PEUMUS BOLDUS (BOLDO-DO-CHILE): A SYSTEMATIC REVIEW ABOUT ITS USE AND ASSOCIATED RISKS
REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10152842
Joziene Alves de Lima1
Anézia Farias de Sena Galvão2
Jessica Martins Castro3
Andresson Glaykon Azevedo de Queiroz4
Thiago Coelho Cardoso5
Amanda Bezerra Carvalho6
RESUMO
Introdução: Uma das plantas medicinais que as pessoas costumam usar como chá é o boldo-do-Chile (Peumus boldus). Esta espécie pertence à família Monimiaceae, e as propriedades fitoterápicas de suas folhas são conhecidas pelas comunidades indígenas sul-americanas que vivem nos Andes chilenos e em todo o mundo desde a colonização europeia das Américas. É uma planta medicinal utilizada principalmente por suas propriedades antiespasmódicas, contra distúrbios gastrointestinais e pode ser aplicada na forma de infusão. Estudos farmacológicos realizados com P. boldus, comprovam que mesmo o boldo possuindo bastantes benefícios, se usado em excesso, ele pode ocasionar efeitos prejudiciais à saúde.
Objetivo: Abordar a utilização da P. boldus (boldo-do-chile) pela população e os riscos do uso indiscriminado.
Métodos: A pesquisa trata-se de uma revisão sistemática. A busca dos artigos foi realizada nas bases de dados Scielo, BVS e PubMed. Os critérios para seleção dos artigos na presente pesquisas foram: artigos com publicação a partir de 2013 a 2023, artigos publicados em inglês e português. Estudos descrevendo as plantas selecionadas de uma perspectiva botânica ou fitoquímica, bem como ensaios pré-clínicos e clínicos e estudo em animais e humanos foram considerados para revisão.
Resultados: Dos 280 estudos identificados, foram selecionados para a revisão 15 estudos. O P. boldus é utilizado na medicina popular para tratar distúrbios gastrointestinais e, seu uso pode ser justificado por evidências experimentais de indução de hipossecreção gástrica, cujo princípio ativo responsável por esse efeito é a boldina.
Conclusão: As pesquisas sugerem que o P. boldus deve ser usado com cautela, especialmente durante a gravidez, devido à significativa teratogenicidade, hepatotoxicidade e outros efeitos de risco. Em suma, quando se trata de usar boldo para tratar problemas gastrointestinais, há potencial promissor e evidências positivas de estudos in vivo e in vitro.
Descritores: Plantas medicinais, Medicina tradicional, Fitoterápicos, Efeitos adversos.
ABSTRACT
Introduction: One of the medicinal plants that people often use as tea is the boldo of Chile (Peumus boldus). This species belongs to the Monimiaceae family, and the phytotherapeutic properties of its leaves are known by the South American Indigenous communities that have lived in the Chilean Andes and around the world since the European colonization of the Americas. It is a medicinal plant used for its antispasmodic properties, against gastrointestinal disorders and can be found in plant form, used in infusion form.
Objective: To address the use of Peumus boldus (boldo-do-Chile) by the population and the risks of indiscriminate use.
Methods: This research is a systematic review. The search for articles was performed in the Scielo, BVS and PubMed data bases. The criteria for selecting the articles in the present research were articles published from 2013 to 2023, Articles published in English and Portuguese. Studies describing the selected plants from a botanical or phytochemical perspective, as well as preclinical and clinical trials and animal and human study were considered for review.
Results: Of the 280 studies identified, 15 studies were selected for review. This P. boldus is used in folk medicine to treat stomach pains and, although its use can be justified by experimental evidence of induction of gastric hyposecretion, the active ingredient responsible for this effect remains unknown.
Conclusion: Research suggests that P. boldus should be used with caution, especially during pregnancy, due to significant teratogenicity, hepatotoxicity, and other risky effects. In short, when it comes to using bilberry to treat gastrointestinal disorders, there is promising potential and positive evidence from in vivo and in vitro studies.
Keywords: Medicinal plants, Traditional medicine, Herbal medicines, Adverse effects.
INTRODUÇÃO
O uso de plantas medicinais na área da saúde existe na sociedade há muitos anos, há indícios que nas antigas civilizações de que consumiam algumas plantas medicinais por via oral na forma de bebida preparada através da infusão de folhas, flores, cascas e raízes da planta. Existe registro que a primeira vez da utilização de plantas foi no século 27 a.C por meio do chá da índia (Castro; Figueiredo, 2019).
