PERSPECTIVAS ATUAIS DA IMUNIZAÇÃO EM CRIANÇAS NO BRASIL: REVISÃO DA LITERATURA 

REGISTRO DOI:10.69849/revistaft/th102401141720


Bárbara Gonçalves Gadelha¹;
Clebson Cordeiro de Oliveira 5
Daniel Nunes Borges Aragão¹
Isabel Cristina Carvalho Di Lorenzo 5
João Pedro Leal de Lima³
João Vitor Teixeira Gomes³
Lucas Leone Jesus 5
Maria Eduarda de Lima 6
Matheus Felipe Moura Ciraulo¹
Miguel Henrique Albuquerque Gonçalves¹
Rafael Paiva Melo de Oliveira²
Rejane Saionara dos Santos Tavares 5
Rodrigo Albuquerque Wanderley²
Tainá Crespo Mendonça 4
Anderson Medeiros de Lima 7


RESUMO

A imunização infantil é uma das estratégias mais eficazes de saúde pública na prevenção de doenças infecciosas e na promoção do bem-estar das crianças. No Brasil, o Programa Nacional de Imunizações (PNI), criado em 1973, se tornou um dos maiores e mais bem-sucedidos programas de vacinação do mundo, garantindo acesso gratuito a uma extensa variedade de vacinas para a população infantil, contribuindo significativamente para o controle de doenças e a melhoria da saúde pública. Este estudo objetiva analisar as evidências científicas da literatura atual sobre a imunização em crianças no Brasil, com foco nos fatores que influenciam a adesão vacinal e nas estratégias necessárias para superar os desafios enfrentados. Este estudo trata-se de uma revisão da literatura foi realizado nas bases de dados PubMed e EBSCO no recorte temporal de 2014 a 2024, a fim de obter uma visão abrangente dos estudos mais recentes sobre o tema. Os descritores utilizados para a busca foram immunization, children e current, em inglês americano e inglês britânico, além das traduções para o português, imunização, crianças e atualidade. É fundamental modernizar os sistemas de informação relacionados à imunização, implementando plataformas informatizadas para o registro e acompanhamento da vacinação, o que facilitaria a gestão e avaliação dos programas. Além disso, é necessário garantir o fornecimento contínuo e adequado de vacinas, assegurando que todas as doses do calendário nacional estejam disponíveis de maneira regular e eficiente. A imunização infantil no Brasil é um dos pilares mais importantes para a promoção da saúde pública e para a prevenção de doenças imunopreveníveis. Embora o país tenha alcançado avanços consideráveis e possua um histórico de programas de vacinação bem-sucedidos, ainda há desafios persistentes que comprometem a manutenção de altas coberturas vacinais, exigindo esforços contínuos para superar essas barreiras e proteger toda a população infantil.

Palavras-chave: Imunização; Crianças; Cobertura Vacinal. 

ABSTRACT

Childhood immunization is one of the most effective public health strategies for preventing infectious diseases and promoting children’s well-being. In Brazil, the National Immunization Program (PNI), established in 1973, has become one of the largest and most successful vaccination programs globally, ensuring free access to a wide range of vaccines for the child population, significantly contributing to disease control and public health improvement. This study aims to analyze the scientific evidence from the current literature on childhood immunization in Brazil, focusing on the factors influencing vaccine adherence and the strategies necessary to overcome existing challenges. A literature review was conducted using the PubMed and EBSCO databases, with a timeframe from 2014 to 2024, to provide a comprehensive view of the most recent studies on the topic. The descriptors used for the search were immunization, children, and current, in both American and British English, as well as their Portuguese translations: imunização, crianças, and atualidade. It is essential to modernize the immunization information systems by implementing computerized platforms for vaccine registration and monitoring, which would improve the management and evaluation of these programs. Additionally, ensuring the continuous and adequate supply of vaccines is necessary to guarantee the regular and efficient availability of all doses in the national vaccination schedule. Childhood immunization in Brazil is a fundamental pillar for promoting public health and preventing vaccine-preventable diseases. While the country has made significant progress and has a successful vaccination history, persistent challenges remain that threaten the maintenance of high vaccination coverage, requiring ongoing efforts to overcome these barriers and protect the entire child population.

Keywords: Immunization; Children; Vaccination Coverage.

