POTENCIAL TERAPÊUTICO NO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) COM O USO DO CANABIDIOL EXTRAÍDO DA PLANTA CANNABIS SATIVA

POTENCIAL TERAPÉUTICO EN EL TRASTORNO DEL ESPECTRO AUTISTA (TEA) CON EL USO DE CANNABIDIOL EXTRACTO DE LA PLANTA CANNABIS SATIVA 

THERAPEUTIC POTENTIAL IN AUTISTIC SPECTRUM DISORDER (ASD) WITH THE USE OF CANNABIDIOL EXTRACTED FROM THE CANNABIS SATIVA PLANT 

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7261961


Nicole de Paula Carapiá1
Giovanna Mortari Dantas2
Stephanye Buemerad Santiago3
Fernanda de Almeida Pagliucca4
Orientador:
Gustavo José Vasco Pereira5


Resumo  

O transtorno do espectro autista, ou TEA, é um transtorno que impacta principalmente a capacidade de comunicação, em geral autistas têm dificuldade de se expressar, e repetem gestos, e em casos mais severos tem crises de ansiedade, e de raiva. A ciência ainda não tem certeza de como se origina, mas avança nos tratamentos. O óleo de canabidiol, é uma das centenas de substâncias da cannabis sativa, a planta da maconha. Os benefícios do canabidiol (CBD) em autistas foram identificados por cientistas israelenses numa pesquisa com 200 crianças, que usavam extratos por 6 meses, 83% tiveram melhora do humor, ansiedade, concentração, qualidade do sono, e na capacidade de fazer sozinha tarefas corriqueiras, como alimentar-se. Ao contrário das medicações normalmente recomendadas como paliativo para os sintomas do TEA, esse tratamento apresenta efeitos colaterais praticamente inexistentes, ou que tendem a sumir com o ajuste correto da dose. No Brasil, as famílias obtêm o óleo importado através da ANVISA, se provarem por laudos médicos que outros medicamentos não obtiveram o efeito esperado. Entretanto, existem inúmeras dificuldades na importação do produto, além do preconceito da origem da substância, o que faz com que muitas famílias que precisam de tratamento iniciarem um processo legal para sua obtenção. O presente trabalho tem como objetivo descrever os benefícios dessa substância no tratamento do TEA. 

PALAVRAS CHAVE: Transtorno do espectro autista, autismo, canabidiol, tratamento. 

Resumen 

El trastorno del espectro autista, o TEA, es un trastorno que afecta principalmente las habilidades de comunicación, por lo general, las personas autistas tienen dificultad para expresarse, y repetir gestos, y en casos más severos tienen crisis de ansiedad y depresión. La ciencia aún no está segura de cómo se origina, se están logrando más avances en nuestros tratamientos. O aceite de cannabidiol, es una de las cientos de sustancias del cannabis sativa, una planta de marihuana. De los beneficios del cannabidiol (CBD) en autistas identificados por científicos israelíes en un estudio de 200 niños, que utilizaron extractos durante 6 meses, el 83% había mejorado el estado de ánimo, la ansiedad, la concentración, la calidad del sonido, además de la capacidad de actuar solo sobre tareas corredores, cómo alimentar. A diferencia de los fármacos normalmente recomendados como paliativos de los síntomas del TEA, este tratamiento prácticamente no tiene efectos secundarios o que tienden a disminuir con el ajuste correcto. En Brasil, las familias obtienen aceite importado a través de ANVISA, se comprobará por informes médicos que otros medicamentos no obtienen el efecto esperado. Sin embargo, existen numerosas dificultades para importar el producto, además del prejuicio sobre el origen de la sustancia, o que hace posible que muchas familias que necesitan tratamiento inicien un proceso legal para obtenerlo. O presentar trabajos con el objetivo de descubrir los beneficios de la sustancia sin tratamiento del TEA. 

PALABRAS CLAVE: Trastorno del espectro autista, autismo, cannabidiol, tratamiento. 

