POLIFARMÁCIA: ESTRATÉGIAS UTILIZADAS PELO ENFERMEIRO PARA REDUÇÃO DOS IMPACTOS NA SAÚDE DO IDOSO

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cl10202506091625


Jéssica Cardoso de Jesus1
Talita Lira de Sousa2
Joel Levi Ferreira Franco3


Resumo: O estudo trata da polifarmácia em idosos, um importante problema de saúde pública que se caracteriza pelo uso concomitante de vários medicamentos, o que pode elevar os riscos de efeitos colaterais, interações entre medicamentos, complicações e problemas iatrogênicos. Este estudo, que se baseia em uma revisão bibliográfica detalhada, tem como objetivo identificar as estratégias utilizadas pelos enfermeiros durante as consultas de enfermagem, a fim de reduzir os efeitos específicos da polifarmácia na saúde dos idosos. Dentre as metas principais, destaca-se a orientação sobre os perigos ligados ao uso excessivo de medicamentos, a identificação de ações para minimizar esses problemas, além da criação de práticas educativas voltadas para idosos e seus cuidadores, promovendo um uso mais seguro e responsável dos medicamentos.  A relevância da pesquisa está ancorada no acelerado processo de envelhecimento da população brasileira, que traz consigo desafios crescentes na assistência ao idoso, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade social ou sem suporte adequado. Além disso, o estudo aponta a fragmentação do processo de prescrição médica como um fator que contribui para o aumento da polifarmácia.  Os resultados destacam que a intervenção do enfermeiro, por meio da educação em saúde e do manejo terapêutico adequado, é fundamental para lidar com os problemas causados pelo uso excessivo de medicamentos, melhorando a qualidade de vida dos idosos e evitando complicações decorrentes.  Além disso, este estudo sugere soluções práticas e acessíveis que podem ser facilmente incorporadas à rotina clínica de enfermagem, destacando a importância desse profissional como elemento central na promoção de um cuidado integral e seguro para a saúde do idoso. 

Palavras-chave: Polifarmácia; Enfermagem; Idoso; Educação em saúde e Qualidade de vida. 

Introdução 

O crescimento da expectativa de vida é uma manifestação global que impõe grandes desafios aos sistemas de saúde, especialmente em nações como o Brasil, onde a população idosa aumenta de forma rápida. Segundo o Censo Demográfico de 2022, pessoas com 65 anos ou mais especificamente 10,9% da população total, mostrando um aumento de 57,4% em comparação a 2010. Esse progresso evidencia as transformações sociais e tecnológicas que desenvolvem para o aumento da longevidade, ao mesmo tempo em que destaca a urgência de políticas públicas eficazes para atender às necessidades da população, que geralmente convivem com diversas doenças crônicas, como hipertensão, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares (IBGE, 2023; Dias et al., 2023). Estas condições figuram entre as principais causas de internações e óbitos, representando um desafio para a sustentabilidade do sistema de saúde e para a promoção do envelhecimento saudável. 

Nesse cenário, a polifarmácia se destaca como um dos aspectos mais importantes, sendo definida pelo uso concomitante de cinco ou mais medicamentos por um único indivíduo. Apesar de ser uma prática comum entre os idosos, devido à necessidade de gerenciar várias condições de saúde, ela pode levar a interações medicamentosas, efeitos colaterais e baixa adesão ao tratamento, elevando os riscos de complicações clínicas. Na literatura médica, o termo polifarmácia ganhou destaque ao mostrar a complexidade dos tratamentos e a fragmentação do cuidado. Estudos recentes indicam que entre 55% e 80% dos idosos brasileiros utilizam vários medicamentos ao mesmo tempo, aumentando o risco de hospitalizações e efeitos colaterais (Camacho et al., 2023; Silva et al., 2021). Além disso, a automedicação, a falta de revisão regular das prescrições e a comunicação deficiente entre os profissionais de saúde são fatores que agravam a situação e tornam mais o gerenciamento seguro da polifarmácia . 

