PERIODONTIA REGENERATIVA: AVANÇOS E DESAFIOS NA PROMOÇÃO DA REGENERAÇÃO TECIDUAL PERIODONTAL 

REGENERATIVE PERIODONTOLOGY: ADVANCES AND CHALLENGES IN PROMOTING PERIODONTAL TISSUE REGENERATION 

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10775338


Gabriela Nunes Vanzeler1
Nieli Machado de Souza2
Manoel Cláudio de Almeida Junior3


RESUMO 

Este artigo explora a periodontite, uma condição comum em odontologia, caracterizada por resposta imuno inflamatória a bactérias gram-negativas, afetando a gengiva e osso alveolar. O foco central é nas terapias de  regeneração periodontal, destacando avanços como regeneração guiada de tecidos (RGT), enxertos ósseos e  agentes biologicamente ativos. Examina biomateriais promissores, como hidroxiapatita, enfatizando desafios na  escolha ideal. Destaca técnicas cirúrgicas minimamente invasivas, incluindo regeneração guiada e cirurgia  computadorizada para precisão. Aborda a complexidade da regeneração periodontal, ressaltando progressos na  cirurgia minimamente invasiva e avanços na cirurgia guiada por computador. O desafio persiste na busca por  materiais ideais e técnicas eficazes, visando a restauração dos tecidos periodontais. 

Palavras-chave: Periodontite, Regeneração Periodontal, Regeneração Tecidual Guiada (RTG), Enxertos Ósseos,  Biomateriais Dentários. 

ABSTRACT 

This article explores periodontitis, a common condition in dentistry characterized by an immune-inflammatory  response to gram-negative bacteria, affecting the gums and alveolar bone. The central focus is on periodontal  regeneration therapies, highlighting advancements such as guided tissue regeneration (GTR), bone grafts, and  biologically active agents. It examines promising biomaterials like hydroxyapatite, emphasizing challenges in ideal  selection. The article highlights minimally invasive surgical techniques, including guided regeneration and  computer-assisted surgery for precision. It addresses the complexity of periodontal regeneration, emphasizing  progress in minimally invasive surgery and advances in computer-guided surgery. The challenge persists in the  quest for ideal materials and effective techniques, aiming for the restoration of periodontal tissues. 

Key-words: Periodontitis, Periodontal Regeneration, Guided Tissue Regeneration (GTR), Bone Grafts, Dental  Biomaterials.

INTRODUÇÃO  

A periodontite, uma condição prevalente no cotidiano do cirurgião dentista, é uma  enfermidade de origem infecciosa e multifatorial, desencadeada pela resposta imuno inflamatória do hospedeiro à presença de bactérias gram-negativas. Este processo infeccioso impacta os tecidos de suporte e proteção dos dentes, como gengiva e osso alveolar, resultando  em consequências adversas para o paciente, incluindo recessões gengivais, formação de bolsas  periodontais, lesões na furca, perda de inserção com subsequente perda dentária e  comprometimento ósseo (ALMEIDA et al., 2006). O periodonto é definido como um sistema  de tecidos que oferece suporte e proteção aos dentes. Compreende a gengiva e a mucosa  alveolar, responsáveis por resguardar os tecidos subjacentes, além do aparelho de inserção, que  engloba o ligamento periodontal, o cemento e o osso alveolar. O cemento desempenha um papel  crucial no periodonto, sendo considerado uma parte integrante, pois, em conjunto com o osso  alveolar, proporciona suporte às fibras do ligamento. Essa estrutura está sujeita a variações  funcionais e morfológicas associadas às mudanças nas condições da cavidade oral e também a  alterações relacionadas à idade (Lindhe et al., 2003). 

O propósito das terapias de regeneração periodontal é recuperar tanto a estrutura quanto  a função do periodonto, abrangendo a restauração da gengiva, do osso alveolar, do cimento  radicular e do ligamento periodontal (Bosshardt & Sculean, 2009). A regeneração periodontal  engloba práticas como a regeneração guiada de tecidos (RGT) com membranas, o emprego de  materiais de enxerto ósseo e agentes biologicamente ativos, destacando-se as proteínas  derivadas da matriz do esmalte. Alguns estudos sugerem a combinação estratégica dessas  modalidades para atender aos requisitos de eficácia. No campo da regeneração periodontal, a  pesquisa avança em duas vertentes correlatas: o desenvolvimento de novos materiais e a  elaboração de técnicas cirúrgicas minimamente invasivas. Esses avanços visam otimizar a  eficácia dos procedimentos regenerativos, proporcionando resultados aprimorados aos  pacientes (Lindhe et al., 2003; Nevis & Mellonig, 1998; Cortellini, 2012). 