Abstract 

The autistic spectrum disorder, or ASD, is a disorder that mainly impacts the ability to communicate, in general autistic people have difficulty expressing themselves, and repeat gestures, and in more severe cases they have anxiety and anger crises. Science is still not sure how it originates, but advances in treatments are being made. Cannabidiol oil is one of hundreds of substances in cannabis sativa, the marijuana plant. The benefits of cannabidiol (CBD) in autistics were identified by Israeli scientists in research with 200 children, who used extracts for 6 months, 83% had improvement in mood, anxiety, concentration, sleep quality, and in the ability to do everyday tasks alone, such as feeding themselves. Unlike the medications usually recommended as palliative for the symptoms of ASD, this treatment has virtually no side effects, which tend to disappear with the right dose adjustment. In Brazil, families obtain the oil imported through ANVISA, if they can prove through medical reports that other medications have not had the expected effect. However, there are numerous difficulties in importing the product, besides the prejudice of the origin of the substance, which causes many families who need the treatment to start a legal process to obtain it. The present work aims to describe the benefits of this substance in ASD treatment. 

KEYWORDS: Autistic spectrum disorder, autism, cannabidiol, treatment. 

1. INTRODUÇÃO 

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma doença neurológica que afeta alguns receptores específicos do Sistema Nervoso Central e Sistema Imune. Essa doença geralmente é descoberta nos primeiros anos de vida, onde são identificados um conjunto de sinais e sintomas que corroboram com diagnóstico. Os sinais mais clássicos são caracterizados por dificuldade na interação social, autoagressão e comportamentos efêmeros. (Pinto RNM et al., 2016). Um estudo realizado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças, em 2020 já indicou que uma em cada 54 crianças é diagnosticada com o TEA. Portanto, hoje, com 211 milhões de habitantes, estima-se que 3,9 milhões de brasileiros sejam TEA (MAENNER, 2021). Diante disso, evidencia-se a necessidade de pesquisar e elucidar melhor o tema. 

O Canabidiol – CBD é uma substância de grande proporção na Cannabis sativa. Este composto possui diversos efeitos terapêuticos descritos na literatura. Devido sua característica de não provocar efeitos colaterais ao paciente, essa substância é amplamente utilizada para fins medicinais, incluindo o tratamento de doenças psiquiátricas e neurológicas, como, por exemplo, o Autismo (A.R.M Schier et al., 2011) 

Nas últimas décadas, a eficiência do CBD veio sendo amplamente pesquisada como um tratamento promissor para o autismo. Com a divulgação e o mercado relacionado ao CBD se expandindo e seu uso ligado a portadores de TEA, acabou gerando grande interesse em muitos pais para adotarem esse tratamento. Com o avanço da tecnologia, a popularidade deste recurso aumentou gerando grandes expectativas. (A.L.M Oliveira et al., 2021) 

Em muitos países o tratamento com CBD foi aceito e liberado, porém no Brasil o atraso científico e a não liberação de plantio ainda impede esse recurso de maneira acessível. 

Atualmente, só podem fazer o uso deste tratamento pessoas liberadas pela ANVISA, contando com uma taxa altíssima de importação, que acaba excluindo os mais necessitados do país, com isso dificulta a comprovação da eficácia, pois apenas uma minoria da população faz o uso deste tratamento. (DE SOUZA, 2021). 

A relevância desse estudo consiste em ampliar a compreensão a respeito do uso de CBD no tratamento de TEA. Os medicamentos convencionalmente utilizados para o tratamento de TEA provocam efeitos colaterais, o que diminui a qualidade de vida dos diagnosticados com esse transtorno. Entretanto, diversos estudos indicam que o uso de CBD é altamente eficiente no tratamento de TEA, além disso promove o bem-estar do usuário. Apesar disso dos seus benefícios, por ser uma substância derivada da maconha, a legalização, comercialização e importação do CBD para uso medicinal sofre vários empecilhos o que dificulta o tratamento.  

Portanto, é necessário compreender os mecanismos de ação desse composto e como seu uso pode ser benéfico, e muitos menos agressivo quando comparado com os fármacos utilizados atualmente. 

2. OBJETIVO 

Realizar um levantamento bibliográfico, a fim de comparar a eficiência do tratamento farmacológico para Transtorno do Espectro Autista – TEA, com o tratamento alternativo do uso do canabidiol – CBD. 

Objetivos específicos: 

  • Descrever o que é e as principais manifestações do Transtorno do Espectro Autista – TEA 
  • Descrever o mecanismo de ação do canabidiol, como ele atua no sistema nervoso, e quais são os benefícios descritos em pacientes autistas. 
  • Descrever quais são os tratamentos padrão para TEA, e benefícios em pacientes autistas.  