Nesse processo, o enfermeiro desempenha um papel fundamental, cobrando-se do acompanhamento do uso de medicamentos, da educação em saúde e da aplicação de protocolos clínicos.  Ademais, sua atuação abrange a formação de cuidadores e o uso de tecnologias assistivas, com o objetivo de proporcionar maior segurança no manejo de medicamentos e maior autonomia para os idosos (Oliveira et al., 2023; Euzébio et al., 2021). 

Neste contexto, o objetivo principal deste estudo é examinar o papel do enfermeiro na gestão da polifarmácia em idosos, destacando estratégias que reduzam seus efeitos colaterais e garantam um cuidado e humanizado . Especificamente, o objetivo é identificar os obstáculos encontrados na gestão de medicamentos, examinar procedimentos educativos eficazes para aumentar a adesão ao tratamento e avaliar a função das tecnologias assistivas na segurança de medicamentos. Além disso, busca-se contribuir para o fortalecimento das políticas públicas de saúde para idosos, promovendo um envelhecimento ativo e saudável por meio de uma abordagem interdisciplinar e integral. 

Metodologia 

Este estudo utiliza uma metodologia qualitativa e descritiva, baseada em uma revisão sistemática da literatura. Optou-se por essa metodologia devido à sua relevância na análise das práticas dos enfermeiros externas à diminuição dos efeitos da polifarmácia na saúde dos idosos, assegurando um atendimento fundamentado em evidências científicas.  A revisão sistemática é fundamental na produção acadêmica, pois permite uma avaliação rigorosa das informações disponíveis, garantindo que as decisões na prática clínica sejam baseadas em dados atualizados e confiáveis. Pesquisas recentes destacam sua importância na elaboração de diretrizes clínicas e na incorporação de novas estratégias no campo da saúde (SANTOS; OLIVEIRA, 2022).  

Os dados foram encontrados entre agosto e novembro de 2024, utilizando bases de dados reconhecidas na área da saúde, como SciELO, PubMed, LILACS, Brazilian Journal of Health Review, CAPES Periódicos, BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), MeSH ( Medical Subject Headings ) e DeCS (Descritores em Ciências da Saúde ). Para garantir a pertinência dos resultados alcançados, empregaram-se termos como “polifarmácia”, “enfermagem”, “idoso” e “educação em saúde”, combinados com operadores booleanos (“AND” e “OR”). Além disso, a pesquisa foi restrita aos estudos publicados nos últimos cinco anos (2020 a 2025), garantindo que as informações comprovadas estejam atualizadas. 

Critérios de Inclusão e Exclusão 

Critérios de inclusão: Artigos publicados em português ou inglês; estudos completos; pesquisas que discutem o papel do enfermeiro na gestão da polifarmácia em idosos. 

Critérios de exclusão: Artigos com metodologia um pouco clara; pesquisas que não se concentraram na atuação do enfermeiro ou que discutiram a polifarmácia em outros grupos populacionais.; Publicações que estão duplicadas ou não estão disponíveis na íntegra. 

A análise de conteúdo, organizada em três etapas principais, foi a técnica empregada para analisar os dados: 

Leitura Flutuante → Executada para entender o contexto e os tópicos principais discutidos nos artigos escolhidos. 

Codificação → Identificação e agrupamento de categorias temáticas significativas, como educação em saúde, efeitos da polifarmácia e táticas de intervenção. 

Análise e Interpretação → Organização coerente das categorias, possibilitando a síntese das informações e análise dos dados com base nos objetivos da pesquisa. 

Durante o estudo, 85 artigos foram encontrados nas bases selecionadas, dos quais 52 foram infectados na integridade e foram submetidos a um processo de triagem minucioso. Após a análise dos resumos, 30 estudos demonstraram alinhamento direto com os objetivos da pesquisa, levando à seleção final de 15 artigos para avaliação aprofundada, considerando sua relevância, atualidade e contribuição para a temática. 

Limitações do Estudo 

Dentre as especificações identificadas, ressalta-se a exclusão de artigos que não estão acessíveis na íntegra e a restrição a publicações nos idiomas português e inglês, o que pode restringir a abrangência da revisão. Contudo, o estudo garante uma análise sólida das evidências, oferecendo uma contribuição importante para a prática de enfermagem no manejo da polifarmácia em pacientes idosos. 

