PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS E NÃO INSTITUCIONALIZADOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

EPIDEMIOLOGICAL PROFILE OF INSTITUTIONALIZED AND NON-INSTITUTIONALIZED ELDERLY PEOPLE: AN INTEGRATIVE REVIEW

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE LAS PERSONAS MAYORES INSTITUCIONALIZADAS Y NO INSTITUCIONALIZADAS: UNA REVISIÓN INTEGRATIVA

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.10214618


Maria Eduarda dos Santos Soares1
Antônio Carlos Leal Cortez2


Resumo

Analisar, através de uma revisão integrativa, o perfil epidemiológico de idosos institucionalizados e não institucionalizados. Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura, utilizando a estratégia PICo de pesquisa, na base de dados BVS e SciELO, publicados no período 2013 a 2023.Em relação ao perfil epidemiológico destacamos que, 57,2% dos idosos possuíam alguma comorbidade, sendo elas as mais prevalentes: hipertensão arterial sistêmica (90%), diabetes mellitus (50%),  doenças cardiovasculares (40%), deficiências visuais, neoplasias, doenças pulmonares obstrutivas, dislipidemias, riscos de quedas e síndrome do idoso frágil, transtornos mentais, problemas neuropsiquiátricos, gastrointestinais e endocrinológicos (10%), bem como idosos com dentes cariados, perdidos e obturados (10%). Visto o exposto foi possível verificar que existem diferenças epidemiológicas entre idosos institucionalizados e não institucionalizados, em vários aspectos relacionados a sua saúde e qualidade de vida, levando-se em consideração uma avaliação biopsicossocial da pessoa idosa.

Palavras – Chave: Idoso. Institucionalizado. Não institucionalizado. Epidemiologia. Qualidade de vida.

Abstract

Toanalyze, throughanintegrative review, theepidemiological profile ofinstitutionalizedand non-institutionalizedelderlypeople. Thisisanintegrativeliterature review study, usingthePICoresearchstrategy, in the BVS and SciELO databases, publishedbetween 2013 and 2023. In relationtotheepidemiological profile, wehighlightthat 57.2% oftheelderlyhad some comorbidity, themostprevalentofwhich are: systemic arterial hypertension (90%), diabetes mellitus (50%), cardiovascular diseases (40%), visual impairments, neoplasms, obstructivepulmonarydiseases, dyslipidemia, riskoffallsandfrailelderlysyndrome, mental disorders, neuropsychiatric, gastrointestinal andendocrinologicalproblems (10%), as well as elderlypeoplewithdecayed, missingandfilledteeth (10%). Giventheabove, it waspossibletoverifythatthere are epidemiologicaldifferencesbetweeninstitutionalizedand non-institutionalizedelderlypeople, in severalaspectsrelatedtotheirhealthandqualityoflife, takingintoaccount a biopsychosocial assessment oftheelderlyperson.

Keywords: Elderly; institutionalized; notinstitutionalized; epidemiology; qualityoflife.

Resumen

Analizar, a través de una revisión integradora, el perfil epidemiológico de las personas mayores institucionalizadas y no institucionalizadas. Se trata deunestudio integrativo de revisión de literatura, utilizando laestrategia de investigaciónPICo, enlas bases de datos BVS y SciELO, publicado entre 2013 y 2023. Enrelación al perfil epidemiológico, destacamos que el 57,2% de losancianospresentóalgunacomorbilidad, siendola más prevalente de loscualesson: hipertensión arterial sistémica (90%), diabetes mellitus (50%), enfermedades cardiovasculares (40%), discapacidad visual, neoplasias, enfermedades pulmonares obstructivas, dislipidemia, riesgo de caídas y síndrome delanciano frágil, trastornosmentales, neuropsiquiátricos, gastrointestinales. y problemas endocrinológicos (10%), así como personas mayorescondientes cariados, perdidos y obturados (10%). Teniendoencuentalo anterior, fueposible verificar que existen diferencias epidemiológicas entre ancianos institucionalizados y no institucionalizados, envarios aspectos relacionados consusalud y calidad de vida, teniendoencuenta una evaluaciónbiopsicosocialdelanciano.

Palabras clave: Adulto mayor. Institucionalizado. no institucionalizado. epidemiología; calidad de vida.

1        INTRODUÇÃO

Na presente sociedade é notória mudanças demográficas nas quais o topo da pirâmide cresce e a base diminui, significando o aumento da expectativa de vida e a diminuição da taxa de natalidade, sendo esse fenômeno chamado de transição demográfica, onde a mesma está diretamente relacionada à transição epidemiológica, uma vez que aborda dados relacionados a causas de morbimortalidade de uma população específica (CORTEZ et al., 2019).

O envelhecer está atrelado a um conjunto de variáveis, sendo multifatorial, de caráter biopsicossociocultural. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2002), é caracterizado idoso, pessoa com idade igual/superior a 60 anos, sendo associado ao fator cronológico. Entretanto o envelhecimento também engloba alterações biológicas e funcionais, sendo essas definidas pelas alterações corporais e mentais no decorrer do processo de desenvolvimento e/ou amadurecimento (IRIGARAY; SCHNEIDER, 2018).

