POTABILIDADE E ANÁLISE FÍSICO QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA DE ÁGUAS DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE PORTO VELHO-RO

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7261291


Eliezer Ramos Ribeiro*
Laise dos Santos Ribeiro**
Georgeano Dantas Maciel ***


RESUMO

O presente estudo tem em sua principal finalidade apresentar os resultantes alcançados pelo objeto voltado a Potabilidade e análise físico química e microbiológica de águas das escolas municipais de Porto Velho – RO. Para tanto, o campo investigativo versou para encontrar respostas em três unidades escolares para verificar dados quanto à pergunta problema: quais os mecanismos podem ser utilizados para avaliar a qualidade da água de escolas públicas do município de Porto Velho. Sendo que o objetivo geral consistiu em avaliar a qualidade da água de escolas públicas do município de Porto Velho.  Não obstante, nesse levantamento efetivou-se uma coleta de dados através das orientações quanto aos procedimentos enfatizados no protocolo Standard Methods for Examination of Water and Wastewater. Ao concluir todo o aparato analítico e coleta verificou-se que somente uma unidade escolar realiza todos os encaminhamentos preventivos de seis em seis em relação à potabilidade para mensurar os resultados físicos químicos. 

Palavras-chave: Potabilidade. Análise Físico Química. Escolas. Água. 

1 INTRODUÇÃO

Para contextualizar o objeto do elencado estudo, se faz salutar compreender inicialmente a essencialidade da água para garantia da vida do ser humano, além de propagar o bem-estar e a saúde.

De acordo com a Agência Nacional de Águas e Saneamento – ANA (2021, p.19), a “qualidade da água é tão importante quanto a sua quantidade”, além dos fatores naturais e das atividades humanas. No entanto, ao pensar nesta qualidade deve-se realizar algumas reflexões principalmente em decorrência do aumento populacional e da gestão existente dos recursos hídricos e esgoto encontrada no território brasileiro.

Não obstante, menciona-se que a água é o recurso natural mais importante para todos os seres vivos, sendo responsável pela manutenção do corpo humano e as diversas atividades desenvolvidas pela sociedade (TUNDISI et al., 2020).

Além disso, frisa-se que a água sempre foi o berço para a vida na Terra, sendo que historicamente recebeu uma significativa evolução que perfaz desde a reverência endeusada por civilizações antigas até o seu atual status no ordenamento jurídico em tempos contemporâneos. 

A água enquanto recurso hídrico é de suma importância para o ser humano, dessa maneira os membros da ONU aprovaram a “Agenda 2030 que prevê 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, (ODS) que devem ser cumpridas até 2030, com referência explicita ao direito humano a água potável e saneamento” (BRASIL, 2021).

Tão logo, no Brasil, buscando alcançar os objetivos da Agenda 2030 e fazer a gestão dos recursos hídricos, a ANA tem papel primordial na execução e no processo de acompanhamento de todos os aportes legais a serem garantidos aos cidadãos brasileiros.

Porém, desde 1997, no território foi estabelecida a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, conforme previsão da Lei nº 9.433, de 8 de janeiro do respectivo ano, qu especificamente determinou todos os preceitos a serem cumpridos no artigo 1º e incisos. 

Assim, verificar a qualidade da água é ter o entendimento que a mesma pode ser afetada por alguns parâmetros físico-químicos como: temperatura, pH, metais pesados, toxinas não metálicas, componentes orgânicos persistentes, agrotóxicos e fatores biológicos.

Diante do quadro significativo do aumento de indivíduos na sociedade, ocorre um aumento progressivo do consumo e diante de uma gestão dos recursos hídricos ineficiente, a disponibilidade da água potável vem tornando-se precária, com previsões preocupantes para o futuro, o que pode ser ainda mais agravado pela poluição desenfreada e pelos sinais concretos das mudanças climáticas (PURVIN, 2017).

Buscando garantir a qualidade da água consumida pela população brasileira o Ministério da Saúde fazendo uso de suas atribuições e considerando as Leis norteadoras do uso, gestão e qualidade da água resolvem estabelecer a Portaria GM/MS Nº 888, de 4 de maio de 2021 que rege sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade (BRASIL, 2021).

Por conseguinte, destaca-se neste escopo instituído que a água para consumo humano deve atender a parâmetros de qualidade, a fim de minimizar as possibilidades de veiculação de doenças hídricas. Nas escolas, a água pode ser utilizada para o preparo de refeições, além de ser consumida diretamente em pontos como bebedouros, pelos alunos e ainda utilizada para higiene bucal nos chamados escovódromos. (BRASIL, 2021).