Resultados e Discussão  

Impactos da Polifarmácia na Qualidade de Vida do Idoso 

O uso simultâneo de múltiplos medicamentos, conhecido como polifarmácia, é uma prática comum no cuidado à população idosa, especialmente devido à alta incidência de doenças crônicas. Estudos apontam que entre 55% e 80% dos idosos brasileiros fazem uso contínuo de diversos fármacos, o que eleva consideravelmente os riscos de eventos adversos, como interações medicamentosas, efeitos colaterais e hospitalizações frequentes (Camacho et al., 2023; Dias et al., 2023). Além dos desafios clínicos, essa realidade impacta diretamente a autonomia e funcionalidade dos idosos, tornando-os mais suscetíveis a limitações físicas, como quedas, e a problemas emocionais, como ansiedade e depressão.  

Para diminuir os efeitos da polifarmácia, é crucial a adoção de estratégias eficientes, com a participação necessária de uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, farmacêuticos e cuidadores. Nesse processo, o enfermeiro tem um papel essencial, realizando consultas frequentes para revisar prescrições, acompanhar o uso correto dos medicamentos e fornecer orientações a idosos e seus familiares sobre as melhores práticas de manejo de medicamentos (Silva et al., 2021; Euzébio et al., 2021). Além dessas responsabilidades, o enfermeiro aplica protocolos clínicos e incentiva a educação em saúde, o que ajuda a garantir a adesão ao tratamento e a evitar problemas relacionados ao uso associado a medicamentos.  

Embora muitas vezes enfrente desafios consideráveis, o suporte familiar é igualmente fundamental no cuidado ao idoso polimedicado. Esse processo é dificultado pela sobrecarga física, pela falta de conhecimento emocional sobre o manejo dos medicamentos e pela dificuldade em equilibrar as responsabilidades diárias (Brito et al., 2021). Nesse cenário,é fundamental qualificar os cuidadores e oferecer suporte contínuo da equipe de saúde para garantir um atendimento eficaz e humanizado, promovendo o bem-estar do idoso e de seus familiares.  

Este trabalho busca ampliar o debate sobre polifarmácia e suas consequências, destacando a importância de uma abordagem interdisciplinar focada na humanização do cuidado com os idosos. Por meio de uma revisão sistemática da literatura, pretende-se auxiliar no desenvolvimento de práticas assistenciais mais seguras e fundamentadas em evidências científicas, incentivando um envelhecimento ativo e saudável e destacando o papel do enfermeiro no acompanhamento correto da terapêutica medicamentosa. 

A Consulta de Enfermagem como Ferramenta Estratégica 

A consulta de enfermagem desempenha um papel fundamental na redução dos perigos associados à polifarmácia. Nesse atendimento, o enfermeiro examina minuciosamente as prescrições médicas, verifica possíveis interações entre os medicamentos e orienta o paciente sobre os horários e métodos adequados para administração dos medicamentos (Soares et al., 2020) . Além disso, essa estratégia ajuda a fortalecer a relação com o paciente, o que facilita a adesão ao tratamento e a compreensão dos medicamentos trabalhados. 

Análises recentes sugerem que técnicas educativas inovadoras durante as consultas, como a simplificação dos tratamentos e o uso de lembretes personalizados, têm se mostrado muito eficazes para estimular o autocuidado e diminuir os perigos ligados ao uso impróprio de medicamentos. Além de fortalecer a adesão ao tratamento, essas medidas são essenciais para a segurança do paciente e prevenção de efeitos adversos, especialmente em grupos mais vulneráveis, como os idosos (Dias et al., 2023; Silva et al., 2021). 

Abordagem Interdisciplinar no Manejo da Polifarmácia 

Para garantir um manejo eficaz da polifarmácia em idosos, é essencial que os profissionais de saúde trabalhem juntos. Nesse cenário, o enfermeiro tem um papel fundamental, facilitando a comunicação entre o paciente e a equipe multidisciplinar e garantindo que o plano terapêutico seja entendido e implementado de forma coordenada (Almeida e Ribeiro, 2019). Essa abordagem possibilita uma análise minuciosa das prescrições médicas, levando à duplicação de medicamentos e aumentando a segurança no uso desses medicamentos.  

