PERFIL GINECOLÓGICO OBSTÉTRICO DE GESTANTES ASSISTIDAS EM CONSULTA DE PRÉ-NATAL DE BAIXO RISCO

OBSTETRIC GYNECOLOGICAL PROFILE OF PREGNANT WOMEN ASSISTED IN LOW-RISK PRENATAL CONSULTATION

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10901570


Maria Eduarda Bezerra do Nascimento1
Ana Carolina Maia Araújo2
Erica Peisino Pires Martins3
Ana Klívia Vasconcelos Lacerda4
Saulo Evangelista Moura Borges5
Ana Beatriz Oliveira de Melo6
Bárbara Letícia da Silva Santos7
Gabriela Almeida Melo8
Fernanda Mayara de Souza Franco Silva9
Marília Gabryella Alves de Lima10


Resumo

A assistência às gestantes e puérperas deve incluir atividades de prevenção de doenças e promoção da saúde, bem como diagnóstico e tratamento adequado dos problemas que surgem nesse período. Portanto, os profissionais de saúde devem estar atentos aos problemas biológicos, psicológicos e sociais das gestantes durante a consulta. A coleta de dados foi realizada por meio da Base de Dados de Enfermagem (BDENF), da Biblioteca Eletrônica Científica Online (SCIELO), da PubMed e da Literatura Latino- Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Os dados mostram que a maioria das gestantes passou pela menopausa entre 11 e 15 anos (82,2%) já tinha ouvido falar de tara antes do nascimento (85,5%) contraceptivos hormonais orais foram utilizados antes da gravidez (36,7%) não houve reações adversas (90%). O trabalho do enfermeiro pode orientar as reais necessidades das gestantes, com o objetivo de melhorar a qualidade da comunicação e compreender o estado da cliente, o que traz grandes benefícios para orientar o comportamento.

Palavras-chave: Cuidado Pré-Natal, Saúde da Mulher, Gestação.

1  INTRODUÇÃO

O pré-natal é considerado um momento de preparação física e mental para o parto e a maternidade, um momento de aprendizado para a mulher e sua família. A equipe médica está desenvolvendo treinamentos para o tratamento. Com o objetivo de elaborar novas estratégias para o cuidado da mulher no período puerperal, o Ministério da Saúde (MS) criou o Programa Relações Públicas e Família (PHPN) em 2000. Os principais objetivos do programa são reduzir as altas taxas de mortalidade e morbidade materna e infantil, aumentar o acesso aos cuidados pré-natais, estabelecer padrões de participação para aconselhar e promover as relações entre o cuidado do paciente e a família, e pelo menos. (Brasil, 2010)

O PHPN baseia-se na integração da assistência obstétrica e neonatal e na busca de uma assistência ótima e de qualidade como forma de acompanhamento adequado do trabalho de parto e nascimento. Neste contexto, a integração do cuidado às gestantes não só garante um tratamento com respeito e cuidado, mas também cria relações entre profissionais de saúde e mulheres, e um diálogo que visa a preservação dos seus direitos e dos direitos humanos. Portanto, em relação aos cuidados pré-natais, os cuidados às mulheres durante a gravidez devem incluir a prevenção de doenças e lesões, a promoção da saúde da mulher e o tratamento do período gestacional. (Appolinário F, 2009)

Quando se trata de cuidado familiar, é preciso ter cuidado. Isto inclui compreender a individualidade da mulher durante a amamentação e compreender as necessidades e capacidades únicas da mulher para lidar com o processo de parto, bem como construir relacionamentos para unir a vida da mulher e garantir a saúde e segurança da mulher e dos seus filhos. Neste sentido, os obstetras e ginecologistas devem estar conscientes de que aspectos económicos e culturais da sociedade podem influenciar o desenvolvimento da gravidez. Para conseguir isso, as equipes devem se concentrar na singularidade dos projetos relacionados ao trabalho com base no engajamento. (Oliveira RS, et al., 2010)

O acompanhamento da mulher durante a gravidez deve ser feito com o objetivo de salvar a vida da mãe e da criança. O pré-natal é essencial para esse acompanhamento eficaz das diferentes fases da gravidez. Considerando a importância dos cuidados pré-natais e os seus efeitos na saúde da mãe e da criança, é importante identificar as características dos cuidados pré-natais e das mulheres grávidas ao nível dos cuidados primários através da investigação sobre doenças epidémicas. (Machado Junior LC, et al., 2009)

Esse estudo, tem como objetivo, no atendimento precoce, a análise de indicadores de saúde, como vigilância ginecológica e obstetrícia, prediz e prevê o desempenho reprodutivo das clientes atendidas, estimulando assim a implementação de intervenções examinando métodos específicos para melhorar e, consequentemente, melhorar a qualidade do atendimento ao paciente.

