PERSPECTIVAS DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO A POPULAÇÃO LÉSBICAS,GAYS, BISSEXUAIS, TRANSGENERO,QUEER, INTERSEXO, ASSEXUAL ( LGBTQIA+)

PERSPECTIVES OF NURSING PROFESSIONALS IN CARE FOR THE LESBIAN, GAY, BISEXUAL, TRANSGENDER, QUEER, INTERSEX, ASEXUAL (LGBTQIA+) POPULATION

PERSPECTIVAS DE LOS PROFESIONALES DE ENFERMERÍA EN EL CUIDADO DE LA POBLACIÓN LESBIANA, GAY, BISEXUAL, TRANSGÉNERO, QUEER, INTERSEXUAL, ASEXUAL (LGBTQIA+)

REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/cs10202412120631


Gabriela Azevedo de Jesus1
Júlia Fernanda Pereira1
Rita de Cássia de Aguirre Bernardes Dezena2


RESUMO

O objetivo deste estudo foi identificar na literatura o comportamento dos profissionais da enfermagem no atendimento à população LGBTQIA +. Para tanto foi realizada uma revisão de literatura com busca de artigos disponíveis no período de 2018 a 2023. A busca resultou em 23 artigos que foram usados para a composição deste trabalho. A população LGBTQIA + refere diversas dificuldades no acesso à saúde, que podem ser explicadas por estigmas sofridos que levam o indivíduo a não buscar seus direitos. Os profissionais de serviços de saúde apresentam um despreparo para cuidar e atender às necessidades desta população, pois mesmo muitos possuindo algum conhecimento em relação à abordagem da população LGBTQIA+, não há um comportamento efetivo de modo que possam acolher as diferenças. Apesar da publicação das diretrizes da Política Nacional de Saúde Integral de LGBT e da designação de serviços de saúde específicos a essa população, ela continua enfrentando dificuldades de acesso aos serviços de saúde. A falta de capacitação profissional, também foi citada, pois  além de gerar dificuldades em diferenciar questões básicas como orientação sexual e identidade de gênero, proporciona um  atendimento carregado de indiferença e rejeição com a população transexual. Compreende-se que ainda existem preconceitos nas relações sociais, que caracterizam discriminação com essa população. O déficit na formação integra-se a essa parcela da descriminação, frente ao que se apresenta diante dos atendimentos em saúde. Abordar a temática durante o processo formativo, possibilita o repensar dos profissionais, fortalecendo a formação com construção cidadã e o respeito individual do ser humano. 

Descritores: Homofobia; Minorias sexuais e de gênero; Pessoas transgênero; Cuidados de Enfermagem.

ABSTRACT

The objective of this study was to identify in the literature the behavior of nursing professionals in the care of the LGBTQIA+ population. To this end, a literature review was carried out with a search for articles available in the period from 2018 to 2023. The search resulted in 23 articles that were used for the composition of this work. The LGBTQIA+ population reports several difficulties in accessing health, which can be explained by stigmas suffered that lead the individual not to seek their rights. Health service professionals are unprepared to care for and meet the needs of this population, because even though many have some knowledge regarding the approach to the LGBTQIA+ population, there is no effective behavior so that they can welcome the differences. Despite the publication of the guidelines of the National Comprehensive Health Policy for LGBT and the designation of specific health services for this population, they continue to face difficulties in accessing health services. The lack of professional training was also mentioned, because in addition to generating difficulties in differentiating basic issues such as sexual orientation and gender identity, it provides a service loaded with indifference and rejection with the transsexual population. It is understood that there are still prejudices in social relations, which characterize discrimination against this population. The deficit in training is part of this part of discrimination, compared to what is presented in health care. Addressing the theme during the training process enables the rethinking of professionals, strengthening training with citizen construction and individual respect for human beings.

Descriptors: Homophobia; Sexual and gender minorities; Transgender people; Nursing Care.