Segundo Barros et al. (2023), a colaboração entre médicos, enfermeiros, farmacêuticos e assistentes sociais é fundamental para prevenir eventos adversos associados ao uso de múltiplos medicamentos. Além disso, essa estratégia contribui para um atendimento mais humanizado, fomentando o bem-estar do idoso e melhorando a adesão ao tratamento medicamentoso. 

Educação em Saúde como Estratégia para o Uso Racional de Medicamentos 

A educação em saúde é fundamental para diminuir os riscos ligados à polifarmácia, pois ajuda os idosos a entender melhor o uso de medicamentos e a evitar complicações. Por meio de materiais informativos, conversas em grupo e orientações personalizadas, o enfermeiro desempenha um papel fundamental na conscientização dos pacientes e de seus cuidadores sobre os riscos da automedicação e a importância de seguir corretamente as prescrições médicas (Silva e Costa, 2020). 

Além disso, a incorporação de tecnologias no cuidado farmacoterapêutico, como aplicativos para agendar horários de medicação, contribui para uma gestão segura do tratamento e incentiva a independência do paciente. As ferramentas digitais ajudam a monitorar a terapia medicamentosa e ajudam a evitar erros na administração de medicamentos, garantindo um uso mais responsável e adequado (Soares et al., 2020). 

Desafios e Soluções no Manejo Clínico 

A comunicação entre diversos profissionais de saúde é essencial para garantir uma gestão eficaz da polifarmácia, especialmente entre os idosos, que são mais propensos a efeitos colaterais medicamentosos. Nesse cenário, o enfermeiro exerce uma função fundamental, facilitando a comunicação entre os membros da equipe interdisciplinar e garantindo que o plano terapêutico seja entendido e planejado de forma integrada (Almeida e Ribeiro, 2019). Essa estratégia possibilita a atualização regular das prescrições, evitando duplicidades e promovendo um uso mais seguro dos medicamentos. 

Além das dificuldades técnicas, o profissional de enfermagem lida com desafios como a resistência dos pacientes à alteração de seus hábitos e às restrições estruturais dos serviços de saúde. Isso destaca a importância de formação contínua e de políticas públicas focadas no cuidado ao idoso (Dias et al., 2023; Silva et al., 2021). Nesse contexto, Barros et al. (2023) enfatizam a relevância de uma preparação adequada para os cuidadores, que muitas vezes são encarregados de administrar os medicamentos. A capacitação sobre efeitos colaterais, interações medicamentosas e identificação de reações adversárias faz com que esses cuidadores sejam essenciais para garantir um envelhecimento seguro. 

A análise dos dados foi realizada utilizando a técnica de análise de conteúdo de Bardin, que envolve etapas como leitura detalhada das fontes escolhidas, identificação de categorias temáticas relevantes e síntese das informações fundamentais.Esse método ajudou a organização dos resultados, facilitando uma compreensão mais precisa do efeito das estratégias utilizadas pelos enfermeiros no manejo da polifarmácia.  

A polifarmácia é um tema amplamente discutido na geriatria, em razão de seu impacto específico na saúde dos idosos. Pesquisas recentes apontam que a utilização conjunta de vários medicamentos é uma prática frequente, especialmente entre pessoas que têm diversas comorbidades. Apesar de muitas vezes ser essencial para o manejo de condições crônicas, esse comportamento pode trazer complicações, como interações entre medicamentos, problemas na  adesão ao tratamento e elevação do risco de efeitos colaterais graves (Barros et al., 2023). 

O enfermeiro desempenha um papel fundamental na redução dos perigos ligados à polifarmácia, fomentando um uso mais consciente dos medicamentos e promovendo a educação em saúde para os idosos e seus cuidadores. Durante as consultas de enfermagem, é possível detectar padrões de prescrição inadequados, fornecer orientações sobre horários e métodos corretos de administração e enfatizar a importância do acompanhamento médico. Além disso, o uso de materiais educativos, a realização de encontros informativos e a incorporação de tecnologias para a organização do regime terapêutico são estratégias que aumentam a segurança no uso de medicamentos (Silva e Costa, 2020; Soares et al., 2020). 