Devido aos seus efeitos benéficos e ao fato de serem uma grande fonte de compostos ativos, as plantas continuam sendo uma alternativa terapêutica para a prevenção e tratamento de doenças (Vega et al., 2020). O principal motivo é a disponibilidade fácil e o custo baixo em comparação com medicamentos sintéticos (Lazarotto et al., 2021).
No Brasil, a história do uso de plantas medicinais no tratamento de doenças foi fortemente influenciada pelas culturas indígenas, africanas que influenciaram diretamente a culturas europeias (Gerhardtet al., 2014). Nesse contexto, a importância da região amazônica não se limita à biodiversidade, mas também ao vasto conhecimento vivencial das comunidades tradicionais sobre os usos terapêuticos das plantas medicinais (Ceolin et al., 2017).
Apresentam-se os medicamentos fitoterápicos aqueles obtidos a partir de matérias-primas vegetais ativas, cuja composição não pode conter substâncias ativas isoladas, sintéticas ou naturais, podem ser combinadas com extratos vegetais (Klimaczewskiet al., 2014). Dessa maneira considerando que os medicamentos botânicos correspondem às plantas medicinais ou partes delas, quando contém a substância ou classe de substâncias responsável pelo efeito terapêutico, podendo ser inteira, friccionada, triturada ou pulverizada após o processo de coleta, estabilização (se aplicável) e secagem (Soares; Freire; Souza, 2015).
No entanto, para uma utilização adequada destas plantas é necessário conhecer as suas propriedades, saber onde e como coletá-la e como as preparar, uma vez que muitas das vezes as espécies medicinais são utilizadas na forma de chás e infusões (Alves; Araujo; Oliveira, 2021).
Uma das formas mais antigas de consumo de plantas medicinais é o chá, é uma das bebidas mais consumidas no mundo hoje, e de acordo com a planta escolhida pode conter uma fonte natural de antioxidantes por conter compostos que inibem e/ou reduzem os efeitos dos oxidantes (Souza et al., 2021).
Uma das plantas medicinais que as pessoas costumam usar como chá e o boldo-do-Chile (P. boldus). Esta espécie pertence à família Monimiaceae, e as propriedades fitoterápicas de suas folhas eram conhecidas pelas comunidades indígenas sul-americanas que vivem nos Andes chilenos e em todo o mundo desde a colonização europeia das Américas. É uma planta medicinal utilizada principalmente por suas propriedades antiespasmódicas, contra distúrbios digestivos e pode ser encontrada em forma de infusões ou cápsulas (Souza et al., 2021).
Peumus boldus tem o nome do botânico espanhol D. Boldo que o descobriu. Os andinos o usavam para tratar luxações e dores reumáticas (Almeida, Melo, Xavier, 2019). Desde 1869, o boldo-do-chile tem sido usado na Europa como um estomáquico, antiedematoso, antissifilítico e, também, nos casos de otites, esta planta é muito rica em constituintes químicos e é usada para tratamentos terapêuticos (Oliveira; Budel, 2014).
O boldo é considerado uma planta arbustiva, chegando a atingir 6m de altura, mas também é comum ver plantas com cerca de 2 ou 3m de altura. Suas folhas são coriáceas, de cor verde-acinzentado, com glândulas exóticas, ricas em óleos essenciais, e possuem um aroma incrível, que lembra um pouco a cânfora. Geralmente ocorre em solos pétreos, não muito úmidos, em altitudes de 1.000 a 1.500 metros (Pereira et al., 2021).
O boldo-do-chile está incluído em uma das variedades de ervas mais utilizadas pela população mundial (Almeida, 2019). O Chile é o maior exportador mundial de folhas secas da espécie de boldo (Peumus boldus), sendo que aproximadamente 2.000 toneladas desse produto são embarcadas anualmente para outros países, dentre os quais podemos destacar: Argentina, Brasil, Itália, França e Alemanha (Mariano, 2015).
O boldo-do-chile é uma planta amplamente utilizada no tratamento de distúrbios hepáticos e gastrointestinais devido às suas propriedades coléricas e colagogas, que estimulam a produção e secreção de bile no intestino. Além disso, possui propriedades antissépticas e diuréticas, principalmente devido à substância encorpante (Pereira et al., 2018).
