REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ma10202508081048
Rosilene Moreira Gomes Fialho
Margareth Taveira dos Santos
Esterlina Alves Nunes dos Santos
Aparecida Rodrigues de Souza
Antônia Cícera do Nascimento
Kenia Maria da Silva Filsner
Renia Maria da Silva Azanki
Juliana Aparecida de Moura
Orientadora: Carmen Lúcia Oliveira
RESUMO
O Design Instrucional (DI) tem se consolidado como uma abordagem essencial no cenário educacional contemporâneo, principalmente diante dos desafios relacionados à inovação e à busca por uma educação de qualidade, trata-se de um processo sistemático, fundamentado em teorias da aprendizagem e metodologias pedagógicas, que visa planejar, desenvolver e implementar experiências de aprendizagem eficazes, significativas e personalizadas, o DI busca não apenas transmitir conteúdos de forma clara, mas também promover o engajamento, a motivação e a construção de conhecimentos como métodos de ensino, tecnologias, estratégias avaliativas a análise de necessidades, a definição de objetivos instrucionais claros, a seleção de estratégias pedagógicas apropriadas e a avaliação contínua, sempre com foco na aprendizagem do estudante, e do designer instrucional exige criatividade, análise crítica e adaptação constante, tendo como referência modelos como o ADDIE (análise, design, desenvolvimento, implementação e avaliação). A personalização do ensino é uma das grandes vantagens do DI, pois permite adaptar conteúdos às características individuais dos alunos, considerando estilos de aprendizagem, preferências e níveis de suporte, também enfrenta desafios, como a percepção de rigidez nos processos, a necessidade de tempo e recursos para criação de materiais personalizados e o risco de obsolescência caso não haja desenvolvimento profissional contínuo, é essencial que o profissional da área mantenha-se atualizado para que o DI continue a ser uma metodologia dinâmica, inclusiva e responsiva às exigências do ensino moderno. O DI, portanto, revela-se uma ferramenta estratégica e transformadora, capaz de promover melhorias significativas na qualidade da educação e na experiência de aprendizagem dos estudantes.
Palavras-chave: Design Instrucional. Tecnologias Educacionais. Metodologias Ativas.
ABSTRACT
Instructional Design (ID) has been consolidated as an essential approach in the contemporary educational scenario, especially in the face of challenges related to innovation and the search for quality education. It is a systematic process, based on learning theories and pedagogical methodologies, which aims to plan, develop and implement effective, meaningful and personalized learning experiences. ID seeks not only to transmit content clearly, but also to promote engagement, motivation and the construction of knowledge such as teaching methods, technologies, assessment strategies, needs analysis, the definition of clear instructional objectives, the selection of appropriate pedagogical strategies and continuous assessment, always focusing on student learning, and the instructional designer requires creativity, critical analysis and constant adaptation, using models such as ADDIE (analysis, design, development, implementation and evaluation) as a reference. Personalizing teaching is one of the great advantages of DI, as it allows content to be adapted to the individual characteristics of students, considering learning styles, preferences and levels of support. It also faces challenges, such as the perception of rigidity in processes, the need for time and resources to create personalized materials and the risk of obsolescence if there is no continuous professional development. It is essential that professionals in the area remain up to date so that DI continues to be a dynamic, inclusive and responsive methodology to the demands of modern teaching. DI, therefore, proves to be a strategic and transformative tool, capable of promoting significant improvements in the quality of education and in the learning experience of students.
Keywords: Instructional Design. Educational Technologies. Active Methodologies
1 Introdução
O Design Instrucional (DI) tem se consolidado como uma abordagem essencial no campo educacional, especialmente diante dos desafios contemporâneos relacionados à inovação e à busca por uma educação de qualidade. Trata-se de um processo sistemático e estruturado que visa planejar, desenvolver e implementar experiências de aprendizagem eficazes e significativas, alinhando princípios pedagógicos às demandas específicas dos alunos e do contexto de ensino, isso deve ser fundamentado em teorias da aprendizagem e metodologias pedagógicas, o DI busca não apenas transmitir conteúdos de forma clara e objetiva, mas também promover engajamento, motivação e a construção de conhecimentos relevantes para os aprendizes, no entanto, a aplicação do Design Instrucional vai além de um conjunto de etapas técnicas.
