PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES INTERNADOS NO SERVIÇO DE URGÊNCIA DE UM HOSPITAL PÚBLICO DO TOCANTINS

EPIDEMIOLOGICAL PROFILE OF PATIENTS ADMITTED TO THE EMERGENCY DEPARTMENT OF A PUBLIC HOSPITAL IN TOCANTINS

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10127596


Edranir da Silva1
Maryana Isac da Silva 2
Márcio Araújo de Almeida3


RESUMO

Os estudos epidemiológicos são essenciais para a visualização ampla da realidade do serviço, o que permite a otimização da utilização dos recursos disponíveis. Nesse sentido, esse estudo visa descrever o perfil epidemiológico de pacientes internados no serviço de urgência do maior hospital da Região Sul do Estado do Tocantins, no período entre 2012 e 2022. Para isso, foi realizado um estudo epidemiológico descritivo a partir do banco de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, cujos dados são de domínio público. Este estudo conseguiu demonstrar que as internações acontecem principalmente entre as mulheres, a faixa etária de 20-29 anos é a mais comprometida e a raça mais frequente é a parda. As patologias de maior incidência no serviço são as morbidades resultantes de causas externas, as doenças do aparelho circulatório, digestório, respiratório e as doenças infecciosas e parasitárias. Quanto ao tempo médio de permanência, foi uma média de 7 dias. Quanto aos custos hospitalares, a média de gastos por internação foi de cerca de R$1.500,00. Acredita-se que há necessidade de realizar outros estudos que abordem especificamente cada capítulo de CID-10 ou, até mesmo, cada uma das patologias mais comuns.

Palavras-chave: urgência e emergência. epidemiologia descritiva. Perfil epidemiológico.

1. INTRODUÇÃO

O Sistema Único de Saúde (SUS), é um dos mais complexos e abrangentes sistemas de saúde pública do mundo, cujas diretrizes envolvem acesso universal, integral e gratuito para a população. Para isso, o sistema é estruturado através de redes temáticas que desenvolvem ações de complexidade e densidades tecnológicas diversas (BRASIL, 2020).

Desse modo, o SUS oferta serviços por meio de arranjos organizativos em níveis de complexidade ascendentes, circunscritos nas diversas áreas geográficas, e gerido pelas três esferas de governo: municipal, estadual e federal, conforme preconizado na Lei Orgânica do SUS (BRASIL, 1988).

Uma das redes de assistência à saúde é a Rede de Urgência e Emergência, que (RUE) constitui uma das portas de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS) e é destinada ao atendimento de condições agudas ou crônicas agudizadas que configurem situações de urgência e de emergência (OLIVEIRA, 2016).

A RUE é formada por 8 componentes, cujo um deles é representado pelas instituições hospitalares nas quais as ações devem ser pautadas no atendimento das linhas de cuidados prioritárias definidas pelo Ministério da Saúde (MS), que abrangem as afecções cardiovasculares, cerebrovasculares e traumatológicas (BRASIL, 2011a).

Os pontos de cuidados do componente hospitalar compreendem as portas de entrada de urgência (Serviço Hospitalar de Urgência – SHU), enfermarias de retaguarda, leitos de terapia intensiva, serviços de diagnóstico por imagem e laboratorial (BRASIL, 2011b).

Ainda que as diretrizes da RUE apontem para ampliação da atenção às urgências, o serviço ainda se mostra insuficiente. O SHU em todo o país, rotineiramente, apresenta-se congestionado e superlotado resultando em morosidade da assistência, maior tempo de internação, aumento da morbidade e mortalidade (BRASIL, 2020).

Intrincado a esse fenômeno da insuficiência na relação oferta-demanda, ainda se tem o uso inadequado dos recursos materiais, sobrecarga de recursos humanos e da própria infraestrutura (GUZMAN; QUINELATO; QUINELATO, 2020), que contribuem para robustez da superlotação.

Atualmente existem diversos estudos e propostas de ferramentas e estratégias que podem contribuir para a redução da congestão e superlotação do SUH. Nesse sentido, uma das ações fundamentais compreende a projeção das necessidades do serviço (BRASIL, 2020), onde o conhecimento do perfil epidemiológico dos usuários do serviço é imprescindível.