A regeneração periodontal visa reconstruir os tecidos periodontais danificados pela  doença, restaurando a arquitetura e a função, especialmente em defeitos intra-ósseos referidos  como defeitos verticais. Esses defeitos ósseos representam sequelas anatômicas da progressão  da doença periodontal, estendendo-se apicalmente à crista alveolar interdentária e podendo  variar em termos de quantidade de paredes ósseas afetadas, com configurações de 1, 2 ou 3  paredes ósseas (Nibali et al., 2019). Recentemente, observa-se uma crescente necessidade de restaurar os tecidos periodontais de suporte perdidos, intensificando abordagens regenerativas  para defeitos ósseos periodontais por meio da utilização de diversos biomateriais, como  membranas, enxertos ósseos e agentes biológicos (Gojkov-Vuekilic, Hadzic e Pasic, 2017). 

O uso de enxertos ósseos, seja autógeno ou biomateriais, desempenha um papel crucial  na regeneração de defeitos intraósseos. Os enxertos autógenos, obtidos do próprio paciente, são  considerados o “padrão ouro” devido ao seu potencial osteogênico, mas apresentam limitações,  como a necessidade de uma área doadora e maior morbidade cirúrgica. Os biomateriais,  incluindo alógenos, xenógenos e aloplásticos, surgiram como alternativas para superar essas  limitações. Entre eles, as biocerâmicas, como a hidroxiapatita, e os polímeros absorvíveis têm  sido explorados. Os fosfatos tricálcicos, como o β-TCP, destacam-se pela sua  biocompatibilidade e absorção favorável. A utilização de fatores de crescimento, como as  proteínas ósseas morfogenéticas (BMPs), têm se mostrado promissoras para induzir a formação  óssea. Apesar da busca contínua por materiais ideais, a regeneração óssea permanece um  desafio, e diferentes técnicas visam a otimização do binômio osteocondução/osteoindução para  melhorias a curto, médio e longo prazo (Zerbo et al., 2001; Nary Filho e Ilg, 2001; Lourenço,  2002; Coelho, 2002; Orsini et al., 2005). 

MÉTODO 

Por meio desta realizou-se uma revisão abrangente da literatura científica para investigar  a fisiopatologia das lesões periodontais e a técnica de regeneração periodontal. A busca foi  conduzida nas bases de dados Pubmed, Scielo, Lilacs e Google Scholar, abrangendo artigos  publicados. Os termos de busca utilizados incluíram Periodontitis, Periodontal Regeneration,  Guided Tissue Regeneration (GTR), Bone Grafts, Biologically Active Agents, Hydroxyapatite,  Minimally Invasive Surgery, Computer-Assisted Surgery, Gram-Negative Bacteria, Dental  Biomaterials, Alveolar Bone, Dental Surgery, Oral Health, Regenerative Dentistry, Periodontal  Tissues e suas respectivas traduções para o português. Os critérios de inclusão abrangeram a  relevância para a fisiopatologia das lesões periodontais, bem como o enfoque na técnica de  regeneração. 

REFERENCIAL TEÓRICO 

Biologia da Regeneração Tecidual Periodontal 

A periodontia, área da odontologia dedicada à saúde dos tecidos de suporte dos dentes,  enfoca o complexo sistema conhecido como periodonto, composto por diversas estruturas inter relacionadas O periodonto, composto por diversas estruturas inter-relacionadas, desempenha  um papel crucial na sustentação e proteção dos dentes. A gengiva, dividida em livre e inserida,  atua como barreira protetora ao redor do osso alveolar. O ligamento periodontal, com suas fibras  especializadas, conecta o cemento radicular ao osso, permitindo a mobilidade dentária e  distribuindo forças durante a mastigação. O cemento radicular, por sua vez, reveste as  superfícies radiculares dos dentes, contribuindo para a ancoragem das fibras do ligamento.  Juntamente com o osso alveolar, que forma e suporta os alvéolos dentários, essas estruturas  compõem o periodonto de sustentação. Essa complexa rede anatomofuncional está em  constante renovação, respondendo às demandas funcionais ao longo da vida (OBANDO  SÁNCHEZ, 2019). 

