PERFIL SÓCIO DEMOGRÁFICO E CLÍNICO DOS PACIENTES INTERNADOS POR LONGOS PERÍODOS EM UNIDADE DE UTI


SOCIO-DEMOGRAPHIC AND CLINICAL PROFILE OF PATIENTS ADMITTED FOR LONG PERIODS IN ICU

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10854805


Jéssica Aguiar Carneiro1;
Glécia Virgolino da Silva Luz2;
Marília Miranda Gomes2;
Tatiane Aguiar Carneiro3


Resumo

Introdução: Os indivíduos internados em Unidades de Terapia Intensiva, estão vulneráveis a infecções ligadas à assistência em saúde, esse rico é aumentado quando o paciente permanece hospitalizados por extensos períodos. Em vista disso, o presente estudo objetiva descrever o perfil sócio demográfico e clínico dos pessoas internadas por longos períodos na UTI adulto do Hospital Regional de Santa Maria no Distrito Federal. Desenvolvimento: Trata-se de um estudo de coorte prospectivo com uma abordagem quantitativa e delineamento observacional e longitudinal. Resultados: O estudo incluiu 40 pacientes adultos em estado crítico (21 homens e 19 mulheres) com período de internação igual ou superior a 7 dias. A maior parte dos participantes foram idosos com idade média de 68,35 ± 17,11 anos. Dos pacientes incluídos, 82,5% tem algum tipo de comorbidade, sendo a hipertensão arterial sistêmica (HAS) a mais comum acometendo 65%. O diagnóstico de saúde mais prevalente na causa da admissão dos pacientes foi a sepse na UTI atingindo 25%. A maior parte dos indivíduos (40%) continuaram internados na unidade de terapia intensiva após o período da pesquisa. Conclusão: o conhecimento desses dados é imprescindível para aprimorar o processo de trabalho e de cuidado em unidades intensivistas, proporcionando uma maior segurança para o paciente, melhora na qualidade do serviço e melhor planejamento das ações de cuidado em saúde.

Palavras-chave: Perfil de pacientes, Unidade de Terapia Intensiva e Paciente Crítico

1. INTRODUÇÃO

As UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) são entendidas como ambientes de alta complexidade no meio hospitalar e surgiram para fornecer suporte avançado de vida a indivíduos em estado crítico com diferentes níveis de comprometimento. De maneira simplificada, uma UTI é um setor dentro da unidade hospitalar especializado, voltado para supervisão e vigilância contínua com o foco na segurança desses pacientes clinicamente instáveis (França et al., 2016; Ferreira, 2017).

Pode-se observar que nos últimos anos um aumento da busca de leitos de UTI, agravando a demanda futura reprimida e evidenciando a escassez de leitos nas UTIs públicas brasileiras. Diante disso, é necessário a otimização dos recursos terapêuticos e o aperfeiçoamento dos serviços prestados nessas unidades como meio de mitigar o tempo de internação e agilizar a rotatividade de leitos. É nesse cenário que o conhecimento sobre o perfil sócio demográfico e clínico dos pacientes hospitalizados na UTI é de grande relevância como fonte de dados para o aprimoramento do plano de assistência à saúde dos internados (França et al., 2016; Giacomini, Lopes, Gandolfi & Lobo, 2015).

Essas informações são de grande valia pois essas, contribuem para um direcionamento mais assertivo da assistência prestada a todos os pacientes em qualquer nível de gravidade, com singular atenção aos efeitos da terapia empregada, ao prognóstico e aos fatores de risco que estão expostos. A qualidade da assistência prestada depende dos dados clínicos de morbimortalidade de uma unidade de hospitalar e é informação essencial para tomada de decisões estratégicas. A obtenção de tecnologias, o treinamento da equipe multidisciplinar, a reavaliação dos processos de atenção e a adaptação estrutural podem ser veristas de acordo com as características sócio demográficas e clinicas da população dessas Unidades de Terapia Intensiva (Lanetzki et al., 2012; De Albuquerque, da Silva & de Souza, 2017).