Segundo Merchán-Hamann E e Tauil PL (2021), os estudos de perfil epidemiológico são importantes ferramentas administrativas posto que viabilizam avaliar o comportamento das doenças em determinada comunidade, bem como estabelecer estimativas de adoecimento e fundamentar o planejamento do serviço.

Nesse contexto, este estudo visa descrever o perfil epidemiológico de pacientes internados no serviço de urgência do maior hospital da Região Sul do Estado do Tocantins, no período entre 2012 e 2022, pois, acredita-se que os resultados poderão subsidiar a gestão no planejamento de ações de enfrentamento do desequilíbrio entre a demanda e oferta de leitos e otimização da utilização dos recursos existentes.

Importante ressaltar que a motivação deste estudo surgiu durante a jornada acadêmica das pesquisadoras, visto que parte dos seus estágios aconteceram no referido estabelecimento e puderam vivenciar o impacto da congestão e superlotação da unidade.

Assim, os resultados deste estudo têm potencial para impactar positivamente a comunidade, tendo em vista que um serviço bem estruturado resulta em assistência segura e de qualidade. Ademais, promove a ampliação do acesso pelos usuários, agilidade, resolutividade, integralidade e equidade, que compreendem os princípios constituintes do SUS.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA OU REVISÃO DA LITERATURA

A RUE foi instituída pela Portaria GM/MS Nº 1.600, de 07 de julho de 2011 e constitui uma das redes temáticas que integram a Rede de Atenção à Saúde (RAS) do SUS, cujo objetivo é desfragmentar a assistência à saúde e garantir resolutividade e continuidade do cuidado em tempo adequado (BRASIL, 2011a).

As diretrizes da RUE visam promover ampliação do acesso, acolhimento e humanização em todos os pontos de atenção, garantia de universalidade, equidade e integralidade, territorialização do atendimento com articulação entre os diversos serviços, redes assistenciais e níveis de atenção, humanização do atendimento, participação social, atuação gestora efetiva com foco em planejamento estratégico e educação permanente (BRASIL, 2013).

Esta rede é formada por 8 componentes: I. Promoção, Prevenção e Vigilância à Saúde;

II. Atenção Básica em Saúde; III. Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e suas Centrais de Regulação Médica; IV. Sala de Estabilização; V. Força Nacional de Saúde do SUS; VI. Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24H); VII. Hospitais; e VIII. Atenção Domiciliar (Figura 1) (BRASIL, 2011a).

2.1. COMPONENTE HOSPITALAR

O componente hospitalar da RUE, normatizado pela Portaria GM/MS nº 2.395/2011, visa a prestação de serviço qualificado e a ampliação do acesso através dos pontos de cuidado estabelecidos pelo MS que compreendem as Portas de Entrada Hospitalares de Urgência, as Enfermarias Clínicas de Retaguarda, os Leitos de Cuidados Prolongados e os Leitos de Terapia Intensiva (RADEL; SHIMIZU, 2023).

As Portas de Entrada abrangem o conjunto de serviços reunidos em um hospital que viabilize o atendimento ininterrupto das demandas espontâneas e referenciadas de urgência das diversas especialidades (BRASIL, 2011b), cujo acesso ocorre através de um sistema de classificação de risco que, além de contribuir para a organização do fluxo de entrada, ainda constitui um dos pilares da humanização em urgência e emergência (SACOMAN et al., 2019).

Os leitos de retaguarda são leitos criados para dar suporte aos prontos-socorros dos hospitais e unidades de pronto atendimento que devem estar qualificados em hospitais estratégicos ou de menor porte e estar disponíveis nas centrais de regulação (RADEL; SHIMIZU, 2023).

Os leitos de cuidados prolongados são aqueles destinados à internação para cuidados prolongados, bem como hospitais especializados para cuidados prolongados, cujo objetivo é manter pacientes agudos ou crônicos agudizados que necessitam de assistência de média/longo prazo antes de retornar ao domicílio (BRASIL, 2013).