Ele envolve a integração de diversos elementos, como métodos de ensino, tecnologias, estratégias avaliativas e materiais didáticos, que devem ser cuidadosamente planejados para atender às necessidades individuais dos estudantes, com essa complexidade reflete tanto as possibilidades quanto os desafios enfrentados por profissionais da área, que precisam equilibrar criatividade, análise crítica e adaptação contínua às transformações educacionais, neste texto, serão explorados os principais aspectos do Design Instrucional no processo de ensino-aprendizagem, destacando suas práticas fundamentais, como análise de necessidades, definição de objetivos instrucionais claros, seleção de estratégias pedagógicas e avaliação contínua, e serão discutidos os desafios enfrentados na implementação dessa abordagem, bem como seu papel transformador no cenário educacional atual, a partir dessa análise, busca-se evidenciar como o DI pode atuar como um catalisador para melhorias significativas na qualidade da educação e na experiência dos aprendizes.
Diante disso, este estudo se propõe a explorar os principais aspectos do Design Instrucional, destacando suas práticas essenciais, sua importância na mediação do ensino-aprendizagem e os desafios que precisam ser superados para que ele se consolide como uma metodologia dinâmica, inclusiva e responsiva às exigências do ensino moderno.
2 DESIGN INSTRUCIONAL NA EDUCAÇÃO: DESAFIOS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM.
O design instrucional é uma abordagem sistemática para planejar, desenvolver e implementar experiências de aprendizagem eficazes e eficientes, ele se baseia em teorias da aprendizagem e em princípios pedagógicos para garantir que os conteúdos sejam transmitidos de forma clara, objetiva e significativa para os alunos, entre as principais práticas do design instrucional, destaca-se a análise de necessidades, que envolve identificar lacunas de conhecimento, habilidades ou atitudes do público-alvo, essa etapa é fundamental para definir os objetivos de aprendizagem de maneira alinhada às reais demandas dos aprendizes e do contexto. Chaquime e Figueiredo (2013) ressaltam a importância do papel do Designer Instrucional no ambiente educacional. De acordo com os autores, este profissional tem a responsabilidade de integrar a equipe multidisciplinar, desempenhando um papel significativo na seleção das soluções tecnológicas mais apropriadas às reais demandas dos aprendizes e do contexto.
Outra prática essencial no processo de design instrucional é a definição de objetivos instrucionais claros e mensuráveis. Esses objetivos orientam todas as decisões relacionadas ao desenvolvimento do conteúdo e à avaliação, descrevendo com precisão o que se espera que o aluno seja capaz de realizar ao final da experiência educativa. A partir dessa definição, o designer instrucional procede à seleção e organização do conteúdo, priorizando informações relevantes e estruturando-as de maneira lógica e progressiva, de acordo com o nível de complexidade apropriado ao público-alvo. A escolha das estratégias de ensino e aprendizagem também representa uma etapa central, na qual são definidos os métodos, recursos e mídias que serão utilizados para facilitar a construção do conhecimento. Entre essas estratégias, destacam-se o uso de vídeos, exercícios interativos, estudos de caso e simulações. Por fim, a elaboração de avaliações desempenha um papel igualmente importante, pois possibilita mensurar o desempenho dos alunos e verificar se os objetivos propostos foram efetivamente alcançados. A tecnologia também pode ser usada para uma melhor utilização do tempo e para aumentar a satisfação dos alunos com o conteúdo que lhes é proposto (MORGAN et al., 2015). Jovens e adolescentes têm uma atração pela modernidade, podendo ser um bom meio para despertar a vontade de aprender.
Em relação aos objetivos propostos, além de fornecer dados para ajustes no processo de ensino no design instrucional prevê a revisão e a avaliação contínua dos materiais e métodos utilizados, com base no feedback dos alunos e nos resultados obtidos, isso garante a melhoria constante das práticas educativas, assim, o design instrucional combina análise, planejamento, criatividade e avaliação em um ciclo contínuo de aprimoramento, sempre focado na aprendizagem, “Segundo Filatro ( 2008) para um aprendizado expressiva aconteça em um cenário social específico, é imprescindível que os novos conhecimentos se conectem de maneira relevante às ideias e informações já presentes na estrutura cognitiva dos estudantes”.