As características sócio demográficas e clinicas de uma unidade de saúde permitem enxergar melhor os problemas contribuindo para uma tomada de decisões estratégica, como a implantação e adequação de tecnologia, o treinamento da equipe multidisciplinar e a revisão dos processos de atenção. Assim, objetivou-se caracterizar o perfil clínico e sócio demográfico dos pacientes internados por longos períodos em uma UTI de Adultos de um hospital de grande porte de uma cidade satélite do Distrito Federal.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA

A epidemiologia nasceu do interesse no estudo das grandes epidemias que, até os dias atuais, constituem uma ameaça à vida humana e à saúde. A epidemiologia está voltada em identificar e descrever o padrão e a frequência de eventos referentes à saúde de uma população, buscando demonstrar as características gerais da atuação de doenças e contribuir com a identificação os subgrupos populacionais mais vulneráveis (Lanetzki et al., 2012).

Analisar o perfil epidemiológico e o grau de complexidade dos pacientes internados na UTI evita complicações, minimiza gastos, auxilia no desenvolvimento do cuidado de qualidade e contribui no planejamento das atividades da equipe de multiprofissional em conformidade com as demandas da unidade, para manter, melhorar ou modificar a qualidade do cuidado prestado ao paciente crítico (Versa et al., 2011).

No Brasil, as UTIs surgiram nos anos 70, hoje se tornaram parte integrante e essencial das instituições hospitalares. Após a implantação das Unidades de Terapia Intensiva tornou-se possível prestar uma assistência melhor aos pacientes gravemente enfermos, de forma mais qualificada, eficiente, atenta e humanizada. As UTIs nasceram para assistir indivíduos em estado grave, que requerem cuidados contínuos e assistência hospitalar e multidisciplinar constantes (Prece et al., 2016).

No ano de 2016, a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) realizou um censo tendo como base as informações do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, e apontou que, no Brasil, existem 41.741 leitos de UTI, entre hospitais públicos, privados e filantrópicos, sendo que 27.709 leitos são destinados a pacientes adultos (Aguiar et al., 2021). 

Já em 2018, uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) demonstrou que a quantidade de leitos de UTI no Brasil é de 44.253, sendo que 49% estão disponibilizadas para o Sistema Único de Saúde (SUS). Ademais, dos 5.570 municípios brasileiros, os leitos de UTI estão disponíveis em somente 532, sendo a maioria (53,4%) na Região Sudeste (Conselho federal de Medicina, 2019). Esse cenário pode levar à um deslocamento, muitas vezes inevitável, entre regiões do país para a obtenção desses serviços (Toledo, 2011). O cenário brasileiro é bastante heterogêneo tanto em sua extensão, como no desenvolvimento sociodemográfico, o que pode favorecer um crescimento desigual, com relevantes implicações na disposição de bens e serviços, em especial atenção aqueles relacionados à saúde (Ministério da Saúde, 2014).

Os pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva, estão vulneráveis a infecções ligadas à assistência em saúde, uma vez que os fatores de risco estão fortemente associados à ventilação mecânica, sonda vesical de demora, cateter venoso central, uso indiscriminado de antibióticos, cuidados pós-cirúrgicos, transplantes, neoplasias, dentre outros (De Mendonça Henrique et al., 2013).

Diante do exposto, mostra-se relevante a identificação das características dos indivíduos internados em UTIs, de forma a obter informações pertinentes para os profissionais de saúde e gestores, que contribuam na segurança, no planejamento e na qualidade de assistência ao paciente crítico. O presente estudo teve como objetivo caracterizar o perfil clínico e sócio demográfico da população gravemente enferma internada por longos períodos em uma UTI de Adultos de um hospital de grande porte de uma cidade satélite de Santa Maria do Distrito Federal.