Durante o processo de envelhecimento o indivíduo pode tornar-se dependente em vários aspectos como no financeiro, funcional, bem como nas relações sociais e familiares, de modo que muitas vezes quando ele se encontra sem família que o apoie ou que negue essa atenção direta, idosos acabam sendo encaminhados à instituições de longa permanência, ficando conhecidos como idosos institucionalizados (KHOURY; SÁ-NEVES, 2018).

De acordo com Souza et al. (2013), existem diferenças de mobilidade entre idosos institucionalizados e não institucionalizados, ressaltando que idosos que residem na comunidade mostraram-se mais rápidos do que os institucionalizados apresentando menor risco de queda. Além da questão funcional, podemos destacar também diferenças relacionadas à qualidade de vida (Lima; Lima; Ribeiro, 2010), estado nutricional (Costa, 2017), seu estado mental (Costa et al. 2021), bem como em outros componentes relacionados a sua saúde.

Dessa maneira, segundo Khoury e Sá-Neves (2018) quando instituições de longa permanência não provêm atividades variadas que contemplem os componentes da aptidão física, sociais e cognitivos, podem desencadear problemas relacionados a sua qualidade de vida que são representados em dimensões: espiritual, físico, mental, psicológico, emocional e social. Existe uma característica de países  em  desenvolvimento que é o aumento da busca por Instituições de Longa Permanência de Idosos (ILPI) devido a características relacionadas a vida dos familiares em centros urbanos que levaram à necessidade da existência de lugares que pudessem atender e abrigar os  idosos (GASPARI; SCHWARTZ, 2005).

Em estudo realizado Silva et al. (2013), com 31 idosos de ambos os sexos, em uma ILPI de caráter filantrópico de um município do interior do Estado de Minas Gerais, com o objetivo de determinar o perfil epidemiológico, sociodemográfico   e   clínico   de   idosos institucionalizado, identificaram que a idade média dos idosos foi de 77,3 anos, sendo a maior parte do sexo feminino, analfabeta, solteira e sem filhos. A maioria morava na ILPI há mais de um ano e foi institucionalizada por algum familiar por indisponibilidade para cuidar. A média de ingestão de medicamentos por idoso foi de ± 2,87. Os medicamentos mais utilizados foram os neurológicos, anti-hipertensivos e os hipoglicemiantes. As doenças com  maior  prevalência  distribuíram-se  como  endocrinológicas,  cardiovasculares  e  neuropsiquiátricas.

Dessa forma o referido estudo possui como questão norteadora: Existe diferença no perfil epidemiológico de idosos institucionalizados e não institucionalizados? E como objetivo geral analisar, através de uma revisão integrativa, o perfil epidemiológico de idosos institucionalizados e não institucionalizados.

3 METODOLOGIA
3.1 Tipo de Estudo

Para alcançar o objetivo proposto foi realizada uma revisão integrativa da literatura, que se trata de um método amplo, que permite incluir estudos de diferentes abordagens metodológicas, possibilitando a síntese e análise do conhecimento produzido (BEYEA; NICOLL, 1998).

A revisão cumpriu criteriosamente as seguintes etapas: formulação da questão norteadora; seleção de artigos tendo como base o ano de publicação e título; seleção dos artigos por seus resumos e seleção pelo texto na íntegra e logo após, extração dos dados dos estudos incluídos; avaliação e interpretação dos resultados e por fim apresentação da revisão do conhecimento produzido.

3.2 Definição da pergunta do estudo

Para formulação da questão norteadora utilizou-se a estratégia PICo, que segundoSantos, Pimenta e Nobre (2007) significa um acrônimo definindo-se como população “idosos”, fenômeno de interesse “Perfil epidemiológico” e contexto “institucionalizados e não institucionalizados”. Com o problema de pesquisa: Existe diferença no perfil epidemiológico de idosos institucionalizados e não institucionalizados?

3.3 Estratégia de Busca

Utilizamos como fonte de busca a base de dados BVS e SciELO (Biblioteca Virtual de Saúde) através dos seguintes descritores: Idoso (Idosos, Pessoa Idosa, Pessoa de Idade, Pessoas Idosas, Pessoas de Idade e População Idosa), Perfil Epidemiológico (perfil de saúde) e Institucionalizado e Não Institucionalizado (Saúde do Idoso Institucionalizado, Instituição de Longa Permanência para Idosos)  bem como suas traduções para o espanhol e inglês, de acordo com os DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) e MeSH (Medical Subject Headings), publicados nessa base de dados entre os anos de 2013 a 2023.  Os operadores booleanos (AND/OR) foram utilizados nas bases de dados para garantir melhores resultados.

