TRAFFIC GENERATOR POLES ON THE ROAD OF CRIMINAL
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.7388361
Marcelo Henrique Costa Teixeira
Maria das Candeias Amancio
Orientador: Prof.Benicio de Morais Lacerda*
RESUMO
Com o aumento populacional em Porto Velho, capital de Rondônia, devido ao investimento energético nos anos 2000, houve um aumento exponencial da frota de motorizada urbana, seja para cargas ou passageiros em circulação que acaba trazendo problemas de concentração de veículos no trânsito. Devido à expansão habitacional, mudança dos portos fluviais, houve uma grande concentração de veículos na avenida Eng. Anysio da Rocha Compasso conhecida como estrada da penal (devido ao sistema penitenciário que está endereçada ao longo desta via). Alguns tipos de investimentos são necessários quando se quer diminuir os congestionamentos nas principais vias de ligação entre as regiões da cidade, mas para se chegar a uma solução é essencial fazer um estudo do tráfego local buscando estimativas para que o problema possa ser resolvido a curto, médio e longo prazo. Os chamados Pólos Geradores de Tráfego (PGTs) que seriam aqueles locais em que mais gera engarrafamento nas vias de acesso no empreendimento. Esse artigo pontua os principais pontos congestionados e algumas soluções para que se possa resolver estes problemas.
Palavras-chave: polos, tráfego, habitação, investimento.
ABSTRACT
With the population increase in Porto Velho, capital of Rondônia due to energy investment in the 2000s, there was an exponential increase in the urban motorbike fleet, whether for cargo or passengers in circulation, which ended up bringing problems of concentration of vehicles in transit. Due to housing expansion, change of river ports, there was a large concentration of vehicles on Avenida Eng. Anysio da Rocha Compasso known as penal road (due to the penitentiary system that is addressed along this road). Some types of investments are necessary when you want to reduce congestion on the main connecting roads between the city’s regions, but to arrive at a solution it is essential to carry out a study of local traffic seeking estimates so that the problem can be solved in the short term, medium and long term. The so-called Traffic Generator Poles (PGTs) which would be those places that generate the most traffic jams on the access roads to the development. This article points out the main congested points and some solutions to solve these problems.
Keywords: poles, traffic, housing, investment.
Devido a grande demanda por energia elétrica no início dos anos 2000, a chamada crise do apagão que ocorreu no Brasil em 2001 e 2002 (Jornal o Globo, https://acervo.oglobo.globo.com, acesso em 05/10/2022). O governo federal fez grandes investimentos em energia elétrica, sendo o rio Madeira beneficiado com duas usinas hidrelétricas, essas usinas estão localizadas na extensão territorial de Porto Velho, capital do estado de Rondônia. Devido a esses investimentos, o aumento populacional foi de grande proporção, pois a escassez de mão de obra para serviços pesados e especializados, trouxe pessoas de diversos lugares do Brasil e em outras oportunidades pessoas de outros países.
Com as facilidades de acesso aos veículos motorizados e aos imóveis proporcionados pelas indústrias e financiados pelos bancos e governos, as pessoas querem este conforto. A capital rondoniense não conseguiu acompanhar, prever, e não tem ideia de como fazer para solucionar ou “acomodar” esta população.
Com este nicho mercadológico, surgem os loteamentos, condomínios residenciais e prediais “beneficiando” construtoras e autônomos. Para empregar esta população e trazer renda ao município, é dado às empresas e indústrias terras e incentivos para trazer suas instalações ao município. Como consequência desta “cadeia” já temos algumas avenidas com pontos sérios de congestionamentos, e acidentes fatais. Esses Empreendimentos são chamados de Pólos Geradores de Tráfego.
Apesar desses empreendimentos, muito bem organizados, estruturados e planejados, a falha é muito grande externamente, na “Macrorregião”, não por culpa desses empreendedores, mas devido a uma deficiência da Adm. Pública em investir no desenvolvimento municipal, prevendo esses crescimentos e se antecipando com infraestruturas (é o conjunto de serviços fundamentais para o desenvolvimento socioeconômico de uma região tais como saneamento, transporte, energia e telecomunicação. “Portal da indústria”) gerando aglomerações e congestionamentos no local desses empreendimentos tanto para chegar neles quanto para sair deles, por isso são chamados de Pólos Geradores de Tráfego-PGT.