3. METODOLOGIA 

Trata-se de um estudo de coorte prospectiva de delineamento observacional, longitudinal, prospectivo de abordagem quantitativa, desenvolvido no ano de 2022 e 2023 em uma unidade de terapia intensiva, com adultos de um hospital público do Distrito Federal (DF) o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM).

Foram incluídos na pesquisa homens e mulheres com idades superior a 18 a anos de idade; e período de internação igual ou superior a 7 dias na unidade intensivista e excluídos gestantes ou lactantes.

Os dados foram coletados do prontuário eletrônico do paciente e armazenado na plataforma do software Research Electronic Data Capture® (REDCap). Este software permite, a coleta, gerenciamento, análise e disseminação das informações obtidas durante a pesquisa. O processo de acompanhamento e coleta de informações iniciou-se a partir do sétimo (7º) dia de internação na UTI (com a obtenção dos dados referentes ao primeiro dia de hospitalização na unidade intensivista), tempo em que Corwim (1995) e Littenberg (1995) considera longo período de institucionalização. O paciente foi acompanhado até um período máximo de 15 dias de internação para acompanhamento do desfecho.

Os resultados foram expressos em média, desvio padrão e mediana. O programa Statistical Package for Social Science for Windows (SPSS), versão 27, foi empregado para a análise estatística de regressão logística univariada para as variáveis categóricas. Foram considerados significativos p-valor <0,10.

O desenvolvimento do estudo atendeu às normas nacionais e internacionais de ética em pesquisa envolvendo seres humanos com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências em Saúde da Universidade de Brasília, sob parecer número 5448905 e pela instituição coparticipante Instituto de Gestão Estratégica do Distrito Federal (IGESDF), sob o parecer número 5652637.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES OU ANÁLISE DOS DADOS

Durante o período de estudo (4 meses: outubro de 2022 a janeiro de 2023), um total de 178 pacientes foram internados na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Regional de Santa Maria. Contudo, apenas 74 pessoas tiveram internação igual ou superior a 7 dias e, 34 indivíduos foram excluídos por efeito dos critérios de elegibilidade restando 40 participantes, que segundo a Teoria do Limite Central, a distribuição das médias amostrais pode ser aproximada, satisfatoriamente, por uma distribuição normal quando n ≥ 30 (Gomes et al., 2015).

O desenho sócio demográfico dos pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva é divergente conforme o perfil de tratamento estabelecido de cada unidade intensivista, seja ela unidade de atendimento geral, unidade de politraumatizado, unidade cirúrgica, unidade cardiológica ou outras. A UTI do HRSM não possui especificidade clínica ou traumatológica e a admissão de pacientes é realizada por intermédio da regulação central da Secretaria de Estado de Saúde, atendendo paciente de todo o Distrito Federal e, em algumas ocasiões, do entorno. A maior parte dos indivíduos reside na Região Administrativa (RA) de Santa Maria (35%), seguida da Região Administrativa do Gama (12,5%) como pode ser observado na tabela abaixo (Tabela 1).

Tabela 1. Tabela de análise descritiva dos dados extraídos na pesquisa.

Característica n%
SexoFeminino1947,5
Masculino2152,5
RaçaPardo3382,5
Branco512,5
Negro25
Idade18 a 59 anos820
60 a 69 anos1230
70 a 79 anos822,5
Acima de 80 anos1227,5
IMCBaixo Peso35
Peso Normal1437,5
Sobrepeso1025
Obesidade1332,5
Local que ResideSanta Maria1435
Gama512,5
Outra Região do DF1435
Outra Região do Entorno717,5
Teve COVID?Sim1025
Não3075
Comorbidade*HAS2665
Diabetes Melittus1332,5
Cardiopatias1025
AVE1025
Característica n%
Medicamentos*Anti-hipertensivos1640
Para Controle da Diabetes1127,5
Anticoagulantes615
Antiarrítmicos512,5
Antibióticos512,5
Causa da Internação na UTISepse1025
AVE615
IAM25
ICC37,5
IR47,5
Outros1540
APACHEEntre 0 e 293895
Entre 30 e 3425
Entre 35 e 10000
SOFA000
100
225
300
4 ou Acima3895
Desfecho HospitalarAlta da UTI1025
Continua na UTI1640
Óbito1230
Transferido25

Fonte: Próprio autor.