Como critérios de inclusão foram selecionados estudos primários, publicados no período 2013 a 2023, que estejam disponíveis na íntegra nas bases de dados selecionadas e pesquisas que abordem o perfil epidemiológico de idosos institucionalizados e não institucionalizados, nos idiomas português, espanhol e inglês. Foram desconsiderados estudos de revisão, duplicados, bem como estudos fora da área de interesse da pesquisa.

Os dados coletados foram submetidos a uma leitura minuciosa para seleção, em seguida, os resultados foram apresentados em forma de quadro se distribuídos em categorias de acordo com a similaridade das informações. O levantamento bibliográfico foi realizado no mês de setembro de 2023 na base de dados BVS e no SciELO.

A escolha das bases de dados se deu pelo fato de ser um espaço de integração de fontes de informação em saúde que promove a democratização e ampliação do acesso à informação científica e técnica em saúde na América Latina e Caribe (AL&C). É desenvolvido e operado pela BIREME em três idiomas (inglês, português e espanhol). A coleção de fontes de informação do Portal está composta de bases de dados bibliográficas produzidas pela Rede BVS, como LILACS, além da base de dados Medline e outros tipos de fontes de informação tais como recursos educacionais abertos, sites de internet e eventos científicos. A SciELO trata-se de uma base de dados, que abrange uma coleção de periódicos científicos brasileiros e outras publicações acadêmicas, com objetivo de desenvolver uma metodologia padrão para a preparação, o armazenamento, a disseminação e a avaliação da produção científica em formato eletrônico. Os descritores controlados foram selecionados após consulta aos termos DeCs e MeSH, conforme descrito e apresentado juntamente com a estratégia de busca no quadro 1.

a) Quadro 1. Descritores controlados utilizados para construção da estratégia de busca na base BVS.

Base de DadosEstratégia de Busca 
BVSinstitucionalizado OR não institucionalizado AND perfil epidemiológico AND idosos AND (year_cluster:[2013 TO 2023])
SciELO((Institucionalizado) OR (Não Institucionalizado) AND (Perfil Epidemiológico) AND (Idoso))

Autor: Soares & Cortez (2023).

A busca totalizou 18 produções (BVS: 16 e SciELO: 2) e após a aplicação dos filtros 14 foram selecionados (BVS: 12 e SciELO: 2) dos quais foram excluídos 02 artigos pela leitura do título, resumo e estudos duplicados, sendo selecionados 12 artigos para leitura na íntegra. Após a leitura na íntegra, um artigo foiexcluído por não atender aos critérios de inclusão. Desse modo, artigos compuseram a amostra final e foram analisados. A figura 1 (Prisma Flow) descreve o percurso realizado para seleção dos estudos, segundo base consultada. Abaixo segue a estratégia de busca após a aplicação dos filtros.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foi realizada síntese narrativa dos estudos selecionados, apresentando as produções científicas relacionadas aos fatores associados à diminuição da autonomia funcional de idosos. A extração dos dados foi realizada com auxílio de instrumento próprio, contendo informações sobre autores; ano de publicação; nome do Periódico; Qualis e SJR; Local de realização do estudo; Tipo de estudo; Caracterização da amostra; Instrumento de Avaliação da Autonomia Funcional e Principais Conclusões. As produções selecionadas foram organizadas em quadros de acordo com as variáveis identificadas.

Podemos observar que 30% dos estudos foram publicados nos anos de 2019, 20%   nos anos de 2013 e 2016 e 10% nos anos de 2015, 2017 e 2021 cada. Os estudos selecionados foram publicados em 10 periódicos diferentes, sendo 50% desses na Revista de Enfermagem UFPE, e demais nas Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, REME (Impresso): Revista Mineira de Enfermagem, Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineira, Psicologia: reflexão e crítica, Ciência e Saúde Coletiva, Revista Brasileira de Enfermagem e Revista Salusvita (Online) correspondendo 9,1% em cada. Levando em consideração o Qualis CAPES (Sistema Brasileiro de Avaliação de Periódicos) e o SCImagoJournal Rank (SJR)  (uma  medida  da  influência  científica  de  periódicos  acadêmicos  que  responde  pelo  número  de  citações  recebidas  por  um  periódico  e pela  importância  ou  prestígio  dos  periódicos  de  onde  essas  citações  vêm)  observou-se  que 90% foram classificados no extrato A (A3) e 10% no extrato B (B1 e B4).  Em relação ao SJR apenas 10% dos periódicos obtiveram classificação Q (Q2), conforme observado no quadro 2.

b) Quadro 2. Síntese das produções incluídas na Revisão Integrativa sobre o perfil epidemiológico de idosos institucionalizados e não institucionalizados, segundo autor/ ano de publicação, periódico, banco de dados, Qualis e SJR.

