REGISTRO DOI: 10.69849/revistaft/ra10202411300758
Andréa Karla Barcellos Gabao1
Marcus Vinicius da Silva Pereira2
Jadson Douglas Lopes Leite3
Thaís Araruna Lucena4
Ana Rita de Santana Barros5
André Ricardo de Alencar Roza e Véras6
Rayssa Macedo Rodrigues7
Caroline Louise Gabao de Menezes8
Rafaela Gabao Loureiro9
Franciéllen Lopes Melo10
Josué Diniz Alves Neto11
Raíssa Modesto Jaques Calado12
RESUMO:
A psoríase é uma doença inflamatória crônica imunomediada que afeta a pele e as articulações, causando um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes. Ela é multifacetada, com repercussões além das manifestações cutâneas, afetando a saúde física e mental. Este artigo é uma revisão integrativa da literatura que visa analisar de forma sistemática o conhecimento disponível sobre a psoríase, com ênfase na epidemiologia, fisiopatologia, manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento. A busca foi realizada nas bases de dados SciELO, LILACS, Google Acadêmico e BVS Saúde, utilizando descritores como “psoríase”, “epidemiologia”, “fisiopatologia”, “diagnóstico” e “tratamento”. Foram selecionados 10 artigos publicados entre 2019 e 2024 que atendiam aos critérios de relevância para o estudo. A análise foi descritiva, destacando os avanços recentes sobre o tema. Os estudos ressaltam a complexidade da psoríase, não apenas como uma condição inflamatória da pele, mas também com implicações imunológicas e sistêmicas. Conclui-se que é fundamental continuar investindo em pesquisas para aprimorar o diagnóstico e os tratamentos, visando melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
PALAVRAS-CHAVES: Psoríase, Epidemiologia, Fisiopatologia.
ABSTRACT:
Psoriasis is a chronic, immune-mediated inflammatory disease that affects the skin and joints, significantly impacting patients’ quality of life. It is a multifaceted condition, with implications beyond cutaneous manifestations, affecting physical and mental health. This article is an integrative literature review aimed at systematically analyzing the available knowledge on psoriasis, focusing on epidemiology, pathophysiology, clinical manifestations, diagnosis, and treatment. The search was conducted in databases such as SciELO, LILACS, Google Scholar, and BVS Saúde, using descriptors such as “psoriasis”, “epidemiology”, “pathophysiology”, “diagnosis”, and “treatment”. Ten articles published between 2019 and 2024 were selected based on relevance to the study. The analysis was descriptive, highlighting recent advances on the topic. The studies emphasize the complexity of psoriasis, not only as a skin inflammatory condition but also with significant immunological and systemic implications. It is concluded that continued research is essential to improve the diagnosis and treatments, aiming to enhance patients’ quality of life.
KEYWORDS: Psoriasis, Epidemiology, Pathophysiology
1. INTRODUÇÃO:
A psoríase é uma doença inflamatória crônica, imunomediada, que afeta predominantemente a pele e as articulações, com impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes. Estima-se que sua prevalência global varie de 0,09% a 11,4%, sendo mais comum em populações de origem europeia e menos frequente em climas tropicais e em grupos de ascendência africana ou asiática (MEHRMAL, 2021). Essa variação geográfica e étnica sugere a influência de fatores genéticos e ambientais no desenvolvimento da doença.
Do ponto de vista fisiopatológico, a psoríase é caracterizada por uma interação complexa entre fatores genéticos, ambientais e imunológicos. Há uma hiperativação do sistema imunológico, especialmente de células T, com liberação de citocinas pró-inflamatórias como o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), interleucinas 17 (IL-17) e 23 (IL-23), que levam à hiperproliferação de queratinócitos e à inflamação cutânea. Estudos recentes destacam o papel central do eixo IL-23/IL-17 na patogênese da psoríase, consolidando-o como alvo terapêutico (RENDON e SCHÄKEL et al., 2019).
Clinicamente, a psoríase se manifesta de diversas formas, sendo a psoríase vulgar a mais comum, representando cerca de 80% dos casos (DE OLIVEIRA et al., 2024). As lesões típicas são placas eritematosas e escamosas, geralmente localizadas no couro cabeludo, cotovelos, joelhos e região lombar. Outras formas incluem a psoríase pustulosa, eritrodérmica, gutata e ungueal, cada uma com características e desafios terapêuticos específicos. Além disso, cerca de 30% dos pacientes podem desenvolver artrite psoriásica, uma condição inflamatória das articulações associada à doença cutânea (BENOZZATI et al., 2024).