1.  INTRODUÇÃO

         A imunização em crianças é uma das intervenções de saúde pública mais eficazes na prevenção de doenças infecciosas e na promoção do bem-estar infantil. No Brasil, o Programa Nacional de Imunizações (PNI), instituído em 1973, consolidou-se como um dos principais programas de vacinação do mundo, proporcionando acesso gratuito a uma ampla gama de vacinas para a população infantil. Este programa tem sido fundamental para a erradicação e o controle de diversas doenças, como a poliomielite, a rubéola e o sarampo, contribuindo significativamente para a redução das taxas de morbidade e mortalidade entre crianças (MARTINS,2022)

        Melo e Silva (2022), discorrem que do histórico de sucesso do PNI, o Brasil vem enfrentando desafios significativos na manutenção das altas taxas de cobertura vacinal nos últimos anos. Fatores como a disseminação de informações incorretas sobre vacinas, a hesitação vacinal, o impacto da pandemia de COVID-19 e questões logísticas na distribuição de imunobiológicos têm afetado negativamente as taxas de vacinação. Esse cenário tem suscitado preocupações entre especialistas em saúde pública e pediatria, que alertam para o risco de reemergência de doenças previamente controladas e para o aumento da vulnerabilidade da população infantil.

Além disso, as desigualdades regionais e socioeconômicas no Brasil representam outro obstáculo importante para a imunização infantil. A disparidade na cobertura vacinal entre regiões do país, especialmente nas áreas rurais e em comunidades indígenas e quilombolas, é um reflexo das dificuldades de acesso aos serviços de saúde e dos desafios estruturais enfrentados por essas populações. Esse aspecto reforça a necessidade de políticas públicas e estratégias de saúde que garantam a equidade no acesso à vacinação e a proteção adequada a todas as crianças, independentemente de sua localização ou condição socioeconômica (BESSA,2022).

      Outro fator que influencia o cenário atual da imunização em crianças no Brasil é o desenvolvimento e a incorporação de novas vacinas no calendário infantil. A introdução de imunizantes mais recentes, como a vacina contra o papilomavírus humano (HPV) e a vacina meningocócica, demonstra o compromisso do país com a ampliação da proteção contra doenças potencialmente graves (ALMEIDA,2023). 

 Bessa (2022), refere que a adesão a essas vacinas ainda é limitada em algumas regiões e faixas etárias, evidenciando a necessidade de campanhas educativas que reforcem a importância da vacinação e esclareçam dúvidas sobre segurança e eficácia. Neste contexto, a revisão da literatura sobre a imunização infantil no Brasil torna-se relevante para identificar as principais evidências científicas sobre o tema e compreender os fatores que impactam a cobertura vacinal no país. 

             Por meio dessa análise, é possível evidenciar tanto os avanços quanto os obstáculos enfrentados pelas políticas de vacinação, bem como discutir as perspectivas futuras para a imunização de crianças em território nacional. 

Esse levantamento é crucial para orientar políticas públicas e intervenções de saúde voltadas para a proteção infantil, especialmente em um cenário de crescente hesitação vacinal e desafios logísticos.

   Contudo que foi descrito, este estudo objetiva analisar as evidências científicas da literatura atual sobre a imunização em crianças no Brasil, com foco nos fatores que influenciam a adesão vacinal e nas estratégias necessárias para superar os desafios enfrentados. Ao evidenciar essas perspectivas, espera-se contribuir para o aprimoramento das políticas de saúde e para o fortalecimento das ações de imunização, visando proteger a saúde das crianças e promover um futuro mais seguro e saudável para as próximas gerações.  

2.  METODOLOGIA

Este estudo trata-se de uma revisão da literatura foi realizado nas bases de dados PubMed e EBSCO no recorte temporal de 2014 a 2024, a fim de obter uma visão abrangente dos estudos mais recentes sobre o tema. Os descritores utilizados para a busca foram immunization, children e current, em inglês americano e inglês britânico, além das traduções para o português, imunização, crianças e atualidade

Para maximizar a relevância e abrangência dos resultados, foram utilizados operadores booleanos “AND” e “OR” na combinação dos descritores. Esses operadores permitiram construir uma estratégia de busca precisa e estruturada, facilitando a inclusão de artigos que abordassem especificamente a imunização infantil dentro do recorte proposto.