Autor/ano de publicaçãoPeriódicoQualisSJR
Alcântara et al. (2019)Revista de Enfermagem UFPEB1
Benevides et al. (2019)Revista de Enfermagem UFPEB1
Corgozinho et al. (2019)REME (Impresso): Revista Mineira de EnfermagemB1
Gratão et al. (2015)Revista de Enfermagem UFPEB1
Oliveira et al. (2013)Ciência e Saúde ColetivaA3Q2
Rodrigues et al. (2017)Revista de Enfermagem UFPEB1
Santana et al. (2021)Escola Anna Nery Revista de EnfermagemB1
Silva et al. (2013)Revista de Enfermagem do Centro-Oeste MineiroB1
Silva  et al. (2016)Revista SalusvitaB4
Veloso et al. (2016)Revista de Enfermagem UFPEB1

Fonte: Soares e Cortez (2023)

De acordo com a análise do local de realização dos estudos, podemos destacar que 50% são da região sudeste (Minas Gerais (n=3) e São Paulo (n=2)), 40% da região nordeste (Piauí n=(3) e Ceará (n=1)) e 10% da região centro-oeste (Distrito Federal (n=1)). Levando-se em consideração o tipo de estudo, podemos ressaltar que os tipos descritivo e transversal prevalecem em 70% dos estudos, a abordagem quantitativa em 50%, além dos transversais, retrospectivos, documentais e exploratórios com 20% e 10% abrangem o estudo observacional.

Tendo em vista a caracterização da amostra observada no quadro 3, a mesma variou de 19 e 8.014 idosos, com predominância do sexo masculino, com as seguintes características sociodemográficas: 50% apresentavam-se solteiros, 40% estavam institucionalizados a cerca de 5 anos, 40% possuíam como educação apenas o ensino fundamental. Quanto ao seguimento religioso, 30% se declararam católicos, 30% dos estudos evidenciaram a características de raça com 20% se declarando pardos e 10% como brancos. No que se refere a atividade profissional percebeu-se a predominância de desenvolverem atividades do lar em 30% dos idosos entrevistados. Um dado preocupante e que apenas 30% mencionaram que são visitados nas instituições de longa permanência.

Em relação ao perfil epidemiológico destacamos que, 57,2% dos idosos possuíam alguma comorbidade, sendo elas as mais prevalentes: hipertensão arterial sistêmica (90%), diabetes mellitus (50%),  doenças cardiovasculares (40%), deficiências visuais, neoplasias, doenças pulmonares obstrutivas, dislipidemias, riscos de quedas e síndrome do idoso frágil, transtornos mentais, problemas neuropsiquiátricos, gastrointestinais e endocrinológicos (10%), bem como idosos com dentes cariados, perdidos e obturados (10%), que pode ser identificado no quadro 3. Quadro 3. Síntese das produções segundo local de realização do estudo, tipo de estudo, caracterização da amostra, perfil epidemiológico de idosos institucionalizados e não institucionalizados.

