PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES PEDIÁTRICOS COM DENGUE NO ESTADO DO PIAUÍ

EPIDEMIOLOGICAL PROFILE OF PEDIATRIC PATIENTS WITH DENGUE IN THE STATE OF PIAUÍ

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE LOS PACIENTES PEDIÁTRICOS CON DENGUE EN EL ESTADO DE PIAUÍ

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.12789938


Safira Alves Noronha Mota1; Roberta Oriana Assunção da Ponte Lopes2; Joana Elisabeth de Sousa Martins Freitas3; Klégea Maria Câncio Ramos Cantinho4; Alice Lima Rosa Mendes5; João de Jesus Cantinho Júnior6; SuelyMoura Melo7; Caroline Nogueira Paranhos8


RESUMO

O mosquito Aedes aegypti (Dengue) é vetor de uma enfermidade que surge pela infecção de um tipo de Flavivírus denominado de DENV-1, 2, 3 e 4. O objetivo geral do estudo foi traçar o perfil epidemiológico dos casos de dengue em pacientes pediátricos no estado do Piauí. Para isso, foi realizada uma pesquisa epidemiológica, observacional, descritiva, de abordagem quantitativa, baseada em dados provenientes do Sistema de Notificação de Agravos (SINAN) e disponibilizados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) pelo Ministério da Saúde, com os casos confirmados de dengue em pacientes pediátricos no estado do Piauí entre os anos de 2015 à 2022. As variáveis de interesse do estudo foram: ano com o maior número de casos; sexo; faixa etária; raça; escolaridade; critério confirmatório; realização de teste IgM; sorotipo; classificação final; ocorrência de internação e evolução. Foram incluídos no estudo todos os casos confirmados de dengue em pacientes pediátricos no estado do Piauí de indivíduos entre 0 e 14 anos de idade registrados no SINAN, no período do estudo de 2015 a 2022. Os dados apontaram que o ano com o maior número de casos foi o ano de 2022 com 6.324 (50,56%). Nessa ótica, o perfil epidemiológico dos casos de dengue em faixa etária pediátrica no estado do Piauí foi de indivíduos do sexo masculino (6.622; 52,94%), cuja faixa etária foi de 10 a 14 anos de idade (5.217; 41,71%), de raça parda (7.177; 57,38 %). O critério confirmatório mais utilizado foi o clínico-epidemiológico (7.998, 63,94%). Não houve realização de teste IgM em 6.591 casos (52,69%). A classificação final da maioria dos casos foi de dengue com 10.056 casos (80,40%). Não houve ocorrência de internação em 7.958 casos (64%). O tipo de evolução mais comum foi a cura com 9.336 casos (74,64%). O perfil epidemiológico dos casos de dengue infantil foi de crianças do sexo masculino de 10 a 14 anos de idade, pardas, diagnosticadas pelo critério clínico-laboratorial como caso confirmado de dengue, sem repercussões graves que evoluíram para a cura. O estudo, além de contribuir com a literatura, almeja fomentar mais produções sobre o tema.

Palavras-chave: Dengue; Pediatria; Epidemiologia. 

ABSTRACT

The Aedes aegypti (Dengue) mosquito is a disease that arises from infection with a type of Flavivirus called DENV-1, 2, 3 and 4. The general objective of the study was to outline the epidemiological profile of dengue cases in pediatric patients in the state from Piauí. To this end, an epidemiological, observational, descriptive research was carried out, with a quantitative approach, based on data from the Disease Notification System (SINAN) and made available in the Information Technology Department of the Unified Health System (DATASUS) by the Ministry of Health, with confirmed cases of dengue in pediatric patients in the state of Piauí between the years 2015 and 2022. The variables of interest in the study were: year with the highest number of cases; sex; age group; race; education; confirmatory criterion; carrying out an IgM test; serotype; final classification; occurrence of hospitalization and evolution. The study included all confirmed cases of dengue in pediatric patients in the state of Piauí of individuals between 0 and 14 years of age registered in SINAN, in the study period from 2015 to 2022. The data showed that the year with the highest number of cases was the year 2022 with 6,324 (50.56%). From this perspective, the epidemiological profile of dengue cases in the pediatric age group in the state of Piauí was male (6,622; 52.94%), whose age range was 10 to 14 years old (5,217; 41.71 %), of mixed race (7,177; 57.38%). The most used confirmatory criterion was clinical-epidemiological (7,998, 63.94%). There was no IgM test performed in 6,591 cases (52.69%). The final classification of most cases was dengue with 10,056 cases (80.40%). There was no hospitalization in 7,958 cases (64%). The most common type of evolution was cure with 9,336 cases (74.64%). The epidemiological profile of childhood dengue cases was male children aged 10 to 14 years, mixed race, diagnosed by clinical-laboratory criteria as a confirmed case of dengue, without serious repercussions that progressed to a cure. The study, in addition to contributing to the literature, aims to encourage more productions on the topic.