RESUMEN

El objetivo de este estudio fue identificar en la literatura el comportamiento de los profesionales de enfermería en el cuidado de la población LGBTQIA+. Para ello, se realizó una revisión bibliográfica con búsqueda de artículos disponibles en el periodo de 2018 a 2023. La búsqueda dio como resultado 23 artículos que se utilizaron para la composición de este trabajo. La población LGBTQIA+ reporta varias dificultades para acceder a la salud, las cuales pueden explicarse por los estigmas sufridos que llevan al individuo a no reclamar sus derechos. Los profesionales de los servicios de salud no están preparados para atender y satisfacer las necesidades de esta población, porque a pesar de que muchos tienen algunos conocimientos sobre el abordaje de la población LGBTQIA+, no existe un comportamiento efectivo para que puedan acoger las diferencias. A pesar de la publicación de los lineamientos de la Política Nacional de Salud Integral para LGBT y la designación de servicios de salud específicos para esta población, estos continúan enfrentando dificultades para acceder a los servicios de salud. También se mencionó la falta de formación profesional, pues además de generar dificultades para diferenciar temas básicos como la orientación sexual y la identidad de género, brinda un servicio cargado de indiferencia y rechazo con la población transexual. Se entiende que aún existen prejuicios en las relaciones sociales, que caracterizan la discriminación hacia esta población. El déficit en la formación es parte de esta parte de discriminación, en comparación con lo que se presenta en la atención a la salud. Abordar el tema durante el proceso formativo posibilita el replanteamiento de los profesionales, fortaleciendo la formación con construcción ciudadana y el respeto individual al ser humano. 

Descriptores: Homofobia; Minorías sexuales y de género; Personas transgénero; Cuidados de enfermería.

INTRODUÇÃO 

‘Eu não sei como eu vou lidar com essa situação de a pessoa querer ficar numa enfermaria que não é do sexo dela. Não sei nem falar, viu? Exemplo: a pessoa é homem, mas queria ser mulher, mas ela quer ficar numa enfermaria de mulher. Eu não sei nem como lidar’ 13

( R2 )

Define-se a sexualidade ou orientação sexual como “atração emocional, afetiva e sexual que se pode sentir por outras pessoas, assim como (…) relações sexuais que se possam manter com elas”.

A identidade é autodeterminada, sendo em conformidade ao sexo de nascimento (cis) ou não (trans), ao passo que a orientação sexual é a manifestação do desejo afetivo/sexual, podendo ser por pessoas do mesmo sexo (gays, lésbicas), diferentes (heterossexual), ambos os sexos (bissexuais e transexuais) ou nenhuma (assexuais). 2

A população transgênero, há uma grande variação já que essas pessoas convivem com uma discordância entre a auto percepção do seu genero e seu sexo biologico definido a partir do nascimento e isso se manifesta tanto nos aspectos sociais quanto fisicos.3

A classificação apresentada nos programas de governos que relacionam saúde do homem e saúde da mulher mantem o aspecto não inclusivo de pessoas que não se encaixam dentro dessas definições, sendo a visão de heteronormatividade uma forma de discriminação ainda presente nas instituições, mesmo não sendo vista oficialmente como tal.4

Ainda hoje observa-se que os serviços de saúde são locais que perpetuam desigualdades e preconceitos da sociedade, contrariando o que se busca que é o acolhimento e a proteção dos direitos da população. Apresentam-se como locais de manutenção das desigualdades e preconceitos da sociedade, em vez de serem locais de acolhimento e proteção.³

O Sistema Único de Saúde (SUS) conta com políticas direcionadas a este público, como a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) e, mais especificamente, o Processo Transexualizador do SUS, criado em 2008 e redefinido e ampliado em 2013.1,3

Apesar da importante iniciativa do Ministério da Saúde em publicar Portarias e instituir serviços de saúde específicos a essa população como a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) e instituição de serviços de saúde específicos a esta população, ela continua enfrentando dificuldades de acesso aos serviços de saúde tanto na atenção básica quanto na de alta complexidade.5

Lacunas na forma como os currículos estão estruturados e na abordagem de temáticas relativas a gênero e sexualidade contribuem para a fragmentação da formação e práticas assistenciais do enfermeiro. Logo, a naturalização do preconceito e da construção social dos papéis dos sujeitos homem e mulher, na sociedade, reverberam a hegemonia da heterossexualidade, hostilizando quaisquer expressões de identidades e subjetividades que destoam dessa matriz 2

Partindo da hipótese de que há um despreparo dos profissionais de saúde que prestam cuidados a população Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgênero, Queer, Intersexuais, Assexuais (LGBTQIA+) provavelmente relacionado a ausência de informação sobre essa temática durante sua formação profissional, optamos pela realização desse estudo.

OBJETIVO

Realizar uma revisão de literatura a fim de identificar na literatura os comportamentos dos profissionais da enfermagem no atendimento a população LGBTQIA +

MATERIAL E MÉTODO

Trata-se de um estudo de natureza bibliográfica, do tipo revisão de literatura, com abordagem qualitativa, a partir de artigos indexados na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) nas bases de dados Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MedLine), Base de dados de Enfermagem (BDENF) e no portal Scientific Electronic Library Online (SciELO), utilizando os descritores: Homofobia; Minorias sexuais e de gênero; Pessoas transgênero; Cuidados de Enfermagem.