O Design Instrucional (DI) é uma abordagem estruturada e versátil, voltada para a criação de ambientes de aprendizagem eficazes e envolventes. Esse processo abrange etapas fundamentais, como a análise de necessidades, a definição de objetivos claros, a escolha de estratégias pedagógicas adequadas, o desenvolvimento de materiais instrucionais e a avaliação contínua dos resultados obtidos, o foco na personalização e na eficiência, o DI busca identificar os desafios enfrentados no processo de aprendizagem e propor soluções por meio de recursos e atividades planejadas para atender às demandas específicas dos alunos. Essa metodologia visa promover maior engajamento, facilitar a aquisição do conhecimento e auxiliar na superação de dificuldades, ao mesmo tempo em que avalia o impacto das práticas educacionais aplicadas, assegurando uma experiência de aprendizagem significativa e transformadora. Conforme destacado por Machado et al. (2023) a importância do DI se revela de maneira incontestável, constituindo-se como uma abordagem estruturada e organizada para o desenvolvimento do programa de treinamento e educação.
O Design Instrucional (DI) surge como uma ferramenta essencial no desenvolvimento de materiais educacionais estruturados e adaptados às particularidades de cada estudante, garantindo que as metas de aprendizagem sejam alcançadas com eficiência, essa abordagem se destaca por possibilitar a criação de recursos didáticos interativos e dinâmicos, capazes de despertar o interesse, motivar os alunos e enriquecer significativamente sua experiência de aprendizado, mais do que um conjunto de etapas isoladas, o DI funciona como um sistema integrado e contínuo encontra no processo tem início na identificação das necessidades dos alunos, o que orienta a escolha de estratégias pedagógicas apropriadas. Essas tecnologias contribuem para a redefinição dos papéis do professor, do aluno e da instituição (Batista & Menezes, 2009, p.7), ao mesmo tempo em que elevam a qualidade do ensino, otimizam a gestão do tempo dos educadores, permitem a personalização do conteúdo conforme as necessidades dos estudantes e garantem a continuidade do processo educativo.
A partir das estratégias definidas, são elaborados materiais instrucionais personalizados, que atendem às necessidades específicas dos alunos e aos objetivos educacionais propostos. A avaliação contínua dos resultados permite ajustes e aprimoramentos ao longo do processo, criando uma dinâmica de aprendizagem flexível e responsiva, capaz de se adaptar aos diferentes contextos e às constantes transformações do cenário educacional. É justamente essa integração entre planejamento, ação e avaliação que confere ao Design Instrucional um papel central na educação contemporânea, especialmente diante dos desafios relacionados à inovação e à busca por uma formação de qualidade. No entanto, como destacado por Machado et al. (2023), um dos principais obstáculos é o risco de que sua aplicação resulte em práticas monótonas e repetitivas, o que pode comprometer a motivação dos educandos e limitar o potencial transformador da proposta instrucional.
.A Diferenciação Instrucional (DI) destaca-se pela sua capacidade de personalizar o ensino, adaptando o conteúdo às necessidades individuais dos alunos, essa característica permite levar em consideração os estilos de aprendizagem, preferências pessoais e níveis de suporte necessários de cada estudante, personalizando o material educacional, a DI aumenta a relevância do aprendizado, promovendo uma experiência mais significativa e eficaz, reconhecendo que cada aluno é único e aprende de maneiras diferentes, buscando otimizar o processo de ensino-aprendizagem, personalização do ensino, DI permite adaptar o conteúdo e as atividades às necessidades individuais dos alunos, considerando seus estilos de aprendizagem, preferências e níveis de suporte, aumentar a relevância do aprendizado.
O DI aumenta o envolvimento e a participação nas atividades, desenvolvimento de habilidades de pensamento crítico, incentivando os alunos a pensar de forma crítica e criativa, pois eles são desafiados a resolver problemas e aplicar o conhecimento de maneiras diversas, permite a flexibilidade, que os professores usem uma variedade de métodos de ensino, permitindo que os educadores se adaptem facilmente aos estilos de aprendizagem dos seus alunos, Juntamente com a inclusão, a DI permite que os alunos com deficiência ou aqueles que precisam de ajuda adicional participem do processo de aprendizagem, com os seus colegas. Para ESCOBAR (1996) cada aluno deve realizar-se de acordo com suas potencialidades, nesse processo, cabe ao professor mediar a aprendizagem e propor desafios adequados ao estudante e ao fortalecimento de suas potencialidades, respeitando suas dificuldades.