Keywords: Dengue; Pediatrics; Epidemiology.

RESUMEN

El mosquito Aedes aegypti (Dengue) es una enfermedad que surge por la infección con un tipo de Flavivirus denominado DENV-1, 2, 3 y 4. El objetivo general del estudio fue delinear el perfil epidemiológico de los casos de dengue en pacientes pediátricos en el estado de Piauí. Para ello se realizó una investigación epidemiológica, observacional, descriptiva, con enfoque cuantitativo, basada en datos del Sistema de Notificación de Enfermedades (SINAN) y puestos a disposición en el Departamento de Tecnologías de la Información del Sistema Único de Salud (DATASUS) por el Ministerio. de Salud, con casos confirmados de dengue en pacientes pediátricos en el estado de Piauí entre los años 2015 y 2022. Las variables de interés del estudio fueron: año con mayor número de casos; sexo; grupo de edad; carrera; educación; criterio confirmatorio; realizar una prueba de IgM; serotipo; clasificación final; ocurrencia de hospitalización y evolución. El estudio incluyó todos los casos confirmados de dengue en pacientes pediátricos en el estado de Piauí de personas entre 0 y 14 años registrados en el SINAN, en el período de estudio de 2015 a 2022. Los datos mostraron que el año con mayor número de casos fue el año 2022 con 6.324 (50,56%). Desde esta perspectiva, el perfil epidemiológico de los casos de dengue en el grupo de edad pediátrico en el estado de Piauí fue masculino (6.622; 52,94%), cuyo rango de edad fue de 10 a 14 años (5.217; 41,71%), mestizo (7.177 ; 57,38%). El criterio confirmatorio más utilizado fue el clínico-epidemiológico (7.998, 63,94%). No se realizó ninguna prueba de IgM en 6.591 casos (52,69%). La clasificación final de la mayoría de los casos fue dengue con 10.056 casos (80,40%). No hubo hospitalización en 7.958 casos (64%). El tipo de evolución más común fue la curación con 9.336 casos (74,64%). El perfil epidemiológico de los casos de dengue infantil fue de niños varones de 10 a 14 años, mestizos, diagnosticados por criterios clínico-laboratorio como caso confirmado de dengue, sin repercusiones graves que progresaron hacia la curación. El estudio, además de contribuir a la literatura, tiene como objetivo incentivar más producciones sobre el tema.

Palabras clave: Dengue; Pediatría; Epidemiología.

INTRODUÇÃO

A dengue é uma enfermidade que surge pela infecção a partir de um tipo de Flavivírus denominado de DENV-1, 2, 3 e 4. Esse agravo é transmitido por um vetor, o mosquito Aedes aegypti. Esse mosquito se adaptou para procriar em ambientes domésticos e em recipientes onde se acumula água de chuva. Além disso, também pode ser encontrado frequentemente em lixos de áreas urbanas. Na atualidade, a dengue é considerada um problema de saúde pública, devido ao fato de que todos os anos ocorrem casos sazonais e afeta praticamente toda a população, independente da classe e do estrato social (Oliveira et al., 2019).

No que concerne aos aspectos da doença, essa é uma patologia de caráter endêmico, embora alguns autores a considerem pandêmica reemergente. O agravo ocorre praticamente em todas as regiões de origem tropical e subtropical do planeta. Logo, os países que se enquadram nessas condições estão mais suscetíveis devido a fatores como: mudanças globais, alterações climáticas, armazenamento de água de irrigação, crescimento da população humana e aumento da urbanização. Esses elementos contribuem significativamente para a proliferação e desenvolvimento do Aedes aegypti, o vetor do vírus (Wilder-Smith et al., 2019).