Os descritores foram combinados por meio do operador booleano  “and” para garantir uma busca ampla e responder a pergunta norteadora. A busca foi realizada no período de Abril a Junho de 2024 e resultou em 133 artigos que foram selecionados à partir dos seguintes critérios de inclusão: textos completos publicados entre 2019 e 2023, nos idiomas português e inglês. cujo assunto abordaram a visão e experiência dos profissionais de enfermagem no atendimento a população LGBTQIA+, foram excluídos artigos científicos duplicados entre as bases de dados, tese e dissertação, bem como artigos não disponíveis na íntegra. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 23 artigos para a elaboração desse estudo.

RESULTADO    

Os artigos utilizados para a elaboração dessa revisão de literatura são apresentados no Quadro 1.

Quadro 1. Distribuição dos artigos segundo autor, título e objetivos do estudo. Campo Limpo Paulista.2024

Autor (es) AnoTítuloObjetivo
Oliveira GS, Nogueira J de A, Costa GPO, Medeiros RLSFM de, Oliveira T de, Almeida SA de.  2018Serviços de saúde para lésbicas, gays, bissexuais e travestis/transexuais.Analisar, sob a ótica de profissionais da Equipe Saúde da Família, o acesso de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis/Transexuais às Unidades Básicas de Saúde da Família.
Richardson B, Price S, Campbell-Yeo M. 2018Redefining perinatal experience: A philosophical exploration of a hypothetical case of gender diversity in labour and birth.
O objetivo desta análise filosófica foi explorar a experiência transgênero em áreas clínicas altamente generalizadas, como a unidade de parto, e fazer recomendações sobre como fornecer cuidados perinatais que sejam inclusivos da diversidade de gênero dentro dessas áreas.
Nietsche EA, Tassinari TT, Ramos TK, Beltrame G, Salbego C, Cassenote LG. 2018Formação do enfermeiro para o cuidado à população homossexual e bissexual: percepção do discente.Objetivos conhecer a percepção de discentes de enfermagem acerca do conceito de homossexualidade e bissexualidade e analisar a percepção de discentes de enfermagem quanto a sua formação para o cuidado com homossexuais e bissexuais.
de Almeida JSM, Martins ERC, Costa CMA, Moraes PC de, Ferreira GDF, Spindola T. 2018Cuidar de pessoas transexuais na ótica dos residentes de enfermagem.Identificar a formação dos enfermeiros residentes para o cuidar qualificado de pessoas transexuais e analisar o processo de cuidar de enfermagem dessa clientela, na perspectiva do residente de enfermagem.
de Carvalho Pereira LB, Chazan ACS. 2019O Acesso das Pessoas Transexuais e Travestis à Atenção Primária à Saúde: uma revisão integrativa.O presente trabalho apresenta os resultados de uma revisão integrativa sobre o acesso das pessoas trans aos serviços de saúde da atenção básica.
Araujo LM de, Penna LHG, Carinhanha JI, Costa CMA. 2019O cuidado às mulheres lésbicas no campo da saúde sexual e reprodutiva.Descrever e analisar o cuidado às lésbicas, por enfermeiras e médicos, no campo da saúde sexual e reprodutiva
Rosa DF, Carvalho MV de F, Pereira NR, Rocha NT, Neves VR, Rosa ADS. 2019Nursing Care for the transgender population: genders from the perspective of professional practice.Descrever e analisar a produção científica nacional e internacional sobre assistência de Enfermagem à população trans e/ou com variabilidade de gênero.
Janini JP. 2019O cuidado da enfermeira à pessoa transexual, no processo transexualizador, na perspectiva familiar.O objetivo geral do estudo foi analisar as estratégias de cuidado adotadas por enfermeiras com as pessoas transexuais na perspectiva familiar no processo transexualizador
Belém JM, Alves MJH, Pereira EV, Moreira FTLS dos S, Quirino G da S, Albuquerque GA. 2019Atenção à saúde de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais na estratégia de saúde da família.Analisar a atenção à saúde prestada à população de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais na Estratégia Saúde da Família.
Oliveira EM, Oliveira JF, Suto CSS, Porcino C, Almeida SP, Oliveira DS. 2020Espaços institucionais de saúde como no lugar de travestis nas representações sociais de enfermeiras.Discutir a invisibilidade da pessoa travesti em instituições de saúde com base nas representações sociais de enfermeiras.