Frente a essas questões, esta pesquisa teve como objetivo geral a busca por avaliar a qualidade da água de escolas públicas do município de Porto Velho, com foco na potabilidade e análise físico-química e microbiológica de águas consumidas pela população estudantil e todo o corpo docente das instituições de ensino.

Menciona-se que a temática é de relevância social e científica para propagar a sociedade portovelhense resultados de uma realidade devidamente comprovada cientificamente, pois a escolha do tema está atrelada ao entendimento de que a qualidade da água destinada ao consumo humano é questão primordial para saúde da população.

Ademais, conforme evidenciado por Setti (2001), a falta de qualidade da água que é fornecida pode até matar as crianças, em detrimento que muitos pesquisadores apontam que quase 10% das doenças registradas no mundo poderiam ser evitadas se os governos investissem mais em acesso à água, medidas de higiene e saneamento básico.

Neste diálogo, insere-se a concepção de Larsen (2010, p. 26), ao nortear que “apesar da confiabilidade das águas subterrâneas quanto à qualidade, deve-se considerar que certas impurezas podem inviabilizar o seu consumo, principalmente para fins de abastecimento humano”.

Dessa forma, o abastecimento de água para o consumo humano deve ser realizado de forma a assegurar a saúde pública. Considerando a oferta da água nas escolas para as crianças, deve-se levar em conta o tempo que elas têm passado no ambiente escolar consumindo essa água que pode conter uma variedade de contaminantes (FIORVANTI et al, 2020). 

Por conseguinte, frisa-se que no Brasil, o índice de escolas sem tratamento de água obteve uma queda de 23,0% para 17,0%, entre os anos de 2010 a 2016, contudo os dados fornecidos não são suficientes para avaliar a qualidade da água potável que vem sendo fornecida nas escolas e é um dado que precisa ser avaliado rotineiramente (MESCHEDE et al., 2018).

 Diante de todos os contextos supracitados ordenou-se o estudo através de uma sistematização que permite ao leitor compreender os resultados epistemológicos e as informações alcançadas na coleta de dados que foram explicitadas nas seções. 

2 MATERIAL E MÉTODOS

O campo investigativo teve como lócus, a capital do Estado de Rondônia denominada como Porto Velho que se encontra situada ao extremo noroeste, além disso fica às margens do trecho navegável do Rio Madeira e no entroncamento de duas importantes rodovias da Região Norte, a BR-364 e a BR-329.

O Município de Porto Velho, foi criado através da Lei nº. 757, de 02 de outubro de 1914, sancionada pelo governador do Estado do Amazonas, Jonathas de Freitas Pedrosa (TEIXEIRA; FONSECA, 2001, p. 143). 

Não obstante, em tempos da pesquisa o município é o polo de articulação entre a Região Norte e o Sul do país, Limitada ao Norte pelo estado do Amazonas; ao Sul pelos municípios de Nova Mamoré e Buritis; a Leste, municípios de Candeias do Jamari e Alto Paraíso; a Oeste, pelo município de Nova Mamoré, pela República da Bolívia e o Estado do Acre (SAULE; CARDOSO, 2005).

Tendo um processo evolutivo hodiernos de 539.354 habitantes, e uma área territorial de 34.090,952 km² (IBGE, 2020). Em termos econômicos, a cidade detém o Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 32.042,66, e índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,736 (IBGE, 2018), o que situa esse município na faixa de Desenvolvimento Humano Alto – IDHM entre 0,700 e 0,799 (IBGE, 2018). 

Dessa forma, a unidade municipal encontra-se divididas em bairros conforme explicitado na figura 1.

Figura 1 – Zoneamento da área urbana de Porto Velho

Fonte: Rafaeli e Oliveira (2020)

Após as descrições sucintas do lócus, delineou-se para consubstanciar o objeto de estudo foram selecionadas 03 (três) Escolas Municipais da Rede de Porto Velho, uma situada na Zona Sul, uma na Zona Leste e a outra na Zona Norte respectivamente. Todos os passos investigativos foram seguidos para atender as normatizações do Manual Prático de Análise de Água – Funasa 2013 (BRASIL, 2013), no que tange os princípios fundamentais para efetivação de análises físico-química e microbiológica.

Para avaliar a qualidade da água das respectivas instituições, foi utilizada uma ficha de identificação da amostra contendo a data do dia nove de setembro de 2022 que ocorreu a coleta, posteriormente apresenta a hora, o tipo de água e as temperaturas da água e ar, conforme tabela 1 a seguir, que permitiram os resultados serem discutidos.