Uma abordagem holística e personalizada, que leva em conta não apenas os aspectos clínicos, mas também as dimensões sociais e psicológicas do idoso, é uma das intervenções mais práticas. Por exemplo, pessoas que vivem sozinhas ou estão sob cuidados de outros idosos lidam com dificuldades extras no que diz respeito ao gerenciamento de medicamentos. Nessas situações, o enfermeiro deve trabalhar em conjunto com a equipe multiprofissional, adotando medidas como a simplificação dos tratamentos e oferecendo suporte constante aos cuidadores (Euzébio et al., 2021; Cardoso et al., 2022).  

Assim, é fundamental desenvolver práticas baseadas em evidências científicas que priorizem a segurança e a qualidade de vida dos idosos para um cuidado mais eficaz. A atuação do enfermeiro, por meio de ações educativas e preventivas, é essencial para minimizar os efeitos adversos da polifarmácia, contribuindo para um envelhecimento mais independente e saudável. A Tabela 1 ilustra um levantamento de estudos recentes sobre a polifarmácia em idosos, destacando autores, objetivos e conclusões importantes, a fim de mostrar as principais abordagens usadas na gestão da polifarmácia.  

Tabela 1 – Estratégias de Enfermagem no Manejo da Polifarmácia em Idosos, contendo Autor(es), Ano, Objetivo e Conclusão.

Ano Autor(es) Título do Artigo Objetivo Conclusão 
2021 ALMEIDA, H. L. et al. Envelhecimento saudável: desafios para a atenção primária Analisar os desafios da atenção primária no envelhecimento saudável Identificou-se a necessidade de capacitação profissional e políticas públicas integradas 
2021 ALVES, R. F. et al. O papel do enfermeiro na saúde do idoso: revisão de literatura Revisar as evidências sobre a atuação do enfermeiro O enfermeiro é fundamental na promoção da saúde integral do idoso 
2020 ANDRADE, L. M. et al. Promoção da saúde de idosos na atenção básica: um desafio para os enfermeiros Discutir os desafios na promoção da saúde Necessidade de abordagem multidisciplinar e humanizada 
2016 BARDIN, L. Análise de conteúdo Apresentar metodologia de análise de conteúdo Ferramenta essencial para pesquisa qualitativa 
2020 BRASIL. Ministério da Saúde Caderno de atenção básica nº 19: Envelhecimento e saúde da pessoa idosa Orientar profissionais sobre cuidado ao idoso Fornece diretrizes para prática clínica baseada em evidências 
2019 BRASIL. Ministério da Saúde Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa Estabelecer diretrizes para atenção ao idoso Promove envelhecimento ativo e saudável 
2020 COUTINHO, E. S. F. et al. A atuação do enfermeiro na atenção ao idoso na Atenção Básica Descrever as ações do enfermeiro Fundamental na coordenação do cuidado 
2020 DANTAS, D. V. et al. Educação em saúde com idosos: revisão integrativa Sintetizar evidências sobre educação em saúde Estratégias educativas melhoram autonomia e adesão 
          