Ferreira BO, Bonan C. 2020Abrindo os armários do acesso e da qualidade: uma revisão integrativa sobre assistência à saúde das populações LGBT.A questão a ser discutida neste estudo são as situações que condicionam o acesso e a qualidade da assistência à saúde de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais nos serviços de saúde.
Rocon PC, Wandekoken KD, Barros MEB, Duarte MJ, Sodré F. 2020Acesso à saúde pela população trans no brasil: nas entrelinhas da revisão integrativa.O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão integrativa da literatura sobre acesso à saúde da população transexual e travesti brasileira.
McEwing E. 2020Delivering culturally competent care to the lesbian, gay, bisexual, and transgender (LGBT) population: Education for nursing students.O objetivo principal deste projeto foi aumentar a competência cultural no trabalho com a comunidade LGBT entre os estudantes de enfermagem que participaram da intervenção educacional.
Guimarães NP, Sotero RL, Cola JP, Antonio S, Galavote HS. 2020Avaliação da implementação da Política Nacional de Saúde Integral à população LGBT em um município da região Sudeste do Brasil.Este estudo tem como objetivos avaliar a implementação da Política Nacional de Saúde Integral àPopulação LGBT (PNAIPLGBT) na atenção básica de saúde e compreender o conhecimento de enfermeirosda Estratégia Saúde da Família acerca da diversidade sexual e da homofobia.
Souza C de, Santos MA dos. 2021Câncer de mama e homossexualidade feminina: uma revisão integrativa da literatura.Este estudoteve  por  objetivo  analisar  a  produção  científicanacional e internacional sobre variáveis relacionadas à saúde de mulheres homossexuais comdiagnóstico de câncer de mama.
Silva PHA da, Silva AG da, Vasconcelos GMA de, Silva JRSS da, Souza JDS de, Thorpe LIF.  2021Sexualidade na grade curricular acadêmica de enfermagem: avaliação em universidades.Identificar, no tocante à sexualidade, a composição das grades curriculares dos cursos de graduação em Enfermagem nas universidades.
Veras PHL, Silva KGS da, Coêlho LPI, Silva EBD da, Silva RLS e, Marques VR de S. 2021Acolhimento de travestis e transexuais na atenção primária à saúde: uma revisão bibliográfica.Analisar, conhecer sobre o acolhimento de Travestis e Transexuais na Atenção Primária à Saúde.
Silva RCD da, Silva AB de B, Alves FC, Ferreira KG, Nascimento LDV, Alves MF. 2022Reflexões bioéticas sobre o acesso de transexuais à saúde pública.Identificar quais são as dificuldades enfrentadas por transexuais para ter acesso à assistência primária e ao processo transexualizador oferecido pelo SUS? 
Milanez L de S, Nabero APP, Silva ADN, Pedrosa JIDS, Ferreira BO.. 2022Saúde de lésbicas: experiências do cuidado das enfermeiras da atenção básica.Neste artigo, buscou-se compreender os sentidos atribuídos por enfermeiras da atenção básica às práticas de cuidado em saúde com lésbicas.
Souza LBF, Fernandes RM, Sousa LM, Fernandes MICD. 2022Assistência à saúde do homem transgênero durante o ciclo gravídico puerperal: Uma revisão integrativa.Identificar a produção científica acerca da assistência à saúde do homem transgênero durante o ciclo gravídico puerperal.
Lucena MM, Ferreira GG, Floss M, Melo DAC. 2022Serviços de atendimento integral à saúde de transexuais e travestis no Sistema Único de Saúde: uma revisão integrativa.Analisar como se vêm constituindo os serviços de atendimento integral à saúde de pessoas transexuais e travestis no Brasil com base em uma revisão integrativa da literatura sobre o tema..
Paiva EF, Freitas RJM, Bessa MM, Araújo JL, Fernandes SF, Góis PS. 2023Conhecimento e prática de enfermeiros da Atenção Primária sobre gênero e assistência às pessoas LGBTQIA+.Compreender o conhecimento e a prática de enfermeiros da Atenção Primária à Saúde sobre gênero e assistência às pessoas LGBTQIA+.
Carneiro Chagas MA, Dos Santos AM, Neves de Jesus N. 2023Cuidados de enfermagem à população transgênero na atenção primária à saúde: uma revisão integrativa.Descrever o cuidado prestado à população transgênero pela enfermagem na Atenção Primária à Saúde (APS).
Gomes R, Toma TS, Silva JDL da, Domene FM, Silva AD da. 2023Homoparentalidade como questão de saúde pública: uma revisão de escopo.Mapear a produção científica global sobre homoparentalidade no campo da saúde coletiva ou saúde pública.