Nota: * paciente pode ter mais de uma comorbidade e utilizar mais de uma medicação.
n – número absoluto, %- valor em porcentagem; IMC – Índice de Massa Corporal; HAS – Hipertensão Arterial Sistêmica; AVE – Acidente Vascular Encefálico; IAM – Infarto Agudo do Miocárdio; ICC – Insuficiência Cardíaca Congênita; IR – Insuficiência Respiratória.

Quanto ao perfil amostral, a distribuição entre os gêneros masculino e feminino foi semelhante, na qual 52,5% eram do sexo masculino. A maior parte da população amostral é idosa com idade média de 68,35 ± 17,11 anos, com um maior número de pacientes entre a faixa etária de 60 a 69 anos e acima de 80 anos (30%). Os dados demográficos deste trabalho, convergem com o estudo multicêntrico de Lobo e parceiros (2006), na qual também houve a prevalência do sexo masculino (54,3%) com idade média de 60,8 anos ± 18,3. 

Do total de pacientes, a maioria era da raça parda (82,5%), seguido da raça branca (12,5%) e um menor percentual da negra (5%). Avaliando o IMC (Índice de Massa Corporal) a população amostral se mostrou relativamente semelhante, em que 37,5% dos pacientes apresentaram peso normal, 32,5% com obesidades e 25% com sobrepeso (Tabela 1). 

Cerca de 82,5% dos pacientes tem algum tipo de comorbidade, sendo a hipertensão arterial sistêmica (HAS) a mais comum (65%), seguida da Diabetes Melittus (DM) com 32,5% e em terceiro as cardiopatias e o acidente vascular encefálico (AVE) com igual percentual (25%). Em um estudo transversal, documental e retrospectivo onde foram avaliados 975 prontuários de pacientes internados em um Centro de Terapia Intensiva Adulta (CTI) de um Hospital Universitário do Estado do Rio Grande do Sul, a HAS e a Diabete Melittus também foram as comorbidades mais frequentes com 87,3% e 70,2% respectivamente (Pauletti et al., 2017).

Aproximadamente 77,5% dos integrantes do estudo tomam algum tipo de medicação antes ou durante a internação na UTI, sendo anti-hipertensivos o mais comum (37,5%), em segundo, a medicação para Diabetes Melittus (25%), logo após anticoagulantes (15%). Percebe-se que há uma divergência numérica entre os pacientes que possuem comorbidades e as suas respectivas medicações de uso regular, o que nos leva a supor que o tratamento medicamentoso não está sendo realizados com deveria e/ou os dados do prontuário online encontram-se defasados.

A média do escore APACHE II e SOFA, no momento da admissão dos pacientes, foram de 17,55 ± 5,54 e de 8,47 ± 3,28, respectivamente. Tais valores confluíram com os apresentados em estudo prospectivo realizado em centro de terapia intensiva asiática em que os valores médios de APACHE e SOFA foram respectivamente 23,5 ± 7,3 e 6,7 ± 3,3 (Al-Faris et al., 2012). De outra parte, o estudo de Lobo e parceiros (2006) demonstrou índices desses escores menores (APACHE 14,6 ± 8,1 e SOFA 6,5 ± 4,3) no mesmo tipo de população. Embora nesse ensaio, os valores de APACHE demonstrem baixo risco de mortalidade, a avaliação segundo escore SOFA apresentaram valores mais altos sugerindo alto risco de morte.

