POTENTIAL FOOD-DRUG INTERACTIONS OF CUPUASSU (THEOBROMA GRANDIFLORUM SCHUM)
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10072863
Sabrina Gomes de Omena¹
Kamilly Prestes Martins²
Aretha Gomes de Omena³
Prof. M.e. Ronildo Oliveira Figueiredo4
RESUMO
Os alimentos têm potencial de interação com medicamentos e a ingestão simultânea de ambos pode impactar significativamente na farmacoterapia. Essas interações droga-alimento nem sempre são específicas e potencialmente alteram a farmacocinética e/ou a farmacodinâmica dos medicamentos. Os alimentos podem desencadear efeitos positivos ou negativos, a partir de interações em diferentes etapas do fármaco no organismo. As diferentes características físico-químicas dos alimentos, conferem potencial de interação com os fármacos. O bioma amazônico confere às frutas da região sabores exóticos e potencial econômico, destacando-se especialmente o cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum), rica em polpa, amplamente consumida na Amazônia na forma de bebidas e doces. Foi desenvolvida uma revisão de literatura sobre as propriedades nutricionais do cupuaçu, identificando potenciais interações fármaco-nutriente e as respectivas implicações no efeito terapêutico dos fármacos. As evidências encontradas indicam que as características dos produtos derivados do cupuaçu representam as maiores interações, especialmente associadas ao pH ácido da fruta in natura e de seus derivados. Para neutralizar ou utilizar as interações fármaco-alimento de maneira positiva, deve-se conhecer profundamente tais interações, que ainda precisam ser completamente elucidadas, aliadas a uma abordagem multiprofissional da equipe de saúde para ajustar a prescrição dietética e a farmacoterapêutica.
Palavras-chave: Interação droga-alimento. Theobroma grandiflorum. Biodisponibilidade. Fármaco. Metabolismo.
ABSTRACT
Food has the potential for interaction with medications and the simultaneous intake of both can significantly impact pharmacotherapy. These food-drug interactions are not always specific and potentially change the pharmacokinetics and/or pharmacodynamics. Food may trigger positive or negative effects, based on interactions on different drug stages in the organism. The different physicochemical characteristics of foods provide potential to drug interaction. The Amazon biome gives the region’s fruits exotic flavors and economic potential, especially cupuassu (Theobroma grandiflorum Schum), rich in pulp, widely consumed in the Amazon in the form of drinks and sweets. A literature review was developed on the nutrition properties of cupuassu, identifying potential food-drug interactions e their respective implication on the therapeutic effect of drugs. The evidence found indicate the characteristics of cupuassu derived products represent the major interactions, especially associated with acid pH of the fresh fruit and its derived products. To neutralize or use food-drug interactions positively, these interactions must be deeply known, which still need to be completely elucidated, combined with a multi-professional approach by the healthcare team to adjust both dietary prescription and pharmacotherapeutics.
Keywords: Food-drug interaction. Theobroma grandiflorum. Bioavailability. Drug. Metabolism.
1. INTRODUÇÃO
A alimentação tem atuação direta em todas as fases da saúde humana seja por promover energia ou por absorver nutrientes necessário para atividades básicas. Porém, tornam-se vulneráveis a muitas doenças em todas essas fases. Portanto o uso de um fármaco faz-se indispensável na ação de recompor o bem-estar do paciente. Por esta razão, as interações entre medicamentos e nutrientes podem ocorrer e devem ser entendidas, pois podem mudar o efeito, meia-vida, a toxicidade, a absorção e aproveitamento de nutriente, além de influenciar no estado nutricional do indivíduo (KOZIOLEK et al., 2019).
Existem muitas interações potenciais entre medicamentos e nutriente devido ao uso generalizado de medicamentos, juntamente com a ampla variabilidade no estado nutricional, hábitos alimentares, composição alimentar e uso de suplementos dietéticos. Algumas dessas interações podem ser benéficas, desfavoráveis ou apresentar pequeno significado clínico (SPINA et al., 2016).