A cicatrização ideal das feridas periodontais, conforme destacado por Aukhil (2000) e  Bartold & Narayanan (2006), visa à regeneração completa dos tecidos, incluindo cemento,  ligamento periodontal, gengiva e osso alveolar. Este processo, semelhante à cicatrização fora  da boca, torna-se mais complexo devido à presença de tecidos mineralizados especializados. A  cicatrização periodontal é um fenômeno intrincado que envolve diversos fatores celulares,  moleculares e ambientais, desencadeando cascatas celulares reguladas por influências  ambientais e características locais da ferida (Oda & de Carvalho, 2004). 

O processo de cicatrização da ferida periodontal é uma sequência complexa de eventos,  incluindo hemostasia, formação do tecido de granulação, re-epitelização, angiogênese,  fibroplasia (migração e proliferação dos fibroblastos) e deposição e remodelamento da matriz  extracelular. Os fibroblastos, em especial os miofibroblastos, desempenham papel crucial na  produção e secreção de proteínas essenciais para a integridade estrutural dos tecidos (Faria &  Todescan, 2008). 

A regeneração periodontal, distinta da regeneração óssea pura, visa reconstruir cemento,  ligamento e osso alveolar perdidos devido à infecção periodontal. Osteoblastos, células  especializadas, lideram o processo de formação óssea, enquanto as células-tronco apresentam um potencial significativo para a regeneração tecidual, fornecendo as células necessárias para  a reconstrução de tecidos danificados (ALVES, 2011; Faria & Todescan, 2008). 

A principal meta da periodontia é a regeneração dos tecidos periodontais danificados,  alcançada por meio de terapias como raspagem e alisamento radicular, que incluem a remoção  do cemento contaminado e o debridamento da raiz (Aukhil, 2000). Os fatores de crescimento e  citocinas desempenham um papel crucial na regulação da regeneração tecidual periodontal.  Citocinas, definidas como proteínas solúveis produzidas por células, têm a capacidade de  modificar o comportamento das células que as produzem e de outras células, sendo secretadas  por células residentes e inflamatórias. Dentre os principais fatores de crescimento presentes nos  tecidos periodontais sadios, destacam-se o Fator de Crescimento Fibroblástico (FGF), o Fator  de Crescimento derivado de Plaquetas (PDGF), os Fatores de Crescimento Insulina-like I e II  (IGF-I e II) e o Fator de Crescimento Transformante-β (TGF-β), os quais desempenham papéis  significativos no equilíbrio tissular periodontal (LINS et al., 2010). O processo de cicatrização,  universalmente complexo, envolve três fases: inflamatória, formação de tecido de granulação e  remodelação dos tecidos recém-formados. Estudos extraorais sobre cicatrização são aplicáveis  à cicatrização periodontal, destacando a interconexão entre os processos de cura em diferentes  contextos (Polimeni et al., 2006; Lin et al., 2008).  

Materiais e Biomateriais na Regeneração Periodontal  

A utilização de biomateriais não é uma prática recente, remontando à antiguidade, e sua  aplicação abrange a correção de uma variedade de problemas relacionados à saúde humana. Ao  longo da história, diversas civilizações têm explorado o uso de materiais específicos para  abordar questões médicas e promover a recuperação de diferentes condições. Essa trajetória  histórica, explorada por Ratner et al. (2013) que destaca a evolução e a significativa  contribuição dos biomateriais ao longo do tempo e seus avanços. 