DISCUSSÃO

A perspectiva cisheteronormativa gerou um modelo que estrutura as relações, as pessoas, os objetos e os ambientes. Nesse contexto, aqueles que não se ajustam a esse padrão são marginalizados, colocados em segundo plano,  na periferia, o que leva à precarização da vida. Assim, viver fora do padrão binário é insuportável para a sociedade cisheteronormativa, que cria mecanismos para subjugar, punir e enquadrar aqueles considerados “diferentes” 2,6

Nos últimos anos, o conhecimento sobre a diversidade de orientação sexual e identidade de gênero tem se ampliado, doriginando o conceito de população LGBTQIA+, que abrange lésbicas, gays, bissexuais, transexuais/travestis, queer, intersexo, assexuais, entre outros 7

A discriminação por orientação sexual e identidade de gênero é um determinante social da saúde, pois desencadeia sofrimento, adoecimento e morte prematura  8.

As desigualdades no acesso e na qualidade da assistência à saúde afetam especialmente grupos vulneráveis, como a população LGBTQIA +. Embora a homossexualidade tenha sido retirada da classificação de patologia, a LGBTfobia, que representa discriminação e violência contra essa população, persiste em diferentes contextos. Ela se manifesta em maus-tratos no ambiente familiar, nas ruas, no trabalho e até em instituições que deveriam oferecer proteção, como delegacias e serviços de saúde 9

A população LGBTQIA + enfrenta dificuldades no acesso à saúde, muitas vezes devido a preconceitos enraizados. Esses obstáculos fazem com que os indivíduos evitem buscar seus direitos. Esses obstáculos podem ser compreendidos em três dimensões: o estigma antecipado, que envolve a preocupação com discriminação; o estigma internalizado, que resulta na desvalorização pessoal devido à não heteronormatividade; e o estigma deliberado, quando a discriminação é vivenciada diretamente 3,7

Pessoas LGBTQIA+ frequentemente se sentem desconfortáveis ao serem questionadas sobre sua sexualidade, devido às concepções preconceituosas de alguns profissionais de saúde, o que cria barreiras ao acolhimento adequado. Nos serviços de saúde, é comum a falta de atendimento que respeite e resolva as especificidades dessa população 2

Considerando o avanço na política de saúde LGBT no campo das políticas públicas de atenção à saúde dessa população, sua efetividade e estrutura têm sido alvo de discussão e questionamentos. Com o objetivo de reduzir as iniquidades e vulnerabilidades enfrentadas por essa população, a política de saúde LGBT busca superar as dificuldades frequentemente encontradas pelos profissionais de saúde, que muitas vezes, devido ao desconhecimento das especificidades desse grupo, têm dificuldades em intervir de forma eficaz nas suas necessidades de saúde. Esse cenário fragiliza a implementação dos princípios de equidade, universalidade e integralidade no SUS 2,5,9.

Existem grandes lacunas e negligências no atendimento a essa população, reforçando sua marginalização e intensificando os problemas de aceitação decorrentes da reprovação, discriminação e violência vivenciadas desde a infância. Muitos profissionais de saúde não compreendem o que significa ser uma pessoa homossexual ou trans, o que contribui para o aumento da discriminação 2,7,10.

A falta de conhecimento e a negligência dos gestores e profissionais de saúde em relação às questões psicossociais e às necessidades específicas dessa população dificultam a prestação de um atendimento completo, perpetuando o padrão heteronormativo nas práticas de saúde 11.

A falta de acolhimento adequado à população trans nos serviços de saúde, evidenciada pelo desrespeito às suas identidades de gênero, manifesta-se no cotidiano por meio do desrespeito ao nome social e outras formas de transfobia. Isso dificulta o acesso da população trans aos serviços de saúde, resultando em absenteísmo, abandono de tratamentos e resistência em procurar ajuda médica 5,9,12. 

As relações entre a população LGBTQIA + e os serviços de saúde podem ser prejudicadas quando as equipes de saúde demonstram comportamentos inadequados, fazendo com que os pacientes não se sintam acolhidos, orientados ou à vontade para compartilhar sua orientação sexual. A falta de acolhimento e confiança dificulta o acesso e a continuidade do cuidado, afetando negativamente essa relação 13

Em algumas situações, profissionais de saúde fazem perguntas inadequadas sobre práticas sexuais e aspectos pessoais que não são relevantes para o diagnóstico ou tratamento, o que causa desconforto nos usuários. A imposição de crenças religiosas pelos profissionais também enfraquece o vínculo com os pacientes. Além disso, a violação do sigilo profissional é uma preocupação constante, com relatos de usuários que tiveram sua orientação sexual ou identidade de gênero compartilhadas de forma indiscriminada, configurando uma séria infração de confidencialidade nos atendimentos  9.

Diante dessa situação, o grupo LGBTQIA+ pode se sentir vulnerável, especialmente após vivenciar ou estar em um contexto de preconceito, o que pode diminuir a confiança nas orientações dos profissionais de saúde. Quando o medo faz com que a pessoa se cale, a comunicação e a relação interpessoal entre paciente e profissional se tornam mais difíceis, enfraquecendo a confiança e, assim, limitando as oportunidades para fornecer orientações adequadas e esclarecimentos específicos 13.