Os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) apresentam densa gama tecnológica, a fim de atender pacientes críticos com necessidade de suporte intensivo de equipe multiprofissional, assistência especializada, rigoroso controle hemodinâmico e de sinais vitais de forma ininterrupta (BOLELA; CARVALHO JERICÓ, 2006).

É importante ressaltar que estes leitos são essenciais para a vazão do paciente das portas de entrada e seu funcionamento adequado impacta diretamente na sua congestão e superlotação.

2.2. CARACTERIZAÇÃO DA RUE DE ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL NO TOCANTINS

Uma das diretrizes da RUE é territorialização da assistência. Visando a execução dessa diretriz, uma das estratégias de operacionalização da RUE prevista na portaria é a criação de regiões de saúde para melhor estruturação, melhor distribuição de recursos e maior eficácia da rede (BRASIL, 2013).

Quando a RUE foi implementada, o estado do Tocantins já estava dividido estrategicamente em oito regiões de saúde, definidas pela Resolução da CIB/TO Nº 161, de 29 de agosto de 2012, sendo: Bico do Papagaio, Cerrado Tocantins Araguaia, Capim Dourado, Ilha do Bananal, Médio Norte Araguaia, Cantão, Amor Perfeito e Sudeste (TOCANTINS, 2012).

O estado possui 17 estabelecimentos que constituem a rede hospitalar da RUE estadual. Estes encontram-se distribuídos em localizações estratégicas para atender a demanda de média e alta complexidade das 8 regiões de saúde. Deste total, 4 unidades atendem demanda de alta complexidade e 13 unidades demanda de média complexidade (TOCANTINS, 2012).

Um dos hospitais de alta complexidade é o Hospital Regional de Gurupi (HRG), localizado no município de Gurupi, ao sul do estado, na região de saúde Ilha do Bananal (TOCANTINS, 2022), o qual foi selecionado para a realização deste estudo, visto que compreende um dos campos de estágio das pesquisadoras.

Segundo o site de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, este hospital possui 24 leitos para o atendimento de demandas de urgência e emergência dos 18 municípios que integram a referida região de saúde, cuja somatória populacional resulta em 171.546 habitantes (BRASIL, 2023a; IBGE, 2023).

3. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, retrospectivo, transversal, com abordagem quantitativa, considerando o período de 2012 a 2022, através dos registros do Sistema de Informações Hospitalares (SIH), disponíveis nas bases de dados públicas online do Departamento de Informática do SUS (DATASUS).

Foram incluídos nestes os registros de pacientes com idade ≥15 anos, de ambos os sexos, que estiveram internados no serviço de urgência do estabelecimento investigado. Foram excluídas as faixas etárias inferiores a 15 anos e os atendimentos de causas obstétricas e de puerpério imediato, uma vez que estes pacientes são atendidos no Pronto-Socorro Materno Infantil, ou seja, outra porta de entrada.

Enfatiza-se que, mesmo a idade para atendimento no PS adulto do referido hospital seja a partir de 12 anos, optou-se por realizar as buscas considerando a idade mínima de 15 anos devido a de faixa etária divisão proposta pelo DATASUS, que, nos anos iniciais, são apresentadas com intervalo de 4 anos, a saber: <1 ano, 1 a 4 anos, 5 a 9 anos, 10 a 14 anos, 15 a 19 anos (BRASIL, 2023b).

Assim, considerar a faixa etária de 10 a 14 anos comprometeria a veracidade das informações, visto que pacientes com idade inferior a 12 anos não são atendidos no PS adulto. Porém, não incluir essa faixa não trará prejuízo ao estudo, uma vez que o total de internações em caráter de urgência desta corresponde a menos de 4% do total das internações no período estudado, segundo os registros do DATASUS.

Os dados foram coletados através do sistema TABNET do DATASUS, onde foram elencadas as variáveis: sexo, idade, raça, CID-10, tempo médio de permanência (TMP), valor médio de internação. Para a análise dos resultados, os dados foram compilados para planilhas do software Microsoft Excel 360, onde foram calculadas médias e porcentagens e os resultados apresentados em tabelas e gráficos.