Inicialmente, a pesquisa nas bases de dados resultou em 180 artigos. No entanto, a necessidade de selecionar apenas estudos de maior robustez metodológica e acessibilidade exigiu a aplicação de critérios de inclusão específicos. Como resultado, optou-se por restringir a análise a artigos em formato de acesso aberto, priorizando estudos do tipo metanálise e revisões sistemáticas. A escolha desses formatos se deve ao seu potencial de consolidar dados relevantes de forma crítica imparcial, contribuindo para uma visão mais clara das evidências disponíveis sobre a imunização em crianças.

A análise foi focada em identificar estudos que abordassem tanto as taxas de cobertura vacinal quanto às barreiras e facilitadores da imunização no contexto brasileiro, destacando a relevância dos achados para o cenário atual de saúde pública no país. O uso de artigos de metanálise e revisão sistemática permite agrupar achados e tendências já investigadas em outras pesquisas, minimizando viéses de interpretação e promovendo a replicabilidade dos resultados em diferentes contextos populacionais. Desse modo, obteve-se uma amostra final mais alinhada aos objetivos da revisão e representativa do conhecimento consolidado ao longo dos últimos anos.

3.  REVISÃO DA LITERATURA 
3.1.  Perspectivas Atuais na Imunização Infantil 

A imunização infantil é um dos pilares fundamentais da saúde pública, desempenhando um papel crucial na prevenção de doenças infecciosas. Nos últimos anos, as estratégias de vacinação têm evoluído para enfrentar novos desafios, como a resistência a vacinas e a disseminação de desinformação. Essa dinâmica requer um olhar atento às tendências atuais e às práticas que garantem a proteção das crianças contra doenças potencialmente graves.

Um aspecto importante das perspectivas atuais em imunização infantil é a

abordagem centrada na família e na comunidade. O envolvimento dos pais e responsáveis é essencial para o sucesso das campanhas de vacinação. Informações claras e acessíveis, além de um diálogo aberto com profissionais de saúde, podem ajudar a construir confiança e a desmistificar preocupações relacionadas às vacinas. Essa colaboração se revela vital para aumentar as taxas de cobertura vacinal e para enfrentar a hesitação vacinal (OLIVEIRA; PERREIRA,2022).

Além disso, a utilização de tecnologias digitais tem revolucionado a forma como as informações sobre imunização são disseminadas. Aplicativos e plataformas online estão sendo empregados para lembrar os responsáveis sobre datas de vacinação para fornecer informação ou informações sobre os benefícios e a segurança das vacinas. Essas ferramentas digitais não apenas facilitam o acesso à informação, mas também promovem um maior engajamento da comunidade nas questões de saúde (MARTINS, 2022).

Outro ponto relevante nas perspectivas atuais é o desenvolvimento de novas vacinas, especialmente em resposta a surtos emergentes e a variações de patógenos. Pesquisas e inovações estão continuamente ampliando o arsenal de vacinas disponíveis, incluindo opções combinadas que protegem contra múltiplas doenças com uma única dose. Essa evolução é essencial para adaptar os programas de imunização às necessidades de saúde pública em constante mudança (MELO; SILVA,2022).

A equidade na imunização é uma preocupação crescente em muitas partes do mundo. As disparidades no acesso às vacinas, especialmente em populações vulneráveis, precisam ser abordadas com urgência. Políticas que visam eliminar barreiras financeiras, logísticas e culturais são fundamentais para garantir que todas as crianças tenham acesso às vacinas necessárias, independentemente de sua origem socioeconômica (OLIVEIRA; PEREIRA, 2022).

A educação em saúde também desempenha um papel crucial na promoção da imunização infantil. Campanhas educativas que esclarecem mitos e verdades sobre vacinas são fundamentais para informar e conscientizar os pais. A promoção de eventos comunitários e palestras em escolas pode ajudar a disseminar informações precisas, contribuindo para a formação de uma cultura de vacinação que valoriza a saúde pública (MELO; SILVA, 2022).