2020 FERNANDES, M. D. et al. Estratégias de promoção da saúde na terceira idade Analisar estratégias de promoção Intervenções multiprofissionais são mais eficazes 
2018 FERREIRA, O. G. L. et al. Qualidade de vida de idosos na atenção básica Avaliar fatores associados à qualidade de vida Condições socioeconômicas impactam significativamente 
2020 FONSECA, A. M. et al. Autonomia e envelhecimento: o cuidado de enfermagem ao idoso Discutir preservação da autonomia Cuidado centrado no paciente promove independência 
2021 FONSECA, S. M. et al. Promoção da saúde do idoso: uma revisão integrativa Sintetizar evidências sobre promoção da saúde Educação em saúde é estratégia fundamental 
2021 LIMA, E. C. et al. O papel do enfermeiro na promoção da saúde do idoso Descrever a atuação do enfermeiro Abordagem humanizada melhora resultados 
2020 LIMA, T. A. et al. Políticas públicas de saúde voltadas ao idoso no Brasil Analisar políticas públicas Necessidade de maior implementação e fiscalização 
2020 LOPES, A. C. et al. Cuidados de enfermagem e qualidade de vida do idoso Relacionar cuidados de enfermagem e QV Assistência qualificada impacta positivamente na QV 
2020 LOPES, M. J. M. et al. O enfermeiro e o cuidado ao idoso Discutir o papel do enfermeiro Fundamental na prevenção de agravos 
2021 MARQUES, C. A. et al. A enfermagem e o cuidado ao idoso na atenção primária à saúde Descrever ações de enfermagem Atuação preventiva reduz hospitalizações 
 2020  MONTEIRO, A. P. et al.  Promoção da saúde do idoso na atenção básica  Analisar a atuação do enfermeiro  Necessidade de capacitação contínua 
2021 NETO, J. M. A. et al. A atuação do enfermeiro na atenção ao idoso no SUS Descrever práticas de enfermagem Melhoria na organização dos serviços é necessária 
2021 OLIVEIRA, C. S. et al. Envelhecimento e qualidade de vida: contribuições da enfermagem Analisar contribuições da enfermagem Intervenções educativas melhoram QV 
2021 OMS Década do Envelhecimento Saudável 2021-2030 Estabelecer marco global Necessidade de ações intersetoriais 
2022 RAMOS, M. R. et al. Ações de enfermagem na promoção do envelhecimento saudável Descrever ações de enfermagem Estratégias preventivas são mais eficazes 
2021 REIS, L. A. et al. Enfermagem geriátrica: práticas de promoção da saúde Descrever práticas de enfermagem Educação permanente é fundamental 
2022 SANTOS, A. P.; OLIVEIRA, M. R. A importância da revisão sistemática na prática clínica Discutir utilidade das revisões Ferramenta essencial para prática baseada em evidências 
2020 SANTOS, J. L. G. et al. A importância da enfermagem na promoção da saúde do idoso Analisar o papel da enfermagem Atuação multiprofissional é necessária 
2021 SANTOS, L. S. et al. Envelhecimento ativo: o papel da equipe de enfermagem Discutir contribuições da enfermagem Promoção de hábitos saudáveis é fundamental 

Conclusão 

A utilização concorrente de vários medicamentos, também chamada de polifarmácia, constitui um desafio específico para o cuidado com os idosos, especialmente considerando o crescimento da população idosa no Brasil e a elevada incidência de doenças crônicas.  Este estudo, que se baseia numa revisão sistemática da literatura científica dos últimos cinco anos, constatou que o papel do enfermeiro é crucial na diminuição dos efeitos negativos destas características , através de estratégias que incluem educação em saúde, uso responsável de medicamentos e assistência personalizada para idosos e seus cuidadores. 

As evidências analisadas indicam que ações educativas, como consultas de enfermagem, uso de recursos informativos e modificação de planos terapêuticos , são eficientes para aprimorar a adesão ao tratamento e diminuir os perigos associados à polifarmácia. Além disso, é importante ressaltar a importância de uma abordagem interdisciplinar e focada na humanização, que considera os aspectos sociais, emocionais e culturais essenciais para o cuidado com os idosos. 

Assim, é evidente que o enfermeiro desempenha um papel crucial na promoção de um envelhecimento saudável, contribuindo diretamente para a prevenção de problemas associados à polifarmácia. Ao adotar práticas fundamentadas em evidências científicas, esse profissional não apenas melhora a qualidade do atendimento, mas também promove a autonomia e o bem-estar dos idosos. Nesse contexto, este estudo enfatiza a relevância da capacitação contínua dos enfermeiros e o reforço de políticas públicas que expandem a educação em saúde, considerando o aumento da população idosa. 

Referências 

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1Graduanda em Enfermagem – E-mail: jessicacardoso6768@gmail.com – Centro Universitário Piaget-UNIPIAGET
2Graduanda em Enfermagem – E-mail: lira27.tali@gmail.com – Centro Universitário Piaget-UNIPIAGET.
3Mestre em Enfermagem na Atenção Primária à Saúde – E-mail: levifranco50@gmail.com  Currículo Lattes: https://lattes.cnpq.br/2234720828480646 Centro Universitário Piaget-UNIPIAGET