A sepse foi o diagnóstico de saúde mais prevalente na causa da admissão dos pacientes na UTI (25%), em seguida com 15% está o Acidente Vascular Encefálico (Tabela 1). Um estudo realizado em 2010, demonstrou que a principal causa de internação na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital universitário de grande porte do interior do Rio Grande do Sul, foram as doenças infecciosas acometendo 28% dos participantes do estudo, dentre elas a sepse, e as doenças neurológicas com 25%, englobando o AVE (Favarim & Camponogara, 2012). Um total de 10 pacientes (25%) receberam diagnóstico de síndrome respiratória aguda grave-coronavírus (SARS-CoV-2), cuja doença é comumente chamada de COVD-19, durante o período de hospitalização. 

A maior parte dos pacientes continuaram internados na unidade de terapia intensiva (40%) após o período do estudo, seguido pelo óbito com 30% dos participantes, como observa-se na figura abaixo (Tabela 1 e Figura 1). Faz-se constar que essa verificação de desfecho ocorreu num tempo máximo de 15 dias após o último dia de participação no estudo. 

Figura 1. Gráfico do Desfecho dos Pacientes (o desfecho foi observado até 15 dias após o término do estudo). Fonte: Próprio autor.

A padronização dos cuidados, acrescido à educação permanente e a qualificação para manuseio dos recursos tecnológicos, é elemento que possibilita, aos profissionais, fornecer cuidados de boa qualidade. Porém, é necessário que a equipe esteja empenhada para observar às necessidades individuais de cada paciente. A educação permanente deve integrar o pensar e fazer dos profissionais das diversas áreas, proporcionando o crescimento pessoal e profissional, a fim de colaborar para a organização do ambiente de trabalho (Montanholi et al., 2010).

As limitações deste estudo estiveram relacionadas à carência de registros de dados clínicos no prontuário eletrônico. Ademais, a nova onda de contaminação do vírus SARS-CoV-2, que prejudicou o contato com a equipe médica e de enfermagem para complementação dos dados.

5. CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tão fundamental quanto a utilização de recursos em novos tratamentos e tecnologias atuais nas unidades de tratamento intensivo, a compreensão de dados epidemiológicos da população assistida é uma demanda que se impõe, diante do seu crescente custo e demanda no atendimento de saúde. 

Dessa forma, por intermédio desse estudo, pode-se observar que uma pequena maioria dos pacientes críticos internados em UTI por extensos períodos eram do sexo masculino (52,5%). Com uma grande prevalência encontram-se de pessoas idosas com média de 68,35 ± 17,11 anos com 30% na faixa etária de 60 a 69 anos, e da raça parda (82,5%). As comorbidades mais comuns encontradas nessa população foi Hipertensão Arterial Sistêmica (65%) e Diabetes Melittus (32,5%).

A causa de internação mais prevalecente na admissão dos pacientes na UTI foi a sepse atingindo 25%. Em maior número (40%) estão os indivíduos que permaneceram hospitalizados na unidade de terapia intensiva após o período da pesquisa.

A caracterização de indivíduos críticos atendidos em UTI que permanecem por longos períodos, pode contribuir nas orientações das admissões e altas dessa unidade, pois, o conhecimento do perfil dos gravemente enfermos possibilita o estabelecimento de parâmetros objetivos para tal finalidade. O estabelecimento e a aplicação de critérios objetivos para admissão e alta em unidades intensivistas pode proporcionar o uso dos leitos de forma mais inteligente e, assim, obstar a exposição do paciente a riscos desnecessários.

Portanto, estes resultados são significativos para guiar o planejamento e a organização nas unidades de terapia intensiva e o trabalho da equipe multiprofissional, tanto na gestão administrativa das instituições quanto ao que se refere à prática clínica, proporcionando aportes para a tomada de decisões e as implementações e alterações de intervenções, com o propósito de garantir avanços e melhora qualidade da assistência ao paciente crítico.

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 1Discente do Programa de Pós Graduação em Engenharia Biomédica da Universidade de Brasília (UnB) Campus Gama e-mail: jessicajhs1993@gmail.com;
2Docente do Programa de Pós Graduação em Engenharia Biomédica da Universidade de Brasília (UnB) Campus Gama;
3Mestre em Saúde do Idoso pela Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde