REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.6612141
Autores:
Lya Thaylla Freitas Marques Lima1
João Victor Cunha Lima2
Maria Janaina Guimarães Feitosa3
Nayara Cunha Barros4
Francisco Valmor Macedo Cunha5
RESUMO
Introdução: A fibromialgia (FM) é uma síndrome musculoesquelética que, de acordo com os critérios diagnósticos de 1990 do American College of Rheumatology (ACR) pode ser identificada em indivíduos com dor crônica difusa com mais de três meses deduração.Acometendo em maior parte pelas mulheres entre 30 e 55 anos, o diagnóstico é inteiramente clínico, assim evitando alterações em exames laboratoriais e radiológicos, sendo considerada a segunda causa mais frequente em consultas reumatológicas.O MP é uma intervenção eficaz na melhora da dor nos seus diferentes âmbitos, podendo ele ser uma alternativa adequada para os acometidos pela SFM. Objetivo: Avaliar os efeitos do método pilates em pacientes portadores de fibromialgia. Métodos: O estudo trata-se de uma revisão integrativa, que é considerada a abordagem mais ampla e metodológica dentre as revisões.As bases de dados eletrônicas, nacionais e internacionais: MEDLINE (Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica), BVS (Biblioteca Virtual em Saúde),SCIELO(Biblioteca Eletrônica Científica Online),PUBMED (United States National Library of Medicine) foram consultadas. Os artigos selecionados para análise foram copiados das bibliotecas virtuais e lidos integralmente para identificação e registro dos resultados do Pilates. Resultados: Os estudos mencionam a ECMO como terapia utilizada no tratamento da insuficiência respiratória em pacientes com Covid-19. Conclusão: Através do estudo realizado foi possível concluir que o metodo pilates na qualidade de vida de pacientes com fibromialgia produz resultados satisfatórios, como a melhora da capacidade funcional, promovendo flexibilidade,melhora da dor, qualidade de vida e condicionamento físico dos paciente.
Palavras-Chave: Fibromialgia, Qualidade de vida, Pilates, Fibromyalgia.
1. INTRODUÇÃO
A fibromialgia (FM) é uma síndrome musculoesquelética que, de acordo com os critérios diagnósticos de 1990 do American College of Rheumatology (ACR) pode ser identificada em indivíduos com dor crônica difusa com mais de três meses de duração (LORENA et al,2016).
Acometendo em maior parte pelas mulheres entre 30 e 55 anos, o diagnóstico é inteiramente clínico, assim evitando alterações em exames laboratoriais e radiológicos, sendo considerada a segunda causa mais frequente em consultas reumatológicas. Nos exames físicos as dores são identificadas em pontos dolorosos (tender points). Sendo acometido 2,5 % da população mundial (SOUZA et al,2018).
O tratamento da FM pode ser farmacológico ou não farmacológico, podendo atenuar as dores e os sintomas gerais relacionados à SFM. Os efeitos fisiológicos em tratamento não farmacológico fazem com que haja liberação de hormônios, endorfina e serotonina, ocorrendo com a prática de exercício aeróbio, treinamento de força ou ajustando ambas as práticas, assim sendo a forma mais efetiva para reduzir a dor (BAIR et al, 2020).
Pilates trata-se de uma abordagem de exercício fundada nos ensinamentos de Joseph Pilates (1880-1967), que visa melhorar a flexibilidade geral do corpo, a força do núcleo, a postura e a coordenação da respiração com o movimento. (MEDEIROS et al, 2020).
O MP é uma intervenção eficaz na melhora da dor nos seus diferentes âmbitos, podendo ele ser uma alternativa adequada para os acometidos pela SFM (CORDEIRO et al, 2020).
Segundo Graminha (2021), A QV é reconhecida como uma construção que resume a satisfação pessoal com vários domínios da vida refletindo o impacto de condições objetivas no funcionamento percebido.
A FM sendo uma patologia não curável, o paciente pode obter uma negação da doença e com o tratamento. A síndrome pode envolver além de sintomas físicos, os psíquicos associado à multimorbidade conduzindo a sintomas como ansiedades,depressão, problemas de humor, sono, parestesia e problemas cognitivos. A principal condição mental que afeta pessoas com a SFM é a depressão, 50% das pessoas com FM apresentam sintomas depressivos, assim dificultando aspectos culturais e Socioeconômicos (CLAUW, 2014).