Local de realização do estudoTipo de estudoCaracterização da amostraPerfil Epidemiológico
Fortaleza, Ceará.Estudo quantitativo, descritivo e transversal.Foram analisados 219 prontuários de idosos dos quais 122 eram do sexo feminino e 97 do sexo masculino com idade média de 77 anos. Dentre eles, 113 são solteiros, 114 possuíam escolaridade de 4 a 15 anos. Possuindo em média 92,7 meses de institucionalização. Sendo 197 aposentados, com a religião predominantemente católica (197 adeptos). Cerca de 130 apenas recebem visitas na instituição.Em média, 44,7% dos idosos possuíam de 3 a 4 comorbidades, 49,3% utilizavam de 0 a 4 medicamentos e, 35,6% dos idosos, possuíam grau 2 de dependência.
Teresina, Piauí.Estudo quantitativo, exploratório e descritivo.Estudo realizado com 59 idosos, sendo 28 do sexo feminino e 31 do sexo masculino, em que sua grande maioria, 45 idosos, possuíam menos de 5 anos de institucionalização. Além disso, houve o predomínio do motivo da institucionalização por insuficiência familiar (38 idosos).Dentre os idosos, 45 deles faziam uso de medicamentos prioritariamente para os diagnósticos de hipertensão arterial sistêmica (N=36), diabetes mellitus (N=14) e deficiência visual (N= 6). Além disso, em meio aos diagnósticos de risco destaca-se por maior frequência e maior relevância clínica, como em domínio de promoção da saúde o tabagismo e a falha em agir de forma a prevenir problemas de saúde. Bem como a síndrome do idoso frágil, além da deambulação prejudicada, déficit no autocuidado para o banho, higiene íntima e vestir-se, o isolamento social, a memória e a mobilidade física prejudicadas.
Diamantina, Minas Gerais.Estudo documental, retrospectivo e descritivo.Foram analisados 400 prontuários de idosos, onde verificou-se que a maior prevalência de 140 idosos acima de 80 anos de idade, onde 207 eram do sexo masculino e 193 do sexo feminino. Dentre eles, 144 eram casados, 295 de procedência urbana e sua maioria possuíam permanência de 1 a 10 dias, sendo 316 idosos.Dentre os idosos estudados, 299 apresentavam comorbidades, entre elas: 57,5% hipertensão arterial sistêmica (HAS), 20,5% diabetes mellitus (DM), 16,3% dislipidemia, 18,5% insuficiência cardíaca congestiva (ICC), 4,8% insuficiência coronariana, 8,0% doença de Chagas, 18,5% doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), 12,5% insuficiência renal crônica e/ou 2,0% depressão. Destes, 212 faziam uso regular de medicamentos específicos para cada tipo de comorbidade. Nesta pesquisa, considerou-se “fatores que prolongam o tempo de internação” as seguintes variáveis: tabagismo (48), etilismo (30), transtornos mentais (25), demências (18) e depressão (8). Entre as principais causas de internações verificou-se que prevaleceram aquelas relacionadas ao aparelho cardiovascular, 107: ICC, infarto agudo do miocárdio, angina instável e bloqueio atrioventricular total. A segunda maior causa de internação foi o grupo neurológico, 105: acidente vascular encefálico, hematoma subdural crônico e agudo e traumatismo cranioencefálico. Em relação às principais causas que levaram os pacientes ao óbito, a maioria (33,3%) foram relativos ao sistema respiratório. Das 400 internações, 230 (57,5%) referiam-se a idosos internados pela primeira vez na instituição e 170 (42,5%) àqueles com pelo menos duas internações no ano.
São Carlos, São Paulo.Quantitativo, epidemiológico,  descritivo  e  transversal.Estudo realizado com 37 idosos moradores  de  uma  ILPI  no  município  de  São Carlos-SP.  Destaca-se  que,  grande  parte (43,2%) se encontravam na faixa etária de 70 a 79 anos de idade (idade mínima de 52 e máxima de  95  anos),  do  sexo  masculino  (54,1%).  A média de idade foi 74,4 anos (+9,8), sendo as mulheres  com  média  de  idade  superior  a  dos homens (78,1 anos para 71,2 anos). Quanto ao estado civil dos idosos, a  maioria foi representada por solteiros (67,6%), observando  80%  entre  os  homens  e  52,9% entre as mulheres.        A  incidência  de  doenças  concluiu  a  HAS como    a    primeira    (32,4%), seguida    pelo Diabetes  Mellitus  (18,9%).  Vale  ressaltar  que foi  bastante  incidente  o  item  “outras” (78,4%), representado, principalmente, por transtornos  psiquiátricos  e  sequelas  de  AVE (21,6%),  seguido  por  Doença  de  Alzheimer (16,2%). Sobre  hábitos  de  vida  do  idoso  relacionado ao sexo,  a maioria (66,7%)  referiu não fumar, representado  por  homens  (57,9%)  e  mulheres (76,5%). No item “prática de atividade física”, a maioria não realiza (66,7%). Quanto  ao  desempenho nas  atividades  de vida   diária,   revelou-se, a maioria por   ser totalmente   dependente, tanto   para ABVDs (51,4%), quanto   para AIVDs (62,2%). Além disso, a média no desempenho cognitivo, segundo  MEEM,  foi  de 6,6, sendo  para  as mulheres um pior desempenho (6,0) comparado aos homens (7,2).     