O diagnóstico da psoríase é geralmente clínico, baseado na observação de lesões cutâneas características. Em casos atípicos, pode ser necessária uma biópsia de pele para confirmação. Além disso, a avaliação de comorbidades, como obesidade, hipertensão, diabetes tipo 2 e depressão, é essencial devido à associação da psoríase com uma inflamação sistêmica de baixo grau (FIGUEIREDO et al., 2019).
O manejo da psoríase inclui opções tópicas, sistêmicas e biológicas, com a escolha do tratamento guiada pela gravidade da doença, presença de comorbidades e impacto na qualidade de vida. Terapias tópicas, como corticosteroides e análogos da vitamina D, são indicadas para casos leves. Em casos moderados a graves, fototerapia, imunossupressores sistêmicos (como metotrexato e ciclosporina) e agentes biológicos que bloqueiam citocinas específicas têm mostrado eficácia significativa (BENOZZATI et al., 2024). Nos últimos anos, os avanços no desenvolvimento de medicamentos biológicos, especialmente os que atuam no eixo IL-23/IL-17, revolucionaram o tratamento da psoríase, oferecendo maior eficácia e segurança a longo prazo (RODRIGUES et al., 2023).
A psoríase é, portanto, uma doença multifacetada, com implicações que vão além das manifestações cutâneas, impactando profundamente a saúde física e mental dos indivíduos. Este artigo revisa os avanços recentes na compreensão da psoríase e principais resultados recentes.
2: METODOLOGIA:
Este estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura, com o objetivo de reunir e analisar de forma sistemática o conhecimento disponível sobre a psoríase, com enfoque na epidemiologia, fisiopatologia, manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento. A busca foi realizada nas bases de dados SciELO, LILACS, Google Acadêmico e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS Saúde), utilizando os descritores “psoríase”, “epidemiologia”, “fisiopatologia”, “diagnóstico” e “tratamento”, combinados com operadores booleanos (AND e OR). Os critérios de inclusão foram: artigos publicados entre 2019 e 2024, disponíveis em português, inglês ou espanhol, e que apresentassem relevância direta para os objetivos do estudo. Após a leitura inicial dos títulos e resumos, foram selecionados 10 artigos para análise completa. A análise dos dados foi realizada de forma descritiva, com ênfase nos avanços e contribuições mais recentes sobre o tema.
A tabela a seguir apresenta a distribuição dos artigos selecionados por base de dados, detalhando o número de artigos encontrados inicialmente e os que foram efetivamente escolhidos para a revisão:
Tabela 01: Tabela de artigos encontrados em cada base de dados
Base de Dados | Artigos Encontrados | Artigos Selecionados |
PubMed | 45 | 1 |
LILACS | 10 | 3 |
Google Scholar | 55 | 5 |
SciELO | 20 | 1 |
3: RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir dos artigos selecionados, foi construída uma tabela com os principais resultados encontrados abaixo:
Tabela 02: Resultados encontrados pelos estudos selecionados
Artigo | Autor(es) | Objetivo do Estudo | Principais Resultados |
Artigo 01 | José Milton Cordeiro Rodrigues et al. | Revisar a influência do estresse psicológico em pacientes com psoríase. | O estresse psicológico é um fator-chave para o estabelecimento e manutenção das lesões de psoríase, e sua redução, combinada com tratamentos convencionais, melhora os resultados clínicos e reduz os níveis de cortisol. |
Artigo 02 | Mariana Sartorelli de Lima Duffles Amarante et al. | Verificar o perfil epidemiológico de pacientes com psoríase atendidos pela BWS em 2017. | A maioria dos pacientes era homem, média de 46 anos, com predominância de psoríase vulgar. 13% apresentavam artrite psoriásica, e 64% faziam uso apenas de tratamento tópico. |
Artigo 03 | Alessandra Ornella Paraiso et al. | Analisar o impacto biopsicossocial da psoríase na qualidade de vida dos pacientes. | A psoríase afeta a saúde mental e social dos pacientes devido ao estigma e à exposição das lesões. É necessário suporte multiprofissional para minimizar danos psicológicos. |
Artigo 04 | Eduarda Oliveira Perin | Avaliar a relação entre psoríase e aspectos psicossomáticos. | A psoríase é influenciada por fatores emocionais e psicossomáticos, e o tratamento deve incluir abordagem psico-cognitiva-comportamental, além de intervenções dermatológicas. |