Na prática odontológica, a utilização de biomateriais desempenha um papel crucial,  sendo essenciais para procedimentos que envolvem tecidos como polpa, dentina, tecido  periodontal e osso alveolar (SINHORETI et al., 2013). A escolha criteriosa desses biomateriais,  considerando critérios clínicos, éticos, e propriedades específicas, é vital para o sucesso dos  tratamentos. Na Odontologia, as três principais categorias de biomateriais comuns são: metais, polímeros e cerâmicas. Os metais, como o titânio, são frequentemente empregados em  implantes dentários, devido às suas propriedades mecânicas superiores. Os polímeros sintéticos,  como o polietileno poroso e o polimetil metacrilato, são utilizados em diversas aplicações,  desde materiais de moldagem até próteses faciais, oferecendo leveza e resiliência. As  cerâmicas, incluindo a hidroxiapatita e o fosfato tricálcico, destacam-se por sua estabilidade  química, sendo aplicadas em restaurações, próteses e cimentos endodônticos. A evolução  desses biomateriais é contínua, buscando melhorias nas propriedades físico-químicas e  biológicas, visando aprimorar a eficácia clínica e a biocompatibilidade. O Agregado de  Trióxido Mineral (MTA) é um exemplo relevante de biomaterial cerâmico, utilizado em  procedimentos endodônticos devido à sua bioatividade e biocompatibilidade. A constante  pesquisa e desenvolvimento nessa área contribuem para a inovação e aprimoramento dos  biomateriais, fundamentais para a prática odontológica contemporânea. 

As características essenciais de uma membrana empregada na Técnica de Regeneração  Tecidual Guiada (GTR) incluem biocompatibilidade, assegurando a integração harmoniosa  com os tecidos do hospedeiro sem induzir respostas inflamatórias; perfil de degradação  adequado, sincronizado com a formação do novo tecido; propriedades mecânicas e físicas  apropriadas para viabilizar sua colocação in vivo; e resistência sustentada suficiente para evitar  o colapso da membrana, garantindo sua eficácia como barreira protetora. Esses critérios  fundamentais são discutidos em detalhes em estudo recente, proporcionando uma perspectiva  abrangente sobre o desenvolvimento de membranas para regeneração periodontal (Bottino et  al., 2012). 

O emprego de enxertos ósseos e membranas desempenha um papel crucial na indução  da regeneração óssea periodontal. Enxertos ósseos são utilizados para preencher defeitos  ósseos, oferecendo um suporte estrutural fundamental para o processo regenerativo. Por sua  vez, as membranas são aplicadas com o propósito de recobrir o defeito ósseo, impedindo a  invasão de células do tecido mole no local e propiciando um ambiente propício para a  proliferação e regeneração das células ósseas. Diversos tipos de enxertos ósseos e membranas  estão disponíveis, abrangendo enxertos autógenos, alógenos e xenógenos, além de membranas  de colágeno, poliéster e polipropileno (MARCONE et al., 2020) 

Na busca pela regeneração óssea e periodontal, diversos materiais, sejam  biodegradáveis ou não, têm sido empregados na confecção de membranas. Karring et al. (1993)  destacam que, independentemente do material utilizado, é imperativo que essas barreiras  apresentem atributos como biocompatibilidade, semipermeabilidade, integração com os tecidos do hospedeiro, maneabilidade clínica e capacidade de manutenção de espaço. Embora as  membranas não-biodegradáveis sejam comumente empregadas, sua necessidade de uma  segunda intervenção cirúrgica impulsionou o desenvolvimento de materiais degradáveis. No  entanto, a complexidade no controle do tempo de degradação desses materiais pode impactar a  eficácia do processo de cicatrização e regeneração. Diante desse cenário, Hämmerle & Jung  (2003) destacam a membrana de politetrafluoretileno expandido (PTFEe) como o padrão-ouro,  sendo considerada por muitos como uma referência essencial para a avaliação dos resultados  obtidos com novos materiais. 

Os biomateriais empregados na regeneração periodontal devem atender a critérios  rigorosos de biocompatibilidade, não-alergenicidade, não-toxicidade e segurança, além dessas  características fundamentais, é imperativo que esses biomateriais possuam a capacidade de  induzir a formação de novo cemento radicular, ligamento periodontal e osso alveolar, que foram  previamente perdidos devido a infecções periodontais. A regeneração periodontal, enquanto  entidade histológica, representa um processo distinto da regeneração óssea pura, uma vez que  engloba a restauração simultânea de múltiplos tecidos, incluindo novo cemento radicular,  ligamento periodontal e osso alveolar, perdidos em decorrência de condições periodontais  (ALVES, 2011). 