A discussão dos resultados foi realizada através de busca de artigos científicos, dissertações, teses, manuais e cartilhas de entidades relacionadas ao monitoramento e tratamento de cânceres e disponíveis em base de dados eletrônica como Scientific Electronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), National Center of Biotechnology Information (NCBI), Biblioteca Regional de Medicina (BIREME) e Ministério da Saúde.

Não foi necessário submeter esse trabalho à apreciação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), uma vez que este estudo utilizará apenas dados secundários já disponíveis nas bases de dados públicas do Ministério da Saúde, consoante Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS).

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foi realizado o levantamento epidemiológico acerca das internações em caráter de urgência na unidade de estudo através do DATASUS onde foi possível elencar as características demográficas e de morbidade dos casos registrados no período entre 2012 e 2022.

Quanto às características demográficas, foram analisados o sexo, a raça e a faixa etária de maior acometimento. Assim, o sexo feminino apresentou predominância com 62,11% do total das internações no período estudado (Tabela 1). Esse dado desperta a atenção, uma vez que no censo de 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o percentual de população feminina na região de saúde Ilha do Bananal era a minoria, representando 49,14% da população total (BRASIL, 2023).

Acerca da predominância feminina, os estudos de Antoniazzi (2017) e de Hehn e Bueno (2020) apresentaram resultados semelhantes, onde a maior população atendida no serviço de urgência também era do sexo feminino.

Esse fenômeno, que já é de conhecimento de muitos profissionais de saúde, pode apresentar explicações diversas (HEHN; BUENO, 2020). Uma dessas explicações pode ter relação com o fato de mulheres apresentarem maior expectativa de vida.

Além disso, culturalmente, o homem é visto como invulnerável e, portanto, apresenta menor procura pelos serviços de saúde (SANTOS et al., 2017). As mulheres, por sua vez, desde muito jovens são estimuladas a investir em cuidados com sua própria saúde e prevenção de doenças, podendo ser uma das justificativas para o fato de estarem mais presentes nos serviços de saúde (COBO; CRUZ; DICK, 2021).

Atrelado a isso, a falta de acolhimento, longas filas de espera por consultas ambulatoriais e falta de resolutividade na atenção básica podem contribuir para a maior presença de mulheres no serviço de urgência, visto que, também, estão em maior número na atenção básica (BEGA et al., 2017).

Tabela 1 – Características Demográficas

Variáveis
SexoN%
Masculino25.84637,89
Feminino42.37462,11
Faixa EtáriaN%
15-198.52012,49
20-2919.80129,03
30-3911.96317,54
40-496.97510,22
50-595.9658,74
60-695.5048,07
70-794.9687,28
80+4.6066,75
RaçaN%
Branca3.9625,81
Preta1.4912,19
Parda59.11386,65
Amarela1880,28
Indígena4490,66
Sem informação3.0174,42

Fonte: Próprios autores. Dados extraídos de DATASUS (2023).

A faixa etária de maior acometimento foi de jovens entre 20 e 29 anos (29,03%) (Tabela 1), que, também, é a faixa etária mais numerosa na região de saúde estudada, a qual representa 17,61% da população, segundo o censo demográfico do IBGE disponíveis no DATASUS (BRASIL, 2023a).

Esse fato pode ter relação com alto número de internações por causas externas (Tabela 2), cuja faixa etária em questão tem demonstrado ser bastante vulnerável e suscetível a agravos por acidentes de trânsito e violência urbana que, muitas vezes, resultam em morte ou incapacidade (MASCARENHAS; BARROS, 2015).

Quanto a raça, as internações foram majoritariamente de pessoas pardas (86,65) (Tabela 1). Esse dado pode ser justificado pelo fato do estado do Tocantins apresentar predominância de pessoas autodeclaradas como pardas, de acordo com o Censo de 2010 do IBGE em que o percentual de pessoas pardas com idade igual ou superior a 15 anos foi de 62,49% (IBGE, 2010).

No que se refere à frequência das internações de caráter de urgência, ocorreram 68.220 registros no DATASUS, que corresponde a 94,36% das internações na unidade estudada, cujo total foi de 72.272 no período, considerando as de caráter de urgência e as eletivas. Para elucidar a caracterização das morbidades hospitalares de urgência, inicialmente, os dados foram segregados por grupos correspondentes aos Capítulos de Doenças de CID-10, conforme consta na base de dados do SUS (Tabela 2).