Artigo 05 | Jhenifer Mellissa de Souza et al. | Compreender a percepção de dermatologistas sobre o impacto da psoríase na qualidade de vida e propor estratégias para melhorar a assistência. | Dermatologistas destacam o estigma, transtornos psicossociais e prejuízos à autoestima como principais impactos. Atendimento humanizado e medicamentos eficazes são fundamentais. |
Artigo 06 | Heloyse Natashy Barbosa Silva et al. | Avaliar os efeitos do uso de alta frequência na reparação tecidual de lesões de psoríase. | O tratamento com alta frequência promoveu cicatrização e renovação da pele, sugerindo-se mais estudos sobre sua eficácia. |
Artigo 07 | Estenio Lopes Neto et al. | Explorar a influência de polimorfismos genéticos no metabolismo da vitamina D e sua relação com a psoríase. | Polimorfismos genéticos afetam a regulação da vitamina D, contribuindo para a suscetibilidade à psoríase, indicando a importância da investigação genética no manejo da doença. |
Artigo 08 | Maria Fernanda Leal Freitas Amoy et al. | Correlacionar comorbidades com a psoríase e analisar a prevalência da doença em Campos dos Goytacazes. | 47% dos pacientes apresentaram dislipidemia, 27% tinham diabetes, e psoríase vulgar foi a manifestação mais comum. A quarta década de vida foi a mais afetada. |
Artigo 09 | Kharla Nayara Abrantes de Almeida et al. | Avaliar o perfil clínico, histopatológico e imunohistoquímico de pacientes não caucasianos com psoríase vulgar e gutata. | Observou-se maior acantose e número de macrófagos M1 em lesões psoriáticas, com maior vascularização em psoríase gutata. Estudos adicionais são necessários para elucidar essas associações. |
Artigo 10 | Natália Ribeiro de Magalhães Alves et al. | Investigar a utilidade de citocinas séricas e características clínicas como preditores de sobrevida de medicamentos no tratamento da psoríase. | Níveis elevados de IL-6 e baixa qualidade de vida previram a interrupção do tratamento em pacientes com psoríase moderada a grave. |
Os artigos analisados fornecem uma visão abrangente sobre diferentes aspectos da psoríase, destacando desde suas causas até seu impacto na qualidade de vida. O estudo de Rodrigues et al. (2020) enfatiza o papel do estresse psicológico como fator crucial na manifestação e manutenção da doença, explicando que o aumento do hormônio corticotrófico (CRH) e a subsequente elevação do cortisol podem desequilibrar o sistema imunológico, agravando as lesões cutâneas. O artigo destaca que intervenções para controle do estresse, aliadas às terapias convencionais, aceleram a remissão da psoríase, reduzindo níveis séricos de cortisol e beneficiando os pacientes.
O trabalho de Amarante et al. (2020) complementa a análise com dados epidemiológicos de pacientes com psoríase atendidos em São Paulo, mostrando que 4% da amostra tinha a doença, com predominância de homens (53%) e idade média de 46 anos. A maioria dos pacientes foi diagnosticada com psoríase vulgar e não apresentava comorbidades, diferindo de estudos que associam até 30% dos casos à artrite psoriásica. Esses achados indicam que a prevalência e características da psoríase podem variar conforme o contexto regional, reforçando a necessidade de abordagens personalizadas nos tratamentos.
O artigo de Paraiso et al. (2021) explora as repercussões biopsicossociais da psoríase, ressaltando como a visibilidade das lesões cutâneas prejudica as relações interpessoais e a saúde mental dos pacientes. O estigma social, associado à falta de conhecimento sobre a doença, contribui para o isolamento e danos psicológicos significativos. A pesquisa enfatiza a importância de uma abordagem multiprofissional no cuidado com esses pacientes, incluindo suporte psicológico para minimizar os impactos emocionais.
Perin (2023) destaca que a psoríase está profundamente interligada a aspectos psicossomáticos, como estresse e estigmatização, que podem agravar a doença. O estudo conclui que terapias psico-cognitivo-comportamentais, combinadas com tratamentos dermatológicos tradicionais, são fundamentais para uma abordagem ampliada da patologia, permitindo intervenções mais eficazes e holísticas.