3. METODOLOGIA 

Metodologicamente será realizada revisão bibliográfica num período correspondente aos últimos 10 anos de publicação. 

Estratégias de busca: 

Serão utilizadas as bases de dados eletrônicos do Science direct, B-on, Plos, Medline, NCBI /MESHC, Interscience, Springer, Googlescholar. Foram utilizadas as palavras-chave: Transtorno do espectro autista; Canabidiol, Tratamento alternativo. 

Critérios de inclusão de estudo: 

Serão incluídos artigos da língua portuguesa, estudos com restrição de período e com texto completo disponível. 

Seleção de estudos: 

Os estudos serão selecionados após leitura criteriosa dos trabalhos publicados de acordo com a questão proposta conforme fluxograma. 

Desenvolvimento: 

O TEA são um conjunto de transtornos de neurodesenvolvimento, logo é possível observar os sintomas precocemente já nos primeiros meses de vida. As principais áreas afetadas são a interação social, a comunicação social, também existem alguns comportamentos estereotipados e repetitivos (ZÚÑIGA 2017). Estudos atuais mostram que o TEA atinge cerca de 1% da população, isso significa que 1 em cada 100 pessoas tem o diagnóstico de um transtorno do espectro autista. O transtorno do espectro autista possui diferentes níveis de gravidade: leve, moderado ou grave. O que determina a gravidade é a funcionalidade da criança, não o número de sintomas que ela apresenta (ONZI, 2015).  

Os sinais e os sintomas mais comuns estão relacionados a dificuldade na interação social. Geralmente, crianças com autismo preferem brincar sozinhas, além disso, pode parecer que não está te ouvindo quando é chamada, logo apresenta uma diminuição de resposta, não sustenta o contato visual, ou quando o faz, é de uma forma fugaz (RACHID FILHO, 2020). Muitas vezes também há um retardo no desenvolvimento da linguagem, é considerado que com 18 meses a criança fale em média 50 palavras, então uma criança de 1 ano e meio que não esteja falando nenhuma palavra já é um sinal de alerta importante para transtornos do neurodesenvolvimento, especificamente os transtornos do espectro autista (NAPOLI, 2021). Também são comuns alguns comportamentos mais estereotipados, como movimentos motores de corpo, como se balançar para a frente e para trás, ou girar torno de si mesmo, andar na ponta dos pés, são alguns exemplos. Em relação aos sintomas sensoriais, a criança pode ser muito sensível a barulho ou ela pode ser muito seletiva alimentar, não tolerar determinadas texturas, por exemplo. O diagnóstico tem que ser feito por um profissional, que vai incluir avaliação de uma equipe multidisciplinar (ZANON, 2014).  

  As principais causas relacionadas são os distúrbios genéticos, entretanto, alguns fatores ambientais também podem contribuir, como, por exemplo, algumas exposições medicamentosas durante a fase da gestação, como o uso de talidomida. Exposição a infecções gestacionais como a gripe, influenza, rubéola, e citomegalovírus, também podem aumentar o risco de a criança desenvolver TEA. Complicações no trabalho de parto como hipóxia e anóxia do bebê também são fatores que favorecem essa condição (ZANON, 2014). 

 Existem diversas terapias para o tratamento de TEA, todas elas visam promover a independência e autonomia para que a criança seja capaz de desenvolver habilidades (CZERMAINSKI, 2013). Após o diagnóstico do autismo, se feito na primeira infância, a criança deve passar por intervenção precoce que inclui uma combinação de abordagens comportamentais como análise do comportamento aplicada, conhecida também pela sigla ABA, refere-se a uma ciência com uma série de programas destinados a desenvolver habilidades sociais cognitivas e incentivar comportamentos positivos, usando um sistema de recompensa. A ABA, inclui técnicas que incentivam o passo a passo do aprendizado, pode ser trabalhar individualmente ou em grupo para que a criança desenvolva habilidades de comunicação, e reduz a comportamentos como a autoagressão. Para algumas pessoas com autismo interagir com outras pessoas é muito difícil, com a ABA é possível aprender as habilidades sociais básicas, incluindo como conduzir uma conversa, entender piadas, e interpretar os sinais emocionais (NETO, 2013). 