Conforme dados da Organização Mundial da Saúde (2022), a dengue pode ser compreendida como um agravo de saúde pública, pois a transmissão da doença ocorre por meio de vetores, o que dificulta o controle da enfermidade. É importante ressaltar que a dengue é uma doença de notificação compulsória, assim é necessário sempre analisar os casos suspeitos e confirmados, posteriormente notificando-os pelo Serviço de Vigilância Epidemiológica e alimentando o Sistema de Notificação de Agravos (SINAN) (Marques; Sirqueira; Portugal, 2020).

Quanto à sua apresentação clínica, seus sinais e sintomas podem variar de indivíduo para indivíduo, entretanto apresentam sintomatologias comuns, tais como a presença de febre alta, dor de cabeça, fraqueza, dores musculares e perda de líquidos corporais. Em casos graves, os sintomas podem incluir vômitos persistentes, acúmulo de fluidos na barriga, derrame nos pulmões e no coração, pressão arterial baixa ao levantar, letargia ou irritabilidade, sangramento, dor abdominal e aumento do tamanho do fígado. No Brasil, o primeiro caso de dengue foi registrado aproximadamente no século XIX, e, desde então, a eliminação do vetor Aedes aegypti se tornou uma prioridade no país, uma vez que o mesmo mosquito também era responsável pela transmissão da febre amarela (Cavalli et al., 2019).

De acordo com o boletim das arboviroses fornecido pelo Ministério da Saúde, foram registrados 1.450.270 casos prováveis de dengue (taxa de incidência de 679,9 casos por 100 mil hab.) no Brasil. O estado do Piauí apresentou 31.416 casos de dengue, com uma taxa de incidência de 955,1 casos por 100 mil hab. No ano de 2022, houve um aumento de 268,35% nos casos de dengue em crianças (0-14 anos), com 32.817 casos confirmados (Brasil, 2022; Santos et al., 2019).

Dessa forma, o objetivo da presente pesquisa foi avaliar o perfil epidemiológico dos casos de dengue em pacientes pediátricos no estado do Piauí, e, especificamente demonstrar casos em paciente pediátricos conforme o ano com maior número de casos; sexo; faixa etária; raça; escolaridade; critério confirmatório, realização de teste IgM; classificação final; ocorrência de internação e evolução. 

METODOLOGIA

O estudo realizado foi um estudo epidemiológico utilizando bancos de dados de acesso público. Os dados foram coletados diretamente do SINAN, que é um banco de dados epidemiológicos disponível para consulta. Apesar disso, os pesquisadores seguiram as diretrizes estabelecidas pelas Resoluções Nº 266/12 e Nº 510/16, as quais orientam a realização de pesquisas envolvendo seres humanos, com o objetivo de garantir o benefício para a comunidade e evitar qualquer tipo de risco à dignidade humana.

A pesquisa foi classificada como um estudo epidemiológico, observacional, descritivo, de abordagem quantitativa, baseado em dados provenientes do SINAN e disponibilizados no sistema do DATASUS pelo Ministério da Saúde. O estudo foi do tipo censitário, composto por todos os casos confirmados de dengue em pacientes pediátricos no estado do Piauí entre os anos de 2015 e 2022. A pesquisa foi realizada por meio da coleta de dados dos pacientes no SINAN pelo Ministério da Saúde. 

Os dados foram colhidos em meio digital no SINAN-DATASUS, sendo estes adquiridos nos meses de agosto e setembro de 2023. As variáveis de interesse do estudo foram: ano com o maior número de casos; sexo; faixa etária; raça; escolaridade; critério confirmatório; realização de teste IgM; classificação final; ocorrência de internação e evolução.

Os dados coletados foram colocados em planilhas no software Excel®, versão 2020, analisados por meio de estatística básica, com porcentagem na base 100, e cálculos estatísticos. Foram incluídos no estudo todos os casos confirmados de dengue em pacientes pediátricos no estado do Piauí de indivíduos de 0 a 14 anos de idade registrados no SINAN no período de estudo de 2015 a 2022. A faixa etária eleita para a realização do estudo foi delimitada por indivíduos em idade pediátrica, uma vez que o intuito da pesquisa foi observar o perfil epidemiológico da dengue em crianças no estado do Piauí. 

Os riscos aos quais a pesquisa está sujeita são ligados às limitações, como subnotificação de casos, erros de registro ou falta de detalhamento em relação à faixa etária pediátrica. Isso pode levar a uma subestimação ou superestimação dos casos de dengue em crianças. Pode haver também interpretação inadequada de resultados, devido à falta de subsídios e registros incorretos, além de riscos relacionados à dificuldade em estabelecer causalidade, pois os estudos epidemiológicos observacionais apresentam limitações na determinação de causalidade, o que torna difícil o estabelecimento de uma relação direta entre a exposição à dengue e os resultados observados.