Brasília, Distrito Federal.Estudo epidemiológico transversal, descritivo e exploratório.Em uma amostragem de 154 idosos, 79 eram do sexo masculino e 75 eram do sexo feminino. Apresentavam idade média de 76,6 anos e viviam institucionalizados há cerca de 5,4 anos. Maior prevalência de idosos com idade superior a 75 anos. Apenas 78 idosos recebiam visitas de seus parentes.De acordo com os resultados apresentados, 82,5% eram acometidos por doenças cardiovasculares, 54,6% doenças do sistema nervoso, sendo os mais prevalentes: hipertensão arterial sistêmica (76,6%), problemas articulares (16,3%), diabetes mellitus tipo II (16,2%), problemas respiratórios (13,0%), insuficiência cardíaca (12,3%), e problemas gastrointestinais (11,7%). Os homens tomavam em média 4,16 medicamentos, enquanto a média entre as mulheres era de 8,96.
São Paulo, São Paulo.Estudo quantitativo, documental, retrospectivo, transversal de análise.Os  resultados  mostraram  que, dos  pacientes avaliados, 8.014 (53,8%)    eram    do    sexo masculino,   9.183   (68%) possuíam grau de instrução fundamental, 8.750 (62,4%) moravam com   companheiro,   4.652   (33,1%) eram do   lar,   seguidos de   3.595   (25,6%) trabalhadores  do  setor  de  serviços,  13.902 (93,5%) eram de etnia branca e 11.291 (80,2%) eram católicos.    De acordo com os resultados apresentados, 11.628   (78,9%)   dos   pacientes haviam   sido atendidos pelo Sistema  Único de Saúde (SUS), 3.689 (24,8%) apresentavam doenças cardiovasculares,  1.953  (13,1%) com neoplasias  e  1.733  (11,6%) com doenças gastrointestinais. Com   relação a doenças menos  prevalentes,  155  (1,0%)  apresentavam doenças  hematológicas,  150  (1,0%)  doenças ginecológicas  e 146  (1%) doenças  endócrinas. Dos  pacientes,  7.950  (53,4%)  apresentaram internação  clínica  e  13.160  (88,4%) tiveram alta como desfecho final. A média de idade dos pacientes foi de 72,1 anos, com   desvio   padrão   de   8,6   anos   e mediana  de  71  anos. A idade mínima  observada  foi  de  60  anos  e  a  máxima de 103 anos.    A média do tempo de permanência dos pacientes  hospitalizados  foi de  5,9  dias, com  desvio  padrão  de  8,8  dias  e mediana  de  três  dias.  O  tempo  mínimo  de internação  foi  de  um  dia  e  o  máximo  de  227 dias.
Montes Claro, Minas Gerais.Estudo descritivo.Entre os 116 idosos, constatou-se que 70 (60,3%) eram indivíduos do sexo masculino. A idade variou entre 60 e 107 anos, com média de 78,2 anos e desvio padrão de 9,21 anos. Foram mais prevalentes os idosos que se declararam pardos (N=77; 66,3%), solteiros (N=77; 66,3%), e quanto à profissão/ocupação, houve o predomínio de agricultores (N=38; 32,7%) e do lar (N=27; 23,2%). Quanto ao tempo de institucionalização e escolaridade, 60 (51,7%) idosos estavam institucionalizados entre 1 e 5 anos e 52 (44,8%) possuíam o ensino fundamental I incompleto.  No que  se refere às características clínicas, 111 (95,6%) idosos não apresentavam alergias, 108 (93,1%) não eram etilistas, 92 (79,3%) não eram tabagistas. Quanto às medicações, 49 (42,4%) utilizavam antidepressivos, 46 (39,6%) anti-hipertensivos e 20 (17,2%) drogas vasoativas.De acordo com os resultados apresentados os diagnósticos  mais frequentes (identificados, no mínimo, em 60% dos idosos) foram: risco de quedas (00155) (N = 110, 94,8%); síndrome do idoso frágil (00257) (N = 106, 91,3%); processos familiares disfuncionais (00063) (N = 105, 90,5%); memória prejudicada (00131) (N = 101, 87%); risco de volume de líquido deficiente (00028) (N = 97, 83,6%); risco de constipação (00011) (N = 93, 80,1%); dentição prejudicada (00048) (N = 90, 77,5%); déficit no autocuidado para banho (00108) (N = 88, 75,8%) e déficit no autocuidado para vestir-se (00109) (N= 79, 68,1%).        
Diamantina, Minas Gerais.Estudo epidemiológico, descritivo, observacional, transversal.Estudo composto por 31 indivíduos, como critério de inclusão, citou-se a faixa etária (idade maior ou igual  a  60  anos),  o fato  de  apresentarem capacidade    cognitiva    suficiente    para responder  ao  instrumento  de  pesquisa  e  de aceitarem participar da mesma sendo 24 do sexo feminino, correspondendo a 77,4%  da  população  em  estudo,  com  idade entre 60 e 95 anos, com a média de idade de 77  anos  e  da  raça  parda  (45,2%).  Constataram o  predomínio  de  idosos sem  filhos  (54,8%), solteiros (51,6%), embora seja  significativo  o  percentual  de  viúvos (35,5%), ocupação    pregressa mais citada foi relacionada às atividades do lar. Em geral, a maioria dos entrevistados são analfabetos (48,4%).  Quanto ao tempo de institucionalização, a  maioria  são  moradores há  mais  de  um  ano  (71,0%)  e  foram institucionalizados por algum familiar (71,0%). O motivo da institucionalização em 51,6% das respostas foi social, devido à falta de suporte familiar,  ou  seja,  a  indisponibilidade  para cuidar. Neste estudo, a maior parte considerou a autopercepção de saúde ruim. Talvez este fato possa ser justificado  pela  presença  de  doenças  crônicas.  As  doenças  crônicas  mais  prevalentes  nos  idosos institucionalizados  distribuíram-se  como  endocrinológicas  (51,6%),  cardiovasculares  (45,2%)  e neuropsiquiátricas (41,9% A média de medicamentos por idoso foi de 2,87 e os mais utilizados  estão relacionados  às  patologias mais prevalentes.