Outro tratamento é o modelo Denver de intervenção precoce, que é uma terapia comportamental recomendado para crianças de até 5 anos, baseada na análise do comportamento, pais e terapeutas eles usam nessa terapia atividades lúdicas para reforçar os comportamentos positivos, então por meio de brincadeiras para as crianças são encorajadas a melhorar as suas habilidades linguísticas sociais e cognitivas (POZO, 2014). Tem como objetivo fazer a criança perceber que se relacionar é legal e com isso melhora as habilidades sociais dessa criança. É importante ressaltar que para essas terapias serem um resultado positivo é preciso ter envolvimento da criança, dos seus familiares, dos seus cuidadores e dos especialistas que acompanham (RODRIGUES, 2021). 

 Além disso, a criança com autismo ela pode contar com a ajuda de outros profissionais, como por exemplo o fonoaudiólogo que pode ajudar muito a desenvolver habilidades de comunicação, e a capacidade de usar a linguagem em um ambiente social. Eles ensinam as habilidades verbais que podem ajudar as pessoas com autismo as comunicar melhor, a melhorar a velocidade e o ritmo da fala, além de usar palavras corretamente (TEIXEIRA, 2010). 

 Além de todas as terapias, também existe o tratamento medicamentoso, que ele é indicado para o tratamento de comorbidades, não do autismo em si. Existem diversos tipos de medicamentos que podem controlar a depressão, e a ansiedade (MATTOS, 2019). Os medicamentos também podem ser indicados para melhorar a qualidade do sono, da pessoa que apresenta distúrbios do sono, podem ajudar os problemas de agressividade e autoflagelação, e outros comportamentos inadequados que a criança pode apresentar (TEIXEIRA, 2010).  

O canabidiol, ou CBD, é uma substância extraída da planta cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha. Existem um total de quase 400 substâncias presentes na maconha, sendo que dessas 60 são canabidioides sendo a principal o CBD, responsável por 40% do total das substâncias, e o restante são outras substâncias sendo a mais importante delas a ser citada o THC, responsável pela dependência potencial que a maconha causa, assim como a perturbação da consciência e a atividade alucinógena (GONTIJO, 2016).  

No nosso corpo existem 2 receptores chamados canabidioides, que funcionam como verdadeiras fechaduras para as substâncias derivadas da maconha, e se encontram espalhados em diversos órgãos do nosso corpo, sobretudo, o primeiro deles o receptor CB1 ele tem uma alta densidade no nosso cérebro, não sendo distribuído de maneira uniforme, porém possui uma grande concentração principalmente em áreas que são responsáveis pelos nossos afetos. E o CB2 que estão presentes em órgãos linfóides, por exemplo, o timo, e o baço, que são responsáveis por atuar em processos de infecção e inflamação.  A razão pela qual esses receptores são chamados de canabidioides, é porque existem substâncias endocanabinóides são substâncias são produzidas pelo nosso próprio corpo (GONTIJO, 2016).  

O princípio pelo qual a maioria das substâncias psicoativas tem sua ação no nosso sistema nervoso central iniciase com uma substância psicoativa sendo consumida de alguma forma, (seja por via oral, inalatória, injetável, ou qualquer outra via), chega a nossa corrente sanguínea que por sua vez, alcança o cérebro. No cérebro, essa substância vai entrar em contato com diversas células, sendo as principais os neurônios, mas para que essa substância tenha ação numa determinada célula, é preciso que essas substâncias se encaixem perfeitamente em um chamado receptor na membrana da célula, num mecanismo de chave-fechadura. Onde a chave é a substância, e a fechadura o receptor presente na membrana celular (PERNONCINI et al, 2014).  

4. DISCUSSÃO 

A utilização do canabidiol aplicase em quadros de TEA refratários, onde os distúrbios de comportamento grave não apresentam melhora com os medicamentos padronizados, e a criança ainda apresenta quadro. OFDA – Food and Drug Administration é o centro regulador de medicações nos Estados Unidos, aprovado pela FDA tratamento à base de canabidiol para sintomas de Parkinson, principalmente dos sintomas não motores associados aos sintomas psicóticos, insônia, depressão e outros, visto que o Canabidiol melhorou significativamente a qualidade de vida e a redução de estigma dos pacientes. No tratamento de outras doenças, estudos demonstram melhora dos sintomas na epilepsia, dor, Alzheimer, Mal de Parkinson, esclerose múltipla (OLIVEIRA, 2019).  