Os benefícios desse estudo são mais amplos, como a identificação de tendências, pois um estudo epidemiológico sobre dengue em crianças pode ajudar a identificar tendências de incidência, prevalência e distribuição geográfica da doença nessa faixa etária. Isso pode fornecer informações importantes para o planejamento de medidas preventivas e de controle, avaliação de fatores de risco, bem como possibilitar o monitoramento de intervenções. Além disso, o estudo permitirá a atualização de políticas públicas por meio da obtenção de dados que irão fomentar a otimização de atividades de prevenção, controle e tratamento da dengue em crianças no Piauí.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

 O estudo apresentou um total de 12.507 casos confirmados no estado do Piauí, com uma média anual de 1.563,375 casos. O Gráfico 1 apresenta os casos confirmados de internações por dengue em faixa etária pediátrica no estado do Piauí, ocorridos entre 2015 e 2022.

Gráfico 1 – Casos confirmados de internações por dengue em faixa etária pediátrica, de acordo com o ano de ocorrência. Piauí. 2015-2022 (n= 12.507).

Fonte: Ministério da Saúde/SVS – Sistema de Notificação de Agravos – SINAN Net.

Ao analisar o Gráfico 1, observou-se que o ano com maior número de casos foi o ano de 2022 com 6.324 (50,56%) e o que teve menos registros foi o ano de 2018 com 262 casos (2,09%).

A dengue é uma doença que apresenta sazonalidade no território brasileiro, com picos esperados durante os períodos chuvosos. Assim, anualmente, são esperados casos de agravo, o que é possível observar pela manutenção anual dos registros, porém o ano de 2020 foi um ano atípico, não apenas para o Brasil, mas para o mundo de uma forma geral, pois houve a pandemia de COVID-19, que mudou todo o panorama sanitário do país e do mundo e voltou todos os esforços da comunidade médica e dos profissionais de saúde, de uma forma geral, para a contenção da pandemia. Isso gerou sobrecarga profissional que culminou em falhas, sobretudo no registro de agravos e nas demais patologias que não fossem o COVID-19. 

Essa realidade foi observada pelo estudo de Formigosa, Brito e Neto (2022), em que foram analisados os casos de subnotificação de agravos na região Norte do Brasil. Ademais, os autores afirmam que a redução de notificações foi drástica entre todos os grupos de doenças, devido ao estado de alerta do sistema de saúde durante a pandemia. O Gráfico 2 apresenta os casos confirmados de dengue em faixa etária pediátrica no estado do Piauí, segundo o sexo, ocorridos entre 2015 e 2022.

Gráfico 2 – Casos confirmados de dengue em faixa etária pediátrica, de acordo com o sexo. Piauí. 2015-2022 (n= 12.507).

Fonte: Ministério da Saúde/SVS – Sistema de Notificação de Agravos – SINAN Net.

O Gráfico 2 mostrou que houve predomínio de casos no sexo masculino (6.622 casos, 52,94%).  Não há consenso na literatura acerca de tropismo entre a infecção e os gêneros sexuais, entretanto Porto et al., (2019); Lemos et al., (2022) e Sousa et al., (2023) evidenciaram em seus estudos que o maior número de infectados pelo vírus ocorreu no sexo feminino. Desse modo, os dados aferidos pela pesquisa apresentaram resultados distintos do encontrado na literatura, embora tais estudos abordem dados gerais, sem enfoque específico em faixa etária pediátrica, posto que há escassez de pesquisas recentes que abordem a epidemiologia da dengue em crianças.

Sousa et al. (2023), em seus estudos realizados no estado do Piauí, de 2017 a 2021, observaram que 57% dos casos de dengue foram registrados em mulheres, já Lemos et al. (2022), cujo estudo ocorreu no município de Teresina-PI, averiguaram que, de 2015 à 2022, 58,4% dos registros de dengue também foram no sexo feminino.

 No estudo de Porto et al. (2019), que contemplou arboviroses de uma forma geral, observou-se que 57,85% da amostra também correspondia ao sexo feminino, o que mostrou que o número de mulheres infectadas é superior ao de homens. Porto et al. (2019) e Sousa et al. (2023) realizaram seus estudos com faixas etárias gerais, não apenas com pacientes pediátricos.