Estas propriedades levaram o boldo-do-Chile a ser incluído na Farmacopeia Europeia e a ser avaliado pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA). No Brasil, o boldo-do-chile também aparece na Farmacopeia Brasileira de Plantas Medicinais. Além de seu uso no tratamento de distúrbios gastrointestinais e biliares, o boldo-do-chile é tradicionalmente usado para dores de ouvido, dores de cabeça, reumatismo e congestão nasal (Damião, 2023).
O objetivo geral do trabalho é abordar a utilização do P. boldus (boldo-do-chile) pela população e os riscos do uso indiscriminado. Os objetivos específicos delineados são: identificar os princípios ativos e a ação terapêutica do Peumus boldus; descrever os benefícios do boldo e apresentar os efeitos adversos do uso indiscriminado do boldo.
METODOLOGIA
Foi realizada uma revisão sistemática da literatura científica de acordo com as recomendações do formulário “Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta Analyses” (PRISMA). (Galvão; Pansani; Harrad, 2015). Foram pesquisados artigos nas seguintes bases de dados: Medical Literature Analysis And Retrieval System on-line (MEDLINE), Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino Americana e do Caribe Em Ciência Da Saúde (LILACS), que permitiram a busca simultânea de artigos nos principais portais nacionais e internacionais.
A combinação dos descritores em ciências da saúde foi realizada nos idiomas português e inglês utilizando: “plantas medicinais e boldo”; “boldo e toxicidade”; “boldo e benefícios”; “boldo e efeitos adversos”; “preparo e posologia do boldo”; “medicinal plants boldo”; “boldo andtoxicity”; “boldo andbenefits”; “boldo and adverse effects”; “preparation and dosage of boldo”.
Os critérios para seleção dos artigos na presente pesquisas foram: artigos com publicação a partir de 2013 a 2023, artigos publicados em inglês e português. Estudos descrevendo as plantas selecionadas de uma perspectiva botânica ou fitoquímica, bem como ensaios pré-clínicos e clínicos e revisões sistemáticas em animais e humanos foram considerados para revisão.
Os seguintes critérios de exclusão foram considerados: artigos ou estudos publicados que apresentam resumos defasados, artigos com publicações com título, palavras-chave ou resumo destoantes do objetivo do presente estudo.
Uma leitura do resumo dessas pesquisas foi o próximo passo, onde se determinou a escolha das pesquisas relevantes e que contemplam os critérios de inclusão. Por meio de uma tabela de organização desenvolvida no Microsoft Excel, com o intuito de realizar mais uma seleção, as pesquisas serão separadas por critérios como os resultados, ano, tema, metodologia e principais resultados.
Por fim, uma análise aprofundada com os estudos selecionados, para determinar os trabalhos que foram inseridos na revisão sistemática da literatura, visando deixar o estudo com um embasamento teórico pragmático e qualificado.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Segundo as orientações propostas nos procedimentos metodológicos do presente estudo, a pesquisa de revisão sistemática foi desenvolvida nas seguintes bases de dados. Scielo; BVS e PUBMED. Para a presente seção foram usados 15 artigos conforme apresentados na figura 1.
Figura 1 – Procedimento de seleção de artigos para a pesquisa.
Foi identificado o total de 280 artigos, do quais foram selecionados para a revisão 42 estudos. E para avaliar a elegibilidade e no final foram incluídos 15 artigos para compor esta revisão. Dentre estes 15 trabalhos encontram-se: 1, Pesquisa quantitativa, 13 Pesquisas experimental e 1 Pesquisa qualitativa.
Fonte: Acervo pessoal
Princípios ativos e ação terapêutica do Peumus boldus
O P. boldus é utilizado na medicina popular para tratar dores de estômago e, embora seu uso possa ser justificado por evidências experimentais de indução de hipossecreção gástrica. Nesse contexto, foram apresentados resultados de análises químicas que registraram a presença de barbatusina, ciclobarbatusina, cariocal, além de triterpenóides e esteroides (Souza et al., 2021).
As folhas de P. boldus contêm metabólitos como alcaloides, compostos fenólicos (flavonóides e ácidos fenólicos) e óleos essenciais, que são os principais responsáveis por seus efeitos biológicos in vitro e in vivo em diferentes modelos (Otero et al., 2022).