“Os PGT’s são empreendimentos (condomínios, estádios, shopping centers, etc) de médio e grande porte que atraem ou produzem grande número de deslocamento de veículos, causando congestionamento na circulação viária em seu entorno, em certos casos, prejudicando a acessibilidade de toda a região, além de agravar as condições de segurança de veículos e pedestres”. (MANUAL DENATRAN, 2001)
“São considerados Pólos Geradores de Tráfego os empreendimentos que possuem uma grande demanda de viagens, seja ele de pedestres ou veículos em geral. Exemplo: Shoppings, Prédios comerciais/residências, condomínios, todo empreendimento que irá causar um grande tráfego das vias que lhe dão acesso”. (MANUAL DENATRAN, 2001)
“Os Polos Geradores de Viagens (PGVs) são locais ou instalações de distintas naturezas que têm em comum o desenvolvimento de atividades em um porte e escala capazes de exercer grande atratividade sobre a população, produzir um contingente significativo de viagens, necessitar de grandes espaços para estacionamento, carga e descarga e embarque e desembarque, promovendo, consequentemente, potenciais impactos. Os shopping centers, hipermercados, hospitais, universidades, estádios, terminais de carga, estações de transportes públicos e mesmo áreas protegidas do tráfego de passagem com múltiplas instalações produtoras de viagens são alguns tipos de PGV”. (MANUAL DENATRAN, 2001)
A análise de um PGT’s e PGV’s é uma atividade de rotina realizada pela Secretaria Municipal de Trânsito ou Transporte, com o objetivo de diminuir o impacto que os empreendimentos de grande porte causam sobre o tráfego das vias que lhes dão acesso. Esta atribuição é estabelecida por legislação, como decorrência dos aumentos sistemáticos da frota de veículos, do surgimento de novas atividades e do crescimento e adensamento verificado em toda a cidade.
Na capital de Rondônia, Porto Velho, quem fiscaliza é a SEMTRAN (Secretaria Municipal de Trânsito), ela tem como parâmetro a LEI COMPLEMENTAR Nº 747, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2018, com 35 artigos e orientações de procedimentos, esta lei está embasada no Manual de Procedimento para o Tratamento de Pólos Geradores de Tráfego do DENATRAN de 2001.
Esses Empreendimentos estão acontecendo na extensão da estrada da penal. É uma estrada que liga ao sistema penitenciário, ela é o único acesso terrestre a distritos, chácaras, empreendimentos e residenciais. Em toda a sua extensão não possui uma infraestrutura adequada, sendo “arrumada” todo ano por patrol e caminhões carregados de solo laterítico “cascalhos”, já no perímetro urbano ela possui alguma infraestrutura, como o asfalto.
Com pontos de congestionamento localizados com riscos sérios de acidentes fatais. Forçadamente está se tornando uma avenida ou via arterial, sem sinalização, sem infraestrutura nenhuma. Ela tem em alguns pontos calçadas feitas pelos moradores (sem padrão, salvo a parte dos condomínios) meio fio, sarjeta e boca de lobo nesses pontos e em apenas um lado da via.
Esta via é simples de mão dupla dentro do perímetro urbano, praticamente não possui acostamento, mas tem espaço físico para ampliação de até 4 faixas com acostamento. Onde não possui espaço físico (próximo ao CBPM, na av. rio madeira) pode se tornar mão única tendo uma via paralela naquele mesmo trecho podendo ser mão contrária alimentando essa via.
Outro ponto a ser trabalhado, seria o rebaixamento desta via no cruzamento com a Av. Guaporé construindo ali um viaduto dando mais fluidez ao trânsito, já que devido a inúmeros acidentes (muitas vezes fatais), por falta de sinalização, interligam o canteiro central, obstruindo a via e obrigando o condutor a fazer uma outra rota, entrar na avenida imigrantes seguir até a rotatória na avenida Guaporé seguindo por ela sentido BR 364 e entrar novamente na Est. da Penal seguindo até a av rio madeira, aumentando ainda o congestionamento.
Devido ao grande número de moradores (em torno de 3 mil residências, estimativa de contagem manualmente através do google maps) do bairro nova caiari II, antigo conjunto Guajará, no encontro dessas duas avenidas (est. da penal e imigrantes, já está muito perigoso, falta de sinalização está ocorrendo muitos acidentes.
De acordo com o levantamento (contagem volumétrica) feito na estrada da penal com a avenida dos imigrantes passam em torno de 15 veículos por minuto, chegando a mais de 40 carros por minuto nos horários de picos, das 07:00 as 8:00 e das 17:30 as 19:00, a consequência nesta via é um congestionamento nas vias locais e na via coletora imigrantes.
Esses empreendimentos têm causado sérios problemas na mobilidade urbana, que é um conjunto de infraestruturas e logísticas oferecido pelas cidades para permitir aos seus cidadãos e empresas o rápido deslocamento entre os diferentes pontos de seu espaço urbano. Que não é um problema só desta via, ou até mesmo de Porto Velho, o problema é nacional. Pois todas as cidades têm seu crescimento sem planejamento, ou seja, desordenadamente.