Além disso, a vigilância epidemiológica é um componente vital na avaliação da eficácia das campanhas de vacinação. Monitorar a incidência de doenças preveníveis por vacina permite ajustar as estratégias de imunização conforme necessário. A coleta e análise de dados epidemiológicos ajudam a identificar áreas com baixas taxas de vacinação e a implementar intervenções direcionadas (MANUAL DE VACINAÇÃO, 2023).

Neste ínterim, o cenário global da imunização infantil está em constante transformação, impulsionado por desafios sociais, tecnológicos e epidemiológicos. A colaboração entre governos, organizações internacionais, profissionais de saúde

comunidades é essencial para enfrentar esses desafios. A construção de um futuro onde a imunização infantil é amplamente acessível e aceita é uma meta que deve ser perseguida com determinação e compromisso, visando proteger a saúde das gerações futuras (MANUAL DE VACINAÇÃO, 2023).

3.2.  Desafios e Barreiras na Cobertura Vacinal

A cobertura vacinal é um aspecto crucial para a saúde pública, pois previne a disseminação de doenças infecciosas. No entanto, vários desafios e barreiras impedem que as taxas de vacinação alcancem níveis ideais. Um dos principais obstáculos é a hesitação vacinal, que tem se intensificado nas últimas décadas. Informações distorcidas e a desconfiança em relação à segurança das vacinas geram receios entre pais e responsáveis, levando a decisões de não vacinar ou atrasar a imunização (ALMEIDA; MEDEIROS, 2023)

Outro desafio significativo é o acesso desigual às vacinas, que varia amplamente entre diferentes regiões e populações. Em áreas rurais ou em comunidades de baixa renda, a infraestrutura de saúde pode ser inadequada, dificultando o acesso às unidades de vacinação. Essa desigualdade se reflete em taxas de cobertura vacinal mais baixas, aumentando o risco de surtos de doenças preveníveis (ALMEIDA; MEDEIROS, 2023).

Além disso, a falta de informação clara e acessível é uma barreira importante. Muitos pais podem não ter conhecimento suficiente sobre o calendário vacinal e a importância das vacinas. Campanhas de conscientização que sejam culturalmente sensíveis e adaptadas às necessidades locais são essenciais para educar a população sobre a importância da imunização (BESSA,2022).

A logística de distribuição das vacinas também apresenta desafios. A conservação adequada das vacinas, que muitas vezes requer cadeias de frio, pode ser difícil de garantir em regiões remotas. A falta de recursos e infraestrutura para o transporte e armazenamento adequado compromete a eficácia das campanhas de vacinação (BESSA, 2022).

O papel dos profissionais de saúde é fundamental na superação dessas barreiras. No entanto, a falta de treinamento adequado e a alta carga de trabalho podem levar a uma comunicação ineficaz sobre a importância da vacinação. Profissionais bem informados e capacitados são essenciais para fornecer orientações precisas e abordar preocupações dos pais, contribuindo para aumentar a confiança nas vacinas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2022).

A desinformação, frequentemente propagada por meio das redes sociais, também representa um desafio crescente. Notícias falsas e teorias da conspiração podem influenciar negativamente as decisões de vacinação. Combater esse fenômeno exige uma resposta coordenada de governos, instituições de saúde e comunidades, promovendo informações corretas e baseadas em evidência (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2022).

Outro fator a ser considerado é a pandemia de COVID-19, que, embora tenha aumentado a conscientização sobre a importância da vacinação, também provocou interrupções em programas de imunização de rotina. A priorização das vacinas contra o coronavírus em detrimento de outras vacinas essenciais gerou lacunas na cobertura vacinal infantil, que precisam ser abordadas urgentemente (VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2023).

Por fim, a promoção de políticas públicas que incentivem a vacinação é crucial. Incentivos financeiros, campanhas de vacinação em massa e a inclusão da vacinação como requisito para o ingresso escolar podem ser estratégias eficazes. A colaboração entre governos, organizações não governamentais e a sociedade civil é essencial para enfrentar os desafios e garantir que todas as crianças tenham acesso às vacinas, protegendo assim a saúde coletiva (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2023).

4.  DISCUSSÃO E RESULTADOS 
4.1.  Propostas para melhoria da Imunização Infantil no Brasil

A imunização infantil é um dos maiores avanços da saúde pública, protegendo milhões de crianças de doenças graves e, em muitos casos, fatais. No entanto, a cobertura vacinal em diversas regiões ainda apresenta lacunas, exigindo a implementação de estratégias eficazes para aumentar a adesão aos esquemas vacinais.