Tabela 1 – Dados da Coleta

Fonte: Dados dos autores (2022)

Não obstante, a aplicabilidade das informações do Manual da Funasa, adotouse os procedimentos de coleta das amostras conforme explicitado no protocolo Standard Methods for Examination of Water and Wastewater (APHA, 2012). 

Assim, todos os pontos de coleta foram previamente pulverizados com álcool 70% para assepsia e a água foi escoada por três minutos visando eliminar impurezas e água acumulada na canalização, conforme ilustrado nas figuras 2, 3 e 4). 

Doravante, a coleta de água foi realizada em frascos estéreis com capacidade de 100 ml, de material de polipropileno com pastilha de tiossulfato de sódio, com objetivo de neutralizar o cloro residual presente na água, como mostra a figura 5.

Figura 2 – Escoamento da água do ponto de coleta (escovódromo) da Escola X

Fonte: Dados dos autores (2022)

Figura 3 – Escoamento da água do ponto de coleta da Escola Y

Fonte: Dados dos autores (2022)

Figura 4 – Escoamento da água do ponto de coleta da Escola Z

Fonte: Dados dos autores (2022)

Figura 5– Coleta da água em pote de material de polipropileno

Fonte: Dados dos autores (2022)

As imagens demonstram e comprovam todos os encaminhamentos realizados com as amostras de água devidamente coletadas no bebedouro e torneiras situadas após o reservatório.

Sendo realizada a coleta em cada unidade através do armazenamento de 300mL de água. De posse das amostras, efetivou-se a identificação, para posteriormente acondicionar em caixas isotérmicas contendo gelo conservador, como mostra a Figura 6, e transportadas ao Laboratório da Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia onde foram realizadas as respectivas análises. 

Figura 7 – Acondicionamento das amostras em caixa isotérmica

Fonte: Dados dos autores (2022)

Segundo as orientações para o tipo de procedimento, deve-se seguir as normas estabelecidas em relação ao tempo entre a coleta e o início das análises que não podem ultrapassar 24 horas (APHA, 2012).

As amostras foram submetidas à análise de acordo com os parâmetros legais de qualidade da água para consumo, parâmetros microbiológicos complementares.

2.1 PARÂMETROS LEGAIS DA QUALIDADE DA ÁGUA 

2.1.1 Dosagem de cloro

Dentre os parâmetros legais da qualidade da água, verificar a determinação do teor de cloro residual é primordial, assim realizou-se essa busca quanto à dosagem no próprio campo das unidades escolares.

No momento da coleta através do Sistema de análise do Pocket Colorimeter II que contém cloro DPD, vermelho de fenol colorimétrico pH * Intervalos: 0,1 a 10,0 mg/l como Cl2 e pH 6,0 a 8,5, apresentados na figura 8.

Figura 8 – Determinação do teor de Cloro, realizado em loco

Fonte: Dados dos autores (2022)

Figura 9 – Aparelho da análise

Fonte: Dados dos autores (2022)

Quando o resultado foi mensurado, verificou que das três escolas participantes, a análise da Escola Z foi feita, visto que possui dosador de cloro instalado na descida da tubulação do reservatório para a distribuição na rede interna da escola, como mostrou a Figura 10.

Figura 10 – Dosador de Cloro instalado na Escola Z

Fonte: Dados dos autores (2022)

Na figura pode-se notar como fica o dosador na unidade escolar, sendo visível o seu funcionamento na instalação realizada.

2.1.2 Pesquisa de Coliformes Totais e Escherichia coli 

Outro ponto salutar nesse estudo da água e a verificação de coliformes totais nas amostras ao utilizar o Teste presença/ausência (P/A) com o substrato Colilert®, que demonstra os resultantes.

Para tanto, foi adicionado o conteúdo do blister Colilert® em 100mL de amostra de água, agitado levemente e incubado a 35-37°C por 24horas. Após incubação, os frascos foram observados visualmente. 

Neste processo analítico a coloração nos tubos indicou a positividade para coliformes totais (APHA, 2012). Sendo que, os frascos positivos para coliformes totais foram expostos à luz ultravioleta de 360nm de comprimento de onda, para a verificação de fluorescência que indica positividade para E. coli

Continuamente, destaca-se que as amostras que apresentaram fluorescência foram consideradas positivas para E. coli (APHA, 2012). 