Como destacado por Romiszowski (2011), um dos desafios relevantes do Design Instrucional (DI) é a percepção de rigidez presente em algumas de suas abordagens, o que pode restringir a criatividade e dificultar adaptações rápidas diante das constantes mudanças no ambiente educacional, superar essa limitação exige uma postura mais flexível e inovadora, que permita a incorporação de ajustes contínuos, tornando o processo mais responsivo às transformações da realidade contemporânea, outro aspecto desafiador está na criação de materiais didáticos sob medida, que exige tempo significativo e a alocação adequada de recursos humanos, tecnológicos e financeiros. Nesse contexto, torna-se fundamental encontrar um equilíbrio entre qualidade e eficiência, buscando estratégias que otimizem o desenvolvimento dos conteúdos instrucionais, o objetivo é maximizar o impacto educacional sem sobrecarregar os recursos institucionais, garantindo, assim, uma prática sustentável e eficaz no uso do Design Instrucional.
3 Conceitos e Possibilidades Vantagens e Desvantagens das Práticas de DI.
As inúmeras práticas do profissional de Design Instrucional, conforme sintetizado por Barreiro (2016, p.4 apud Filatro, 2008, n.p.), convergem para a construção de um produto educacional qualificado que considera tanto as particularidades dos alunos quanto a orientação pedagógica da instituição, o profissional atua na criação de um ecossistema de aprendizagem através da elaboração de materiais didáticos e da seleção de ferramentas digitais, embasado em planejamento e estudos prévios dos objetivos institucionais e das necessidades da comunidade estudantil, culminando em um desenho guia adaptado às especificidades e realidades de cada turma.
Entre as vantagens do Design Instrucional destacam-se a sistematização do processo educativo, a melhoria da qualidade do ensino, a possibilidade de personalização e a promoção de uma aprendizagem mais ativa e significativa. O DI também contribui para a capacitação dos educadores, que passam a utilizar metodologias mais eficazes e recursos tecnológicos inovadores. No entanto, existem algumas desvantagens, como a necessidade de constante atualização dos profissionais para acompanhar as rápidas mudanças tecnológicas e pedagógicas, o que pode demandar tempo e investimento. Além disso, a implementação do DI pode ser complexa e exigir recursos financeiros e humanos que nem sempre estão disponíveis, especialmente em contextos educacionais mais restritos.
O processo de trabalho do Design Instrucional, conforme descrito por Barreto (2016), organiza-se em cinco fases interconectadas: análise, desenho, desenvolvimento, implementação e avaliação. Essas etapas compõem o modelo ADDIE — acrônimo de Analysis, Design, Development, Implementation e Evaluation — amplamente reconhecido como referência metodológica na área. A primeira fase, de análise, envolve a coleta e interpretação de informações essenciais para a compreensão das necessidades do público-alvo, bem como do contexto educacional no qual o projeto será inserido. Em seguida, na fase de desenho, são definidas as estratégias pedagógicas, os recursos didáticos e as ferramentas tecnológicas que serão utilizadas no processo de ensino-aprendizagem. Essa etapa também contempla a previsão de custos, a identificação dos profissionais envolvidos e a elaboração de um cronograma detalhado, assegurando uma estrutura organizacional sólida para o desenvolvimento do projeto.
Considerando o profissional designer instrucional no contexto da educação, é possível destacar diversas vantagens que esse especialista traz para o processo de ensino e aprendizado é umas das principais é a abordagem sistemática adotada no desenvolvimento de materiais instrucionais, essa abordagem estruturada contribui significativamente para a eficácia do ensino, pois envolve etapas bem definidas que orientam todo o processo pedagógico, entre essas etapas, destacam-se a análise de necessidades dos alunos, a definição clara de objetivos de aprendizagem, o planejamento cuidadoso de atividades instrucionais e, por fim, a avaliação criteriosa dos resultado, a seguir esse modelo, o designer instrucional assegura que os conteúdos estejam alinhados com as metas educacionais, que os métodos utilizados sejam adequados ao público-alvo e que o processo de aprendizagem seja eficiente, coerente e centrado no estudante. Essa organização não apenas otimiza a aprendizagem, mas também facilita ajustes e melhorias contínuas nos cursos, tornando a atuação do designer instrucional essencial para a qualidade da educação, especialmente em ambientes mediados por tecnologias. Diante disso, o design é definido como o processo estratégico, técnico e criativo de idealizar, criar, desenvolver, configurar, conceber, elaborar e especificar algo para uso. (Kenski, 2019, p.6).