No Brasil, o Ministério da Saúde, por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária decreta a – RDC N° 17, DE 06 DE MAIO DE 2015 que: 

 ‘’Define os critérios e os procedimentos para a importação, em caráter de excepcionalidade, de produto à base de Canabidiol em associação com outros canabinóides, por pessoa física, para uso próprio, mediante prescrição de profissional legalmente habilitado, para tratamento de saúde.’’ 

Além disso, recentemente, em 2021, a agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), emitiu a autorização sanitária de uma solução de uso oral à base de canabidiol (CBD) com concentração de 50 mg/mL, com até 0,2% de tetraidrocanabinol (THC) e, portanto, deverá ser comercializada em farmácias e drogarias a partir da prescrição médica por meio de receita do tipo B (DE JESUS NUNES, 2021).    

‘’A fabricação do produto autorizado pela Agência por meio da Resolução RE 4.067 será feita na Colômbia. Com a autorização, a empresa pode importar o produto já pronto para uso e iniciar a distribuição e a comercialização no país.  O produto à base de canabidiol aprovado pela Anvisa deve ser prescrito quando estiverem esgotadas outras opções terapêuticas disponíveis no mercado brasileiro.  A indicação e a forma de uso do produto são de responsabilidade do médico prescritor, sendo que os pacientes devem ser informados sobre o uso do canabidiol‘’ 

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Nos últimos anos houve o aumento de pessoas diagnosticadas com transtorno do espectro autista ao redor do mundo. Apesar de existirem fatores genéticos associados, sua causa ainda não é totalmente elucidada.   

Por se tratar de um transtorno de neurodesenvolvimento os sintomas surgem logo na primeira infância, podendo se agravar com o passar dos anos. Esse quadro afeta várias áreas da vida do indivíduo, e por esse motivo o tratamento dos sintomas precisa ser feito por uma equipe multiprofissional, visando promover a qualidade dos pacientes. 

A partir do levantamento bibliográfico realizado nesse trabalho, é possível identificar diversos benefícios que a psicoterapia alternativa e complementar do uso do canabidiol no tratamento de pessoas com TEA pode proporcionar. 

Entretanto, é fundamental que ensaios clínicos a cerca deste assunto sejam desenvolvidos, para que sejam fornecidos dados mais concretos sobre os efeitos desse tratamento a longo prazo, qual a dose mínima ideal para metabolismo de acordo com a idade, possíveis efeitos colaterais, e fornecer recomendação de uso baseado em evidências etc. Essas informações podem contribuir para atribuir confiabilidade a essa substância, desmistificando alguns estigmas sobre seu uso.  

Diante disso, é fundamental a desconstrução de preconceitos sociais nas questões do uso medicinal da cannabis, assim como o aumento de estudos que comprovem sua eficácia e facilitem sua aquisição de forma legalizada com fins terapêuticos, diminuindo assim seu preço e aumentando seu alcance pela população. 

REFERÊNCIAS 

CZERMAINSKI, Fernanda Rasch; BOSA, Cleonice Alves; DE SALLES, Jerusa Fumagalli. Funções executivas em crianças e adolescentes com transtorno do espectro do autismo: uma revisão. Psico, v. 44, n. 4, p. 518-525, 2013. 

DE JESUS NUNES, Lidiane; DE ANDRADE, Leonardo Guimarães. APLICABILIDADE DO CANABIDIOL NO TRATAMENTO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, v. 7, n. 10, p. 853-873, 2021. 

DE SOUZA, Bianca Cândido; CASAGRANDE, Ana Beatriz; FUMAGALLI, Helen Figueiredo. Efetividade do uso do Canabidiol nos tratamentos de comorbidades relacionadas ao transtorno do espectro autista. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 10, p. 74803-74806, 2020. 

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1ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4606-3635 . Universidade Anhembi Morumbi, Brasil

2ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7839-6568. Universidade Anhembi Morumbi, Brasil

3ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6168-3026. Universidade Anhembi Morumbi, Brasil

4ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5008-7840. Universidade Anhembi Morumbi, Brasil