A literatura demonstra que mulheres são mais atingidas pela dengue, isso ocorre quando se leva em consideração todas as faixas etárias, mas, ao observar a faixa etária pediátrica, que é a contemplada pelo estudo, observou-se que o sexo masculino apresentou maior número de casos, o que se justifica pelo fato de que no Brasil nascem mais indivíduos do sexo masculino que feminino. Assim, em faixas etárias menores, há mais homens que mulheres, o que pode explicar o maior número de casos no sexo masculino (Nascimento et al., 2021). O Gráfico 3 apresenta os casos confirmados de dengue em faixa etária pediátrica no estado do Piauí, de acordo com a faixa etária, registrados entre 2015 e 2022.

Gráfico 3 – Casos confirmados de dengue em faixa etária pediátrica, de acordo com a faixa etária. Piauí. 2015-2022 (n= 12.507).

Fonte: Ministério da Saúde/SVS – Sistema de Notificação de Agravos – SINAN Net.

Ao observar o Gráfico 3, notou-se que a faixa etária com o maior número de casos foi de indivíduos de 10 a 14 anos de idade com 5.217 casos (41,71%).

 Com base no apresentado pelo Gráfico 3, observou-se que há uma progressão do número de casos conforme a idade e de acordo com a literatura. Isso também é observado nos estudos de Porto et al. (2019); Rodrigues et al. (2020); Lemos et al. (2022) e Sousa et al. (2023), em que a faixa etária predominante foi em indivíduos de 20 a 39 anos, ou seja, indivíduos adultos em idade economicamente ativa. Esses estudos demonstraram que, com o avançar da idade, o indivíduo se expõe com maior facilidade aos riscos por conta da rotina, do trabalho e das atividades fora de casa, aumentando a probabilidade de ser picado pelo mosquito e contrair dengue.

Outrossim, os estudos de Porto et al. (2019); Rodrigues et al. (2020); Lemos et al., (2022) e Sousa et al. (2023) também evidenciaram que, a partir da quarta década de vida, os casos de dengue tendem a diminuir e se reduzem drasticamente entre idosos, isso se justifica pelo menor grau de exposição dessa população, se comparados aos adultos. Não há estudos recentes sobre acometimento por faixa etária pediátrica, mas acredita-se que crianças muito novas possuem menos exposição, além de maior cuidado parental contra mosquitos, pois o uso de telas de proteção e mosqueteiros ainda é comum no cuidado para com crianças pequenas. O Gráfico 4 apresenta os casos confirmados de dengue em faixa etária pediátrica no estado do Piauí, de acordo com a raça, registrados entre 2015 e 2022.

Gráfico 4 – Casos confirmados de dengue em faixa etária pediátrica, de acordo com a raça. Piauí. 2015-2022 (n= 12.507).

*Casos Ignorados/Brancos são lacunas nos dados do DATASUS referentes aos casos não registrados durante a notificação do agravo. 

Fonte: Ministério da Saúde/SVS – Sistema de Notificação de Agravos – SINAN Net.

Ao analisar o Gráfico 4, observou-se que o maior número de ocorrências de dengue foi em indivíduos declarados pardos com 7.177 casos (57,38%). A raça com menor número de casos registrados foi de indígenas com 23 casos o que corresponde a apenas 0,18%. 

A maior parte da população brasileira é composta por indivíduos pardos segundo o IBGE. De acordo com Osório (2019), a maior parte dos indivíduos pobres pertencem a grupos “racializados” pardos, pretos e indígenas. Esses grupos, historicamente, sempre possuíram menor acesso aos serviços de saúde, assim como de educação, que são direitos básicos e indicadores de saúde, o que se reflete no padrão epidemiológico de que indivíduos pardos apresentam maior expressividade absoluta e relativa, como também é observado por Cobo, Cruz e Dick (2021), em que indivíduos pardos e pretos também apresentam menor acesso a serviços primários de atenção à saúde.