No âmbito específico do Design Instrucional e de seus profissionais, as vantagens se manifestam de forma evidente. Essa área oferece um corpo de conhecimento estruturado que, de maneira intrínseca, potencializa o processo de ensino-aprendizagem. Parte desse potencial está diretamente relacionada à atuação do profissional qualificado, que, ao demonstrar compromisso com a formação continuada, é capaz de aplicar esse conhecimento de forma prática, convertendo-o em benefícios concretos e mensuráveis para o campo educacional. A confiança na obtenção dos resultados desejados reside, em grande parte, nas avaliações sistemáticas realizadas em cada etapa do processo de Design Instrucional, permitindo ajustes precisos e embasados. No entanto, uma das principais fragilidades da área surge justamente quando há negligência quanto à atualização constante. O profissional que não se dedica ao aprendizado contínuo corre o risco de se tornar obsoleto diante dos avanços educacionais e tecnológicos, comprometendo a eficácia de sua atuação e a relevância de suas contribuições para a educação.
Consequentemente, pode inadvertidamente desenvolver materiais e diretrizes que já não correspondem, estar atento ao design instrucional implica conhecer estudos e questionamentos recentes na área (Seels, 1995; Seels e la Teja, 2001). Demanda-se competência em abordagens de aprendizagem e princípios de ensino, além de criatividade no uso de novas tecnologias. Essa responsabilidade social com a qualidade do ensino e da aprendizagem torna a avaliação essencial. As atividades de aprendizagem na WEB, por exemplo, não podem ser improvisadas, as necessidades presentes, comprometendo a efetividade dos resultados esperados. A falta de um desenvolvimento profissional contínuo pode, portanto, restringir de maneira significativa o potencial impacto positivo que o design instrucional pode exercer na educação.
A falta de um desenvolvimento profissional contínuo representa um entrave significativo para a plena realização do potencial transformador do design instrucional na educação. Em um campo dinâmico e em constante evolução, marcado por novas tecnologias, teorias pedagógicas e demandas educacionais emergentes, a estagnação profissional limita a capacidade dos designers instrucionais de inovar, de aplicar as melhores práticas e de criar soluções de aprendizagem eficazes e engajadoras. Essa lacuna no desenvolvimento contínuo pode resultar em materiais desatualizados, metodologias ineficientes e, consequentemente, em um impacto reduzido na qualidade da educação e na experiência dos aprendizes.
Portanto, investir no desenvolvimento profissional constante não é apenas benéfico para o crescimento individual do designer instrucional, também é para impulsionar o avanço e a relevância do design instrucional como um catalisador de melhorias significativas no cenário educacional. De acordo com Burak et al. (2004), o design instrucional é um processo intrinsecamente complexo, pois exige a integração de múltiplos elementos, como métodos de ensino, materiais, tecnologias e estratégias de avaliação. Essa complexidade reflete-se na necessidade de considerar uma ampla gama de fatores para garantir que o produto educacional atenda tanto às necessidades dos alunos quanto aos objetivos pedagógicos.
4 Considerações Finais
Diante da complexidade dos desafios educacionais contemporâneos, o Design Instrucional (DI) evidencia-se como uma abordagem estratégica e estruturada, capaz de promover experiências de aprendizagem mais eficazes, personalizadas e alinhadas às reais necessidades dos estudantes. Sua aplicação, fundamentada em teorias da aprendizagem e em metodologias pedagógicas, permite não apenas a organização sistemática do ensino, mas também o fortalecimento da mediação docente, o incentivo ao pensamento crítico e o uso intencional das tecnologias educacionais. Através de práticas como a análise de necessidades, a definição de objetivos claros, a escolha adequada de estratégias e a avaliação contínua, o DI contribui para uma educação mais inclusiva, dinâmica e responsiva, refletindo diretamente na motivação dos alunos e na melhoria da qualidade do ensino.
No entanto, apesar de seus inúmeros benefícios, a implementação do Design Instrucional ainda enfrenta obstáculos importantes, como a percepção de rigidez metodológica, a exigência de tempo e recursos na produção de materiais, e a necessidade constante de formação dos profissionais da área. Superar essas limitações exige uma postura inovadora e colaborativa, que valorize tanto a flexibilidade quanto o compromisso com a melhoria contínua. Nesse contexto, o fortalecimento da atuação do designer instrucional, aliado ao investimento em sua capacitação, torna-se essencial para garantir uma prática educacional que acompanhe as transformações do século XXI e que esteja verdadeiramente comprometida com o desenvolvimento integral dos estudantes. Assim, o DI reafirma seu papel como uma ferramenta vital na construção de ecossistemas de aprendizagem mais relevantes, acessíveis e significativos.
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