A pesquisa de De Souza et al. (2021) explora a percepção dos dermatologistas sobre o impacto da psoríase na qualidade de vida. Segundo os profissionais entrevistados, a doença provoca transtornos psicossociais significativos, incluindo perda de autoestima e exclusão social devido ao estigma associado às lesões. Esses fatores afetam a qualidade de vida dos pacientes tanto quanto as manifestações físicas da doença. Para minimizar esses impactos, os especialistas sugerem que um atendimento humanizado, com foco em reduzir lesões e oferecer tratamentos eficazes, é essencial.
Já Silva et al. (2021) investigam uma abordagem inovadora, estudando os efeitos terapêuticos do uso de alta frequência na reparação de lesões psoriáticas. Em um estudo de caso, a aplicação do gerador de alta frequência em uma paciente com psoríase vulgar mostrou-se eficaz na cicatrização e renovação da pele, com resultados visíveis após 11 sessões. Este achado aponta para o potencial dos tratamentos eletrotermofototerápicos, ressaltando a importância do fisioterapeuta dermatofuncional como parte da equipe de cuidados multidisciplinar. Analisando os estudos de Perin (2023), De Souza et al. 2021 e Silva et al. 2021, observa-se a importância de integrar tratamentos clínicos com abordagens psicossociais e tecnológicas no manejo da psoríase. A doença, que afeta aproximadamente 2,2% da população global, apresenta desafios que vão além do físico, exigindo uma compreensão ampla dos fatores que influenciam sua gravidade e progressão. Intervenções que consideram o estado emocional dos pacientes e novas terapias, como o uso de alta frequência, têm o potencial de melhorar os resultados clínicos e a qualidade de vida.
Os artigos de Neto et al. (2024) e Amoy et al. (2024) abordam dimensões genéticas e metabólicas da psoríase, bem como suas interrelações com comorbidades sistêmicas, contribuindo para a compreensão multifatorial dessa doença crônica. Neto et al. destacam a influência de polimorfismos genéticos no metabolismo da vitamina D e sua associação com o desenvolvimento da psoríase, sugerindo que tais variações genéticas impactam a regulação dessa vitamina, um fator importante na saúde da pele. Essa análise reforça a relevância de investigar aspectos genéticos para aprimorar o diagnóstico e oferecer intervenções personalizadas que possam melhorar os desfechos clínicos.
O estudo de Amoy et al., por sua vez, explora a prevalência de comorbidades em pacientes com psoríase no município de Campos dos Goytacazes. Os dados mostram que 47% dos pacientes apresentaram dislipidemia, enquanto 27% foram diagnosticados com diabetes, evidenciando uma forte associação entre a psoríase e condições metabólicas. Esses achados sugerem que pacientes com psoríase devem ser avaliados de maneira mais ampla, com foco em identificar e tratar comorbidades para melhorar sua qualidade de vida e prevenir complicações.
A faixa etária mais afetada nos dois estudos destaca diferentes aspectos. Enquanto Neto et al. enfatizam a contribuição genética para a suscetibilidade à psoríase em qualquer idade, Amoy et al. identificam maior prevalência na quarta década de vida, com a psoríase vulgar sendo a apresentação clínica mais comum. Esses dados sugerem que intervenções preventivas e estratégias terapêuticas devem ser direcionadas a subgrupos específicos para otimizar os resultados.
Outro ponto importante é a integração das comorbidades com os achados genéticos e metabólicos. O estudo de Neto et al. reforça que a regulação da vitamina D pode ser um fator crítico, tanto na fisiopatologia da psoríase quanto na gestão das complicações associadas, como dislipidemia e diabetes relatadas por Amoy et al. Isso destaca a necessidade de estratégias terapêuticas multidimensionais, incluindo a suplementação de vitamina D e controle de fatores metabólicos.
Os estudos de Almeida et al. (2021) e Alves et al. (2024) contribuem significativamente para a compreensão da psoríase, abordando aspectos histopatológicos e imunológicos, além do impacto de biomarcadores no manejo clínico. Almeida et al. se concentram em pacientes não caucasianos com psoríase vulgar e gutata, identificando características histológicas, como acantose e aumento de colágeno, além de diferenças no perfil de macrófagos, com maior presença de M1 em tecidos psoriáticos e de M2 em controles saudáveis. Já Alves et al. destacam os níveis elevados de IL-6 como preditores de interrupção do tratamento, trazendo insights importantes sobre biomarcadores e a resposta terapêutica.