Os princípios ativos do P. boldus foram descritos em óleos essenciais (ascaridol, cineol, ésteres, aldeídos, cetonas e hidrocarbonetos), alcaloides (boldina, isoboldina e outros), glicosídeos e outros (flavonoides, ácido cítrico, gomas, açúcares, taninos, minerais, lipídios, etc.) (Souza et al., 2021). O perfil fitoquímico do P. boldus é baseado em seus alcaloidesaporfínicos e compostos fenólicos, cuja concentração varia dependendo da análise da casca da árvore (Cassaro et al., 2021).
A boldina foi capaz de proteger a mucosa gástrica contra os danos induzidos pelo etanol/HCl e pela indometacina, conforme evidenciado pela redução da área da lesão e pela análise histológica. Além disso, o alcaloide reduziu o estresse oxidativo e os mediadores inflamatórios no tecido ulcerado pelo etanol, além de aumentar a quantidade de glicoproteína semelhante à mucina (Boeing et al., 2020).
Os resultados efeito protetor mostraram que a boldina e capaz de reduzir a viabilidade celular e a proliferação celular em células T24. Além disso, a boldina interrompe o ciclo celular na fase G2/M e causa a morte celular por apoptose. A inibição do crescimento celular induzida pela boldina e a parada do ciclo celular parecem estar ligadas à inativação da proteína quinase regulada por sinal extracelular (Moraes; Freiria; Zambotti, 2018).
Estes resultados mostram que o efeito do alcaloide nas atividades das enzimas antioxidantes torna-se significativo com o aumento das doses elevadas. Estes resultados sugerem que a normalização das atividades enzimáticas através de ações de eliminação de ERO pode ter uma contribuição significativa para a eficácia protetora criada pelo tratamento com 40 mg/kg de boldina e 500 mg de dexpantenol (Tuna et al., 2022).
Dessa maneira, o alcaloide presente no P. boldus tem potencial para exercer efeitos hepatoprotetores, estimular a secreção biliar, combater a inflamação e atuar como antioxidante (Silva et al., 2022).
Benefícios do Peumus boldus
Os efeitos antioxidantes do extrato de P. boldus podem ser atribuídos aos seus compostos polifenólico, determinados por Cromatografia Liquida de Alta Eficiência (CLAE). Assim, o P. boldus e a boldina podem ter propriedades antioxidantes sinérgicas e contribuir para o efeito protetor do P. boldus contra doenças hepáticas associadas ao estresse oxidativo e ao ferro livre (Lopes et al., 2020).
No presente estudo, foram investigados os possíveis efeitos de extratos secos padronizados em um modelo de diabetes induzido por estreptozotocina (STZ) em ratos. A mesma quantidade de 400 mg/kg foi escolhida para a administração dos extratos P. boldus e outras duas plantas medicinais. O estudo apontou que houve aumento dos níveis dessas enzimas em ratos com diabetes induzido e alguns tratamentos foram benéficos para a redução, principalmente dos níveis de ALT (Gonçalves; Torrero, 2022).
A capacidade da boldina de modular o metabolismo da glicose no fígado, inibindo a gliconeogênese e estimulando a glicólise e inibindo a geração de ERO mitocondriais, associada à falta de interferência na respiração mitocondrial, torna este alcaloideum potencial ferramenta terapêutica para o controle glicêmico (Silva et al., 2023).
O P. boldus é usado durante a gravidez para reduzir os efeitos adversos da gravidez, como náuseas, cólica uterina e prisão de ventre e, paradoxalmente, também é considerada a terceira planta mais usada para menstruação/aborto, segundo pesquisa realizada no Serviço Pré-natal do Sistema Único de Saúde do Brasil (SUS) (Jardim, 2017).
Apesar do uso generalizado de P. boldus no tratamento de distúrbios digestivos, o efeito gastroprotetor da boldina permanece desconhecido. Considerando a necessidade de novas abordagens para tratar úlceras gástricas com menos efeitos colaterais do que a terapia atual (Boeing et al., 2020).
Efeitos adversos do Peumus boldus
Apesar dos efeitos positivos, o P. boldus não deve ser usado de forma contínua e por muito tempo, pois grandes doses podem causar vômitos, diarreia, efeitos narcóticos e até convulsões. Além disso, também é contraindicado em casos específicos como obstrução biliar. Consequentemente é muito importante que os profissionais de saúde estejam prontos para auxiliar os usuários e orientar sobre o uso adequado das plantas medicinais (Ezhilarasan; Raghunandhakumar, 2021). Apesar dos múltiplos benefícios do P. boldus, o consumo em excesso acaba sendo tóxico para as pessoas, sendo recomendado consumir pelo menos 3 xícaras por dia e seguir as orientações médicas, pois uma vez que a baixa dosagem age como proteção ao fígado, as altas dosas trazem efeito oposto (Gontijo et al., 2019).