Além do mais, no Brasil, o critério racial é pautado pela autodeclaração, e, devido a estigmas raciais, muitos indivíduos pretos se autodeclaram pardos, o que aumenta esse volume de registros (Cobo; Cruz; Dick, 2021). Paralelo a isso, de acordo com o gráfico, houve apenas 23 casos registrados indígenas, o que mostra a subnotificação desses casos nessa população, pois muitos indígenas não possuem acesso direto ao sistema de saúde, consequentemente, esses dados acabam por não ser contabilizados (Terena, 2020). O Gráfico 5 apresenta os casos confirmados de dengue em faixa etária pediátrica no estado do Piauí, de acordo com a escolaridade, ocorridos entre 2015 à 2022.

Gráfico 5 – Casos confirmados de dengue em faixa etária pediátrica, de acordo com a escolaridade. Piauí. 2015-2022 (n= 12.507).

*EF – Ensino Fundamental 

Fonte: Ministério da Saúde/SVS – Sistema de Notificação de Agravos – SINAN Net.

A análise do Gráfico 5 mostrou que o maior número de casos foi averiguado na categoria “não se aplica”, com 5.352 (42,79%), e o menor número de registros ocorreu na “educação superior incompleta”, com 8 casos (0,06%). Com base no exposto por esse gráfico, evidenciou-se que há falhas no registro da escolaridade referente aos pacientes pediátricos que contraíram dengue. Tal realidade reflete a necessidade de intensificar treinamentos e aperfeiçoamentos dos profissionais da saúde quanto ao registro de informações sociodemográficas a respeito do paciente, e não apenas dados relacionados à sua patologia em si. Isso porque dados sociodemográficos também são importantes para a avaliação epidemiológica e a predição de fatores de risco relacionados ao agravo (Gonçalves; Banaszeski, 2020).

Contudo, ao observar os demais níveis de escolaridade e cruzar as informações com o os apresentados no Gráfico 3 a respeito da faixa etária, é possível notar que houve um maior número de casos registrados na categoria 5ª a 8ª série incompleta do Ensino Fundamental (EF), visto que a maioria dos casos foram observados em indivíduos de 10 a 14 anos, que se encontram nesse nível de escolaridade. Junto a isso, a literatura também expõe que o grau de instrução escolar é um fator de risco para o adoecimento, principalmente no que diz respeito a doenças de cunho infectocontagioso, pois educação e acesso à saúde são indicadores de qualidade sanitária e de bom desenvolvimento humano (Kale et al., 2021). O Gráfico 6 apresenta os casos confirmados de dengue em faixa etária pediátrica no estado do Piauí, de acordo com o critério confirmatório, ocorridos entre 2015 e 2022.

Gráfico 6 – Casos confirmados de dengue em faixa etária pediátrica, de acordo com o critério confirmatório. Piauí. 2015-2022 (n= 12.507).

Fonte: Ministério da Saúde/SVS – Sistema de Notificação de Agravos – SINAN Net.

De acordo com o Gráfico 6, o critério confirmatório de maior expressividade absoluta e relativa foi o clínico-epidemiológico com 7.998 casos (63,94%), seguido do laboratorial com 2500 (19,98%).  Conforme Apolinário et al. (2022), o critério clínico-epidemiológico é o mais utilizado para o diagnóstico de dengue, porque a presença de sintomas característicos da doença, como febre alta, dores musculares e articulares, dor de cabeça e erupções cutâneas, juntamente com a confirmação de exposição prévia a áreas onde a dengue é endêmica, são fortes indicadores da infecção.

A dengue como a maioria das doenças virais, surge de forma aguda, e o caso se resolve de forma autolimitada. Portanto, a maioria desses casos duram em média 1 semana e geralmente repercutem apenas em sintomatologia aguda. Ademais, têm confirmação laboratorial lenta, ou, dependendo da região de moradia do acometido, não pode ser obtida em tempo hábil. Nesse aspecto, Rodrigues et al. (2020) evidenciaram que o critério clínico-epidemiológico é a principal ferramenta utilizada pelos profissionais de saúde para o diagnóstico rápido e hábil da dengue.

Além disso, o critério clínico-epidemiológico permite a identificação precoce dos casos suspeitos de dengue, o que é fundamental para o manejo adequado da patologia. Os pacientes com suspeita de dengue devem receber acompanhamento médico e medidas de suporte, como hidratação adequada, para evitar complicações graves, como a dengue hemorrágica. Desse modo, conforme Menezes et al. (2021), devido à facilidade de identificação dos sintomas e à importância de um diagnóstico rápido, o critério clínico-epidemiológico é o mais utilizado para o diagnóstico de dengue. Todavia é importante ressaltar que a confirmação laboratorial deve ser buscada sempre que possível para garantir um diagnóstico preciso. O Gráfico 7 apresenta os casos confirmados de dengue em faixa etária pediátrica no estado do Piauí, de acordo com o exame sorológico (IgM), ocorridos entre os anos de 2015 e 2022.