As universidades ainda seguem um modelo cisheteronormativo e conservador, apesar de a saúde buscar acolher os indivíduos conforme suas individualidades.A capacitação dos enfermeiros para atender o público trans é inadequada, com o conhecimento sobre questões de gênero praticamente inexistentes durante a formação acadêmica desses profissionais 12.

É evidente o despreparo dos(as) profissionais e serviços de saúde para atender às necessidades de pessoas LGBTQIA +, considerando a diversidade de gênero dos usuários(as), não há um comprometimento efetivo desses profissionais, mesmo quando há algum conhecimento sobre a abordagem dessa população, a prática de acolhimento não é eficaz em atender às suas necessidades individuais  2

Os profissionais de saúde lidam cada vez mais com pacientes trans e/ou com variação de gênero. A criação de barreiras normativas e a falta de conhecimento sobre a população trans por parte dos(as) enfermeiros(as) contribuem para a invisibilidade de suas necessidades de saúde, resultando em prejuízos nos cuidados de enfermagem que devem ser oferecidos a esse grupo 14.

A carência de capacitação impede a aquisição de conhecimentos sobre a transexualidade, dificultando a implementação de cuidados integrais para essa população. A falta de formação também impede a diferenciação entre orientação sexual e identidade de gênero, levando a atendimentos caracterizados pela indiferença e rejeição à população trans 15

A dimensão técnica do acesso à saúde inclui o acolhimento,  integralidade do cuidado,  estabelecimento de vínculos, compromisso e qualidade no atendimento. A diversidade de gênero e sexualidade deve ser abordada nos cursos de graduação e nas especializações dos profissionais de saúde, para facilitar o manejo integral das questões que afetam essa população, levando em consideração as subjetividades, a discriminação e a estigmatização que impactam o processo de saúde 4.

Portanto, é fundamental incluir e padronizar conteúdos sobre sexualidade nos currículos de enfermagem. A falta de compreensão sobre diversidade sexual pode comprometer a qualidade do atendimento, uma vez que não são oferecidos cuidados culturalmente sensíveis às necessidades da população LGBTQIA + 16

A sensibilização dos profissionais da saúde para o atendimento sem discriminação da população LGBTQIA+ permanece sendo um dos temas mais recorrentes nos debates sobre as políticas públicas de saúde direcionadas para esses grupos 6.

A revelação da orientação sexual e/ou identidade de gênero pode gerar constrangimento entre profissionais que não estão preparados para lidar com essas questões. Após a verbalização da identidade LGBTQIA +, muitos profissionais demonstram desconforto e mudam rapidamente de assunto, expressando incredulidade ou dificuldade em dar continuidade à conversa 9.

Estudos evidenciaram que muitos profissionais de saúde não sabem como lidar com informações sobre diversidade sexual, uma vez que durante sua formação acadêmica ou treinamento em serviço não tiveram a oportunidade de abordar essa temática e suas inter-relações com a saúde 17. 

Muitos profissionais de saúde prestam cuidados insuficientes às pessoas transgênero, o que contribui para a maior marginalização dessa população vulnerável. Para melhorar o atendimento às necessidades dos indivíduos transgêneros, é essencial que os profissionais de saúde sejam capacitados a oferecer cuidados mais sensíveis e inclusivos  18. 

Os enfermeiros reconhecem que a formação que receberam é insuficiente, para oferecer uma assistência de qualidade a essa população. Apesar de se guiarem pelo Código de Ética para cuidar de pacientes trans, muitos profissionais enfrentam dificuldades em oferecer um atendimento adequado às especificidades dessa população.

Apesar dos avanços desde a publicação da Política Nacional de Saúde Integral de LGBT, em 2011, ainda persistem fragilidades na formação dos profissionais de saúde, especialmente no que diz respeito à diversidade sexual e de gênero, assim como às interseccionalidades (raça/etnia, classe, gênero, geração, entre outras), que influenciam o processo de saúde-adoecimento-cuidado da população LGBTQIA+, comprometendo tanto o acesso quanto a qualidade do cuidado 19.    