Os Desafios da Imunização Infantil começam pela hesitação vacinal, a

disseminação de informações falsas e a desconfiança em relação às vacinas são um grande obstáculo. Dificuldades de acesso, como barreiras geográficas, socioeconômicas e de conhecimento podem impedir que famílias levem seus filhos para vacinar (CONECTA-SUS, 2022).

 A falta de informação, onde muitos pais e cuidadores não possuem informações suficientes sobre a importância da vacinação e o calendário vacinal, fazendo com que não tenham acompanhamento das suas crianças. E os sistemas de saúde fragilizados, com a falta de recursos e a organização ineficiente dos serviços de saúde podem comprometer a oferta de vacinas (CONECTA-SUS, 2022).

Algumas propostas para melhorar a imunização infantil, começando com o fortalecimento da comunicação, através de campanhas educativas: Criar campanhas informativas e engajadoras, utilizando diversos canais de comunicação (TV, rádio, redes sociais, materiais impressos) para esclarecer dúvidas e reforçar a importância da vacinação. Uma comunicação personalizada, oferecendo informações personalizadas aos pais e cuidadores, considerando suas necessidades e crenças. O envolvimento de líderes comunitários, ajuda a disseminar mensagens positivas sobre a vacinação e a compreensão a respeito da mesma (SECRETARIA DO ESTADO DA SAÚDE DO GOIÁS, 2022).

Facilitando o acesso da sociedade, através de meios que não dificultem a entrega. A vacinação nas escolas, oferecendo vacinas nas instituições de ensino, facilitando o acesso para crianças em idade escolar e seus familiares. Podendo, também, oferecer vacinação domiciliar, implementar programas de vacinação domiciliar para crianças que não podem se deslocar até um posto de saúde com seus familiares (SECRETARIA DO ESTADO DA SAÚDE DO GOIÁS, 2022).

Assim como, ter uma flexibilização de horários, ampliando os horários de atendimento nos postos de saúde para atender à demanda da população, visto que, existem regiões, onde os habitantes não conseguem ir aos horários que são postos. Uma proposta de extrema importância, é buscar a capacitação de profissionais, oferecendo treinamento contínuo aos competentes de saúde sobre as melhores práticas em imunizações (COCHRANE, 2022).

Com isso, formatar uma modernização dos sistemas de informação, implementar sistemas informatizados para o registro e acompanhamento da vacinação, facilitando a gestão e a avaliação dos programas. Garantia do fornecimento de vacinas, assegurando o fornecimento regular e adequado de todas as vacinas do calendário vacinaL (COCHRANE, 2022).

Por fim, buscar novas vacinas, investindo em pesquisa para o desenvolvimento de novas imunizações mais eficazes e seguras. E fazer uma pesquisa sobre a hesitação vacinal, realizando estudos para identificar os fatores que influenciam a decisão de não vacinar e desenvolver estratégias para combatê-los (COCHRANE, 2022).

4.2.  Implicações para a Saúde Pública e Futuras Pesquisas

A imunização infantil continua sendo uma das estratégias mais eficazes para prevenir doenças infecciosas, reduzir a mortalidade e promover a saúde infantil. No Brasil, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) tem sido essencial para garantir a cobertura vacinal ampla, porém, desafios como a hesitação vacinal, a desigualdade no acesso e a disseminação de informações equivocadas representam obstáculos significativos. As implicações para a saúde pública exigem que as políticas de vacinação considerem essas barreiras e fortaleçam campanhas educativas e estratégias de comunicação para aumentar a adesão e confiança no sistema de imunização (ALMEIDA, 2023)

A hesitação vacinal é um fenômeno crescente, com impacto direto na cobertura vacinal. Esse problema, impulsionado por informações incorretas nas redes sociais e desinformação, compromete os esforços para alcançar as metas de imunização e afeta a proteção coletiva, especialmente de crianças mais vulneráveis a doenças preveníveis. A saúde pública precisa, portanto, desenvolver ações que combatam a desinformação e promovam a educação sanitária, criando iniciativas que envolvam comunidades locais, profissionais de saúde e educadores. Assim, é possível mitigar os efeitos da hesitação e aumentar a aceitação das vacinas (MARTINS; COSTA, 2023).