2   FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Os profissionais de saúde que têm contato próximo com as mulheres durante a gravidez e o parto são enfermeiros. O objetivo é preparar a mulher para o parto e a amamentação durante a gravidez, por meio da realização de atividades de promoção da saúde durante o pré-natal. As gestantes durante a gravidez e durante a gravidez devem ter muito cuidado para não sofrer com a ansiedade e as dúvidas que podem surgir na primeira gravidez. (Souza JM, et al., 2006)

Um estudo descobriu que 50% das mulheres grávidas não usavam métodos anticoncepcionais antes da primeira gravidez e, ao observar os métodos anticoncepcionais conhecidos pelas mulheres grávidas, os preservativos saíram em primeiro lugar, contraceptivos orais (96%) e o dispositivo intrauterino (DIU) (70%). Esses aspectos são relevantes e devem ser enfatizados pelos profissionais de saúde ao examinarem as mulheres, porque não existem diretrizes para o parto uma das causas da gravidez indesejada. Durante os cuidados infantis, é importante ensinar as mulheres sobre o controlo adequado da natalidade e incentivá-las a participar no controle da natalidade, a receber aconselhamento pós-parto e a praticar o planeamento familiar. (Dias CN, et al., 2007)

Acredita-se que a educação em saúde durante a gestação e o puerpério seja importante para esclarecer conhecimentos e dúvidas sobre os métodos contraceptivos, principalmente aqueles que são necessários neste momento. Além de garantir os direitos reprodutivos, estas discussões devem desenvolver a autonomia para escolher métodos apropriados. (Spindola T,el al., 2006)

Entre as gestantes que fizeram mais de um aborto, 24,4% fizeram um aborto, 1,1% fizeram mais de um e 72,2% não fizeram nenhum aborto. Estes dados ajudam-nos a compreender a importância de um planeamento familiar eficaz para prevenir gravidezes indesejadas que levam ao aborto. É importante iniciar o aconselhamento pré-natal precocemente para verificar se há ameaça ou possível aborto espontâneo. Deve-se notar que a maioria dos abortos causados por doenças maternas podem ser prevenidos por detecção e tratamento precoces. (Spindola T,el al., 2006)

3  METODOLOGIA

O método de pesquisa deste artigo é a pesquisa analítica descritiva exploratória, utilizando como método a revisão integrada da literatura (RIL). O principal objetivo do RIL é coletar, sintetizar e analisar os resultados de pesquisas científicas previamente publicadas sobre um tema específico, a fim de integrar a informação existente e fornecer uma síntese crítica e sistemática do conhecimento acumulado. Combina diferentes estratégias de pesquisa e estudo com o objetivo de identificar e avaliar a qualidade e consistência das evidências existentes, bem como permitir a comparação e integração dos resultados (Marconi; Lakatos, 2009).

Quanto à coleta de dados, esta foi realizada por meio das seguintes bases de dados:

Base de Dados de Enfermagem (BDENF), Biblioteca Eletrônica Científica Online (SCIELO), PubMed e Literatura em Ciências da Saúde da América Latina e do Caribe (LILACS). Para obter informação relevante sobre este tema foram consultados diferentes tipos de publicações, incluindo artigos científicos, estudos e revistas.