Tabela 2 – Internações por Capítulo de CID-10 no período entre 2012 e 2022

CAPÍTULOS CID-10TotalMédia AnualMédia Mensal%
Lesões, envenenamento e outras conseq. de causas externas*15.2351.523,5126,9522,3
Doenças do aparelho circulatório5.764576,448,038,44
Doenças do aparelho digestivo4.659465,938,826,82
Doenças do aparelho respiratório3.263326,327,194,78
Algumas doenças infecciosas e parasitárias2.542254,221,183,72
Doenças do aparelho geniturinário2.284228,419,033,34
Contatos com serviços de saúde2.106210,617,553,08
Sintomas, sinais e achados anormais em ex. cl. e lab.**1.324132,411,031,94
Transtornos mentais e comportamentais1.302130,210,851,90
Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas1.064106,48,861,55
Doenças da pele e do tecido subcutâneo1.007100,78,391,47
Neoplasias (tumores)99999,98,321,46
Doenças do sistema nervoso91791,77,641,34
Doenças sistema osteomuscular e tecido conjuntivo90390,37,521,32
Doenças do sangue, órgãos hematop. e transt. Imunitários***37337,33,100,54
Doenças do olho e anexos414,10,340,06
Doenças do ouvido e da apófise mastóide141,40,110,02
Causas externas de morbidade e mortalidade40,40,030,01
Total68.226.822568,5100

Fonte: Próprios autores. Dados extraídos de DATASUS (2023). *Lesões, envenenamento e algumas outras consequências de causas externas. **Sintomas, sinais e achados anormais em exames clínicos e laboratoriais.
*** Doenças do sangue, órgãos hematopoiéticos e transtornos imunitários.

Nessa propositura, apresentaram maior incidência de internações os três grupos de doenças a seguir: Causas Externas (22,33%), seguidas pelas Doenças do Aparelho Circulatório (8,44%), Digestivo (6,82%), Respiratório (4,78%) e Doenças Infecciosas/Parasitárias (3,72%), com média mensal de internação de, aproximadamente, 127, 48, 39, 27 e 21 casos, respectivamente (Tabela 2).

Esses resultados se assemelham ao estudo de Antoniazzi (2017) que em sua pesquisa apresentou como principais causas de atendimento no serviço de urgência o trauma, as causas cardiovasculares, causas neurológicas, causas respiratórias e as causas gástricas.

É importante enfatizar que esses grupos de doenças, juntos, foram responsáveis por 46,09% do total de casos registrados (Tabela 2). Por esta razão, estes foram selecionados para serem analisados quanto a incidência das doenças que os compõem, as quais foram demonstradas nos gráficos abaixo.

O grupo de morbidades relacionadas às Causas Externas, no qual são consideradas as Lesões, Envenenamento e Algumas Outras Consequências de Causas Externas, abrange as fraturas, os traumas, as intoxicações exógenas, as complicações precoces do trauma e procedimentos médicos e as sequelas do trauma, foi o que apresentou maior incidência na unidade estudada, assim como no estudo de Antoniazzi (2017) e Almeida et al. (2021).

Figura 1 – Percentual de Morbidades de Causas Externas Conforme Lista do CID-10

Fonte: Próprios autores. Dados extraídos de DATASUS (2023).

Desse grupo, as fraturas representam 60,15% das morbidades, das quais cerca de 73% estão relacionadas aos ossos de membros e, aproximadamente, 14% são relativas ao fêmur, especificamente (Figura 1). As complicações precoces do trauma e de procedimentos médicos ocupam o 2º lugar nesse ranking, com 9,22% dos casos, seguido por traumas múltiplos (8,93%) e traumatismo intracraniano (7,56%) (Figura 1).

Segundo o Boletim Epidemiológico relativo a Acidentes de Trânsito da Secretaria Estadual de Saúde do Tocantins, a Região de Saúde da Ilha do Bananal, no ano de 2019, foi a que apresentou terceiro maior número de acidentes automobilísticos, com 13,09% do total de acidentes. Além disso, a região apresentou 7,17% do total de internações e 14,76% de óbito, ambos em decorrência dos acidentes de trânsito (TOCANTINS, 2020).