É importante observar que os estudos toxicológicos indicam que o consumo do P. boldus deve ser feito com moderação e cautela, especialmente durante o primeiro trimestre da gravidez e para uso a longo prazo, pois há evidências substanciais de que o extrato de P. boldus é teratogênico e hepatotóxico (Araújo; Gomes, 2015).
Ingerida em grandes quantidades de P. boldus podem ser hepatotóxicas e causar malformações fetais. Estudo do extrato hidroalcóolico de boldo em ratas prenhas mostrou alterações anatômicas em fetos e alterações histológicas em fígados de ratas na dose de 800 mg/kg da planta. De acordo com a literatura, todas estas espécies de boldo possuem propriedades abortivas confirmadas (Oliveira, 2017).
Nesse prisma, doses elevadas de boldina podem desencadear efeitos adversos graves, toxicidade ou até mesmo levar à morte. Em camundongos, a dose letal mediana foi determinada em 250 mg/kg. A morte do animal ocorreu devido a complicações que levaram à insuficiência respiratória. A administração crônica de boldina resultou em aumentos nas enzimas hepáticas em ratos, mas nenhuma evidência histológica de hepatotoxicidade foi observada (Boeing et al., 2020).
O uso indiscriminado de plantas para tratar doenças deve despertar a atenção da sociedade. Onde as plantas aparentemente inofensivas usadas como medicamentos estão se revelando perigosas dependendo de como são ingeridas. Esse perigo fica ainda mais presente quando as pessoas combinam o medicamento com medicamentos prescritos pelo médico para tratar a doença (Araújo; Gomes, 2015).
Diante do aqui exposto, fica claro que os riscos relacionados ao uso de plantas medicinais são um problema de saúde pública que está em crescimento. Sendo assim, são necessários maiores estudos a fim de explorar os potenciais terapêuticos e verificar a toxicidade e possíveis riscos relacionados às plantas medicinais utilizadas pela população (Silva et al., 2023).
Nota-se também a necessidade de orientar e monitorar o consumo de plantas medicinais por parte da população, a fim de tornar seu consumo mais racional e, deste modo, minimizar os riscos à comunidade usuária (Silva et al., 2023).
CONCLUSÃO
Diante de tudo o que foi exposto, deve-se ressaltar que o P. boldus é uma rica planta medicinal é uma fonte benéfica, útil no tratamento de problemas de vesícula biliar, gastrite, atua no funcionamento normal do fígado e intestinos, é uma solução relaxante para o sistema digestivo, regula o melhor funcionamento deste.
As pesquisas sugerem que P. boldus deve ser usada com cautela, especialmente durante a gravidez, devido à significativa teratogenicidade, hepatotoxicidade e outros efeitos de risco. Em suma, quando se trata de usar boldo para tratar problemas gastrointestinais, há potencial promissor e evidências positivas de estudos in vivo e in vitro.
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1Acadêmico de Farmácia. Centro universitário FAMETRO
Endereço: Av. Constantino Nery, 3204
Chapada, Manaus -AM, 69050-000
E-mail: jozie.alencar2230@gmail.com
2Acadêmico de Farmácia. Centro universitário FAMETRO
Endereço: Av. Constantino Nery, 3204
Chapada, Manaus -AM, 69050-000
E-mail: anezia.fsenagalvao@gmail.com
3Acadêmico de Farmácia. Centro universitário FAMETRO
Endereço: Av. Constantino Nery, 3204
Chapada, Manaus -AM, 69050-000
E-mail: Jessiica.martiins27@gmail.com
4Acadêmico de Farmácia. Centro universitário FAMETRO
Endereço: Av. Constantino Nery, 3204
Chapada, Manaus -AM, 69050-000
E-mail: azevedoandreson20@gmail.com
5Professor Mestre Centro Universitário FAMETRO
Endereço: Av. Constantino Nery, 3204
Chapada, Manaus- AM, 69050-000
E-mail: Profthiago.bioqui@gmail.com
6Professor Mestre Centro Universitário FAMETRO
Endereço: Av. Constantino Nery, 3204
Chapada, Manaus- AM, 69050-000
E-mail: amanda.carvalho@fametro.edu.br