Além disso, o aumento da cobertura vacinal em áreas de difícil acesso é uma prioridade para a saúde pública, visto que a desigualdade geográfica ainda representa um desafio. É necessário investir em logística e infraestrutura, garantindo que vacinas cheguem a todas as regiões, inclusive as mais remotas e menos favorecidas. Soluções inovadoras, como vacinação em domicílio e o uso de tecnologias de rastreamento e

monitoramento, podem ser implementadas para melhorar o alcance e a eficiência dos programas de imunização (BESSA,2022).

A importância de futuras pesquisas se destaca, especialmente para entender melhor os fatores que influenciam a hesitação vacinal no contexto brasileiro. Estudos qualitativos e quantitativos sobre as percepções da população, os efeitos das campanhas de comunicação e o papel das redes sociais na disseminação de desinformação são cruciais. Pesquisas que investiguem a eficácia de novas abordagens de comunicação e campanhas educativas são fundamentais para desenvolver estratégias que fortaleçam a confiança da população na segurança e na eficácia das vacinas (BESSA,2022).

Além disso, a pesquisa também deve considerar a avaliação de estratégias inovadoras que facilitem o acesso à imunização. Isso inclui o uso de tecnologias digitais para lembrar pais e responsáveis sobre a necessidade de vacinação e campanhas de conscientização que considerem as especificidades culturais e sociais de cada região. A integração entre academia, governo e sociedade civil é essencial para garantir que as pesquisas tragam resultados aplicáveis e diretamente relacionados às necessidades da população (ALMEIDA, 2023).

5.  CONSIDERAÇÕES FINAIS

A imunização infantil no Brasil representa um dos pilares essenciais para a promoção da saúde pública e para a prevenção de doenças imunopreveníveis em toda a população. Esta revisão sobre as perspectivas atuais da imunização em crianças no país revelou que, embora haja avanços significativos e um histórico de programas de vacinação bem-sucedidos, ainda persistem desafios que ameaçam a manutenção de altas coberturas vacinais. Entre os obstáculos identificados, destacam-se o crescimento da desinformação sobre vacinas, a hesitação vacinal em algumas comunidades e as dificuldades logísticas em regiões mais afastadas e vulneráveis.

A análise das tendências da última década indica a necessidade de iniciativas consistentes e contínuas para melhorar o acesso à informação confiável sobre vacinas e fortalecer a confiança da população nos benefícios da imunização. Campanhas educativas são essenciais para combater a desinformação, abordando tanto as preocupações dos pais quanto promovendo uma cultura de conscientização sobre a importância das vacinas para a saúde coletiva. O fortalecimento de ações de comunicação nas mídias tradicionais e nas redes sociais é crucial para alcançar diferentes faixas etárias e perfis socioeconômicos, promovendo a imunização como uma responsabilidade individual e comunitária.

Outro aspecto importante para o futuro da imunização infantil no Brasil envolve o uso de tecnologias que facilitem o monitoramento e a organização dos dados vacinais. Sistemas eletrônicos de registro de vacinas, plataformas digitais de agendamento e monitoramento da cobertura vacinal em tempo real podem auxiliar na tomada de decisões mais ágeis e precisas, especialmente durante surtos epidemiológicos. Para que essas tecnologias tenham impacto, é necessário investir tanto na infraestrutura tecnológica quanto na capacitação de profissionais de saúde, garantindo que todas as regiões do país possam se beneficiar dessas inovações.

REFERÊNCIAS

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¹Acadêmico do Curso de Medicina da Faculdade de Medicina Nova Esperança
(FAMENE); ²Acadêmico do Curso de Medicina da Universidade Federal de Campina
Grande (UFCG); ³
Acadêmico do Curso de Medicina na Faculdade Ciências Médicas da Paraíba (AFYAPB); 4
Acadêmico do Curso de Medicina na Universidade de Franca (UNIFRAN); 5 Acadêmico do Curso de Medicina no Centro Universitário de João
Pessoa (UNIPE); 6 Acadêmico do Curso de Medicina no Centro Universitário de Pinhais (FAPI); 7 Médico Residente da Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa-PB.