Algumas das alternativas para esta via seria além de investimento pesado em infraestrutura, tais como ampliação da via, acostamento, calçada, rede de esgoto, iluminação, sinalização, etc. A abertura de outra via arterial ou ampliação de vias coletoras.
Uma alternativa significativa é a duplicação da Av. Eng. Anysio da Rocha Compasso (est da Penal) com a implantação de uma rotatória na rua Daniela e a limitação de entrada de veículos na estrada da penal através da av. imigrantes no sentido bairro/centro (com barreiras de concreto New Jersey) e melhorando a sinalização das vias locais e retirando o redutor de velocidade implantado na est. da penal logo após o condomínio Ecoville.
Outra alternativa seria construção de um viaduto ou um elevado no encontro das avenidas Guaporé com a est. da Penal, aliviando o tráfego da avenida Tiradentes que também sofre com congestionamentos, só que este viaduto ou o elevado teria que ser limitado a veículos leves devido a sua altura.
O segundo ponto de congestionamento sério é o encontro da avenida Eng. Anysio da Rocha Compasso com a avenida Rio Madeira com 14 veículos por minuto chegando a 36 veículos por minuto no horário de pico.
Isso ocorre por ser uma via apertada com acostamento e é a entrada do condomínio Brisas do Madeira que tem em torno de 390 apartamentos (dados fornecidos na portaria.) e mais 800 residências (estimativa de contagem manualmente através do google maps) do bairro Rio Madeira
Uma das alternativas para este ponto seria transformar o trecho est. da Penal com a rua do contorno até a avenida Rio Madeira em mão única, sentido bairro/centro, sinalizando ela com barreiras de concreto New Jersey, abrindo a rua da cassiterita no encontro com a av. Rio Madeira e limitando ela a mão única com a implantação de um semáforo no encontro dela com a rua do contorno.
Além do conforto, saúde e segurança para os que utilizam a via, sou usuário assíduo desta.
Outro fator a ser levado em consideração é o transporte público, já é uma forma de locomoção existente em cidades de médio e grande porte, utilizado pela população e que deve ser oferecido pelo Estado, mas que pode ser terceirizado ou até privatizado.
Na maioria das cidades, o principal tipo de veículo utilizado é o ônibus, mas existem também os metrôs, os trens e, em algumas cidades, balsas, barcos, lanchas, entre outros. Se bem utilizado, o transporte coletivo pode ser a principal solução para problemas de mobilidade urbana, como os congestionamentos.
Não existe outro modelo ou opção de transporte público em Porto Velho que não seja o ônibus. Em toda extensão da via em questão existe apenas uma linha que faz a rota até as penitenciárias, mas obedecendo os horários de visitas, se fosse uma rota normal poderia ser de grande ajuda, mas em questão ao tema do “transporte público urbano”, aqui na capital ela é terceirizada e possui diversos problemas.
Para suprir essa questão do transporte público o gestor municipal tem autorizado o aumento do transporte terceirizado, que são os taxistas e mototaxistas, mas esta alternativa tem causado transtornos em toda a cidade pois não há locais específicos para estes estacionarem, ocupando as vagas de um motorista comum. O reflexo disto é PGV (Polo Gerador de Viagens), o motorista fica dando voltas até encontrar um local adequado para estacionar seu veículo.
Uma outra alternativa que a população de grandes cidades têm encontrado para diminuir o fluxo de veículos, é a sua locomoção através de bicicletas. Mas também tem trazido grandes problemas para a gestão pública, pois na maioria das cidades não tem espaço planejado para este tipo de veículo e mesmo assim tem que disputar com os veículos motorizados.
Trazendo para dentro do nosso artigo, não existe estrutura física planejada ou executada pelos órgãos públicos para este modelo de transporte, ele existe, mas não é diferente das outras cidades, a disputa por espaço é grande.
Referencial Teórico
- Estudo de Pólos Geradores de Tráfegos e seus Impactos nos Sistemas Viários e de Transportes, de autoria dos Professores Licinio da Silva Portugal e Lenise Grando Goldner, foi publicado pela Editora Blucher em 2003;
- Manual de Procedimentos Para o Tratamento de Pólos Geradores de Tráfego do DENATRAN
*Professor Orientador(a), Mestre em Engenharia de Estrutura. E-mail:
Faculdade de Educação e Cultura de Porto Velho – FAEC-PVH
Porto Velho, RO, Brasil