Cirurgias na Regeneração Periodontal 

 Nos últimos anos, notáveis progressos cirúrgicos têm aprimorado não apenas os  procedimentos operatórios, mas também otimizado os desfechos clínicos na regeneração  periodontal. Técnicas menos invasivas, como o retalho de preservação papilar e abordagens  minimamente invasivas, têm se mostrado altamente eficazes na regeneração de lesões  intraósseas, dependendo da localização e extensão do defeito (Cortellini, 2018). A cirurgia  minimamente invasiva, proposta por Harrel e Rees (1995), visa produzir retalhos mais  reduzidos, com menor extensão e manipulação suave dos tecidos moles e duros. As técnicas de  preservação papilar, introduzidas por Cortellini em 1995d , incluem a técnica modificada de  preservação de papila (MPPT) e o retalho de preservação de papila simplificado (SPPF), sendo  esta última indicada para espaços interdentários inferiores a 2 mm. A técnica minimamente  invasiva (MIST) tem progredido rapidamente na cirurgia, proporcionando menor trauma  tecidual, conforto, redução do tempo cirúrgico e melhor cicatrização pós-operatória (Liu et al., 2016). Na abordagem cirúrgica, a manipulação da papila interdental é realizada com técnicas  específicas, como MPPT em grandes espaços interdentários e SPPF em espaços estreitos. A  incisão interdentária é estendida para as faces vestibulares e linguais dos dentes adjacentes ao  defeito, sendo mínima para preservar a gengiva. Essas técnicas visam a exposição controlada do  defeito, promovendo o encerramento primário e favorecendo a regeneração periodontal  (Cortellini, Prato e Tonetti, 1995c; Lindhe, Lang e Karring, 2015). 

A cirurgia guiada por computador representa uma abordagem cirúrgica avançada que  utiliza tecnologias de imagem e planejamento digital para aprimorar a precisão e a eficiência  dos procedimentos cirúrgicos (COUTO et al., 2017; INGRACIO et al., 2017). No âmbito da  periodontia regenerativa, essa técnica emerge como uma ferramenta valiosa para o  planejamento e execução de procedimentos de regeneração óssea e tecidual, conferindo maior  precisão e previsibilidade ao tratamento. 

O emprego de tecnologias de imagem, como a tomografia computadorizada de feixe  cônico (CBCT), proporciona uma visualização tridimensional das estruturas dentoalveolares,  com uma dosagem de radiação mais reduzida em comparação à tomografia computadorizada  (TC) helicoidal. Os benefícios da cirurgia guiada estendem-se não apenas aos pacientes, que  desfrutam de maior segurança durante o procedimento, mas também aos cirurgiões-dentistas  envolvidos no caso (COUTO et al., 2017; INGRACIO et al., 2017). Além de assegurar a  instalação do implante na posição ideal com a angulação adequada, a cirurgia guiada confere  um alto grau de previsibilidade ao procedimento, reduzindo significativamente as  possibilidades de falhas. Essa abordagem inovadora, respaldada por tecnologias avançadas,  representa um avanço significativo na prática clínica, proporcionando resultados mais  confiáveis e eficazes na regeneração periodontal. 

A técnica cirúrgica minimamente invasiva (MIST) caracteriza-se pela abordagem  altamente conservadora, minimizando a invasão nos tecidos. Essa técnica é reconhecida por sua  natureza menos traumática para os tecidos circundantes, proporcionando maior conforto ao  paciente, redução do tempo na cadeira cirúrgica, aprimorada cicatrização e menor morbidade  no pós-operatório (Liu et al., 2016). As modalidades terapêuticas minimamente invasivas têm  experimentado um avanço notável na cirurgia, impulsionadas pelo progresso das tecnologias  de imagem, a aplicação de magnificação e a adaptação da instrumentação. Essa evolução não  apenas reflete os avanços técnicos, mas também atende à crescente demanda dos pacientes por  abordagens mais conservadoras (BRUNET, 2021).

DISCUSSÃO 

A periodontia, uma área da odontologia dedicada à saúde dos tecidos de suporte dos  dentes, concentra-se no complexo sistema conhecido como periodonto, composto por diversas  estruturas inter-relacionadas. O periodonto desempenha um papel crucial na sustentação e  proteção dos dentes, envolvendo a gengiva, ligamento periodontal, cemento radicular e osso  alveolar. A cicatrização ideal das feridas periodontais, conforme destacado por AUKHIL  (2000), visa à regeneração completa dos tecidos, incluindo cemento, ligamento periodontal,  gengiva e osso alveolar. A Técnica de Regeneração Tecidual Guiada (GTR) envolve a inserção  de uma barreira física com o propósito de prevenir a colonização da superfície da furca por  células epiteliais após a realização da raspagem. Simultaneamente, o enxerto ósseo compreende  o descolamento total do retalho, a remoção do tecido de granulação, a raspagem das superfícies  radiculares e o preenchimento do defeito com enxerto ósseo (Melcher, 1976; Akita et al., 2022;  Georgiou et al., 2022). 