Para realizar essa busca, foram utilizados os seguintes descritores: “cuidado pré-natal”, “saúde da mulher” e “gestação”. Esses termos foram combinados utilizando o operador booleano “AND” para refinar a pesquisa, resultando na seguinte estratégia de busca: ” Cuidado Pré-Natal” AND “Gestação” AND “Saúde da” AND “Mulher”. Essa abordagem permitiu o levantamento das publicações procedeu-se à leitura criteriosa, visando selecionar aquelas publicações que atenderam o objetivo do trabalho. A seguir foi elaborada a revisão de literatura segundo a compreensão da abordagem dos autores sobre o tema proposto.

No que diz respeito aos critérios de elegibilidade, selecionou-se: artigos originais, de revisão sistemática, de revisão integrativa ou relato de casos, desde que disponibilizados gratuitamente, publicados com um recorte temporal de (2007 a 2024), sem critérios para local e língua de publicação. Dos critérios de inelegibilidade, excluiu-se as publicações não científicas, as publicações científicas que possuíam textos incompletos, resumos, monografias, dissertações e teses.

A etapa de seleção consistiu em: formular os critérios de elegibilidade e inelegibilidade, posteriormente partiu-se para busca das publicações por meio dos bancos de dados utilizando os descritores e operador booleano por meio dessa busca foram encontrados os estudos que irão compor os resultados dessa pesquisa.

4  RESULTADOS E DISCUSSÕES

Em relação ao método contraceptivo utilizado, o estudo constatou que as mulheres eram as mais propensas a usar contraceptivos orais (57,9%). Esses resultados foram encontrados em outro estudo, que constatou que 37% das 118 mulheres estudadas escolheram contraceptivos orais. Ocorre também em outros estudos da área. (Vieira et al, 2002).

Contrariando esta informação, 17 (19,3%) mulheres deste estudo não utilizavam nenhum método contraceptivo. Por não usarem anticoncepcionais ou anticoncepcionais, corriam risco e eram vulneráveis a gravidezes indesejadas. Esta informação é muito relevante e deve ser enfatizada pelos profissionais de saúde, pois a falta de orientação às mulheres e aos seus parceiros sobre as relações sexuais pode levar à gravidez e à morte. Nesse sentido, cabe ressaltar que a secretaria de saúde do nosso estudo oferece serviços de planejamento familiar e grupos de educação em saúde e é o local adequado para as mulheres conversarem sobre métodos contraceptivos. Portanto, a qualidade dos cuidados no planejamento familiar é considerada muito importante porque apoia os direitos das mulheres e os direitos reprodutivos. (Heilborn ML, et al., 2009)

Através do perfil ginecológico/obstétrico da gestante podem ser identificadas as características epidemiológicas para desenvolver um acolhimento de consulta e atenção focada na real situação que a gestante vivencia durante o exame e em suas necessidades. Portanto, é necessário configurar este arquivo de configuração para fornecer atendimento humanizado de alta qualidade com base na condição das gestantes. (Figueiredo NMA, 2003)

A idade da menarca diminuiu nos países desenvolvidos e em desenvolvimento e no Brasil. Em relação à faixa etária da menarca, a literatura mostra que 95% das meninas tendem a ter a primeira menstruação entre as idades cronológicas de 11 e 15 anos. Portanto, sabemos que, como a menstruação é uma reação orgânica que reflete a interação entre diferentes partes do eixo neuroendócrino feminino, quanto mais cedo ocorrer a menstruação, mais fácil será para a mulher engravidar. (Brasil, 2007)

A promoção da prática do parto natural tem tido muito sucesso, resultando em taxas mais baixas de cesarianas. Sabemos que na grande maioria dos casos, o parto natural é a forma mais segura e saudável de ter um bebé e deve ser incentivado com bons cuidados humanos. Para um parto tranquilo é fundamental a saúde física e mental da mulher, o que ajuda a reduzir riscos e complicações. Portanto, respeitar os direitos das mulheres à privacidade, segurança e conforto, e oferecer assistência humanitária de qualidade, juntamente com o apoio familiar durante o parto, fazem do parto um momento único e especial. (Brasil,2007)

5  CONSIDERAÇÕES FINAIS

Portanto, o método contraceptivo mais comum usado pelas mulheres são os contraceptivos orais, que apresentam baixa incidência de infecções sexualmente transmissíveis, e a maioria das mulheres grávidas fez exames cervicais preventivos. Em relação à história obstétrica, este estudo constatou que mulheres com gestações múltiplas tiveram maior taxa de parto vaginal do que cesariana e menor taxa de aborto espontâneo. O intervalo entre os partos é variável, principalmente de três a cinco anos, sem complicações na última gestação ou no último pós-parto. A amamentação exclusiva é comum. A infecção do trato urinário é a condição mais comum na história pessoal de mulheres grávidas e na pressão arterial baixa.