Esse fato pode estar relacionado a diversos fatores, entre eles destacam-se os acidentes de trânsito. As causas para a ocorrência dos acidentes de trânsito são diversas e incluem os problemas relacionados às vias, ao ambiente, aos veículos, aos usuários e a interação entre todos estes fatores (TOCANTINS, 2020). Nesse sentido, pelo menos dois fatores têm estado presentes na região de estudo.

O primeiro diz respeito aos veículos, cujo percentual de utilização de motocicletas aumentou 49,55% no período estudado, conforme dados do IBGE (2023). Segundo os dados do Ministério da Saúde, os motociclistas são os mais suscetíveis aos acidentes de trânsito, principalmente acidentes fatais (BRASIL, 2023b).

No Brasil, apenas em 2021, os motociclistas foram responsáveis por cerca de 60% das internações por acidentes automobilísticos e 35,3% dos óbitos por esta causa. No ranking nacional, o Tocantins é o segundo estado com maior taxa de internação por acidente com motocicleta (13,6/100mil habitantes), e o terceiro estado com maior taxa de mortalidade pela mesma causa (13,8/100mil habitantes), apresentando taxas 123% e 142% mais altas que a taxa nacional (6,1 e 5,7), respectivamente. (BRASIL, 2023b).

Outro fator diz respeito ao comportamento do usuário, onde a ingestão de álcool por condutores de veículos também pode ter sido determinante para esses resultados, uma vez que a utilização de bebidas alcóolicas foi associada a cerca de 15% dos acidentes de trânsito na região de saúde da Ilha do Bananal (TOCANTINS, 2020).

No que se refere às Doenças do Aparelho Circulatório, as doenças cardiovasculares e cerebrovasculares foram as responsáveis por cerca de 91% das internações de urgência. Tais patologias apresentam alto impacto social, econômico, na qualidade de vida e na saúde pública em razão das crescentes taxas de morbimortalidade, além de ser uma das principais causas de incapacidade. De tal modo que a própria RUE possui linhas de cuidados específicas para essas morbidades (UNIVERSIDADE FDERAL DO MARANHÃO, 2018; BRASIL, 2021).

O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e as Isquemias do Coração ocuparam o primeiro lugar no ranking de causas de internação de urgência, representando 26,54% desse grupo (Figura 2). Sendo o IAM responsável por quase metade dessas ocorrências (47,12%) e por cerca de 1% de todas as internações de urgência no estabelecimento estudado (DATASUS, 2023).

Em segundo lugar ficaram as Doenças Cerebrovasculares, representando 26,51% dos casos de doenças do aparelho circulatório, incluindo as causas hemorrágicas, isquêmicas e não especificadas. A terceira morbidade mais frequente nesse grupo de doenças foi a Insuficiência Cardíaca, com 22,52% das notificações (Figura 2).

Figura 2 – Percentual de Morbidades do Aparelho Circulatório Conforme Lista do CID-10

Fonte: Próprios autores. Dados extraídos de DATASUS (2023).

Em 2017, no Brasil, as taxas de morbimortalidade relativas às patologias do aparelho circulatório se mostraram alarmantes. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (MALTA, 2020), as internações de urgência para tratar doenças cardiovasculares representam cerca de 81% das admissões em hospitais públicos de todo o país, com predominância entre o sexo masculino e na faixa etária de 80 anos ou mais (MALTA, 2020).

No período entre 2019 e 2022 estudos apontaram que as doenças cardiovasculares e cerebrovasculares ainda são responsáveis por significativa parcela das internações, além de apresentarem alto potencial incapacitante (ROSSETO et al., 2019; OLIVEIRA et al., 2022). Ainda segundo os autores, a prevalência dessas patologias tem aumentado nos últimos anos, atingindo cerca de 6,1% da população em 2019. Por outro lado, esses autores afirmam que a taxa de mortalidade tem reduzido nos últimos anos.