A utilização de biomateriais desempenha um papel crucial na regeneração periodontal,  particularmente em defeitos intraósseos. A escolha entre enxertos autógenos e biomateriais  sintéticos é uma consideração importante. Os enxertos autógenos são reconhecidos pelo  potencial osteogênico, mas apresentam limitações relacionadas à morbidade cirúrgica e à  necessidade de uma área doadora. Por outro lado, os biomateriais, incluindo cerâmicas e  polímeros absorvíveis, têm emergido como alternativas viáveis, buscando superar essas  limitações e promover a regeneração efetiva (Zerbo et al., 2001; Nary Filho e Ilg, 2001;  Lourenço, 2002; COELHO, 2002; ORSINI et al., 2005). 

A regeneração periodontal não se restringe apenas à restauração do osso alveolar, mas  também engloba a reconstrução do cemento radicular e do ligamento periodontal. Nesse  contexto, o uso estratégico de fatores de crescimento, como as proteínas ósseas morfogenéticas  (BMPs), têm se mostrado promissor na indução da formação óssea e na regeneração tecidual.  Contudo, apesar dos avanços, a busca por materiais ideais para a regeneração óssea continua  destacando a complexidade desse processo e a necessidade de otimização das técnicas de  osteocondução e osteoindução (ALVES, 2011; FARIA & TODESCAN, 2008).

Um dos desafios enfrentados pelos profissionais da odontologia é a regeneração  completa dos tecidos periodontais, incluindo gengiva, ligamento periodontal, cemento radicular  e osso alveolar. A periodontia busca ir além da simples reparação e cicatrização, visando à  restauração funcional e estrutural desses tecidos. Nesse sentido, as terapias de regeneração  periodontal, como a regeneração guiada de tecidos (RGT), têm se destacado, buscando  proporcionar resultados duradouros e abrangentes (BOSSHARDT & SCULEAN, 2009). 

No âmbito cirúrgico, notáveis progressos têm sido alcançados, contribuindo não apenas  para a eficácia dos procedimentos, mas também para a minimização do trauma nos tecidos  circundantes. Técnicas menos invasivas, como a cirurgia minimamente invasiva, têm se  mostrado eficazes na regeneração de lesões intraósseas, levando em consideração a localização  e a extensão do defeito (Cortellini, 2018). Além disso, a cirurgia guiada por computador tem  surgido como uma ferramenta avançada, proporcionando maior precisão e previsibilidade nos  procedimentos regenerativos (COUTO et al., 2017; INGRACIO et al., 2017). 

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

Em conclusão, as abordagens atuais na regeneração periodontal, como a regeneração guiada de  tecidos e o uso de biomateriais, representam avanços significativos. A busca por materiais  ideais continua, mas a interação entre esses biomateriais e o ambiente periodontal é essencial  para o sucesso clínico. A introdução de técnicas cirúrgicas minimamente invasivas, como a  cirurgia assistida por computador, destaca-se pelos benefícios ao paciente e pela precisão  aumentada. Apesar dos desafios persistentes, como a escolha ideal de biomateriais, a  regeneração periodontal mostra promissora eficácia na restauração dos tecidos danificados Apesar dos desafios persistentes, como a busca contínua por biomateriais ideais, a regeneração  periodontal exibe uma eficácia promissora na restauração de tecidos comprometidos. A  interseção entre pesquisa, prática clínica e inovação tecnológica é essencial para impulsionar  avanços contínuos nesse campo. A constante exploração de métodos mais eficazes e  biomateriais aprimorados certamente contribuirá para o aprimoramento da regeneração  periodontal, resultando em benefícios substanciais para a saúde bucal e a qualidade de vida dos  pacientes.

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1Orcid: https://orcid.org/0009-0009-3277-2826 Email: G.gabinunes25@gmail.com
2Orcid: https://orcid.org/0009-0009-4584-6636 Email: nielimachado123@gmail.com
3Orcid: https://orcid.org/0009-0001-9482-0119