Teresina, Piauí.Estudo epidemiológico, de corte transversal.Foram inclusos 19 idosos, que contemplaram os critérios de inclusão: idosos institucionalizados em Teresina, com idades entre 65 e 74 anos, que conseguissem abrir a boca para o exame clínico intraoral, independentemente do gênero, grau de instrução, classe social, e que não estivessem acamados.   Índice CPO-D (Dentes cariados, perdidos e obturados) nos idosos institucionalizados em duas ILP s entre 65-74 anos foi de 29,95%. Verificou-se que 90,46% dos idosos institucionalizados possuíam perdas dentárias devido à cárie. Sabe-se que a cárie é uma doença multifatorial, agressiva à estrutura dental e irreversível, sendo extremamente necessário o cuidado e higienização para evitá-la. Este índice alto revelado na tabela 1 é provavelmente consequente da falta importância dada à saúde bucal e aos dentes destes idosos quando jovens. Desta forma, se percebe um histórico de cárie similar em regiões próximas, refletida por carência e muitas vezes inacessibilidade de assistências odontológica por parte destes idosos. Quanto ao CPO-D da população idosa realizada no último levantamento (SB Brasil 2010), verificou-se uma média no valor de 27,03 no Brasil, 27,20 no Nordeste e 27,38 em Teresina. Pode-se perceber que o índice de CPO-D continua alto, mesmo que não estejam em uma ILP. Isto pode ser devido à carência na atenção odontológica voltada à prática mutiladora, provocando no decorrer dos anos o crescimento de incidência de cárie e perda dentária.  Índice Periodontal Comunitário (IPC) dos idosos institucionalizados em Teresina, 2015. Em Brasil (2012), os idosos avaliados entre a faixa etária de 65 a 74 anos, a presença de doenças periodontais não ultrapassou o percentual de 1%. Tal fato deve-se pelo reduzido número de dentes presentes. As condições periodontais no grupo de 65 a 74 anos mostram que 90,5% tinham sextantes excluídos. Dos poucos sextantes em condições de exame nesse grupo etário, 4,2% apresentavam cálculo e 3,3% bolsas periodontais, sendo que, dessas, 2,5% eram bolsas rasas. Na tabela 3, é apresentado o Índice Periodontal Comunitário dos idosos examinados, e verificou-se que 91,23% foram sextantes excluídos, e 8,77% apresentavam algum tipo de problema periodontal a população institucionalizada em Teresina entre 65 e 74 anos. Perante os resultados expostos na tabela 4, observa-se que 50% não usam próteses superiores e que 76,19% não usam próteses inferiores, valores bastante elevados e que representam um alto percentual de deficiências estético-funcionais, transparecendo a alta perda dentária devido à cárie e o elevado índice de edentulismo e ausência do uso de próteses.
Teresina, Piauí.Estudo transversal, de caráter  descritivo  e  abordagem  quantitativa.Estudo realizado com idosos de idade igual ou superior a 60 anos,   residentes   em   três Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs)  localizadas  no  município  de  Teresina, Piauí,  sendo  duas  delas  de  cunho  religioso, sem  fins  lucrativos  e  outra  pertencente  ao governo do estado (pública). Considerou-se  uma  população  total  de  147 residentes   distribuídos   nas   três   ILPIs, critérios  de  inclusão: idade igual ou superior  a 60 anos, capacidade de estabelecer um diálogo verbal, presença na instituição  no  período  da  coleta  de  dados  e consentimento   em   participar   da   pesquisa. Entre  os  96  idosos entrevistados,  houve  a predominância de indivíduos do sexo masculino   (57,3%), solteiros (46,9%) e católicos (79,2%). Os idosos   apresentaram idade média de 74,4  anos, sendo observada ainda  maior  prevalência  de  idosos com  idade inferior a 74  anos,  em  relação  aos  demais grupos etários. Quanto à escolaridade, 54,2% não possuíam nenhuma  instrução ou estudaram  menos  de  1 ano  e  apenas  3,1%  dos  idosos  apresentavam formação  fundamental  completa.  Além  disso, constatou-se que a maioria dos idosos (89,6%) tinha renda mensal. Em relação ao aspecto familiar e a institucionalização, observou-se que 61 idosos (63,6%) não recebiam visita de seus familiares, sendo que destes a maioria relatou ter filhos.Sobre a autopercepção em relação  à  saúde,  obteve-se  que  40,6%  dos idosos  consideravam  sua  saúde  como  regular, 27,1% como boa, 19,8% como ruim, 8,3% como muito   ruim   e 4,2%   como   muito   boa.   No entanto, observou-se que 59,4% dos idosos em questão  tinham  dificuldade  de  locomoção  e 96,9%   deles   apresentavam ao   menos   uma patologia. O  grupo  foi acometido,  principalmente,  por problemas de saúde do sistema cardiovascular e    nervoso, sendo os mais    prevalentes: hipertensão arterial sistêmica (58,3%), transtornos mentais (38,5%), diabetes mellitus (16,7%), cardiopatias    (14,6%), problemas oculares (8,3%), epilepsia  (6,2%) e problemas respiratórios (4,2%). Consequentemente, constatou-se 92 idosos   submetidos à terapia    medicamentosa contínua, sendo  que  destes,  20,8%  faziam  uso  de  até  2 medicações,  38,5%  utilizavam  entre  3  e  5 medicações e 36,5% encontravam-se submetidos à polifarmácia. A maioria dos idosos referiram ter ao menos uma atividade de lazer (66,7%), não praticavam atividades físicas (53,1%), não eram   tabagistas (70,8%) e não   consumiam bebidas alcóolicas (94,8%). Quanto às 64 atividades de lazer, desenvolvidas pelos  idosos nas ILPIs, a  maioria  relatou ter ao menos  uma,  destacando-se:  assistir televisão (26%), ouvir rádio (23,9%), prática de atividades  religiosas  (21,9%),  participação  de festas (11,4%) e conversar (7,3%).