Vemos como o pré-natal é importante para o desenvolvimento de uma gravidez saudável e segura. O acompanhamento pelos profissionais de saúde é crucial para garantir que a saúde das mulheres e dos seus nascituros seja boa e de boa qualidade. Salienta-se ainda que estabelecer um registo multidisciplinar fiável das informações obtidas é essencial para permitir aos profissionais compreender as características das grávidas, bem como as suas necessidades individuais e os fatores de risco que lhes dizem respeito.

REFERÊNCIAS

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4.      CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução Nº 159, de 19 de abril de 1993: dispõe sobre a consulta de enfermagem. 1993 [cited 2011 Oct 24]. Available from: http://novo.portalcofen.gov.br/resoluocofen-1591993_4241.html

5.      Dias CN, Spindola T. Conhecimento e prática das gestantes acerca dos métodos contraceptivos. Rev enferm UERJ, Rio de janeiro,2007;15(1):59-63.

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8.      LACAVA RMVB, BARROS SMO. Prática de enfermagem durante a gravidez. In: Barros SMO, Marin HF, Abrão ACFV. Enfermagem obstétrica e ginecológica: guia para a prática assistencial. São Paulo: Roca; 2002, p. 116-41.

9.      MACHADO JUNIOR LC, SEVRIN CE, OLIVEIRA, E, CARVALHO HB, ZAMBONI JW, ARAUJO JC ET AL . Associação entre via de parto e complicações maternas em hospital público da Grande São Paulo, Brasil. Cad Saúde Pública [online] 2009;[citado 25 nov 2009];25(1).

10.  SOUZA JM, PELLOSO SM, UCHIMURA NS, SOUZA F. Utilização de métodos contraceptivos entre as usuárias da rede pública de saúde do município de Maringá- PR. Rev Bras Ginecol Obstet.[online] 2006;[citado 26 nov 2009]; 28(5).Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010072032006000500002 &lng=en&nrm=iso>.

11.  SPINDOLA T, PENNA LHG, PROGIANT JM. Perfil epidemiológico de mulheres atendidas na consulta do pré-natal de um hospital universitário. Rev Esc Enferm USP [online]2006;[citado 10 ago 2009];40(3):381- 388. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v40n3/v40n 3a09.pdf>.


1Discente do Curso Superior em Enfermagem do Centro Universitário Fametro, Manaus – Amazonas, e-mail: maddunascimento319@gmail.com
2 Discente do Curso Superior em Medicina do Centro Universitário Cesmac, Maceió – Alagoas, e-mail: ana.carolina.maia.araujo@gmail.com
3 Discente do Curso Superior em Medicina da Faculdade Multivix, Cachoeiro de Itapemirim – Espírito Santo, e- mail: ericapeisinomc@gmail.com
4 Discente do Curso Superior em Medicina do Centro Universitário Cesmac, Maceió – Alagoas, e-mail: ana_klivia@hotmail.com
5 Médico Formado do Curso Superior em Medicina do Centro Universitário UniFacid, Teresina – Piauí, e-mail: sauloemb@hotmail.com
6 Discente do Curso Superior em Enfermagem do Centro Universitário Fametro, Manaus – Amazonas, e-mail: anabeatrizbelichar@gmail.com
7 Enfermeira Formada pelo Centro Universitário Maurício de Nassau de Aracaju, Aracaju – Sergipe e-mail: barbaraleticia2014@hotmail.com
8 Enfermeira Formada pela Universidade Federal da Bahia, Salvador, Bahia e-mail: gabialmeidamelo@hotmail.com
9 Especialista em pediatria e neonatologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e-mail: fmayarafranco90@gmail.com
10 Enfermeira Formada pela UFPE, Limoeiro – Pernambuco e-mail: mariliaalveslima9@gmail.com