As razões para a ocorrência destes efeitos alimentares na biodisponibilidade oral são múltiplas e o efeito alimentar resultante pode ser considerado como a soma de todos estes processos. Em geral, os efeitos dos alimentos, baseiam-se nas interações entre o medicamento, a formulação e as condições fisiológicas dentro do trato gastrointestinal (KOZIOLEK et al., 2016). Além disso, os alimentos adocicados podem servir como facilitadores para a administração de medicamentos devido à preferência inata pelo sabor mais doce (SERRA-MAJEM et al., 2018).
A prática popular de consumo de bebidas doces como chás e sucos de frutas no mundo, em especial no Brasil, é multifatorial e está associada a aspectos culturais. Além disso, deve-se levar em conta que o valor nutricional e medicinal nem sempre são considerados na hora de escolher o que consumir (MORAES, 2017). Desta maneira, esta prática pode alterar a ação farmacológica de medicamentos, implicando em potenciais efeitos adversos ou de toxicidade ao paciente. (POLAKA et al., 2022).
O consumo de frutas tem adquirido uma posição de destaque no cotidiano da alimentação do brasileiro, sejam elas processadas ou para o consumo “in natura”. Assim, a necessidade de uma alimentação saudável tem contribuído significativamente no aumento da produção de frutas tropicais (OLIVEIRA et al., 2020).
Os frutos tropicais, especialmente os tipicamente amazônicos, possuem grande valor econômico, cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum) é um desses frutos, amplamente cultivado no Norte no Brasil, tem sua maior produção no Pará. Sua polpa é multo apreciada pelo seu sabor ácido e fragrância intensa, mas também se destaca por ser um bom substituto do cacau no desenvolvimento de chocolate e de seus derivados (CUCAITA et al., 2014)
Diferentemente do cupuaçu, o cacau (Theobroma cacao) é a fruta mais conhecida do gênero Theobroma, devido principalmente ao consumo mundial do chocolate, alimento obtido a partir da fermentação de suas sementes. Sendo assim, o cupuaçu tem características semelhantes ao cacau que o tornaria um potencial culinário, mas que ainda permanece inexplorado pela culinária mundial (SILVA et al., 2020). Portanto, ainda são escassos os estudos que reportam a interação entre os compostos bioativos presentes no cupuaçu e as atividades de fármacos.
Nesse contexto o objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão bibliográfica sobre as propriedades nutricionais do cupuaçu, identificando interações fármaco-nutriente e evidenciando as implicações dessas interações no efeito terapêutico dos fármacos.
2. METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica através de coleta de dados. Estudos ou revisões bibliográficas buscam explorar os principais conceitos do tema em questão, averiguar a dimensão, o alcance e a natureza do estudo, condensando e publicando os dados, apontando as lacunas de pesquisas existentes acerca do tema abordado.
A coleta das informações para a revisão bibliográfica foi realizada por meio da exploração de periódicos indexados nas seguintes bases de dados: Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line (Medline), Scopus Elsevier, Scholar Google e Organização Mundial da Saúde (OMS).
Utilizou-se como descritores: Interação droga-alimento; cupuaçu; biodisponibilidade. Para serem incluídos neste estudo, preconiza-se artigos das bases citadas anteriormente, manuais do Ministério da Saúde e teses publicadas que abordam as principais interações existentes entre os fármacos e os nutrientes. A busca das informações foi orientada pelas palavras-chave: Interação droga-alimento; Theobroma grandiflorum; biodisponibilidade; fármaco; metabolismo.
Os critérios de inclusão definidos para a seleção dos artigos foram: Artigos científicos publicados nos idiomas português e inglês; que abordam sobre a especialidade de nutrição e farmacologia; conteúdo de revistas cientificas e do ministério da saúde; artigos publicados e indexados nos referidos bancos de dados nos anos 2013 a 2023. Artigos fora desse intervalo somente foram incluídos se estes eram a única fonte científica para determinado assunto.
Os critérios de exclusão para a seleção dos artigos foram: Artigos de especialidade: saúde pública, educação continuada e biologia de espécies não amazônicas ou tropicais, estudos com resumo não acessível na base cientifica, os artigos não disponíveis na integra online gratuitamente, conteúdos não científicos.
Nessa fase de análise do projeto, os artigos selecionados para leitura do resumo ou abstract foram analisados de forma crítica, quanto ao seu perfil metodológico e sua similaridade entre os resultados encontrados de forma minuciosa, buscando respostas para os resultados diferentes ou conflitantes nos estudos.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Uma interação alimento-fármaco pode dificultar que um medicamento atue como deveria ou pode fazer com que um efeito adverso de uma medicação piore ou melhore. Além disso, pode causar uma nova reação adversa (FDA, 2013). A farmacodinâmica entre fármaco e alimento acontecem por meio da interferência da atividade fisiológica dos fármacos ou dos componentes alimentares. Sendo assim, há diversas maneiras possíveis de ocorrerem interações fármaco-nutriente, incluindo a formação de complexos insolúveis que diminuem a disponibilidade do fármaco e do nutriente (ANTUNES; LO PRETE, 2014).
A Tabela 1 apresenta as interações farmacocinéticas entre droga-alimento, sendo estas específicas ou inespecíficas. Observa-se que a coadministração de alimentos ou bebidas pode afetar a liberação do medicamento de diversas maneiras, seja no volume ou na composição dos fluidos luminais, tempo de transporte da droga ou na motilidade gastrointestinal.
Tabela 1: Interações farmacocinéticas droga-alimento
Específicas | Alimentos funcionais | ||
Álcool | |||
Leite | |||
Suco de toranja | |||
Inespecíficas | Condições luminais | Volume de fluidos | |
Motilidade | |||
pH | |||
Físico-química | |||
Microbiota | |||
Absorção | Transportadores | ||
Membrana intestinal | |||
Metabolismo intestinal | |||
Distribuição | Transporte linfático | ||
Ligação a lipoproteínas | |||
Ligação a proteínas plasmáticas | |||
Metabolismo e eliminação |
Fonte: elaborado pelos autores (2023) adaptado de Koziolek et al. (2019).
A coadministração de medicamentos com alimentos também pode afetar a absorção dos medicamentos devido a alterações em carreadores de captação e efluxo. Outra influência ocorre nos mecanismos de distribuição, seja no transporte linfático de drogas, ou devido a ligação às lipoproteínas e proteínas plasmáticas. Outrossim, também pode haver alteração no metabolismo e na eliminação das drogas, através das enzimas metabolizadoras do citocromo P450, conhecidas como CYPs (KOZIOLEK et al., 2019).
Os fármacos podem interferir na absorção de nutrientes, a exemplo dos fármacos inibidores da bomba de prótons, tendo o Omeprazol como o representante desta classe como um dos medicamentos mais utilizados no mundo e que afeta diretamente o pH estomacal e altera a digestão de alimentos e absorção de nutrientes. Por outro lado, alguns nutrientes podem interferir em processos farmacocinéticos, o que pode afetar sua ação farmacodinâmica e segurança, ocasionando maior toxicidade ou acelerando a metabolização e eliminação do fármaco, o que acarreta prejuízos ao plano terapêutico (ARAÚJO, 2018).
Seguindo o contexto, Pereira, Abreu e Rodrigues (2018), apresentam as características do cupuaçu (Theobroma grandiflorum Schum), uma fruta com potencial econômico agregado especialmente à polpa, que representa em torno de 38% a composição do fruto. As principais características físico-químicas da polpa, são a umidade, sólidos solúveis, açúcares redutores, pH e acidez. Sendo uma fruta de caráter ácido com pH médio de 3,4 (3,2-3,6), este fator representa o maior potencial de interação droga-alimento.
A alteração do pH no trato gastrointestinal devido a alguns nutrientes pode influenciar na absorção de vários fármacos, pois muitos são bases ou ácidos fracos. Algumas alterações de pH podem gerar interações clinicamente importantes que devem ser previstas. Alguns exemplos da interferência da alteração do pH são as interações de alimentos que ocasionam a elevação do pH gástrico e redução da solubilidade dos fármacos. A biodisponibilidade dos fármacos muitas vezes depende do conteúdo gastrointestinal luminal. Portanto, os medicamentos podem reagir sensivelmente às mudanças do ambiente gastrointestinal induzidas pelos alimentos (CVIJIĆ et al., 2014).
A exemplo, novos medicamentos anticancerígenos orais frequentemente apresentam alterações relevantes na biodisponibilidade após administração junto com alimentos, porque muitos deles têm uma fraca solubilidade aquosa e são normalmente administrados em doses relativamente altas (WILLEMSEN et al., 2016). Por outro lado, medicamentos que dependentes da acidez estomacal para completa solubilização podem facilmente ser coadministrados com alimentos acidificantes, ou com suco de cupuaçu ou outros produtos derivados desta fruta, devido ao caráter ácido (SILVA et al., 2020).
Tabela 2: Valor de pH de diferentes produtos à base de cupuaçu.
Polpa | 3,24 – 3,72 (SANTOS et al., 2010) |
Suco integral | 3,40 (SANTOS et al., 2010) |
Suco pronto para beber | 3,70 (SANTOS et al., 2010) |
Bebida láctea | 4,57 – 4,77 (SOUZA, LEÃO & GONÇALVES, 2015) |
Doce cristalizado tipo “jujuba” | 2,8 – 3,5 (BARROS et al., 2021) |
Sobremesa láctea tipo “mousse” | 4,3 – 5,8 (SALGADO, 2010) |
Cupulate em pó | 4,82 (BACHA et al., 2015) |
Geleia | 3,80 (COUTO et al., 2020) |
Bebida fermentada | 5,34 – 5,67 (COHEN & JACKIX, 2005) |
Néctar | 3,2 – 3,52 (VIEIRA & SILVA, 2014) |
Vinho | 3,0 (ARAÚJO et al., 2020) |
Farinha de sementes fermentadas | 5,10 – 5,12 (TASSINI, 2016) |
Farinha de sementes não fermentadas | 4,25 (TASSINI, 2016) |
Fonte: dos autores (2023).
A Tabela 2 mostra diferentes produtos feitos a partir do cupuaçu e seus respectivos valores de pH obtidos pelos pesquisadores. Pode-se perceber que todos os produtos tem um pH ácido, devido à característica do fruto. Destes produtos, aquele que é minimante processado é a polpa ou purê de cupuaçu, que de acordo com a legislação brasileira (BRASIL, 2000) deverá ter um pH mínimo de 2,60. Neste caso, as polpas analisadas possuem pH entre 3 e 4 (SANTOS et al., 2010). A degradação pelo pH pode ser evitada pela adição de excipientes que preservem a farmacocinética, além do fato de melhorar a palatabilidade do medicamento e consequentemente com melhor adesão do paciente devido à adição de corantes e agentes de mascaramento de sabor e até diminuindo a ingestão dos medicamentos com alimentos, que normalmente acontece em um cenário de vida real.
Outro produto à base de cupuaçu, o doce cristalizado tipo “jujuba”, possui o pH mais ácido dentre os analisados por Barros e colaboradores (2021), devido aos ingredientes utilizados: polpa de cupuaçu, açúcar do tipo cristal e ácido cítrico (suco de limão), sem adição de gelatina, justificando que haja um pH mais ácido que a polpa do fruto. A este respeito, Won, Oberlies e Paine (2012) demonstraram por que os sucos cítricos aumentam a exposição sistémica de vários substratos da CYP3A em humanos. Na maioria dos casos, o efeito é limitado à administração oral (em oposição à administração intravenosa), indicando a importância do CYP3A intestinal na mediação das interações entre alimentos e medicamentos.
Os valores de pH, entre 4,5 e 4,8 encontrados para as formulações de sobremesa láctea de cupuaçu mostram que esta faixa de pH pode inibir o desenvolvimento de bactérias patogênicas, porém não impede o desenvolvimento de fungos deterioradores como bolores e leveduras devido a faixa de pH ser favorável ao crescimento desses microrganismos (SALGADO, 2010). Por este motivo, estes produtos possuem curto tempo de prateleira e devem ser conservados refrigerados até o momento do consumo.
A presença de microrganismos nos alimentos pode alterar diretamente o metabolismo intestinal. Mesmo o consumo a curto prazo de dietas mais restritas tem um impacto importante na composição da microbiota intestinal, ocasionando diferenças na expressão genética microbiana (DAVID et al., 2014). A composição alterada da microbiota intestinal afeta a farmacocinética dos medicamentos principalmente pela atividade metabólica específica dos microrganismos que diferem entre as várias espécies microbianas (ENRIGHT et al., 2016).
Além disso, a presença de fibras também pode alterar a microbiota intestinal. O cupuaçu é uma fonte potencial de fibra alimentar, principalmente fibra solúvel, o que pode alterar o volume de fluidos gastrointestinais e alterar o ambiente intestinal de microrganismos, sendo uma fonte de interação droga-alimento inespecífica referente à absorção dos fármacos com alto potencial de ocorrência. Por outro lado, há um baixo teor de proteínas e lipídios na polpa com 0,48% e 1,92%, respectivamente, indicando um baixo potencial de interferência na farmacocinética de medicamentos (PEREIRA, ABREU & RODRIGUES, 2018).
Outras interações em potencial são com os compostos fenólicos do cupuaçu, que são oriundos do metabolismo secundário da espécie. O líquor do cupuaçu é um dos produtos que apresentam estes compostos bioativos e mostrou-se efetivo na redução do dano causado pela diabetes e dieta hiperlipídica, sugerindo que o líquor de cupuaçu poderia auxiliar no tratamento de distúrbios metabólicos associados com o estresse oxidativo. A exemplo, a administração do referido líquor a ratos diabéticos melhorou significativamente as atividades das enzimas antioxidantes, perfil lipídico e peroxidação lipídica de maneira dose-dependente (OLIVEIRA, ROGERO & GENOVESE, 2015).
Além disso, outras atividades benéficas de diferentes produtos derivados de Theobroma grandiflorum Schum indicam que os mesmos podem ser aliados no tratamento a diferentes condições clínicas. Através de modelo experimental indutor de inflamação intestinal em ratos (TNBS), em uma dieta rica em T. grandiflorum, a arquitetura celular do cólon apresentou recuperação, incluindo restauração da mucosa. Ademais, o cupuaçu reduziu significativamente a diarreia e a aderência a órgãos adjacentes quando comparado com o grupo-controle e houve redução das atividades de Mieloperoxidase e fosfatase alcalina (CURIMBABA et al, 2020). Punaro e colaboradores (2017) sugerem que a suplementação diária com extrato de cupuaçu poderia melhorar o controle do estresse nitrosativo, aliado à redução de fatores inflamatórios, sugerindo a importância dos compostos bioativos como terapia adjuvante não farmacológica para retardar complicações renais em pacientes diabéticos.
As interações droga-alimento mais relatadas são aquelas que refletem negativamente na farmacocinética. Isto porque a maioria dos ensaios clínicos realizados antes da aprovação de um medicamento não fazem comparações entre as intervenções farmacológicas combinadas com intervenções nutricionais, como dietas com calorias diárias pré-estabelecidas versus dieta livre. Normalmente os ensaios clínicos pouco verificam a comparação farmacocinética entre a administração do medicamento em jejum, comparado com o período pós prandial ou com intervalo de algumas horas. Desta maneira, a maioria das bulas dos medicamentos não recomenda a ingestão com alimentos, apesar de ser o que frequentemente ocorre em um cenário real, não sendo considerada realista por profissionais de saúde e pacientes (KOZIOLEK et al., 2019).
Em um cenário ideal, tanto os pacientes como os profissionais de saúde beneficiariam se a indústria em consonância com as agências regulatórias como FDA e ANVISA, atualizassem as informações sobre produtos há mais tempo no mercado, indicando claramente se uma interação fármaco-alimento pode ocorrer ou não, o que implicaria em declarações como “Não foram observadas interações deste medicamento com uma refeição altamente calórica.” Portanto, o cenário das interações droga-alimentos é pouco explorado e estas interações são comumente vistas como negativas. Entretanto, não se deve deixar de considerar que há aquelas interações que potencializem a terapêutica de um fármaco, seja por acelerarem o processo de absorção e distribuição, seja por atuarem sinergicamente com os medicamentos, diminuindo assim a dosagem necessária de um medicamento ou até reduzindo a quantidade de medicamentos na polifarmácia de um paciente.
Deve-se notar, no entanto, que a investigação robusta neste campo encontra empecilhos em decorrência da natureza complexa dos alimentos, tornando difícil a compreensão global de todas as interações fármacos-alimentos a nível molecular. Em adição, pode haver discrepâncias entre resultados obtidos in vitro e in vivo, que também podem ocorrer devido aos polimorfismos genéticos em enzimas metabolizadoras, como as CYPs e seus respectivos sub-tipos, e outros transportadores intestinais, somados às diferenças individuais, resultam em inúmeras possibilidades de impactos de maior ou menor grau que podem ser causados em diferentes organismos (YOSHIDA et al., 2013).
Antunes e Lo Prete (2014) defendem que a prática dos diversos profissionais da saúde, incluindo enfermeiros, farmacêuticos, médicos e nutricionistas, devem ser aproveitados em um contexto multiprofissional para que haja uma abordagem global ao olhar o paciente, respeitando suas condições de saúde, contexto socioeconômico, cultura e outras particularidades que compõem sua individualidade. Além disso, a localização geográfica de onde o paciente reside e quais alimentos ele tem acesso também são determinantes para perfis regionais de dietas ricas em diferentes nutrientes, como dietas hiperlipídicas, ou em determinados tipos de alimentos, como dietas ricas em pescado ou frutas (MORAES, 2017).
Com a abordagem multiprofissional, é possível identificar as potenciais interações entre fármacos e nutrientes presentes na farmacoterapia e dieta dos pacientes, realizando, em conjunto aos prescritores, as intervenções necessárias por intermédio do manejo adequado da prescrição médica ou dietética, visto que cada tipo de paciente pode utilizar diferentes classes de medicamentos e ter uma dieta variada, resultando em muitas possibilidades de interações, que devem ser cautelosamente analisadas (ARAÚJO, 2018). Por fim, a orientação adequada acerca dos riscos das interações fármaco-alimento e da importância de ajustes das refeições ou da forma de administração dos medicamentos, facilita a compreensão do paciente para tomada de decisões no dia a dia, sem a supervisão da equipe multiprofissional, diminuindo o risco de ineficácia na farmacoterapia.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O cupuaçu tem características físico-químicas e nutricionais específicas. A maioria dos produtos derivados desse alimento tem caráter ácido, assim como a fruta in natura, o que representa a maior parte das interações fármaco-alimento possíveis. Outros componentes bioativos do cupuaçu podem interagir de maneira benéfica, com potencial antioxidante e na redução de lipídios. As alterações induzidas pelos alimentos ainda não estão totalmente elucidadas e as formulações farmacêuticas devem neutralizar, sempre que possível, as interações com os alimentos. Além disso, é desejável que a prescrição de medicamentos esteja ajustada com a dieta, para garantir a resposta terapêutica almejada, levando-se em consideração os conhecimentos farmacocinéticos e farmacodinâmicos, alinhados aos aspectos individuais dos pacientes.
REFERÊNCIAS
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¹ Graduanda em Nutrição, Centro Universitário Nilton Lins UNL, Avenida Professor Nilton Lins, 3259, Flores, Manaus – AM. Email: sabrinaomena78@gmail.com
² Graduanda em Nutrição, Centro Universitário Nilton Lins UNL, Avenida Professor Nilton Lins, 3259, Flores, Manaus – AM. Email: kamillymartins.pessoal@gmail.com.
³ Pós Graduanda em MBA em Pesquisa Clínica, Centro Universitário Internacional UNINTER, Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado. Avenida Pedro Teixeira, 25, Dom Pedro, Manaus – AM. Email: aretha.omena@gmail.com
4 Docente do curso de graduação em nutrição, Mestre em Biologia Urbana, Centro Universitário Nilton Lins UNL, Avenida Professor Nilton Lins, 3259, Flores, Manaus – AM. Email: email.de.apoio.ronildo@gmail.com