teses e dissertações.

A fase de seleção consistiu na formulação de critérios de elegibilidade e exclusão e, em seguida, iniciou-se a busca de publicações na base de dados por meio de descritores e operadores booleanos. Esta pesquisa identificou os estudos que moldaram os resultados desta pesquisa.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O principal motivo para não cumprir os pré-requisitos é a falta de conhecimento sobre o preparo. 64% das mulheres disseram nunca ter ouvido falar em planejamento pré-concepcional. Além disso, 15,0% não sabem se existe algum serviço que faça pré-natal. Outros fatores pessoais, como engravidar demasiado cedo e não ter tempo suficiente para gerir antes da concepção, ou muito tempo entre o desejo de engravidar e a confirmação da gravidez, falharam.  (Mazza D. 2016)

Este estudo mostra o conhecimento sobre o planejamento pré-concepcional entre as mulheres usuárias dos serviços de atenção básica do SUS e mostra os motivos pelos quais as mulheres não planejam a gravidez se esta for realizada antes da concepção. A importância da preparação pré-concepção para promover o desenvolvimento de uma gravidez saudável não pode ser negada. Os seus benefícios, como a redução da mortalidade materna e infantil, são reconhecidos mundialmente e foram endossados ​​por conferências internacionais que formularam recomendações e orientações a este respeito, efeitos adversos do processo de gravidez. (Moura ERF, 2012)

Entre as muitas coisas que podem promover a preparação pré-gravidez, o planeamento da gravidez é o mais importante. Contudo, a situação não é suficiente. Outras características como escolaridade elevada, relacionamento estável, experiência familiar anterior, idade, trabalho remunerado e o que é esperado, e saber qual é a condição, seus sintomas e local para receber o pré-natal, estão relacionadas à realização. (Van der Zee B, 2015)

Relativamente ao desconhecimento dos procedimentos pré-concepcionais, a principal razão pela qual a maioria das mulheres não participa é o fato de nunca terem ouvido falar destes procedimentos. Segundo a literatura, de fato, esse cuidado não é conhecido pelas mulheres. Isto significa que é difícil informar cada parceiro e cada mulher: a vida e importância do pré-natal. Porém, ao chegar nesse estágio, você precisa ampliar seu conhecimento sobre o que são esses empregos. (Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, 2014)

Devemos também saber que existem muitos tabus associados a esta prática. Por exemplo, existe uma forte crença de que os cuidados pré-natais são apenas para mulheres com problemas de saúde ou infertilidade, e que o processo de gravidez deve ser amoroso, natural e sem intervenção. O estudo também constatou que algumas mulheres acreditavam que eram saudáveis ​​e que não tinham sido pré-concebidas, por isso não se consideravam clientes desse cuidado. (Luton D, 2014)

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante disso, constatou-se que as mulheres não sabem se preparar antes da gravidez, pois esse é o principal motivo pelo qual as mulheres não se preparam durante a gravidez. No Brasil, o planejamento pré-gestacional deve ser promovido para que as mulheres conheçam as escolhas que podem fazer antes da gravidez e os serviços de saúde que prestam esse cuidado. Além disso, é necessário que os serviços de saúde, principalmente os vinculados ao SUS, incluam no cotidiano de trabalho os preparos prévios como importante medida preventiva de saúde para melhorar o rendimento.

É importante investir em políticas públicas, programas e atividades para garantir que os jovens tenham acesso à informação certa sobre os seus problemas, na linguagem certa. Através de discussões aprofundadas sobre direitos, incluindo o direito à saúde sexual e reprodutiva, bem como sobre medidas preventivas utilizadas pelos jovens nas escolas, ambientes familiares ou outros locais onde os jovens possam vê-lo.

REFERÊNCIAS

1. Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. Critério de classificação econômica Brasil. Dados com base no levantamento socioeconômico 2014. [acesso em: 11 julho de 2016]. Disponível em: http://www.abep.org/criterio-brasil

2. Bacelo TM, Lopes MS. Antecipar a vida – Consulta pré-concepcional – Caracterização das puérperas do Hospital de Santo André – Leiria. Rev Port Med Geral Fam. 2009; 25(1):19-29.

3. Borges ALV, Santos AO, Nascimento NC, Chofakian CN, Gomes-Sponholz FA. Preparo pré-concepcional entre as mulheres brasileiras e a relação com o planejamento da gravidez. Rev Esc Enferm USP. 2016; 50(2):208-216

4. Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa. Protocolos da Atenção Básica: Saúde das Mulheres. Brasília; 2015.

5. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília; 2012.

6. Johnson KA. Public Finance Policy Strategies to Increase Access to Preconception Care. Matern Child Health J. 2006; 10(1):85-91.

7. Luton D; Forestier A; Courau S; Ceccaldi PF. Preconception care in France. Int J Gynaecol Obstet. 2014; 125(2):144-145

8. Mazza D, Chapman A. Improving the uptake of preconception care and periconceptional folate supplementation: what do women think? BMC Public Health. 2010; 10:786.


1Discente do Curso Superior em Enfermagem do Centro Universitário Fametro, Manaus – Amazonas, e-mail: maddunascimento319@gmail.com

2Discente do Curso Superior em Enfermagem do Centro Universitário Fametro, Manaus – Amazonas, e-mail: anabeatrizbelichar@gmail.com

3Enfermeira/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Complexo Hospitalar de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. CHC-UFPR/ EBSERH Curitiba/PR e-mail: elizabete.jesus@hc.ufpr.br

4Enfermeira/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Complexo Hospitalar de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. CHC-UFPR/ EBSERH, Alto da Glória, Curitiba/Paraná, e-mail: ligia.ribeiro@hc.ufpr.br

5Discente do Curso de Medicina da Faculdade UNIMA, Maceió- Alagoas, e-mail: regina.barros@gmail.com

6Discente do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Maranhão, Caxias – MA, e-mail: mvasmarcos04@gmail.com

7Enfermeira da Universidade de Uberaba (UNIUBE), Uberaba – MG, e-mail: kellybeatrizzaforlin18@gmail.com

8Pedagoga/ Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Complexo Hospitalar de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. CHC-UFPR/ EBSERH Curitiba/PR e-mail: cintia.oliveira2@hc.ufpr.br

9Enfermeira/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Complexo Hospitalar de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. CHC-UFPR/ EBSERH Curitiba/PR, e-mail: fernanda.lopes@hc.ufpr.brc

10Farmacêutico, Msc em Ciência e Tecnologia Farmacêutica, Doutorando em Ciências Farmacêuticas (UFRJ), Teresópolis, RJ, e-mail: sandropinheiropharma@gmail.com