A ausência de uma abordagem sobre o cuidado de corpos fora da heteronormatividade na formação dos profissionais de saúde, especialmente nas disciplinas tradicionais como Anatomia, Fisiologia e Semiologia, configura uma lacuna significativa. Isso se deve ao fato de que muitos indivíduos apresentam particularidades corporais diferentes do modelo padrão, o que exige uma abordagem mais inclusiva e adaptada às diversas realidades, visando atender de maneira mais adequada às necessidades desses corpos11

A falta de informação e a influência de valores morais podem ser superadas através do desenvolvimento de competências culturais, que capacitem os profissionais a lidar adequadamente com as necessidades da população transgênero. No entanto, nas faculdades de enfermagem e medicina, ainda há uma carência de formação especializada para o atendimento a pessoas transgênero, além da escassez de recursos para oferecer cuidados clínicos apropriados. Isso resulta em uma grande desigualdade no acesso a um atendimento de qualidade para a população transgênero 8

Os profissionais de saúde que atuam no ambiente hospitalar precisam ser adequadamente capacitados para garantir um atendimento seguro, respeitoso e livre de discriminação, além de compreender as questões relacionadas à identidade de gênero e reduzir a estigmatização da população trans. Para melhorar a qualidade do cuidado prestado, é essencial que os currículos de enfermagem sejam ampliados, incluindo temas sobre diversidade de gênero, o que permitirá elevar os padrões de atendimento 15

É necessário reorientar as políticas públicas de saúde no entendimento para além da transição física, e garantir acessibilidade e universalidade aos serviços e políticas oferecidas pelo sistema único de saúde, pois as pessoas transexuais possuem demandas em saúde específicas 15.

Essa estratégia visa cultivar uma maior conscientização, reduzindo pressupostos de heteronormatividade nas instituições de saúde e promovendo uma auto-reflexão crítica entre os enfermeiros, que constituem a maioria dos profissionais de saúde 20.

Com frequência, o cuidado prestado à população trans é generalizado, uma vez que é vista como um grupo distinto e pouco compreendido pelos profissionais de enfermagem. Isso negligencia a atenção adequada, que deve ser fundamentada no conhecimento específico e nas práticas de enfermagem 13

A falta de reconhecimento do preconceito e da discriminação por parte dos profissionais de saúde é uma barreira que afasta a população LGBTQIA+ dos serviços de saúde, dificultando a criação de vínculos e o acesso ao atendimento das suas necessidades. Compreender e desmistificar questões relacionadas à diversidade sexual e de gênero é fundamental para oferecer um cuidado livre de estigmas e preconceitos 19

Limitar a assistência em saúde a questões de transição de gênero é negar a integralidade do cuidado. Essa abordagem reforça a lógica da patologização das identidades trans, focando no “problema a ser corrigido” segundo a matriz social heterocisnormativa 1

A formação acadêmica em saúde ainda não prepara os profissionais adequadamente para lidar com a demanda social e de saúde da população transexual, evidenciando a omissão do tema nos currículos 13

A comunidade LGBTQIA + tem necessidades distintas e experimenta desigualdades de saúde únicas em comparação com as da população em geral, decorrentes de discriminação, estigmatização e preconceito do profissional de saúde. Apesar das desigualdades de saúde bem documentadas na comunidade de lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros (LGBT), a educação em enfermagem está atrasada em relação a outras profissões na promoção de cuidados competentes para esse grupo 21

A  falta  de  amplitude  sobre  assuntos  relacionados  ao  público  em  questão  leva  à  formação  de  profissionais  sem  preparo  algum  para  lidar  com  as  demandas  específicas  da  população  LGBTQIA +, o maior problema ocorre na atenção básica. Por ser a porta de entrada do SUS, demonstra um acolhimento limitado, onde envolve uma relação pouco humanizada, não estabelecendo um vínculo com o paciente 22.

O enfermeiro, na prática do cuidado, depara-se com a realização de diversos procedimentos, como a sonda vesical, a citologia oncótica e os exames mamários. Esses procedimentos, embora invasivos, são tecnicamente ensinados e predominantemente desenvolvidos para corpos cisgêneros, desconsiderando, muitas vezes, as especificidades de outros corpos e identidades de gênero11.

A formação em saúde deve capacitar os profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) no atendimento a pessoas trans de maneira acolhedora, reduzindo danos físicos e emocionais e fortalecendo a relação profissional-paciente. É ampliar as pesquisas sobre saúde dessa população, abordando temas como morbimortalidade, violência transfóbica e saúde geral, além de tratar a transfobia com medidas específicas e campanhas de prevenção. A inclusão de conteúdos sobre educação sexual integral na graduação, treinamentos institucionais sobre políticas públicas e educação permanente são fundamentais para manter os profissionais atualizados e aptos a lidar com essas demandas 4

Incluir a categoria “gênero e saúde” na nas grades curriculares das formações em saúde é essencial para combater preconceitos e julgamentos morais, promovendo o respeito às diversas identidades, como travestilidade, transmasculinidade, transfeminilidade, identidades não binárias, além da diversidade corporal e de orientação sexual 2.