2.1.3 Contagem de bactérias heterotróficas 

O método utilizado para contagem de bactérias heterotróficas foi o do substrato enzimático, Simplate. Para confirmação do grupo bacteriano, as amostras positivas apresentaram campos fluorescentes e foram comparadas a uma tabela de equivalência de número mais provável (NMP) para unidades formadoras de colônia (UFC).

3 RESULTADOS

Para consubstanciar de forma precisa os resultados, colheu-se todo material que totalizou 21 (vinte e um) resultados de ensaios de análises físico-químicas e bacteriológicas das amostras de água coletadas nas escolas X, Y e Z.

 Conforme tabela abaixo, foram comparadas com os parâmetros de acordo com os Valores Máximos Permitidos (VMP) fixados no Anexo XX da Portaria de Consolidação Nº 05/2017, alterado pela Portaria GM/MS Nº 888/2021: 

1) Cloro Residual Livre o mínimo de 0,2 mg/l e o máximo de 5,0 mg/l,
em toda extensão do sistema de distribuição (reservatórios e rede);
2) Cor aparente: 15 Unidades de Cor (UC);
3) Turbidez: 5,0 Unidades de Turbidez (UT);
4) Coliformes Totais: Ausência; 
5) Escherichia Coli: Ausência (BRASIL, 2021). 

Tabela 2 – Resultados de Análise Físico Químico e Bacteriológicos

Fonte: Dados dos autores (2022)

 Evidenciando assim, conforme os resultados na tabela que a escola X, tem todos os resultados satisfatórios das análises, enquanto na escola Y os aportes a enfatizam como Insatisfatória para Cor e Turbidez elevadas, bem como a presença de Coliformes Totais.  Por conseguinte, os dados da escola Z, a estabeleceu em suas amostras como insatisfatória em detrimento da Cor e Turbidez elevadas. Outrossim, a escola Z mesmo dando um valor maior na condutividade de 300,00 mS/cm das demais escolas se encontra satisfatória pois de acordo com Chapman e Kimstach (1996) falam que:

A condutividade em águas doces varia de 10 a 1000 μS cm-1, e que este parâmetro pode ser utilizado como indicador da presença de material orgânico introduzido nas águas recentemente. Valores acima de 1000 μS cm1, indicam que essas águas são salobras ou podem estar poluídas.

Além da afirmativa dos autores, afirma-se que os dados colhidos foram delineados seguido os elementos fundantes do Art. 5º, especificamente os incisos I, II, III, XII e XIII:

I - Água para consumo humano: água potável destinada à ingestão, preparação de alimentos e à higiene pessoal, independentemente da sua origem;
II - Água potável: água que atenda ao padrão de potabilidade estabelecido neste Anexo e que não ofereça riscos à saúde;
III - Padrão de potabilidade: conjunto de valores permitidos para os parâmetros da qualidade da água para consumo humano, conforme definido neste Anexo;
XII - Controle da qualidade da água para consumo humano: conjunto de atividades exercidas regularmente pelo responsável pelo sistema ou por solução alternativa coletiva de abastecimento de água, destinado a verificar se a água fornecida à população é potável, de forma a assegurar a manutenção desta condição;
XIII - Vigilância da qualidade da água para consumo humano: conjunto de ações adotadas regularmente pela autoridade de saúde pública para verificar o atendimento a este Anexo e avaliar se a água consumida pela população apresenta risco à saúde;

 Em relação aos resultados apresentados, e a temática do estudo, verificou-se os preceitos do padrão de potabilidade instituídos no capítulo V, ao afirmar uma ordenação do Art. 27, em que a água potável deve estar em conformidade com padrão microbiológico (BRASIL, 2021).

 Tão logo, as informações dos resultados permitem significativas reflexões em cima das amostras colhidas, como alertas a serem observadas pelas unidades escolares que pertencem a Rede Municipal de Educação de Porto Velho, ao terem cuidados preventivos para seguridade da qualidade da água a ser ofertadas aos estudantes, enquanto preceitos voltados à saúde e qualidade de vida.

4 DISCUSSÃO

4.1 ASPECTOS CONCEITUAIS

Para Pompeu, (2006. p. 512), “o conceito de água se difere do conceito de Recurso hídrico, pois, a água é um recurso natural que não tem compromisso com qualquer utilização já recurso hídrico é a água como bem econômico sujeito de utilização com finalidade financeira”.