Gráfico 7 – Casos confirmados de dengue em faixa etária pediátrica, de acordo com o exame sorológico (IgM). Piauí. 2015-2022 (n= 12.507).

Fonte: Ministério da Saúde/SVS – Sistema de Notificação de Agravos – SINAN Net.

De acordo com o Gráfico 7, na maioria dos casos, não houve realização de sorologia (IgM) para dengue com 6.591 casos não realizados (52,69%). A literatura infere que o diagnóstico sorológico é mais demorado em relação ao clínico-epidemiológico, ademais a confirmação pela presença de IgM não altera a conduta terapêutica, que deve ser iniciada de forma precoce. 

Junto a isso, uma das principais limitações é que a sorologia IgM pode apresentar resultados falso-positivos ou falso-negativos. Os resultados falso-positivos podem ocorrer devido à reação cruzada com outros vírus semelhantes, como o zika e a chikungunya, que também são transmitidos pelo mesmo vetor. Já os resultados falso-negativos podem ocorrer em estágios iniciais da infecção, quando os níveis de anticorpos IgM ainda não são detectáveis (Mendonça Junior, Maia, 2020).

Paralelo a isso, Rodrigues et al. (2020) evidenciaram que a dengue é uma doença que apresenta sintomatologia e manifestações clínicas típicas, assim a doença pode ser diagnosticada com base na combinação de critérios clínicos e laboratoriais, incluindo a presença de sintomas típicos da doença, como febre alta, dor de cabeça, dores musculares e articulares, além de exames laboratoriais específicos, como a contagem de plaquetas. Dessa forma, o teste de sorologia IgM é uma ferramenta complementar no diagnóstico da dengue, e seu resultado deve ser interpretado em conjunto com outros critérios clínicos e laboratoriais. 

Houve no Piauí 75 casos confirmados (0,59%) de dengue pelo sorotipo DEN1 em crianças de 0 a 14 anos. Embora tenha havido elevado número de subnotificações, ao analisar os dados da pesquisa, observou-se que o sorotipo mais presente na literatura também é o DEN1, posto que os dados corroboram com os estudos de Mendes, Barbosa e Brito (2022); Rodrigues et al. (2020) e Sousa et al., (2023) que evidenciaram que o sorotipo DEN1 é o mais presente dentre os casos de dengue. 

Outrossim, segundo Filha et al. (2019), uma das razões para a predominância do sorotipo DEN1 é a sua capacidade de se adaptar e sobreviver em diferentes ambientes e climas. Junto a isso, o sorotipo DEN1 tem maior eficiência na transmissão pelo Aedes aegypti, que é o principal vetor da dengue. O Gráfico 8 apresenta os casos confirmados de dengue em faixa etária pediátrica no estado do Piauí, de acordo com a classificação final, ocorridos entre 2015 e 2022.

Gráfico 8 – Casos confirmados de dengue em faixa etária pediátrica, de acordo com a classificação final. Piauí. 2015-2022 (n= 12.507).

Fonte: Ministério da Saúde/SVS – Sistema de Notificação de Agravos – SINAN Net.

O Gráfico 8 apresentou que a classificação final de maior expressividade foi a de dengue com 10.056 casos (80,40%), e a classificação de menor expressividade foi dengue com complicações com 2 casos (0,01%). Devido aos avanços da Medicina e da área de diagnósticos, a maioria dos exames lograram êxito na confirmação patológica, logo obter-se a maioria dos casos de dengue como conclusivos é o esperado. Além disso, devido à presença da maioria das infecções ocorrerem pelo sorotipo DEN1, boa parte dos casos cursa sem sinais de gravidade ou com piora do quadro (Silva et al., 2021). O Gráfico 9 apresenta os casos confirmados de dengue em faixa etária pediátrica no estado do Piauí, de acordo com a ocorrência de internação, ocorridos entre 2015 à 2022.

Gráfico 9 – Casos confirmados de dengue em faixa etária pediátrica, de acordo com a ocorrência de internação. Piauí. 2015-2022 (n= 12.507).