Após análise criteriosa dos artigos selecionados, observamos que não houve comparações a respeito do perfil epidemiológico de idosos institucionalizados e não institucionalizados, dessa forma, iremos apresentar discussões técnicas científicas que evidenciam essas características epidemiológicas nesses dois públicos.

O idoso institucionalizado, é aquele que reside em Instituições de Longa Permanência (ILPI), que de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2005) são instituições governamentais ou não, destinadas ao domicílio coletivo, sendo estes com ou sem apoio familiar, em condição de liberdade, dignidade e cidadania. As principais diferenças entre esses dois grupos estão associado à autonomia presente nos idosos não institucionalizados, seja financeira ou socialmente, o que pode interferir diretamente na saúde, no perfil epidemiológico e, consequentemente, na qualidade de vida.

De acordo com Cortez et al. (2019), a transição demográfica é uma atual pertinência social e está diretamente relacionada à transição epidemiológica. Com a demografia em transição, segundo Silva et al. (2013), consequentemente os indicadores de saúde no país se adequam a essas mudanças, uma vez que influencia diretamente no perfil epidemiológico. Este sendo o semelhante a uma caracterização de saúde que pode determinar questões como doenças e como melhorá-las (RAMOS et al., 2016).

Durante o processo de envelhecimento, fisiologicamente o idoso sofre de maior estresse oxidativo celular, o que afeta todo o seu organismo como é o caso da desregulação em processos inflamatórios. Com a perda de capacidades naturais de funcionalidade, o idoso passa a ser suscetível ao sedentarismo e, com a soma disso prevalecem algumas comorbidades com a predominância de hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus; doenças: cardiovasculares, neuropsiquiátricas, gastrointestinais, endócrinas, dentre outras (SILVA et al., 2021).

Segundo Rodrigues, Fernandes e Magalhães (2022) o processo de envelhecer é individual, heterogêneo e universalizado, sendo diretamente encarregado nas alterações biológicas, psicológicas e sociais, bem como mediado por fatores diversos. Devido a inúmeras alterações surgidas na terceira idade, o idoso passa a ser dependente financeiramente, funcionalmente e socialmente, porém, geralmente os mesmos se encontram sem família que o apoie ou que negue essa atenção direta, sendo encaminhados à instituições de longa permanência (KHOURY; SÁ-NEVES, 2018).

Um estudo realizado por Duarte (2007), constatou-se que entre os idosos não institucionalizados cerca de 15% a 20% apresentam sintomas depressivos, mesmo com outros acometimentos. Em contrapartida, Silva et al. (2013) mostra que mais de 40% dos idosos institucionalizados possuem como prevalência doenças neuropsiquiátricas, como a depressão. Dessa maneira, com a negligência do autocuidado e baixa aderência a terapia, há um consequente aumento do uso de serviços de saúde, dentre eles a própria institucionalização gerando diferença na qualidade de vida entre esses dois grupos (TESTON; CARREIRA; MARCON, 2014).

Devido à incapacidade funcional predominante em idosos, os mesmos apresentam prevalência na instabilidade e desequilíbrio motor, o que afeta diretamente no risco de quedas. Diferente dos idosos não institucionalizados, correspondendo aqueles de moradia livre e independente, segundo Souza et al. (2013) idosos não institucionalizados demonstraram maior velocidade do que os institucionalizados logo, apresentando menor risco de queda. Souza et al. (2013) evidenciaram uma significância na diferença dos resultados no teste de levantar e caminhar cronometrados (TUG) realizado entre idosos institucionalizados e idosos residentes na comunidade. Em comparação a faixa etária, neste estudo contastou-se que os idosos de idades entre 60 a 69 e acima de 80 anos apresentaram considerável diferença nos resultados de TUG (p=0,003), não havendo distinção significativa nos idosos de 70 a 79 anos.

  • CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos resultados nos estudos selecionados, foi possível verificar que existem diferenças epidemiológicas entre idosos institucionalizados e não institucionalizados, uma vez que há a distinção considerável tanto na qualidade de vida quanto em relação a saúde mental, sendo a depressão a mais prevalente. Além disso, outro aspecto de notória importância é o risco de quedas predominante em idosos residentes em ILPI, mostrando comprometimento nos componentes da aptidão física como: força, velocidade, agilidade e flexibilidade, bem como problemas relacionados a sua autonomia funcional, quando comparados aos idosos residentes em comunidades. Dessa forma, faz-se importante a necessidade de se avaliar esta questão de forma individual, em ambos os grupos, e não associar exclusivamente à idade avançada, bem como intervenções que auxiliem os idosos a melhorarem seu estado de saúde geral. Entretanto, o adequado entendimento desta necessidade, principalmente em idosos institucionalizados ainda se constitui um grande desafio.

REFERÊNCIAS

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