2. OBJETIVOS
Geral: Realizar uma revisão da literatura sobre o pilates na qualidade de vida de pacientes com fibromialgia.
Específico: Avaliar os efeitos do método pilates em pacientes portadores de fibromialgia.
3. MÉTODOS
O estudo trata-se de uma revisão integrativa, que é considerada a abordagem mais ampla e metodológica dentre as revisões. Tendo como objetivo sintetizar os resultados da pesquisa sobre um tema já pré-estabelecido, de maneira sistemática e organizada, facilitando o resumo sobre determinado assunto (SOUZA, 2014).
A revisão integrativa é realizada por etapas, sendo as: Definição da pergunta condutora, Coleta dos dados; Avaliação de dados; Análise e interpretação dos dados coletados e apresentação da revisão (COOPER, 2015). A pergunta condutora deste estudo será: Quais os efeitos do pilates na fibromialgia para que o paciente tenha uma qualidade de vida? Será elaborado para nortear a pesquisa em bases de dados.
A coleta de dados foi baseada no levantamento bibliográfico online onde foram utilizados os sites indexados na biblioteca virtual em saúde: PubMed, BVS, MEDLINE e SCIELO por artigos publicados entre os anos de 2014 a 2021. Utilizando os seguintes descritores: “Fibromialgia”, “Qualidade de vida” e “Pilates” e seus respectivos termos em inglês: “Fibromyalgia”, “Quality of life”, “Pilates”. Para conferir maior especificidade à busca, foi utilizado o operador booleano “AND”, que permite selecionar artigos que contenham ambos os descritores. Foram incluídos artigos originais publicados em inglês e português em formato de artigos originais com resumos disponíveis nas bases de dados e que seu conteúdo responda à pergunta norteadora desta revisão, e artigos com menos de 05 anos de publicação. Definido como critério de exclusão: estudos que fujam da temática da pesquisa.
Os títulos e os resumos dos artigos identificados pela busca foram avaliados. Aqueles que gerarem dúvidas foram analisados com o texto na íntegra. Estudos na língua portuguesa e inglesa foram incluídos. Os artigos considerados relevantes para o estudo, segundo os critérios de inclusão e exclusão, foram adquiridos em sua versão completa para análise mais criteriosa.
Foi considerado como desfecho primário, a utilização do método pilates em pacientes com fibromialgia para que possam ter uma qualidade de vida.
4. RESULTADOS
FLUXOGRAMA 1: TRIAGEM, ELEGIBILIDADE E SELEÇÃO DE ESTUDOS PARA REVISÃO
TABELA 1: INFORMAÇÕES SOBRE OS ARTIGOS UTILIZADOS NESTA PESQUISA
| AUTOR/ANO DE PUBLICAÇÃO | TIPO DE ESTUDO | OBJETIVO | AMOSTRA | INTERVENÇÃO | RESULTADO |
| KÜMPEL et al, 2021 | Estudo Prospectivo | Avaliar os efeitos da hidroterapia e do método pilates sobre a redução da dor, melhora da capacidade funcional e da qualidade de sono em pacientes com fibromialgia | 80 mulheres na faixa etária (35-65) | A avaliação da dor foi realizada por meio da escala Visual analógica (EVA). A presença dos tender points foi avaliada por meio da algometria. Para avaliar a qualidade de vida dos pacientes foi utilizado o QIF. A escala de Epworth foi aplicada para avaliar e quantificar o grau de sonolência durante oito atividades rotineiras. | O impacto da fibromialgia sobre a vida do paciente foi visto em ambos os grupos que houve melhora significativa em sete dos dez domínios do questionário QIF. Os pacientes do grupo dois que fez o tratamento com o método pilates no solo, não melhoraram nos domínios capacidade funcional e capacidade de serviço. Os pacientes que fizeram hidroterapia melhoraram nestes dois domínios. |
| SILVA et al, 2018 | Estudo Randomizado | Avaliar a eficácia do Método Pilates na melhora da dor em mulheres com FM e compará-lo com exercícios aeróbico. | 60 Mulheres na faixa etária (18-60) | Os participantes deste estudo receberão 24 sessões de tratamento (2 por semana) durante 12 semanas. As avaliações foram realizadas antes do início do tratamento, após 12 sessões e após 24 sessões de tratamento. | Não mostrou resultados satisfatórios para o grupo Pilates e apresentou evidências de baixa qualidade na eficácia dos exercícios aeróbicos aquáticos. |
