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Angela Santos (SP) Fisioterapeuta, tradutora e autora de vasta bibliografia em fisioterapia musculoesquelética, idealizadora do Projeto Convergências de avaliação e tratamento do aparelho musculoesquelético
Contextualização: Qual a importância da análise postural para o tratamento da lombalgia? I. A má postura, o movimento inadequado ou ambos podem ser precursores ou perpetuadores da dor e degeneração articular e discal. II. Postura é garantida com unidades motoras lentas e de baixo limiar de contração (as unidades motoras rápidas só entram em ação quando se iniciam movimentos rápidos e contra carga mais elevada). III. Na presença de lombalgia unidades, motoras de baixo limiar estão sub-ativadas e são substituídas pelas de alto limiar.
Desenvolvimento: Pesquisas recentes em dor musculoesquelética (2) têm observado o comportamento do controle motor em estados dolorosos crônicos ou recorrentes e vários trabalhos (3-10) têm sido publicados com um achado em comum: na presença de dor crônica ou recorrente, os músculos de baixo limiar que deveriam estar funcionando, estão subativados e esses indivíduos estão empregando estratégias de recrutamento normalmente reservadas para atividades funcionais de alta carga para a simples manutenção postural. No caso da lombalgia, achados recorrentes em avaliações funcionais (portanto de movimento) indicam que os indivíduos com essa queixa não conseguem fechar o ângulo coxofemoral e movimentam a região lombar fazendo-a entrar em cifose. Por vezes, na análise estática da postura, esses indivíduos não conseguem manter o segmento lombar em uma lordose neutra e apresentam a coluna lombar retificada e a pelve em retroversão. Outra possibilidade é a pelve em anteversão com retração de iliopsoas e adutores pubianos além de flacidez abdominal. Em ambos os casos a resolução desses desvios pode garantir a melhora da queixa e prevenir recidivas.
Considerações finais: Qualquer programa terapêutico para a queixa de dor lombar, seja qual for a causa, deve passar pela análise e resolução dos desvios posturais.
Leitura complementar:
- Kandel, E. R.; Schwartz, J.H.; Jessel, T.M. Principles of Neural Science 4th edition New York: McGraw-Hill: 2000.
- Comerford, M.; Mottram, S. Kinectic Control: the management of incontrolled movement Australia: Elsevier: 2012.
- Lee, D., 2011. The pelvic girdle: na integration of clinical expertise and research, 4th edn. Churchill Livingstone, Edinburgh.
- Hodges PW. Core stability exercise in chronic low back pain. Orthop Clin North Am. 2003;34(2):245-254. doi:10.1016/s0030-5898(03)00003-8
- Hodges, P.W., Cholewicki, J., 2007.Functional control of the spine. In:Vleeming, A., Mooney, V., Stoeckart, R. (Eds.), Movement, stability and lumbopelvic pain. Elsevier, Edinburgh, ch. 33.
- Richardson, C., Hodges, P., Hides, J., 2004. Therapeutic exercise for lumbopelvic stabilization, 2nd edn.
- Falla D, Bilenkij G, Jull G. Patients with chronic neck pain demonstrate altered patterns of muscle activation during performance of a functional upper limb task. Spine (Phila Pa 1976). 2004;29(13):1436-1440. doi:10.1097/01.brs.0000128759.02487.bf.
- Sterling M, Jull G, Wright A. The effect of musculoskeletal pain on motor activity and control. J Pain. 2001;2(3):135-145. doi:10.1054/jpai.2001.19951.
- Dankaerts W, O\’Sullivan P, Burnett A, Straker L. Altered patterns of superficial trunk muscle activation during sitting in nonspecific chronic low back pain patients: importance of subclassification. Spine (Phila Pa 1976). 2006;31(17):2017-2023. doi:10.1097/01.brs.0000228728.11076.82.
- Moseley GL, Hodges PW. Reduced variability of postural strategy prevents normalization of motor changes induced by back pain: a risk factor for chronic trouble?. Behav Neurosci. 2006;120(2):474-476. doi:10.1037/0735-7044.120.2.474.