O que desperta a atenção para essas doenças é o fato de que os fatores de risco para o desenvolvimento delas estão atrelados, em parte, aos hábitos de vida do indivíduo que podem ser modificados por escolha de hábitos mais saudáveis. Desse modo, fatores como obesidade, sedentarismo, consumo excessivo de álcool, tabagismo, condições econômicas e outros, têm sido comuns entre os pacientes diagnosticados com essas enfermidades, os quais já são conhecidos como importantes fatores de risco (BRASIL, 2020; ROGER, 2020; WHO, 2021).

Acerca das morbidades do Aparelho Digestivo, as Doenças do Apêndice representam a principal causa de internação no serviço de urgência, responsável por cerca de 24,4% das notificações, seguido de Outras Causas (20,43%) e de Colelitíase/Colecistite (20,33%) (Figura 4).

Figura 4 – Percentual de Morbidades do Aparelho Digestivo Conforme Lista do CID-10

Fonte: Próprios autores. Dados extraídos de DATASUS (2023).

Segundo afirma Imarino et al., (2017), entre as Doenças do Apêndice, a apendicite é a mais comum patologia no serviço de urgência, onde até 20% das pessoas poderão apresentar essa doença. De acordo com Jaffe e Berger (2013), esta doença tem se mostrado mais frequente entre o sexo masculino e em menores de 30 anos.

Essa afecção requer atendimento urgente, onde a longa espera pode resultar em progressiva piora do prognóstico do paciente (IMARINO et al., 2017), como por exemplo perfuração do apêndice e abscesso do peritônio (MATOS et al., 2011).

A colelitíase/colecistite é uma doença de alta prevalência na sociedade, tornando a colecistectomia um dos procedimentos cirúrgicos mais realizados na atualidade. Contudo, é fundamental esclarecer que esta patologia nem sempre necessita de atendimento no serviço de urgência, de modo que estas internações na urgência são resultantes de agudizações dos sintomas (HOLANDA; LIMA JÚNIOR, 2019).

Quanto as patologias do Aparelho Respiratório, 57,37% das internações foram decorrentes de Pneumonia, enquanto Outras Doenças do Aparelho Respiratório ocuparam o 2º lugar com 22,31% dos registros e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) foi responsável por 15,29% dos casos (Figura 3), assim como nos resultados de Alexandrino et al. (2022).

Figura 3 – Percentual de Morbidades do Aparelho Respiratório Conforme Lista do CID-10

Fonte: Próprios autores. Dados extraídos de DATASUS (2023).

Sobre as Patologias Respiratórias, Alexandrino et al. (2022) descreve que as taxas de morbimortalidade têm avançado no país, principalmente em pacientes com idade superior a 75 anos, sendo uma das principais causas de mortalidade entre a população idosa, de acordo com Rosseto et al., 2019.

O estudo de Malta et al. (2020) corrobora essa informação ao correlacionar o aumento no número de casos com o processo de envelhecimento. Além disso, declararam a redução da mortalidade precoce por estas patologias pode indicar que tem ocorrido melhorias nas condições de vida, maior acesso aos serviços de saúde e redução do tabagismo na população mais jovem.

Assim como neste estudo, Michelin et al. (2019) afirmam que as pneumonias estão entre as causas mais comuns de internações por Doenças Respiratórias, sendo o Streptococcus pneumoniae o microrganismo mais comum nas Pneumonias Adquiridas na Comunidade (PAC).

A DPOC, apesar de não ser a patologia mais frequente neste grupo de doenças, a Sociedade Brasileira de Pneumonia e Tisiologia afirmam que é a quarta causa de morte ao redor do mundo, onde 90% acontecem em países de média e baixa rendo, visto que estes não possuem um programa eficiente de prevenção e de tratamento acessível (SBPT, 2021).

Quanto as Doenças Infecciosas e Parasitárias, as infecções virais lideram o ranking com 60,5% dos casos, incluindo as Hepatites Virais, Infecções pelo Vírus do Herpes, Varicela, Caxumba, Meningite Viral e Outras Doenças Virais não especificadas (Figura 5). Excluiu-se desse subgrupo as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e as Arboviroses.

Figura 5 – Percentual de Morbidades de Doenças Infecciosas e Parasitárias Conforme Lista do CID-10

Fonte: Próprios autores. Dados extraídos de DATASUS (2023).