Neste diálogo algumas contribuições devem ser viabilizadas para fundamentar a compreensão dos aspectos conceituais da água. Para tanto, não podemos falar de vida sem falarmos de água, visto que ela mantém o equilíbrio do meio ambiente, desempenhando um papel de suma importância para as atividades humanas (SETTI et al., 2001).

 Biologicamente, a água pode ser considerada insumo fundamental para conservação e para reprodução da vida, “não só da humana, mas da própria biosfera, tanto em nível geológico superficial quanto no atmosférico” (BACCI; PATACA, 2008, p. 76).

Assim, segundo a Embrapa (2022):

Água é o elemento natural de qualquer uso. Recurso hídrico, por sua vez, é toda água proveniente da superfície ou subsuperfície da Terra, com valor econômico. Todo recurso hídrico é água, mas nem toda água é recurso hídrico.

Não obstante, frisa-se que a água é fonte de vida, ou seja, as plantas, os animais e habitats que sustentam a biodiversidade dependem de a água limpa para garantir todos os aportes para sobrevivência.

A Organização das Nações Unidas (ONU), afirma que cerca de 70% de toda a água potável ofertada a nível mundial é usada para irrigação, e 20% é empregada para as atividades industriais, e apenas 10% para uso doméstico. Justifica-se assim, o grande uso para irrigação, devido à grande importância da agricultura para o homem.

Outrossim, cuidados precisam ser observados, que segundo Sperling (1996, p. 38), a água tratada evita as possíveis doenças causadas pela origem hídrica e circulação hídrica, por exemplo, através dos parasitas, vírus, bactérias e fungos, como:

- Cólera: Causada pela bactéria vibrio cholerae apresentando sintomas como disenteria forte, desidratação, alta taxa de mortalidade.
- Leptospirose: Causada pela bactéria leptospira apresentando febre, Icterícia.
- Febre tifóide: Causada pela bactéria Salmonella, apresentando febre elevada, disenteria, ulceração do intestino delgado.
- Giardíase: Causada pelo protozoário Giárdia lambia, apresentando disenteria leve à forte, náusea indigestão flatulência.
- Paralisia infantil: Causada pelos vírus poliomielites vírus, apresentando paralisia
- Esquistossomose: Causada por Helminto Schistosoma, apresentando disenteria, aumento do baço e do fígado hemorragias.

Dessa forma, o quadro evidenciado pelo autor, acrescenta-se neste diálogo, os dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância – UNICEF (2019), que norteia acerca de 2,2 bilhões de pessoas em todo mundo não tem serviços de água tratada, além de 4,2 bilhões de pessoas não tem serviços de saneamento adequados e 3 bilhões não possuem instalações básicas para a higienização das mãos.

Diante do contexto supracitado, norteia-se a importância de compreender os aspectos da água para a vida humana, e os cuidados que devem ser garantidos.

4.2 A NORMATIZAÇÃO DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO

O presente estudo seguiu todos os elementos promulgados pela Portaria nº. 888/2021 do Ministério da Saúde, a qual estabelece procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade (BRASIL, 2021).

Estabelecendo os artigos que discorrem sobre a água nos seus respectivos anexos, que inferem pontualmente quanto aos riscos que podem ter a saúde através de medidas cabíveis e providenciadas imediatas para correção de resultados que não apresenta a qualidade necessária. 

Anteriormente, a portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde já determinava que fosse analisada a água disponível para consumo humano a ausência de coliformes totais e Escherichia coli em100mL de amostra e que seja determinada a contagem de bactérias heterotróficas (BRASIL, 2011).

Nota-se que todos os cuidados em relação à água são delimitados por legislações no ordenamento brasileiro que asseguram a veracidade no que concerne a qualidade enquanto pressupostos para vida. 

4.3 MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA

De acordo com a Agência Nacional de Águas – ANA, o monitoramento tem como escopo avaliar adequadamente a qualidade da água (ANA, 2021). Visto que os quesitos ordenados para recursos hídricos e saneamentos são de responsabilização da agência.

Ademais, a portaria do Ministério da Saúde MS nº 2.914/2011 traz em seu Artigo 12 que compete às Secretarias dos Municípios a vigilância, a inspeção quanto a garantir a qualidade da água e assegurar ao cidadão informações pertinentes a qualidade da água ofertada (BRASIL, 2011).

Nesse sentido, assegurar a água no ambiente escolar fundamentou a importância de determinações a serem estabelecidas por meio de uma contextualização documental, que posteriormente tornou-se comprovações para Organização Mundial de Saúde.