Preocupações com a saúde da população LGBTQIA + e estratégias sobre como tornar a comunicação com  essa  comunidade  mais  efetiva  e  culturalmente  sensível são de importantes para proporcionar  maior conforto  para  pacientes  durante  as  consultas, contribuindo  para  um  melhor  relacionamento enfermeiro- paciente  7.

Dessa forma, compreende-se que as questões de gênero e o cuidado direcionado às pessoas transexuais, com ênfase em suas dificuldades, são objetivos essenciais para a enfermagem. O cuidado de enfermagem envolve práticas que atendem às necessidades dos usuários, por meio do desenvolvimento de habilidades profissionais, buscando excelência e promovendo um espaço de acolhimento nos serviços de saúde 15.

Embora a literatura indique algumas experiências positivas em relação às ações informativas e educativas, também destaca que a informação disponível ainda é insuficiente. Um ponto recorrente em todos os temas discutidos, seja de forma explícita ou implícita, é a carência de preparo dos profissionais de saúde, não apenas para lidar com a homoparentalidade, mas também para abordar a homossexualidade de maneira geral 23.

Evidencia-se a necessidade da capacitação dos enfermeiros ainda durante a graduação para que estejam aptos a lidar com essas demandas. Atualmente, os acadêmicos possuem pouco acesso a informações sobre gênero e sexualidade 12

O desenvolvimento de estratégias de ensino e programas de treinamento voltados ao cuidado da população LGBTQIA + pode gerar benefícios significativos, elevando os conhecimentos, as habilidades e as atitudes de alunos e profissionais, promovendo a competência cultural, sensibilidade e consequentemente reduzindo a dificuldade de abordagem nos atendimentos 16

É essencial que os profissionais de saúde aprofundem seus conhecimentos sobre políticas públicas e questões específicas da população LGBTQIA+, a fim de melhorar a qualidade dos serviços e aplicar os princípios do SUS — universalidade, integralidade e equidade. Essas medidas ajudam a combater as consequências da LGBTfobia e da heteronormatividade 22

Formar profissionais preparados para lidar com a diversidade e discutir gênero e sexualidade no ambiente acadêmico, especialmente em cursos como o de enfermagem, é indispensável. Esses profissionais devem saber acolher e respeitar todos os indivíduos sob seus cuidados, considerando as transformações nos conceitos de família, casal e identidade de gênero 13.

CONCLUSÃO 

A presente revisão de literatura evidenciou que as perspectivas dos profissionais de enfermagem no atendimento à população LGBTQIA + refletem tanto avanços quanto desafios. Apesar de um crescente reconhecimento da importância da inclusão e da humanização no cuidado, persistem lacunas relacionadas ao preparo técnico e às barreiras socioculturais que comprometem a integralidade e a equidade na assistência.

A literatura revisada aponta que os serviços de saúde, em muitos casos, ainda se configuram como espaços de manutenção das desigualdades sociais, em vez de promoverem acolhimento e proteção. A dificuldade de acesso e o afastamento dessa população dos serviços de saúde resultam da incapacidade estrutural de lidar com a diversidade, do preconceito institucional e da ausência de práticas que promovam o respeito à subjetividade e às necessidades específicas dos indivíduos LGBTQIA +. Assim, percebe-se a necessidade de um cuidado pautado na equidade, que considere as vulnerabilidades relacionadas às intersecções de gênero, orientação sexual, raça e classe social.

Para que haja transformações efetivas, é indispensável que os currículos da área da saúde, especialmente na formação em enfermagem, sejam revisados, incluindo conteúdos sobre diversidade sexual e de gênero, direitos humanos e ética no cuidado. Além disso, é essencial promover a capacitação contínua de profissionais em formação e em exercício, estimulando a reflexão crítica sobre práticas discriminatórias, a superação de preconceitos e a adoção de cuidados que valorizem a integralidade e a dignidade humana.

Portanto, este trabalho reforça a urgência de políticas públicas, iniciativas educacionais e mudanças culturais que promovam a construção de um sistema de saúde mais inclusivo, acolhedor e acessível. Ao reconhecer e valorizar as especificidades da população LGBTQIA +, a enfermagem pode se consolidar como um pilar essencial na promoção da saúde e cidadania, contribuindo para a erradicação de desigualdades e para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa.

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1Acadêmica do Curso de Bacharelado em Enfermagem do Centro Universitário Campo Limpo Paulista.  São Paulo.2024.
2Docente do Centro Universitário Campo Limpo Paulista. Mestre em Ciências da Saúde-Faculdade de Medicina de Jundiaí. Especialista em Terapia Intensiva- Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Especialista em Docência para Profissionais de Saúde-Centro Universitário Padre Anchieta. São Paulo. 2021. E-mail:rita.faria@faccamp.br