| MEDEIROS et al, 2020 | Estudo Randomizado | Avaliar a eficácia do Mat Pilates na melhora dos sintomas em mulheres com fibromialgia | 42 Mulheres na faixa etária (18-60) | Os pacientes com GMP realizaram exercícios baseados no método mat pilates em um grupo de até 4 mulheres. Cada sessão durou cerca de 50 minutos e foi conduzida por um fisioterapeuta experiente na técnica que demonstrou e ensinou os exercícios, mas sem período de adaptação. Nove exercícios foram realizados para os principais grupos musculares com progressões a cada mês. Os exercícios no primeiro mês foram realizados inicialmente em 1 série de 8 repetições. No segundo mês foram realizadas 2 séries de 10 repetições. No último mês foram realizadas 3 séries de 8 repetições. Foram realizados três exercícios de relaxamento com bola suíça em 1 conjunto de 30 s cada no final de cada sessão. Os pacientes da GEAA realizaram em uma piscina com uma temperatura de 31 graus celsius. Cada sessão durou cerca de 40 minutos e foi dirigida por um fisioterapeuta experiente em exercícios aquáticos. O programa consistia em seis exercícios principais com duração de 30 min com exercícios de diferentes intensidades moderado pela escala de Borg. Dois exercícios de aquecimento e dois exercícios de desaquecimento foram realizados antes e após o programa. | Houve melhora em ambos os grupos em relação à dor e função. Os aspectos relacionados à qualidade apresentaram melhora apenas no grupo pilates solo. Houve melhora nas variáveis PSQI e PRCTS apenas no grupo de exercício aeróbico aquático. |
| KOMATSU et al, 2016 | Estudo longitudinal prospectivo randomizado controlado | Avaliar os efeitos do Pilates na dor, qualidade de vida, depressão e ansiedade em mulheres com síndrome da fibromialgia. | 20 mulheres (idade superior a 18 anos) | Os pacientes do grupo tratado foram divididos em 4 grupos com até 5 pacientes cada e esses grupos foram tratados no mesmo dia. O tratamento progrediu aumentando o número de repetições para cada exercício, seguindo as limitações próprias de cada paciente. Os pacientes do grupo controle não receberam nenhuma intervenção durante as 8 semanas de tratamento do grupo tratado além daquelas que já estavam recebendo. Após a última avaliação, os pacientes do grupo controle foram encaminhados para outros serviços de fisioterapia. | Foi observada melhora estatisticamente significativa na intensidade da dor e número de regiões dolorosas no grupo tratado. No grupo controle foram encontradas diferenças estatísticas em outras variáveis. Pilates é o recurso fisioterapêutico que melhora a dor. |
| CURY et at, 2016 | Relato de Caso | Analisar os efeitos do MP sobre o nível de dor, esforço, qualidade de vida e flexibilidade em uma paciente fibromiálgica. | Paciente de 63 anos do sexo feminino. | A paciente realizou exercícios no solo e nos aparelhos, durante 4 semanas, em um estúdio especializado para a prática deste método sob a orientação de uma fisioterapeuta certificada no MP. Nos momentos pré e pós-tratamento foi submetida aos seguintes protocolos de avaliação: ficha de avaliação fisioterapêutica para registro de dados pessoais, número de pontos dolorosos e índice miálgicas; dolorimetria por meio da Escala Visual Analógica e Algômetro de Fisher; questionário de impacto da Fibromialgia, e nível de flexibilidade (Flexiteste adaptado). A intensidade e a progressão do treinamento tiveram como parâmetros: a percepção subjetiva de esforço e a pressão arterial. | Os resultados do estudo mostram que os exercícios de Pilates promovem efeitos positivos na flexibilidade, dor, qualidade de vida e condicionamento físico. O método aplicado em um grupo de mulheres portadoras de fibromialgia foi verificado uma redução no nível de dor e melhora da qualidade de vida após doze semanas de tratamento. Tanto as atividades aeróbias como os exercícios de resistência muscular localizada já demonstram efeitos benéficos na fibromialgia, no que se refere ao controle da dor e depressão, bem como melhora da qualidade de vida. |
5. DISCUSSÃO
KÜMPEL et al, 2021 realizou um estudo estudo prospectivo comparando os efeitos da hidroterapia com a aplicação do método Pilates na melhora da capacidade funcional de pacientes portadores de fibromialgia, onde observou que ambas terapias melhoraram a capacidade funcional dos pacientes e reduziram as dores. Pontuou ainda algumas vantagens do método Pilates como: estimulação da circulação, ganho de flexibilidade e o alinhamento postural.