Para tanto, foi consubstanciado um relatório de referência global da Organização Mundial de Saúde (2018), no qual ordenava especificamente quanto ao monitoramento a ser garantido pela qualidade da água em estabelecimentos escolares:

Água potável, saneamento e higiene nas escolas, as Instituições educacionais utilizam a água para preparo de alimentações e sobretudo para o consumo humano direto por meio dos bebedouros, podendo representar um veículo de contaminação, caso regras básicas de higiene não sejam observadas de forma rigorosa.

Ademais, todo o aparato da qualidade da água deve ser oferecido às crianças e aos funcionários das escolas por meio de estratégias de políticas públicas por parte dos órgãos relacionados à saúde e meio ambiente, visando garantir a sua qualidade e inocuidade. 

 Ressalta-se que diferencial da escola que possui parceria com a empresa de tratamento de água do município para garantir a desinfecção e a fluoretação, resultando em uma qualidade superior da água oferecida. Sendo que, esta parceria deve ser mantida e, se possível, expandida para as demais escolas com soluções alternativas coletivas de abastecimento de água da cidade para mitigar os riscos nas demais escolas estudadas (FIORVANTI et al., 2020, p. 12).

 Assim, seguindo preceitos e cuidados simplificados no ambiente escolar pode ser feito todos os procedimentos para seguridade da qualidade da água com monitoramentos sejam eles mensais ou hodiernamente.  

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao chegar às considerações finais deste estudo, enfatiza-se que a qualidade da água oferecida às crianças e aos funcionários das escolas requer estratégias de políticas públicas por parte dos órgãos relacionados à saúde visando preceitos legais voltados para dignidade humana.

Com isso, de forma geral é necessário que nas escolas sejam realizadas anualmente algumas estratégias como limpeza dos poços semi artesianos dentro de um prazo legal delimitado semestralmente.

Além disso, efetivar a limpeza e a desinfecção dos reservatórios principalmente verificando a possibilidade de vazamentos nas instalações e se existem situações abertas para viabilizar a contaminação. Não obstante, os resultados nas 03 (três) unidades escolares demonstrou que somente a escola X tem um nível satisfatório da qualidade da água.

Dessa maneira, na visão dos pesquisadores se faz necessário recomendar que ativem a cloração nos poços das amostras das escolas Y e Z além de Corrigir pH nos Poços das amostras de acordo com os aportes feitos pela Portaria GM/MS Nº 888/2021. 

Por fim, realizar o estudo verificou-se a importância de ampliar essas coletas de dados para as demais unidades da Rede Municipal de Educação de Porto Velho, visto que a presença positiva para coliformes totais se fazem presentes e revelam medidas públicas com muita brevidade.  

POTABILITY AND CHEMICAL AND MICROBIOLOGICAL PHYSICAL ANALYSIS
OF WATERS OF THE MUNICIPAL SCHOOLS OF PORTO VELHO-RO

ABSTRACT

The present study has in its main objective to present the results achieved by the object focused on Potability and chemical and microbiological physical analysis of waters of the municipal schools of Porto Velho – RO. Therefore, the research field was designed to find answers in three school units to verify data as to the problem question: what mechanisms can be used to evaluate the water quality of public schools in the municipality of Porto Velho. The general objective was to evaluate the water quality of public schools in the municipality of Porto Velho.  Nevertheless, in this survey, data were collected through the guidelines regarding the procedures emphasized in the Standard Methods for Examination of Water and Wastewater protocol. At the conclusion of the entire analytical and collection equipment, it was verified that only one school unit performs all preventive referrals every six in relation to potability to measure chemical physical results.

Keywords: Potability. Chemical Physical Analysis. Schools. Water.

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UNICEF. Fundo das Nações Unidas para a Infância. Progress on drinking water, sanitation and bygiene: 2000-2017: Special focus on inequalities. 2019. Disponível em http:www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/1-em-cada-3pessoas-no-mundo-não-tem acesso-água-potavel-dizem-unicef-oms. Acesso em 11 de out. 2022.


* Acadêmico de Engenharia Civil. E-mail: eliezerramos779@gmail.com. Artigo apresentado a Faculdade de Educação de Porto Velho/UNIRON, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil, Porto Velho, 2022.

** Acadêmica de Engenharia Civil. E-mail: laisesr1987@gmail.com. Artigo apresentado a Faculdade de Educação de Porto Velho/UNIRON, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil, Porto Velho, 2022.

*** Professor         Orientador        (Mestre).           Professor         do        curso    de        Engenharia       Civil.     E-mail: georgeano.maciel@gmail.com.