As Infecções Bacterianas foram o segundo tipo de infecção mais comum, representando 15,15% das notificações e a Septicemia responsável por 12,94% das notificações (Figura 5).

Em um ranking geral, as dez patologias de maior incidência no serviço de urgência da unidade de estudo foram: Fratura de Outros Ossos dos Membros, Pneumonia, Acidente Vascular Encefálico (AVE), Doenças Virais Não Especificadas (excluindo as ISTs e as arboviroses), Complicações Precoces de Traumas e de Procedimentos Médicos, Traumas Múltiplos, Insuficiência Cardíaca, Fratura de Fêmur, Trauma Intracraniano e Doenças do Apêndice (Tabela 3).

Tabela 3 – Permanência, Custo e Mortalidade por Doença no Período de 2012 a 2022

MorbidadesTMP*Custo Médio (R$)**
Fraturas de Outros Ossos dos Membros4,7613,87
Pneumonia9,32.049,11
Outras Doenças Virais7,32.311,98
Doenças Cerebrovasculares9,62.407,74
Complicações Precoces de Trauma e Procedimentos5,7525,95
Traumas Múltiplos6,5477,98
Insuficiência Cardíaca8,01.739,06
Fratura de Fêmur8,11.840,75
Trauma Intracraniano8,62.583,09
Doenças do Apêndice3,0527,95
Média Geral7,081.507,74

Fonte: Próprios autores. Dados extraídos de DATASUS (2023). *Tempo médio de permanência hospitalar em dias. **Custo Médio por Internação.

Segundo a Tabela 3, o Tempo Médio de Permanência (TMP) na unidade para tratamento dessas doenças é de cerca de 7 dias. Esse resultado vai de encontro com o preconizado pelo Ministério da Saúde. O TMP constitui um importante indicador de qualidade, visto que quanto menor for o TMP do paciente na unidade, menores são os riscos de infecção e desenvolvimento de comorbidades (BRASIL, 2013).

Acerca dos custos hospitalares das morbidades listadas na Tabela 3, observou-se que as fraturas apresentaram maior custo para a saúde pública, seguido das doenças do aparelho circulatório. Apesar de não terem sido encontrados outros estudos que abordassem esses temas no mesmo período de estudo, é imprescindível descrever que as doenças do aparelho circulatório, segundo a SBC, lideram o ranking nacional de custos hospitalares, chegando a R$ 2.862.739,00 no período entre 2008 e 2018 (OLIVEIRA et al., 2022).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo de perfil epidemiológico viabiliza uma visualização mais ampla de diversos fatores relacionados aos cuidados em saúde que são essenciais para a gestão em saúde. De forma que, através desses dados, os gestores conseguem definir as políticas e diretrizes dos serviços a fim de garantir ao cidadão seus direitos fundamentais de atenção à saúde.

Nesse contexto, este estudo permitiu conhecer o perfil epidemiológico do serviço de urgência no maior hospital de referência do Sul do Tocantis, cujos dados se assemelham a realidade nacional.

No entanto, por se tratar de um banco de dados cuja alimentação depende da adesão dos serviços para os devidos registros e notificações, é possível que estes resultados não exprimam essas informações com exatidão.

Assim, acredita-se que estes resultados poderão despertar em outros pesquisadores o interesse pela realização de novos estudos focados nos grupos de CID-10 ou, até mesmo, em patologias específicas.

Sugere-se, portanto, que novos estudos sejam realizados, preferencialmente in loco, a fim de que seja traçado o perfil clínico e epidemiológico da unidade de estudo e que estas informações possam subsidiar os gestores no planejamento de ações que solucionem as sobrecarga e congestão destes serviços.

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1 Discente do Curso de Graduação em Fisioterapia da Universidade de Gurupi – UnirG. E-mail: nome@provedor.com.br

2 Discente do Curso de Graduação em Fisioterapia da Universidade de Gurupi – UnirG. E-mail: nome@provedor.com.br

3 Docente do Curso de Graduação em Fisioterapia da Universidade de Gurupi – UnirG. Mestre em Ciências da Saúde (PPGCS/UFT). e-mail: marcio@fisiomedto.com.br