De maneira semelhante, SILVA et al, 2018 em seu estudo cego controlado, comparou o método pilates com aplicação de um programa de exercícios aeróbicos aquáticos para mulheres com fibromialgia, todavia não mostrou resultados satisfatórios para o grupo Pilates e apresentou evidências de baixa qualidade na eficácia dos exercícios aeróbicos aquáticos, não sendo possível afirmar a eficácia das terapias na melhora da qualidade de vida das pacientes.
Em contrapartida, MEDEIROS et al, 2020 realizou um estudo clínico, randomizado e cego onde também comparou a eficácia do método pilates com o exercício aeróbico aquático no tratamento de mulheres com fibromialgia e pôde concluir que ambas terapias foram eficazes como tratamento por 12 semanas promovendo melhora da dor e da qualidade de vida. O pilates não obteve diferença estatisticamente significativa nos resultados quando comparados com exercícios aeróbicos aquáticos, dando indícios de que uma modalidade não se sobrepõe à outra.
Com o objetivo de analisar os efeitos do método pilates sobre o nível de dor, esforço, qualidade de vida e flexibilidade na fibromialgia, CURY et at, 2016 realizou um estudo de caso de uma paciente de 63 anos, com diagnóstico clínico de fibromialgia e não praticante de atividade física. O tratamento teve duração de 4 semanas consecutivas, frequência de 2 vezes semanais, com duração de uma hora cada. Ao final das 4 semanas houve efeitos positivos na flexibilidade, dor, qualidade de vida e condicionamento físico da paciente, evidenciando a eficiência do método pilates.
Em concordância com o autor anterior KOMATSU et al, 2016 traz em seu Estudo 37 pacientes diagnosticados com fibromialgia que foram submetidos ao método pilates, os pacientes foram distribuídas aleatoriamente em Grupo Tratamento (GT) e Grupo Controle (GC), o tratamento consistiu em duas sessões semanais de 1 hora de Pilates e diferente do estudo anterior o tratamento durou oito semanas, todavia mostrando-se igualmente eficaz. O GT apresentou melhora significativa no número de regiões dolorosas e na intensidade da dor após o tratamento.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através do estudo realizado foi possível concluir que o método pilates na qualidade de vida de pacientes com fibromialgia produz resultados satisfatórios, como a melhora da capacidade funcional, promovendo flexibilidade, melhora da dor, qualidade de vida e condicionamento físico dos paciente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CORDEIRO, B. L. B. et al. Influência do método Pilates na qualidade de vida e dor de indivíduos com fibromialgia. BrJP, São Paulo, v. 3, n. 3, p. 258-262, jul-set 2020. Disponível em: https://doi.org/10.5935/2595-0118.20200049. Acesso em 4 de dezembro de 2021.
CURY, A. et al. Relato de caso Efeitos do Método Pilates na fibromialgia. Fisioter. Bras., Natal, v. 17, n. 3, p. 256-I: 260, maio.-jun 2016. Disponível em: http://portalatlanticaeditora.com.br/index.php/fisioterapiabrasil/article/view/485/1455. Acesso em 13 de maio de 2022.
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SOUZA, J.B.D et al. A prevalência da fibromialgia no Brasil – estudo de base populacional com dados secundários da pesquisa de prevalência de dor crônica brasileira. BrJP, São Paulo, v. 1, n. 4, p. 345-348, out-dez 2018. Disponível em: https://doi.org/10.5935/2595-0118.20180065. Acesso em 30 maio 2022.
1 Acadêmico de fisioterapia do Centro Universitário UNINOVAFAPI.
2 Acadêmico de fisioterapia do Centro Universitário UNINOVAFAPI.
3 Acadêmico de fisioterapia do Centro Universitário UNINOVAFAPI.
4 Acadêmico de fisioterapia do Centro Universitário UNINOVAFAPI.
5 Docente do curso de Fisioterapia do Centro Universitário UNINOVAFAPI e da Universidade Federal do Delta do Parnaíba.