No estudo de Almeida et al., a análise imunohistoquímica revelou uma correlação entre o aumento de macrófagos M1 e a inflamação crônica da psoríase, sugerindo que esses macrófagos desempenham um papel central na progressão da doença. Em contrapartida, o maior número de macrófagos M2 em controles saudáveis pode refletir um ambiente anti-inflamatório. Esses achados indicam que intervenções direcionadas ao equilíbrio entre M1 e M2 podem ser promissoras no manejo da psoríase, especialmente em populações pouco estudadas, como os pacientes não caucasianos da região Nordeste do Brasil.
O estudo de Alves et al. destaca a relevância dos níveis séricos de IL-6 na previsibilidade de interrupção do tratamento. Pacientes com psoríase moderada a grave apresentaram maior propensão a abandonar a terapia quando os níveis de IL-6 eram elevados (HR=1,99). Isso sugere que a IL-6, embora não seja o principal mediador da inflamação cutânea, pode ser utilizada como biomarcador para monitorar a eficácia terapêutica e ajustar estratégias de tratamento, melhorando a adesão e os resultados clínicos.
Ambos os estudos reforçam a natureza multifatorial da psoríase, evidenciando como fatores imunológicos e inflamatórios se interrelacionam com o perfil clínico e terapêutico dos pacientes. A análise de Almeida et al. complementa a discussão de Alves et al., indicando que o microambiente inflamatório no tecido psoriático pode estar relacionado a alterações sistêmicas detectáveis, como os níveis séricos de IL-6, o que abre novas possibilidades de intervenções personalizadas.
Conclui-se que estudos como esses são essenciais para avançar no diagnóstico e tratamento da psoríase. A compreensão detalhada do perfil imunológico local, como no estudo de Almeida et al., juntamente com a identificação de biomarcadores séricos relevantes, como sugerido por Alves et al., aponta para um manejo clínico mais integrado e direcionado. Essas evidências reforçam a necessidade de um cuidado multidimensional que inclua biomarcadores, avaliações histopatológicas e estratégias imunomoduladoras personalizadas.
4: CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Os estudos discutidos ressaltam a complexidade da psoríase como uma condição inflamatória crônica que afeta não apenas a pele, mas também apresenta implicações imunológicas e sistêmicas significativas. Os achados de Almeida et al. (2021) e Alves et al. (2024) reforçam a importância de abordagens integrativas que considerem tanto as características histopatológicas locais quanto os biomarcadores sistêmicos, como a IL-6, para um manejo mais eficaz da doença. A compreensão do papel de macrófagos M1 e M2, bem como a identificação de fatores preditivos de resposta terapêutica, como níveis elevados de IL-6, demonstram o potencial de estratégias personalizadas no tratamento da psoríase, especialmente em populações específicas, como os pacientes não caucasianos. Assim, os avanços em estudos imunológicos e clínicos são fundamentais para desenvolver intervenções mais direcionadas, melhorar os desfechos terapêuticos e ampliar a qualidade de vida dos pacientes com psoríase.
5: REFERÊNCIAS:
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1Universidade Gama Filho
andkarla@yahoo.com.br
2Acadêmico de medicina
AFYA Faculdade de Ciências Médicas de Santa Inês
medviniciuspereira@gmail.com
3UFMT
dlopesleite@gmail.com
4Faculdade Integrada de Patos
thais_araruna@hotmail.com
5Universidade Tirandes
anarita.pdf@gmail.com
6Centro Universitário Cesmac
andrericardo.alencar@hotmail.com
7Faculdade de Medicina Nova Esperança
rayssa_macedo@hotmail.com
8AFYA -Faculdade de Ciências médicas de Jaboatão dos Guararapes-PE
carolgabao@yahoo.com.br
9Faculdade Pernambucana de Saúde
rafagabaoloureiro@gmail.com
10Universidade Tiradentes
franciellenmelo@hotmail.com
11UNIG
josueneto_93@hotmail.com
12Faculdade Pernambucana de Saúde
raissajaques@hotmail.com