Fonte: Ministério da Saúde/SVS – Sistema de Notificação de Agravos – SINAN Net.

O Gráfico 9 apresentou que não houve ocorrência de internação na maioria dos casos, com 7.958 casos (64%). A maioria dos casos de dengue são tratados com medicações sintomáticas em domicílio, portanto internações não são comuns, apenas em casos de gravidade da doença, em que há complicações hemodinâmicas ou condições potencialmente fatais relacionadas ao quadro clínico (Urrea; Martins, 2022). O Gráfico 10 apresenta os casos confirmados de dengue em faixa etária pediátrica no estado do Piauí, de acordo com a evolução, ocorridos entre 2015 e 2022.

Gráfico 10 – Casos confirmados de dengue em faixa etária pediátrica, de acordo com a evolução. Piauí. 2015-2022 (n= 12.507).

Fonte: Ministério da Saúde/SVS – Sistema de Notificação de Agravos – SINAN Net.

Ao observar o Gráfico 10, é possível inferir que a evolução mais comum foi para a cura, em 9336 casos (74,64%), e o tipo de evolução menos expressivo foi de óbitos em investigação com 2 casos (0,01%). 

A cura é o tipo de evolução mais comum na maioria dos casos de dengue, porque a maioria das pessoas infectadas pelo vírus da dengue apresentam sintomatologia leve a moderada. Esses sintomas podem incluir febre, dores no corpo, dor de cabeça e erupções cutâneas. Geralmente, o sistema imunológico do paciente é capaz de combater a infecção viral e eliminar o vírus do seu corpo em um período de tempo relativamente curto, geralmente em cerca de 1 semana a 10 dias. Por isso, a cura é o resultado mais comum nos casos de dengue (Urrea; Martins, 2022).

A principal limitação para a realização do estudo foi o excesso de dados ignorados ou em brancos, o que denota as falhas referentes às notificações de agravos não apenas no Piauí, mas no Brasil. Isso gera lacunas durante a observação dos dados e pode implicar análises errôneas da realidade. Além do mais, outro entrave para a realização do estudo foi a ausência de pesquisas epidemiológicas que abordem apenas faixa etária pediátrica, já que não há estudos recentes que foquem apenas em indivíduos de 0 a 14 anos e que pudessem servir como parâmetro comparativo.

CONCLUSÃO

O ano com o maior número de casos foi o ano de 2022. Nessa ótica, o perfil epidemiológico dos casos de dengue, em faixa etária pediátrica no estado do Piauí, foi de crianças do sexo masculino, cuja faixa etária predominou entre 10 e 14 anos em indivíduos de raça parda, em que o nível de escolaridade de maior incidência “não se aplica”. O critério confirmatório mais utilizado foi o clínico-epidemiológico e na maior parte não houve realização de teste IgM. A classificação final da maioria dos casos foi de dengue. Não houve ocorrência de internação na maioria dos casos, o que justificou o tipo de evolução mais comum ser a cura.

Vale ressaltar, ademais, que não há estudos recentes que abordem a temática, sendo assim, a pesquisa apresenta relevância científica ao explorar a epidemiologia dos casos de dengue em faixa etária pediátrica, no intuito não apenas de oferecer um embasamento técnico sobre a problemática, mas também atentar quanto à necessidade de fomentar pesquisas sobre o tema que possam contribuir de forma ampla com a literatura médica. 

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1ORCID: https://orcid.org/0009-0005-6994-5445, Centro Universitário Unifacid Wyden, Brasil, Smail: safiranoronha@hotmail.com;
2ORCID: https://orcid.org/0009-0003-7024-1774. Centro Universitário Unifacid Wyden, Brasil, Email: roberta.oriana@uol.com.br;
3ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7388-6426. Centro Universitário Unifacid Wyden, Brasil. E-mail: desousamartinsfreitasj@gmail.com;
4ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1685-5658, Centro Universitário Unifacid Wyden, Brasil,E-mail: professoraklegea@gmail.com;
5ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1960-9647, Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil,E-mail: alice_lima_@hotmail.com;
6ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7025-3845, Centro Universitário Unifacid Wyden, Brasil,  E-mail: cantinhojr@hotmail.com;
7ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9996-0850, Centro Universitário Unifacid Wyden, Brasil,  E-mail: suelymelo6@gmail.com;
8ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2882-5277, Centro Universitário Unifacid Wyden, Brasil, E-mail: dracaroline.pediatra@gmail.com